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A morte em cinco atos
Os avanços técnicos atuais põem adiante muitas expectativas relativas à nossa mortalidade. Devedores de uma longa tradição de dicotomias, como corpo e alma, cultura e natureza e muitas outras, nós estamos realmente observando a virtualização crescente da realidade. Por que isso está ocorrendo e a que isso está conduzindo? Nós iremos propor uma dança apaixonada com a questão da morte, não para superá-la ou repeli-la, como normalmente é experienciada no mundo moderno. Em vez disso, nessa mesma dança, tentaremos redescobrir nossas raízes terrenas, articulando o divino e a singularidade de nossas vidas como devidos ao horizonte que a morte revela. Morte como horizonte, isto é, a própria possibilidade de ser, quer dizer que a mortalidade é o próprio dom da felicidade, o permanente e essencial sentido da história. E o horizonte das possibilidades que a morte oferece a cada um dos seres humanos aparece como um silêncio sagrado, sempre um espelho escuro requisitando e questionando nossas identidades e certezas, nos pondo em movimento. Nesse sentido, recuperar o sentido existencial da morte é pedir abrigo, mais uma vez, no ventre misterioso da terra.
Por que gosto da poética?
Para responder a essa pergunta, e efetivamente expor nossa compreensão do que seja a Poética ou um pensamento poético, polemizaremos algumas ideias básicas em torno dos estudos literários contemporâneos
A governancia, as DMO’s e a inovação no sector do turismo
Mestrado em Gestão e Desenvolvimento em TurismoO sector do turismo caracteriza-se pela sua fragmentação visualizada na grande
diversidade de stakeholders envolvidos na sua operação. Estes factores expõem
a urgente necessidade de coordenação das redes organizacionais, e da
existência de estrutras de colaboração entre os actores para que a sector para o
desenvolvimento da actividade. A presente dissertação tem como objectivo
examinar o papel das DMO’s na promoção de governancia e da inovação no
sector do turismo. A contribuição empírica está baseada na análise sociométrica
realizada entre as organizações que integram a Região de Turismo Rota da Luz
em Portugal, a qual permitiu avaliar as características das relações estabelecidas
dentro da rede e perceber de que forma a Rota da Luz contribui para a
governancia e a inovação na região.The tourism sector is characterized by its fragmented nature which is seen on
the great diversity of stakeholders involved in its operation. These factors show
that there is a great necessity for networks coordination and collaboration
between actors in order to develop the tourism activity. The present dissertation
aims at examining the role of DMO’s in promoting governance and innovation
in the tourism sector. The empirical contribution of this thesis is based on the
application of sociometric analysis between the Rota da Luz tourism board
organizations which evaluate the characteristics of the networks of relationships
established among actors and the capacity of Rota da Luz tourism board to
promote governance and innovation
Pergunte ao Ciborgue
Sob esse título sugestivo, propomos a discussão da imagem-questão do ciborgue e os seus alicerces na temática da pós-modernidade. Para tal, é necessário estabelecer um entendimento do que seja a pós-modernidade (pela modernidade), para que, ulteriormente, consigamos efetuar um exercício de pensamento sobre a situação das vicissitudes históricas do homem, marcadas pela ação e reflexão técnicas. Nesse movimento, surge mais uma vez a questão da verdade
Diversity of scorpions (Chelicerata: Arachnida) in the Atlantic Forest in Pernambuco, northeastern Brazil
This study was conducted to measure the biodiversity of scorpion species in the remnants of the Brazilian northeastern Atlantic Forest, an important center of biodiversity and endemism. Collections were performed in twelve forest fragments in Sirinhaém municipality, Pernambuco State, through active searches at night by using UV lamps between 19:00h and 21:00h during the new moon phase in December 2012 and January 2013. A total of 1,125 specimens from two genera and five species were collected: Tityus pusillus Pocock, 1893; Ananteris mauryi Lourenço, 1982; Tityus brazilae Eickstedt & Lourenço, 1984; Tityus neglectus Mello-Leitão, 1932; and Tityus stigmurus (Thorell, 1876), all belonging to the family Buthidae C.L. Koch, 1837. The most abundant species was T. pusillus (90.7%), followed by A. mauryi (7.1%). Tityus brazilae, T. neglectus, and T. stigmurus together represented less than 3% of the individuals sampled
O Desafio do Tempo
O tempo possui uma ambiguidade própria. Se, por um lado, nos advém bem naturalmente o sentimento do tempo, dissertar sobre ele já apresenta certos obstáculos. A demarcação do tempo em três partes, tão cara ao Ocidente, não deixa em si muito espaço para questionamentos. O tempo se resume, de acordo com essa orientação, a ter passado, estar presente ou prometer futuro. Nesse sentido, o tempo foi e permanece sendo explorado: fala-se na mudança dos tempos, por exemplo. Uma época histórica sucede a outra e se diz que os tempos são outros. Daí, então, segue-se a analisar todos os componentes que caracterizam um dado tempo. O estudo da música também conhece o tempo como uma medida demarcada de ritmo. Os estudos literários também são familiares ao tempo da “experiência subjetiva” proporcionada na leitura de uma obra, assim como ao “tempo psicológico” do qual narrativas fazem uso
Poética e Filosofia – geleiras em fusão?
