15 research outputs found

    Reprodução endógena e mestiçagens dos escravos nas fazendas jesuíticas na capitania do Rio de Janeiro, 1759-1779 * Endogenous breeding and hybridism of the slaves in the Jesuits farms in the captaincy of Rio de Janeiro, 1759-1779

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    Este texto busca apresentar uma discussão a respeito da relação que os padres da Companhia de Jesus mantinham com a escravidão de negros na América portuguesa, mais especificamente na capitania do Rio de Janeiro, ao longo do período colonial. A análise procura entender seu comportamento e, ao mesmo tempo, identifica a Ordem como uma das maiores proprietárias de escravos no continente americano. A existência das fazendas inacianas fazia com que numerosos contingentes de escravos fossem incorporados aos seus bens, e os jesuítas passaram a ser efetivamente senhores de terras e de cativos, muitos deles nascidos em suas fazendas ou nas localidades próximas. Começava aí um dos vários problemas enfrentados pelos inacianos em terras brasileiras e, posteriormente, em diferentes partes das Américas

    A Companhia de Jesus e a Cidade do Rio de Janeiro: o caso do Engenho Velho, séculos XVII e XVIII

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    Com o intuito de demonstrar as atividades econômicas e sociais dos inacianos na capitania do Rio de Janeiro foi analisado o Engenho Velho, de invocação de São Francisco Xavier, que foi o primeiro de seus domínios agrários e o mais próximo da urbe. O período de análise da pesquisa abarcou basicamente o século XVIII. Entretanto, para se entender a inserção dos religiosos na cidade, suas práticas econômicas e suas atividades agrárias foi necessário retroceder em alguns momentos aos anos iniciais do século XVII, momento em que os padres passaram a se dedicar à plantação de cana-de-açúcar na capitania do Rio de Janeiro, modificando sua inserção na sociedade local. A perspectiva proposta neste trabalho foi a da inserção na discussão sobre a economia colonial americana buscando contribuir para o conhecimento sobre a relevância dos bens jesuíticos para o entendimento desta referida sociedade. Partiu-se da ideia de que os inacianos mantiveram com os poderes estabelecidos, os metropolitanos ou os coloniais, uma relação de apoio mútuo, mas em alguns momentos, sofreram desgastes com maior ou menor intensidade. Para analisar estas questões ligadas às relações com o poder e o consequente reflexo delas na economia jesuítica, buscou-se entender este grupo como mais um dos muitos que formavam as sociedades americanas. Logo, se estavam inseridos nestas sociedades coloniais, devem ser vistos a partir das principais noções que permeiam as análises sobre o período colonial. Alguns conceitos foram essenciais para o desenvolvimento desta pesquisa. Refiro-me especificamente às ideias de sociedade e economia coloniais, escravidão e mestiçagens. Analisar o primeiro item significou ter em mente as pesquisas atuais que apontam para as discussões sobre as acomodações, as resistências, as negociações e as traduções culturais exercidas tanto pelas elites como pelas categorias sociais mais inferiores destas sociedades, conformando uma situação típica do mundo colonial. Este mundo, ainda que regido pelas noções de Antigo Regime, encontrou formas alternativas e, muitas vezes, específicas de ordenamento social, mantendo uma sociedade excludente, hierarquizada e extremamente mestiça com base na mão-de-obra escrava, indígena ou negra, ainda que, no caso específico, tudo isso estivesse inserido em um projeto maior de missionação dos jesuítas. As fontes utilizadas na pesquisa foram variadas e puderam ser divididas em dois grandes grupos: de um lado, as produzidas pelos próprios padres jesuítas, portanto, datadas antes de 1759. Estão nesse grupo, os relatórios que os religiosos enviaram aos seus superiores em Roma entre os anos de 1701 a 1757 e o livro de batismos do Engenho Velho datado de 1642 a 1757. Fazem parte do outro grupo, a documentação elaborada pelas autoridades obedecendo à ordem de expulsão dos jesuítas: o auto de inventário e sequestro do Engenho Velho de 1759.In order to demonstrate the economic and social activities of the captaincy of Rio de Janeiro were analyzed the invocation of Saint Francis Xavier, Engenho Velho, who was the first of their agrarian domains and the closest to the city. The analysis period of research took place, the 18th century. However, to understand the insertion of these religious in the city, its economic practices and agricultural activities, it was necessary go back at the early of the 17th century, which time the priests began to concentrate on sugar cane plantation in Rio de Janeiro captaincy, modifying its insertion in local society. The perspective of this study was to discuss about American colonial economy and to contribute to knowledge about the significance of Jesuits goods to better understand this referred society. The priests of Ignatius of Loyola maintained a mutual support relationship with the metropolitans or the colonial’s powers, but in a few moments, they suffered wear in larger or smaller intensity. To analyze these issues linked to the relations with the power and the consequent reflection of them in Jesuit economy, it was sought to understand this group as one of many that made up American societies. If they were inserted in these colonial societies, they should be viewed from the main concepts that pervade the analyses on the colonial period. Some concepts were essential to the development of this research. I am referring specifically to the ideas of colonial society and economy, slavery and mixed races. Analyze the first item meant to keep in mind the current research that point to discussions about the accommodations, resistances, negotiations and cultural translations practiced both by the elites and by the lower categories of such societies, forming a typical situation of the colonial world. This world, although governed by the concepts of the Old Regime, found alternative ways and, often, specific social order, maintaining an exclusive society, hierarchical and extremely mixed based on slave labor, black or Indian, although in the specific case, all they were inserted into a larger project of the Jesuit missionary activity. The sources used in the research were varied and could be divided into two large groups: the first group is the one produced by Jesuit priests themselves, therefore, dated before 1759. In this group, there are reports that the religious sent to his superiors in Rome between the years 1701 and 1757 and the book of baptisms of Engenho Velho dating from 1642 to 1757. In the second group, there is a documentation prepared by the authorities following the order of the Jesuits expulsion: the inventory and kidnapping of Engenho Velho of 1759

    The famous wealth of the jesuits and their expulsión. Some Aspects.

