11 research outputs found
Direitos Humanos e cooperação Sul-Sul: qual a contribuição do Brasil?
Desde meados dos anos 2000 expandiu-se a cooperação Sul-Sul (CSS) como importante forma de relacionamento internacional. O fortalecimento dos direitos humanos é uma das justificativas que permeiam essa modalidade de cooperação para o desenvolvimento. Este artigo trata de analisar o tratamento dado pelo Brasil ao campo da CSS em direitos humanos desde 2003. A uma breve exposição sobre algumas procedências normativas para a relação entre cooperação, democracia, desenvolvimento e direitos humanos, sucede-se uma análise sobre os principais avanços e desafios da CSS brasileira no campo dos direitos humanos nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e, de forma mais pontual, de Dilma Rousseff (2011-2016). Por fim, é feita uma reflexão sucinta sobre o contexto brasileiro no qual se celebra o 70º aniversário da DUDH, em meio ao governo de Michel Temer (2016-). O objetivo deste texto é contribuir com as atuais análises acerca das principais mudanças e os desafios que cercam a realidade internacional dos direitos humanos no chamado Sul Global (com destaque para o Brasil)
O Eclipse do Estado? : Uma análise da indústria do petróleo e gás da Rússia através da abordagem institucionalista
The present text is developed in the field of institutions studies and State-Society relations. We aim to systematize the role of the Oil and Gas industry in the economic recovery of the Russian Federation. Our goal is to understand the causal relation between the corporatist regime established by Putin and economic development. The comparative analysis between two distinct moments of the federation, first the Yeltsin administration, followed by the rise to power by Putin, will help us indicate different postures taken by the State towards society, and which actions render which results. We have adopted the theoretical basis of the institutionalist approach, which indicates the permanency of state capacity to coordinate economic development, even though in a context of globalization. We sought to use the Russian case study as empirical evidence validating the theory. Therefore, corporatist structures of power are understood here as independent variable, while economic development is our dependent variable, in a causal relation to be verified in the case study. Results indicate the partial validation of the hypothesis, as the corporatist regime represents a possible way to maintain – to a degree – state capacity in a context of globalization, going against perspectives according to which, in this new context, the State would progressively lose its autonomy regarding public policy for economic development.Este texto se desarrolla en el área de estudio de instituciones y relaciones entre Estado y sociedad. Busca sistematizar el papel de la industria del petróleo y el gas en la recuperación económica de la Federación de Rusia. Nuestro objetivo es comprender la relación causal entre el régimen corporativo establecido por Putin y el desarrollo económico. El análisis comparativo entre dos momentos distintos en la vida de la federación rusa, uno bajo el gobierno de Yeltsin y el otro después del ascenso de Putin al poder, servirá para indicar diferentes posiciones del Estado hacia la sociedad, lo que arrojará resultados diferentes. Adoptamos el marco teórico del enfoque institucionalista, que apunta a la permanencia de la capacidad del estado para coordinar el desarrollo económico, incluso en el contexto de la globalización. Buscamos utilizar el estudio de caso ruso como evidencia empírica para apoyar la teoría. Por lo tanto, las estructuras corporativas de poder se entenderán aquí como una variable independiente, mientras que el desarrollo económico se entiende como una variable dependiente, en una relación causal que se verificará en el estudio de caso. Los resultados apuntan a la validación de la hipótesis, de modo que el régimen corporativista representa una posible forma de mantener la capacidad del estado en el contexto de la globalización, reuniendo perspectivas según las cuales en este nuevo contexto el Estado perdería progresivamente su autonomía con respecto a Políticas públicas orientadas al desarrollo económico.Palabras clave: enfoque institucionalista; Federación de rusia; Desarrollo; Petroleo y Gas.O presente texto se desenvolve na área de estudo das instituições e das relações entre Estado e sociedade. Busca-se, nele, sistematizar o papel da indústria do petróleo e gás na recuperação econômica da Federação Russa. O nosso objetivo é entender a relação causal entre o regime corporativista estabelecido por Putin e o desenvolvimento econômico. A análise comparativa entre dois momentos distintos da vida da Federação Russa, um no governo Yeltsin, e outro a partir da ascensão de Putin ao poder, servirá para indicar diferentes posturas do Estado frente à sociedade, o que renderá diferentes resultados. Adotamos o arcabouço teórico da abordagem institucionalista, que aponta para a permanência da capacidade estatal para coordenação do desenvolvimento econômico, ainda que no contexto da globalização. Buscamos utilizar o estudo de caso russo como evidência empírica que corrobora a teoria. Assim, estruturas corporativistas de poder serão entendidas aqui como variável independente, enquanto o desenvolvimento econômico é entendido como variável dependente, em uma relação causal a ser verificada no estudo de caso. Resultados apontam para a validação parcial da hipótese, de modo que o regime corporativista representa uma possível forma de manutenção – ainda que limitada – da capacidade estatal no contexto da globalização, indo de encontro com perspectivas segundo as quais nesse novo contexto o Estado perderia progressivamente sua autonomia no que diz respeito a políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico
Problematizando o Estado como sinônimo de paz civil: uma genealogia da violência pacificadora contra os Mapuche no Chile
