19 research outputs found

    O corpo violado: silenciamento, dessubjetivação e mediação feminina na escrita de Orlanda Amarílis

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    The study analyzes Orlanda Amarílis’ short story “A casa dos mastros” (1989), highlighting the treatment given to the condition of female characters as silenced and unsubjective women. It gives attention to the unnamed and dead narrator and the procedures adopted to tell the story of the character Violete. And shows how Amarílis’ writing recovers, for the woman, the mediating function betwen the living and the dead that society traditionally atributes to women, illustrating how traditional knowledge move through Cape Verdian aesthetics feeding memory and literary writing itself.O estudo analisa o conto “A Casa dos Mastros” (1989), de Orlanda Amarílis, focalizando a condição das personagens femininas como mulheres silenciadas e dessubjetivadas. Destaca a narradora inominada e morta e os procedimentos adotados por ela para contar a história da personagem Violete a fim de mostrar como a escrita de Amarílis recupera, para a mulher, a função mediadora entre os vivos e os mortos que a sociedade tradicionalmente lhe atribui, ilustrando como os saberes tradicionais transitam pela estética cabo-verdiana alimentando a memória e a própria escrita literária

    Nas margens do corpo e da escrita

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    Neste estudo, pretende-se refletir sobre a relação entre corpo e escrita em um romance de Clarice Lispector. Os questionamentos sobre os limites da criação literária e de sua relação com a realidade, sugeridos pela voz narrativa em Um sopro de vida (pulsações) (1994), serão retomados numa perspectiva que observa a elaboração estética como ato de insurgência. Por meio desse ato de insurgência, o corpo feminino e a escrita literária se imbricam num exercício em que, simultaneamente, se circunscrevem aos limites da linguagem, ao mesmo tempo em que buscam extrapolar esses limites.

    (Re)read Luuanda in classical times

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    O artigo (re)lê a obra Luuanda, de José Luandino Vieira, destacando algumas características que a tornam singular e que se fazem presentes em todas as estórias que comõem a coletânea, como a dicção dialética e polifônica do narrador e a construção da narrativa como um rodeio irônico, um arabesco por cujas linhas encruzilhadas o narrador lança, para o leitor, uma piscada de olho por meio da qual o convida a perceber as incongruências da realidade angolana.This article (re)reads Luuanda, by José Luandino Vieira, highlighting some features that make it unique and which are present in all the stories that make up the collection. Some of these characteristics are the narrator’s dialectic and polyphonic diction as well as the narrative construction as an ironic encircling, an arabesque through which in its intertwined lines the narrator subtly invites the reader to perceive the inconsistencies of the angolan reality

    Nas margens do corpo e da escrita

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    Neste estudo, pretende-se refletir sobre a relação entre corpo e escrita em um romance de Clarice Lispector. Os questionamentos sobre os limites da criação literária e de sua relação com a realidade, sugeridos pela voz narrativa em Um sopro de vida (pulsações) (1994), serão retomados numa perspectiva que observa a elaboração estética como ato de insurgência. Por meio desse ato de insurgência, o corpo feminino e a escrita literária se imbricam num exercício em que, simultaneamente, se circunscrevem aos limites da linguagem, ao mesmo tempo em que buscam extrapolar esses limites.

    Trauma e história na escrita literária de Luandino Vieira

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    The article analyzes the relationship between history and trauma in literature of Luandino Vieira, focusing on his collection of short stories A cidade e a infância (1997). Using the concept of trauma, try to evidence how the literature of Luandino Vieira thinks the reality and the Angolan history from the idea of catastrophe.O artigo analisa a relação entre história e trauma na escrita literária de Luandino Vieira, focalizando contos da coletânea A cidade e a infância (1997). Destaca como a escrita luandina lê a história em diferença, tensionando a forma literária para confrontar o ato de narrar com a problematização do sujeito em um contexto marcado pela opressão. Recorre ao conceito de trauma para evidenciar como essa escrita pensa a realidade e a história angolanas a partir da perplexidade, da realidade como catástrofe, da história como ruína. Explora como sua elaboração acontece pela indissociabilidade entre os campos estético, ético e político

    FIGURAÇÕES DA MULHER NOS ROMANCES A CONFISSÃO DA LEOA E MULHERES DE CINZAS, DE MIA COUTO

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    Este artigo, a partir da leitura dos romances A Confissão da Leoa e Mulheres de Cinzas, de Mia Couto, busca discutir a condição das mulheres na sociedade moçambicana, refletindo acerca das situações de inferiorização e violência de gênero a que são submetidas. A Confissão da Leoa e Mulheres de Cinzas colocam essa temática em evidência ao encenar as histórias de mulheres subalternizadas e emudecidas tanto no ambiente doméstico quanto no meio social.REFERÊNCIAS:BORDIEU, Pierre. A dominação masculina. Pierre Bourdieu; tradução Maria Helena Kühner. 11a edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.CANDIDO, Antonio. O direito à Literatura. In: Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995.SANTOS, Luís Alberto Brandão; OLIVEIRA, Silvana Pessôa. Sujeito, tempo e espaço ficcionais: Introdução à Teoria Literária. São Paulo: Martins Fontes, 2001.COUTO, Mia. A confissão da Leoa. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.COUTO, Mia. Mulheres de Cinzas. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.LINS, Ronaldo Lima. Violência e Literatura. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990.LINS, Ronaldo Lima. O Conceito de Morte na Era da Atrocidade. In: ______. A violência na literatura. São Paulo: Tempo Brasileiro, 1980. p. 7-18.ODÁLIA, Nilo. O que é violência. 2a ed. São Paulo. Brasiliense. 1983.SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.ENVIADO EM 10-05-19 | ACEITO EM 21-06-1

    Fontspício

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    O trânsito da memória

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    Odesenvolvimento da literatura em Moçambique é marcado por um processo de transformações e deslocamentos. Exemplo desse processo é a narrativa Ualalapi, de Ungulani ba ka Khosa. Neste estudo, pretende-se mostrar como a voz articula a construção do romance, aludindo à ancestralidade, onde ela se realiza e de onde se faz palavra. Constituindo palavra, essa voz ancestral ganha, no texto, a concretude de redes verbais a criarem imagens obscuras, enigmas, armadilhas que se colocam para os não-iniciados. São as adivinhas, os provérbios, os mitos, os contos. Por meio dos significados obscuros e enigmáticos dessas formas da memória cultural, a voz ancestral manifesta a permanência do saber ancestral
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