85 research outputs found

    A construção do habitus institucional: história do Instituto de Química da UNESP/Araraquara.

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    Apresentamos neste texto as principais fases de desenvolvimento do Instituto de\ud Química da UNESP/Araraquara, cuja trajetória tem início com a proposta de\ud atendimento à demanda por formação de professores de química. Ao longo de 50 anos\ud de história a Instituição enfrentou diversos desafios por meio de estratégias que revelam\ud seu habitus. Eles contribuíram para a institucionalização e consolidação de um grande\ud centro de pesquisa, ensino e extensão, embora a formação de professores e a pesquisa\ud em Ensino de Ciências nem sempre tenha encontrado espaço para se desenvolver\ud plenamente. Além de analisar em detalhes o desenvolvimento de uma grande Instituição\ud nossa pesquisa aponta para possibilidades futuras

    A formação do pesquisador e do professor no ensino de ciências como sistemas de atividade

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    A formação do pesquisador é pouco explorada na literatura e começa a ser investigada sob a perspectiva de uma pedagogia da orientação. Esse movimento nos levou a propor e discutir, neste trabalho, alguma analogias entre a literatura de formação de pesquisadores e de professores, visando construir um sistema geral da atividade de orientação e explicitar a especificidade da pesquisa em ensino de ciências. Desenvolvemos analogias entre as regras e os instrumentos mediadores da docência e da pesquisa, em seguida, analisamos a pesquisa em ensino de ciências como uma contradição no sistema de atividades de orientação de pesquisas acadêmicas que leva a sua expansão. Entendemos que elas contribuem para ampliar nossa compreensão sobre a formação do orientador e a especificidade da pesquisa em ensino de ciências apoiando a proposição de ações formativas para a pesquisa

    A case of countertrend: low dropout rates among chemistry degree students explained by habitus and integration

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    Abstract This work is part of a case study of an institution in which the students had a strong sense of belonging and membership, which was reflected the low dropout rates. The course in question was the degree in chemistry of Instituto de Química (Institute of Chemistry), henceforth referred to as the IQ, of Universidade Estadual Paulista (UNESP) in Araraquara, in the State of São Paulo. We analyzed the school and academic histories of the twenty-seven students majoring in chemistry, in relation to social and academic integration, based on Vincent Tinto’s Student Integration Model (SIM). We also used the concept of habitus, originally presented by Pierre Bourdieu and revised by Bernard Lahire, in order to understand these integrations and qualitatively explain the low dropout rates, which were analyzed quantitatively. We adopted the methodology of sociological portraits, also proposed by Lahire, to analyze the interviews with the undergraduate students and their views in relation to these aspects. The portraits produced show a prevalence of educational histories that combined social and academic integration, favored by a “fit” of the previous habitus, which were updated or enhanced in the university. By focusing on a specific institution, we saw that the conditions offered by the university, which implicitly or explicitly promote the updating of various habitus in the graduate students, and which are favorable for their social and academic integration, are fundamental for explaining the low dropout rates. This fact makes this course unique, particularly due to the ways it creates ties with its students.Resumo Este trabalho faz parte de um estudo de caso sobre uma instituição pela qual seus alunos apresentavam um forte sentimento de pertencimento e adesão, materializado em baixos índices de evasão. Trata-se da licenciatura em química do Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Araraquara, no interior do estado de São Paulo. Analisamos as trajetórias escolares e acadêmicas de 27 licenciandos em química, com base na Teoria da Integração do Estudante (TIE) de Vincent Tinto, quanto à integração social e acadêmica. Também utilizamos o conceito de disposição, apresentado inicialmente por Pierre Bourdieu e revisto por Bernard Lahire, para compreender essas integrações e explicar qualitativamente os baixos índices de evasão analisados quantitativamente. Adotamos a metodologia dos retratos sociológicos, também proposta por Lahire, para analisar as entrevistas dos licenciandos quanto a esses aspectos. Os retratos apontam para uma predominância de trajetos que conjugam uma integração social e acadêmica, favorecida por umencaixe das disposições anteriores atualizadas ou reforçadas na universidade. Ao investigar o caso de uma instituição específica, percebemos que as condições oferecidas pela universidade, que implícita ou explicitamente promovem a atualização de várias disposições dos licenciandos e são favoráveis à sua integração social e acadêmica, são fundamentais para explicar os baixos índices de evasão e tornam esse curso peculiar, principalmente pelas maneiras de criar vínculos com seus alunos