Resumo: Entende-se que Poética e Filosofia são áreas fundamentalmente distintas. Emmanuel Carneiro Leão, em “A filosofia na idade da ciência”, ressalta as palavras de Nietzsche, em A gaia ciência, que a filosofia vive nas geleiras das altas montanhas, tendo por única companhia o monte vizinho, onde mora o poeta. Por que alçar essa assertiva ao caráter de questão? Por que repensar o lugar da Filosofia que, oriunda da Poética, fez um esforço fundamental de afastamento do poético? Neste ensaio, discutir-se-á o lugar da Poética e da Filosofia tendo por eixo condutor o modo como tematizam a Linguagem. O título articula duas questões: por um lado, a similitude de Poética e Filosofia, daí uma juntura das duas áreas; por outro, como estariam as geleiras do poeta e do filósofo (talvez o mesmo) em progressivo degelo, em virtude da supremacia científica e utilitária que marca a contemporaneidade. Trata-se de uma Poética em seu pleno vigor criativo, em que a poíesis desencadeia realidades como Linguagem; por outro lado, de uma Filosofia que se desprenda da metafísica e abraça sua negatividade: as questões, a ausência, o silêncio, a dinâmica da phýsis (já naturais para os poetas); por último, de uma Linguagem que não aceita ser reduzida à expressão humana, tampouco à representação do real: uma Linguagem que funda o real sendo real, que fundamenta o Ser sendo; essa Linguagem que, ao dizer, é radicalmente sempre poética – a mesma Linguagem com que se defrontam o poeta e o filósofo, de modo a colocar em suspeição, em última instância, os limites entre eles.
Palavras-chave: Poética; Filosofia; Linguagem; Poesia.
Abstract: It is said that Poetics and Philosophy are entirely distinct fields of study. Emmanuel Carneiro Leão, in “Philosophy in the scientific age”, points out Nietzsche’s thought in Gay Science that philosophy lives in the glaciers of high mountains, accompanied only by the neighbouring mountain, where the poet lives. Why should that relation be put into question? Why rethink the place of Philosophy, which, born out of Poetics, has made a decisive effort to distance itself from the poetic? In this essay, Poetics and Philosophy will be discussed by how they interpret Language. The title brings forth two questions: first, the proximity of Poetics and Philosophy, maybe even an agreement between them; second, how the poets’ and the philosophers’ glaciers (the same?) would be in progressive meltdown due to the scientific and utilitarian supremacy that distinguishes contemporaneity. Poetics is understood in its complete creative potential, in which poíesis unfolds realities as Language; on the other hand, Philosophy is freed from metaphysics and embraces its negativity: the open questions, the absence, the silence, the dinamics of phýsis (already familiar to poets); at last, it is about a Language that denies its reduction to human expression or representing reality: therefore, a Language that founds what is real, or Being presenting itself. Language that, in its saying, is radically and always poetic – the same Language that demands care from poets and philosophers, making their boundaries blur, ultimately.
Keywords: Poetics; Philosophy; Language; Poetry
Por uma aprendizagem das experiências na infância: literatura e (auto)formação em
Neste artigo, enfocamos as experiências da infância como um período crucial no processo d
Visão e verdade
Resumo
Este trabalho discute as noções de visão e verdade a partir do romance Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago. Para tal, mantém-se numa preocupação hermenêutica, compreendendo que as partes da obra de arte constroem sentidos copertinentes ao seu todo – este, por sua vez, é incompreensível fora de suas partes. Elucidando alguns personagens e episódios, encaminhamos, portanto, a elaboração poética de toda a obra; isso não exaure, contudo, suas possibilidades de interpretação. Ao desvelar outras vistas para a cegueira e cegueiras para a vista, Ensaio sobre a cegueira remete-se indiretamente à obra platônica e ao seu legado à nossa cultura, ainda que não seja uma obra de filosofia, nem se preocupa com a discussão e elaboração conceitual. Argumentamos como o romance desconstrói o privilégio ocidental dado à visão, mostrando a falibilidade da verdade como princípio norteador da existência humana. Alinhando-se ao autêntico horizonte da obra de arte, que é o de operar, mostrar, manifestar sentido – e daí abrir a possibilidade para qualquer conhecimento e representação –, a obra saramagueana dialoga com questões essenciais sem fazer concessões a contextos ou conjunturas específicas, isto é, sem restringir a obra a uma região ou época; não deixa, por outro lado, de cuidar e pensar nos envios e destinos históricos do ser humano. Ensaio também articula um sentido ético na cegueira, pois esta surge, em um de seus sentidos, como o horizonte em que os seres humanos vislumbram seu mistério, que é comum, compartilhado.
 
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