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    Produção acadêmica sobre o MST: perspectivas, tendências e ausências nos estudos sobre gênero, sexualidade, raça e suas interseccionalidades

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    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2015.Essa tese teve como objetivo mapear e analisar estudos acadêmicos sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizados entre 1986 e 2013 no Brasil e no exterior, que abordassem as temáticas gênero, sexualidade, raça e suas interseccionalidades. Através de pesquisa  estado da arte , fundamentada em método de rastreamento de produções acadêmicas sobre o MST, buscando nelas identificar perspectivas, tendências e ausências interpretativas, foi possível construir um catálogo sobre o tema, que poderá beneficiar futuros pesquisadoras/es e leitoras/es interessadas/os nesse movimento social. Foi realizado um exaustivo levantamento de trabalhos, em diversos bancos de dados virtuais e bibliotecas de universidades brasileiras, encontrando mais de 600 dissertações e teses sobre o Movimento, concentradas, sobretudo, em programas de pós-graduação de Educação, Sociologia e Geografia, principalmente aqueles localizados em universidades públicas do sudeste e sul do país. Também foram encontrados cerca de 150 trabalhos no exterior, sobretudo trabalhos escritos em espanhol. Nesse universo de produção acadêmica, constatamos que 48 trabalhos incorporaram as questões de gênero, sexualidade, raça e suas intersecções. Contudo, alguns temas permaneceram indizíveis (FERREIRA, 2006) nos estudos analisados, como as discussões sobre violência contra a mulher, aborto, homossexualidade, racismo e saúde reprodutiva. Discussões ausentes de um corpo teórico que hegemoniza as pesquisas sobre o meio rural brasileiro, mas que, em meio a conflitos, vêm ganhando espaço nas políticas internas do MST.Abstract : This thesis aimed to map and analyze academic studies of the Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), carried out between 1986 and 2013 in Brazil and abroad, that addressed the themes gender, sexuality, race and their intersectionalities. Through exploratory research, based on a screening method of academic papers about the MST, seeking them identify prospects, trends and interpretative absences, it was possible to build a catalog on the subject, which could benefit future researchers and readers interested in this social movement. An exhaustive survey work was carried out in several virtual databases and Brazilian universities libraries, we found more than 600 dissertations (masters and PhD levels) about the MST, concentrated mainly in Education, Sociology and Geography posgraduation programs, especially those located in public universities in the southeast and south of Brazil. We also found about 150 works abroad, mainly those written in Spanish. In this area of academic research, we found 48 thesis that have incorporated gender issues, sexuality, race and their intersections. However, some issues remained untold (FERREIRA, 2006) in the studies analyzed, for example, discussions on violence against women, abortion, homosexuality, racism and reproductive health. Absent themes of a theoretical body that hegemonizes research about the brazilian countryside, but in the midst of conflict, have been gaining ground in the internal policies of the MST

    A incorporação de lutas transversais pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST

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    O MST é um movimento social de luta pela terra que tem apresentado várias propostas e discussões avançadas em diversas temáticas emergentes na sociedade. O movimento tomou grandes dimensões no Brasil, tanto em termos numéricos quanto em termos de demandas e reivindicações. Seus objetivos vêm sendo ampliados no processo de sua organização e consolidação histórica e várias outras lutas foram e estão sendo incorporadas, como, por exemplo, a luta pela igualdade de gênero e a valorização da diversidade étnico-racial. Nosso objetivo é compreender os processos que levaram o MST a incorporar linhas políticas de gênero e diversidade, e a concepção que o movimento tem sobre essa discussão, através da análise de documentos que disponibiliza em seu site bem como em cartilhas, livros e apostilas de formação. Os primeiros apontamentos indicam que temáticas transversais de gênero, sexualidade, raça e etnia tem status bem diferenciados e não acontecem de forma articulada, poucas vezes sendo utilizadas numa perspectiva interseccional. Além disso, a discussão sobre sexualidade é praticamente inexistente e assuntos fundamentais que emergem em toda a sociedade, como a AIDS, o aborto e a homossexualidade têm sido negligenciados