    Contribuições dos estudos de perfil dos graduandos: o caso dos cursos de licenciatura e bacharelado em Química da UNESP/Araraquara

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    Este trabalho tem como foco o perfil dos estudantes dos cursos de bacharelado e licenciatura em Química da UNESP/Araraquara. Realizamos análises estatísticas e comparativas com um grande volume de dados quantitativos sobre os inscritos e aprovados no vestibular desses cursos. Interpretamos essas informações com base nos conceitos de capital cultural e econômico desenvolvidos por Pierre Bourdieu. A primeira análise diz respeito à aprovação no vestibular e traz conclusões importantes quanto aos aspectos que favorecem o ingresso na universidade: confirmação do “efeito cursinho”; maior peso do capital cultural em relação ao capital econômico; e observação do fenômeno da auto-seleção em relação ao curso de bacharelado. A segunda análise aponta para importantes diferenciações de perfil em um grupo de estudantes que poderia ser considerado homogêneo em função da opção pela Química. Além de trazer informações novas sobre o perfil dos alunos de Química, nossa análise tem o mérito de traduzir e revelar quantitativamente ideias veiculadas no senso comum sobre a aprovação no vestibular

    A ÁREA 46 NA CAPES: ORIGEM, MUDANÇAS E CONSOLIDAÇÃO COMO “ENSINO” NO CAMPO ACADÊMICO-CIENTÍFICO

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    O objetivo deste artigo é investigar como a área 46, como um espaço institucionalizado na CAPES, se posiciona em relação ao campo acadêmico-científico disputando espaços de poder. Trata-se de uma pesquisa documental, com textos de fonte primária e secundária. A partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu foi feita uma socioanálise da área, buscando em cada texto analisar os fatos históricos e as relações entre agentes e instituições nas disputas pela área e na constituição desse espaço. A análise engloba três momentos marcantes que organizam o texto: i) o contexto da gênese da área 46 na CAPES; ii) os embates em torno do momento crítico de mudança da área, de Ensino de Ciências e Matemática para Ensino; iii) seu crescimento, consolidação e busca por autonomia no campo. Os resultados mostram que seu surgimento resultou de diversos fatores e agentes interessados e posicionados para este fim. Dessa complexa história destaca-se o papel dos mestrados profissionais, que marcam a estrutura da área 46 desde a origem até os dias atuais e representam o real sentido do jogo para a área como parte do campo acadêmico-científico. Destaca-se também a luta e organização dos agentes vinculados ao Ensino de Ciências e Matemática para a sua não fragmentação e manutenção desse espaço como uma área autônoma no campo, mesmo tendo perdido parcialmente esse embate. A área 46 enfrenta ainda diversas disputas por posições mais vantajosas no campo como a busca por mais fomento, reconhecimento, autonomia e participação nas ações da CAPES envolvendo questões relacionadas ao ensino

    Desenvolvimento e mobilização de saberes docentes : influências da formação e da trajetória profissional em duas professoras de química

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    Investigamos duas professoras de química formadas em uma universidade pública brasileira. Com base em Tardif, Gauthier e Shulman identificamos seus saberes docentes e as influências no seu desenvolvimento e mobilização. Coletamos os dados através de entrevistas e observações de aulas. Foram identificados diferentes saberes, destacando-se o saber da experiência. Dentre as possíveis fontes de formação, ressaltamos a importância de atividades extracurriculares vivenciadas na graduação e a experiência profissional em diferentes contextos de trabalho

    Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu

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    As contribuições teóricas de Pierre Bourdieu permitem estudos sobre os mais diferentes espaços sociais, e, dentre eles, o espaço acadêmico. A partir da teoria bourdieusiana dos campos, nosso objetivo foi investigar se a área de ensino da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pode ser considerada um campo científico relativamente autônomo. Para tanto, buscamos discutir duas questões de pesquisa: 1) qual é a distribuição do capital científico na área de ensino; e 2) quais as implicações dessa distribuição sobre sua constituição como um campo científico. A partir do cruzamento de dados sobre os docentes dos programas da área de ensino com a avaliação dos programas pela Capes, nossa análise revelou que esta área não se constitui enquanto campo científico. Diferentemente do que acontece em campos bem estabelecidos, a maioria dos orientadores da área de ensino provém de muitas áreas científicas diferentes e não reconhece a produção intelectual específica dessa área enquanto capital científico. Supondo que as disputas existentes entre docentes com menos e mais capital científico possam gerar novas conformações da área, uma possível configuração seria a estabilização do subgrupo de docentes de maior capital científico e sua constituição enquanto campo científico, na medida em que seus agentes se tornem cada vez mais conscientes de que sua estrutura cognitiva e seus ideais de educação e de pesquisa são diferentes do que se pretendeu homogeneizar com a criação da área de ensino da Capes. Acreditamos que nossos resultados podem ser uma referência para a reflexão crítica sobre a configuração da área de ensino, ainda a ser realizada por seus agentes.Pierre Bourdieu’s theoretical contributions pave the way for studying a wide range of social spaces, such as the academia. Through using Bourdieusian fields, our objective was to investigate whether the teaching area of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) can be considered a relatively autonomous scientific field. Therefore, this study is motivated by two research questions: 1) what is the distribution of scientific capital in the teaching area; and 2) what are the implications of this distribution on its constitution as a scientific field. By crossing data on professors of programs in the field of education with the evaluation grade assigned by Capes to each of these programs, our analysis revealed that this area does not constitute a scientific field. Differently from what happens in well-established fields, most teaching advisors come from many different scientific backgrounds and do not recognize this field’s specific intellectual production as scientific capital. Assuming that the existing disputes between professors with less and more scientific capital can generate new conformations in the area, a possible structure could be a stabilization of the subgroup of professors with greater scientific capital and its constitution as a scientific field, whose agents become increasingly aware that their cognitive structure and ideals of education/research are different from what Capes intended to homogenize with the creation of a teaching area. We believe that our results can be a reference for critical reflection on the structure of the field of teaching, which is still driven by its agents

    IL "REFERERENTE" NE LA LUNA E I FALÒ

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    O campo de nosso estudo circunscreve-se ao 'referente' em La luna e i falò (A lua e as fogueiras), última obra de Cesare Pavese. Partindo do pressuposto de que o enunciado é o produto do ato de enunciação, nosso objetivo geral é evidenciar as marcas deste ato no produto. Nosso objetivo específico é analisar os significantes: letras, corpos, habitat do desejo do sujeito da enunciação. Nossa análise fundamenta-se nas duas diretrizes — metafórica e metonimica — de Roman Jakobson que, por sua vez, relacionou-as com os mecanismos inconscientes descritos por Freud, respectivamente, a primeira com a "identificação" e o "simbolismo", a segunda com o "deslocamento" e a "condensação"

    Aspectos da natureza da ciência presentes no discurso científico: investigando os efeitos de sentido da linguagem científica