From the adoption of genealogy, a theoretical-methodological perspective suggested byFoucault (1999), and pacification studies, three emergencies of repressive processes againstMapuche indigenous people in Chile are analyzed: the “pacification of Araucania” (1852-1883), the Pinochet dictatorship (1973-1990) and the violence suffered by this populationin the post-redemocratization period (1990-). It is argued that the relationship betweenthe Chilean State and the Mapuche indigenous people, from the formation of the State tocontemporary times, is marked by practices of pacifying violence. The persistence of suchpractices, although emerging in different ways over time, challenges a conception of theState as synonymous with civil peace.A partir de la adopción de la genealogía, una perspectiva teórico-metodológica sugeridapor Foucault (1999), y de los estudios de pacificación, se analizan tres emergencias delos procesos represivos contra los indígenas mapuche en Chile: la “pacificación de laAraucanía” (1852-1883), la dictadura de Pinochet (1973-1990) y la violencia que sufrióesta población en el período post-redemocratización (1990-). Se sostiene que la relaciónentre el Estado chileno y el pueblo indígena mapuche, desde la formación del Estadohasta la época contemporánea, está marcada por prácticas de violencia pacificadora. Lapersistencia de tales prácticas, aunque surjan de diferentes maneras a lo largo del tiempo,cuestiona la concepción del Estado como sinónimo de paz civil.partir da adoção da genealogia, perspectiva teórico-metodológica sugerida por Foucault (1999), e dos estudos de pacificação, analisa-se três emergências dos processos repressivos contra indígenas mapuche no Chile: a “pacificação da Araucania” (1852-1883), a ditadura de Pinochet (1973-1990) e as violências sofridas por essa população no pós-redemocratização (1990-). Argumenta-se que a relação entre o Estado chileno e os indígenas mapuche, desde a formação do Estado até a contemporaneidade, é marcada por práticas de violência pacificadora. A persistência de tais práticas, ainda que emergentes de formas distintas ao longo do tempo, desafia uma concepção do Estado como sinônimo da paz civil
Pervasive gaps in Amazonian ecological research
Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear un derstanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4
While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge
of biodiversity sensitivity to environmental changes,5–7 vast areas of the tropics remain understudied.8–11 In
the American tropics, Amazonia stands out as the world’s most diverse rainforest and the primary source of
Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepre sented in biodiversity databases.13–15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may elim inate pieces of the Amazon’s biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological com munities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus
crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced
environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple or ganism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian
Amazonia, while identifying the region’s vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most ne glected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by
2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status,
much less monitor how it is changing and what is being lostinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio
Pervasive gaps in Amazonian ecological research
Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear understanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5,6,7 vast areas of the tropics remain understudied.8,9,10,11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world's most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepresented in biodiversity databases.13,14,15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may eliminate pieces of the Amazon's biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological communities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple organism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region's vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most neglected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lost
Pervasive gaps in Amazonian ecological research
Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear understanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5,6,7 vast areas of the tropics remain understudied.8,9,10,11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world's most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepresented in biodiversity databases.13,14,15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may eliminate pieces of the Amazon's biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological communities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple organism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region's vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most neglected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lost
As teorias de relações internacionais pensando a cooperação
A partir da segunda metade do século XX, a cooperaçãointernacional fortaleceu-se como uma importante ferramenta derelacionamento entre os diversos atores do sistema internacional.Com base nesse processo, este artigo objetiva discutir o crescimentoda cooperação como alternativa de relacionamento no âmbitointernacional e como algumas teorias das relações internacionaisjustificam essas ações.Since the second half of the twentieth century, internationalcooperation has been strengthened as an important relationshiptool among the several international system’s actors. Based on thisprocess, this article aims to discuss the increase of cooperation asan alternative of relationship in the international scope and howsome International Relations theories justify these actions
O nexo entre segurança e desenvolvimento no pós-Guerra Fria
Diante do interesse por identificar alguns elementos que são determinantes para as concepções contemporâneas da relação entre segurança e desenvolvimento, este artigo visa a compreender como esse nexo ganhou novos contornos no pós-Guerra Fria. Inicialmente, é apresentada uma discussão sucinta sobre a relação entre segurança e desenvolvimento durante a Guerra Fria. Em seguida, são problematizados processos interdependentes que perpassam tal nexo na contemporaneidade: as mudanças no escopo das operações de construção da paz da ONU; a ascensão dos conceitos de segurança humana e desenvolvimento humano; e, por fim, a securitização da ajuda internacional e sua articulação com o conceito de Estado falido. Desta forma, busca-se contribuir com a perspectiva de que os debates sobre esse nexo no pós-Guerra Fria são dinâmicos e estão em aberto, havendo a necessidade de aprofundamento dos estudos sobre o tema