    As relações de gênero no processo político-organizativo em um assentamento organizado pelo MST no sul de Minas Gerais

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    The goal of this paper is to identify contributions of women's participation in public and private spaces of a settlement organized by the MST, located in the municipality of Guapé in the southern state of Minas Gerais. The proposal is justified because the social construction of gender relations are affirmed and ratified in the most diverse productive spheres and the daily, so, they have created an ideology of gender roles expected and socially accepted about how men and women should act and behave appropriately, in addition, the sexual division of labor is surrounded by hierarchical power relations, where there is unequal valuation of women compared to men. The study was conducted based on semi-structured interviews, focus groups, document analysis, and mainly on participant observation. In conclusion, we perceive a significant presence of women in the management of the settlement. However, it also fixed relational patterns are reproduced patriarchal gender order, which naturalize male and female traditional roles, especially in the domestic domain where relations between men and women still seem to us uniquel.O objetivo deste artigo é identificar contribuições da participação de mulheres nos espaços público e privado de um assentamento organizado pelo MST, localizado no município de Guapé na região sul do estado de Minas Gerais. A proposta se justifica, pois a construção social de relações de gênero é afirmada e ratificada nas mais diversas esferas do cotidiano e produtiva, ou seja, criou-se uma ideologia de papéis de gênero esperados e socialmente aceitos acerca de como os homens e as mulheres devam agir e se comportar apropriadamente. Além disso, a divisão sexual do trabalho é cercada por relações de poder hierarquizadas, onde há valorização desigual do feminino frente ao masculino. A pesquisa qualitativa foi realizada com base em entrevistas semiestruturadas, grupos focais, análise de documentos e principalmente na observação participante. Como conclusão, percebemos uma expressiva atuação de mulheres na gestão do assentamento. No entanto, também são reproduzidos padrões relacionais fixos da ordem patriarcal de gênero, os quais naturalizam atribuições femininas e masculinas tradicionais, sobretudo no espaço doméstico onde as relações entre homens e mulheres ainda nos parecem desiguais

    DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL AO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO DIGITAL – BUSCANDO A PARTICIPAÇÃO POPULAR

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    O objetivo deste artigo é debater os Orçamentos participativos, mais especificamente o OP digital, demonstrando sua importância e eficiência na participação popular direta. Examinamos os antecedentes da administração pública gerencial, que se constituiu no Brasil durante os anos 1990, e o contexto do movimento internacional de reforma do aparelho do Estado, que teve início na Europa e nos Estados Unidos duas décadas antes. A partir disso discorre-se sobre a administração pública societal, e um de seus instrumento básicos: os orçamentos participativos (OP's), principalmente o OP digital. Por fim, comparamos de forma sucinta os modelos presencial e digital. O trabalho se encerra com uma conclusão e algumas sugestões de continuidade.Orçamentos participativos, orçamento participativo digital, administração pública

    ECONOMIA SOCIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO: CONSIDERAÇÕES SOBRE O CARÁTER DESIGUAL DO TRABALHO DAS MULHERES

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    Observa-se na sociedade atual, um caráter desigual nas relações de trabalho entre homens e mulheres, fato que pode ser constatado no cenário da economia social no contexto brasileiro. Tal desigualdade parece caminhar para uma naturalização, com fortes aspectos históricos. As diferenças são perceptíveis, tanto nas oportunidades, no caráter do trabalho, bem como nos benefícios, entre outros. Diante dessa situação, o presente texto tem como objetivo refletir sobre as relações de trabalho abrigadas pelo “movimento de economia solidária” e sob quais aspectos este movimento modifica e, ou proporciona melhorias na relação desigual Homem x Mulher no mundo do trabalho? E, nesse sentido, o que se conclui, é que a Economia Solidária, se estrutura em princípios norteadores, e ações, ainda incipientes, de melhorias e, ou mudanças nas relações de trabalho, mas parece ainda não demonstrar um movimento efetivo de superação das mazelas da divisão sexual do trabalho.Relações de trabalho, trabalho desigual, economia social, mulheres no trabalho
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