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    Among the many challenges of Science Education (se), familiarizing students with scientific language and getting them to understand aspects of the Nature of Science (nos) are as important elements as teaching and learning scientific concepts. Although these first two challenges are widely explored in se research, we see little concern in articulating them. We wonder to what extent canonical scientific language itself contributes to maintaining or breaking with views of science that reflect the way scientific knowledge is produced? In this sense, this theoretical article intends to explore these relations from the contribution of the French Discourse Analysis (da), which allows usto recognize the meaning effects of the scientific text, and recent research on nos, which discussfundamental aspects for the understanding of the process of production of scientific knowledge. Weidentified three fruitful articulations between these perspectives, starting from the characterization of scientific discourse based on da: the absence of subjectivity and the human dimension of scientific work; the interdiction to interpretation and communicative, historical and creative aspects of the scientific knowledge production process; and the explicit intertextuality and collective character of the scientist’s work. We conclude that this kind of analysis illustrates that scientific language condenses elements that contribute both to ratify distorted views of science and to rectify them, which implies teaching and research in se.Entre los diversos desafíos de la Educación en Ciencias (ec), familiarizar a los alumnos con relaciónal lenguaje científico y llevarlos a comprender aspectos de la Naturaleza de la Ciencia (ndc)son elementos tan importantes como la enseñanza y aprendizaje de conceptos científicos. Si bienestos dos primeros desafíos se exploran ampliamente en la investigación de la ec, vemos pocapreocupación en articularos. Nos preguntamos en qué medida el lenguaje canónico científicoha contribuido al mantenimiento o la ruptura de las visiones de la ciencia que reflejan cómo elconocimiento científico es producido. En este sentido, este artículo teórico pretende explorarestas relaciones basadas en la contribución del Análisis del Discurso (ad) de línea francesa, quenos permite reconocer los efectos del significado del texto científico, y las investigaciones recientessobre ndc, que discuten aspectos fundamentales para comprender el proceso de producción deconocimiento científico. Identificamos tres articulaciones fructíferas entre estas perspectivas, basadas en la caracterización del discurso científico basado en ad: la ausencia de subjetividad y la dimensión humana del trabajo científico; la prohibición a la interpretación y los aspectos comunicativos, históricos y creativos del proceso de producción de conocimiento científico y la intertextualidad explícita y / o el carácter colectivo del trabajo del científico0 Concluimos que este tipo de análisis ilustra que un lenguaje científico condensa elementos que contribuyen tanto a ratificar puntos de vista distorsionados de ciencia como a rectificarlos, lo cual tiene implicaciones para la enseñanza y las investigaciones en EC.Dentre os diversos desafios da Educação em Ciências (EC), familiarizar os alunos em relação à linguagem científica e levá-los a compreender aspectos da Natureza da Ciência (NdC) são elementos tão importantes quanto o ensino e aprendizagem de conceitos científicos. Embora esses dois primeiros desafios sejam bastante exploradas nas pesquisas em EC percebemos pouca preocupação em articulá-los. Nos perguntamos em que medida a própria linguagem científica canônica contribui para a manutenção ou ruptura com visões de ciência que refletem a forma como o conhecimento científico é produzido? Nesse sentido, este artigo teórico pretende explorar essas relações a partir da contribuição da Análise do Discurso (AD) de linha francesa, que nos permite reconhecer os efeitos de sentido do texto científico, e das pesquisas recentes sobre NdC, que discutem aspectos fundamentais para o entendimento do processo de produção do conhecimento científico. Identificamos três articulações frutíferas entre essas perspectivas, partindo da caracterização do discurso científico com base na AD: a ausência de subjetividade e a dimensão humana do trabalho científico; a interdição à interpretação e aspectos comunicativos, históricos e criativos do processo de produção do conhecimento científico e a intertextualidade explícita e o caráter coletivo do trabalho do cientista. Concluímos que esse tipo de análise ilustra que a linguagem científica condensa elementos que contribuem tanto para ratificar visões distorcidas de ciência quanto para retificá-las, o que implica para o ensino e as pesquisas em EC
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