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    Much has already been produced about the different actions of the Ignatians in Portuguese America, and the various motives for their expulsion. However, little importance has yet been given to the analysis of sources which depict the economic aspects of the order, and which were used as grounds for expulsion in 1759. The aim of this paper is to discuss about the strong economical power of the Companhia de Jesus's priests, in order to verify the existence of this financial power and how it acted towards providing greater jurisdiction to the religious

    QUANDO A IGREJA E A COROA SE UNIRAM PARA JULGAR A COMPANHIA DE JESUS:

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    O presente artigo busca analisar a reforma religiosa que foi decretada pelo papa Benedito XIV, no dia 1 de abril de 1758, por meio do breve In Specula Supremae, determinando que a Companhia de Jesus deveria ser avaliada e passar por grandes modificações para que pudesse continuar existindo. Seus religiosos deveriam voltar ao estado de pureza dos anos iniciais de sua formação e abrir mão de toda e qualquer ingerência nos negócios temporais e políticos que exerciam no reino e nas áreas de conquista. Essa reforma, que resultou para o caso da América portuguesa, na produção de uma devassa eclesiástica, pode ser entendida como mais uma das atitudes tomadas pelo governo do secretário de estado do rei D. José I, Sebastião José de Carvalho e Melo, para minar o poder da Companhia de Jesus utilizando para isso de atitudes legais e morais-religiosas

    Reprodução endógena e mestiçagens dos escravos nas fazendas jesuíticas na capitania do Rio de Janeiro, 1759-1779 * Endogenous breeding and hybridism of the slaves in the Jesuits farms in the captaincy of Rio de Janeiro, 1759-1779

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    The following text aims to introduce a discussion about the relation that the priests of the Society of Jesus had with the black slavery in Portuguese America, more specifically in the captaincy of Rio de Janeiro during the colonial period. The analysis seeks to understand them not just as theorists regarding this theme, but also identifies the order as one of the biggest owners of slaves of the Americas. The existence of these farms did with many contingents of slaves were incorporated to their goods and the Jesuits become effectively Lords of land and men captive who were breeding in their regions or in the farms. Thus, began there, one of the many problems faced by the priests in Brazilian lands and, later, in different parts of the Americas.Este texto busca apresentar uma discussão a respeito da relação que os padres da Companhia de Jesus mantinham com a escravidão de negros na América portuguesa, mais especificamente na capitania do Rio de Janeiro, ao longo do período colonial. A análise procura entender seu comportamento e, ao mesmo tempo, identifica a Ordem como uma das maiores proprietárias de escravos no continente americano. A existência das fazendas inacianas fazia com que numerosos contingentes de escravos fossem incorporados aos seus bens, e os jesuítas passaram a ser efetivamente senhores de terras e de cativos, muitos deles nascidos em suas fazendas ou nas localidades próximas. Começava aí um dos vários problemas enfrentados pelos inacianos em terras brasileiras e, posteriormente, em diferentes partes das Américas

    As condições físicas e de saúde dos escravos fugitivos anunciados no Jornal do Commercio (RJ) em 1850

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    Examina as condições de saúde de uma população de escravos fugidos, com base em anúncios publicados no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro durante o ano de 1850. Para tanto, analisa as características físicas dos escravos, conforme descrição de seus senhores e, considerando a saúde do escravo, examina os problemas físicos que cada um possuía, de acordo com o saber médico ou popular da época. Essas evidências podem ser relacionadas com procedimentos ligados ao próprio sistema escravista, que privilegiava a máxima utilização dos cativos

    Uma morfologia dos quilombos nas Américas, séculos XVI-XIX A morphology of 'quilombos' in the Americas, sixteenth-nineteenth centuries

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    O presente trabalho parte da constatação da natureza relativamente anódina dos estudos acerca dos quilombos em sociedades escravistas nas Américas, os quais não raro juntam em uma única categoria (quilombos, cumbes, palenques, mainels etc.) estruturas que podiam englobar menos de uma dezena de fugitivos e durar semanas ou meses, ou, como no caso de Palmares, congregar até 11 mil quilombolas e persistir por quase um século. Semelhante anomalia conceitual revela a falta de taxonomias que encarem os quilombos como estruturas efetivamente históricas, que podiam circunscrever-se a meras hordas ou evoluir para a condição de comunidades autossustentáveis e, pois, capazes de se autorreproduzir econômica e demograficamente por longos períodos nas Américas.The article begins with the finding that studies on 'quilombos' in slave societies in the Americas have been relatively anodyne, not rarely placing in one sole category ('quilombos', 'cumbes', 'palenques', 'mainels', etc.) structures that might encompass anywhere from less than ten runaways, and last just weeks or months, or - as in the case of Palmares - bring together up to 11,000 'quilombolas' and endure for nearly a century. A similar conceptual anomaly is evident in the absence of taxonomies, which envision 'quilombos' as effectively historical structures, which might have been restricted merely to loose groups or have developed into self-sustaining communities capable of reproducing themselves economically and demographically for long periods in the Americas
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