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    Textual Coups and Democratic Imaginings in Contemporary Brazilian Literature | Golpes textuais e imaginários democráticos na literatura brasileira contemporânea

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    AbstractThis essay examines how Brazilian literature has broached changes in the country’s political and social scenario since 2013. Literary production has not only considered socio-political upheavals such as the 2013 protests, the 2016 impeachment of President Dilma Rousseff, and, more recently, the assassination of Rio city council member Marielle Franco as well as the 2020-21 COVID-19 pandemic. Literature has also expanded the signification of “democracy,” broadening the democratic lexicon by employing a language of both demands and entitlements and dispute. By creating a democratic imaginary that oscillates between vindication and exigency, contemporary Brazilian literature delineates the tensions inherent to present-day democratic culture, poised between expanding rights and what scholars have called a "democratic erosion."Keywords: Democracy. Democratic Erosion. Literature. Poetry. ResumoEste ensaio examina como a literatura brasileira tem abordado mudanças no cenário político e social do país desde 2013. A produção literária não aborda apenas levantes sociopolíticos como os protestos de 2013, o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016 e, mais recentemente, o assassinato da vereadora Marielle Franco e a pandemia COVID-19. A literatura também tem expandido o significado de “democracia”, ampliando o léxico democrático ao empregar uma linguagem de demandas, direitos e disputa. Ao criar um imaginário democrático que oscila entre a reivindicação e a denúncia, a literatura brasileira contemporânea delineia as tensões inerentes à cultura democrática atual, equilibrada entre a expansão de direitos e o que os estudiosos chamam de "erosão democrática".Palavras-chave: Democracia. Erosão Democrática. Literatura. Poesi

    Cartografias da cidadania diferenciada em Luiz Ruffato e Guillermo Saccomanno

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    his essay examines the relation between urban space and the constitution and/or the erosion of citizenship in selected stories of Luiz Ruffato’s Inferno provisório and Guillermo Saccomanno’s novella El pibe. These texts draw a literary cartography of the working class spaces and of the citizenship rights (and the lack thereof ) associated with these terrains. The books reveal, at the fictional level, the dynamic process of citizenship, its unequal implementation and how the material and symbolic cartography reflects, reinforces and, at times, questions these configurations.O ensaio examina a relação entre o espaço urbano e a constituição e/ou a erosão da cidadania em seleções da coleção Inferno provisório, de Luiz Ruffato, e a novela El pibe, do escritor argentino Guillermo Saccomano. Estes textos traçam uma cartografia literária dos espaços proletários e dos direitos cidadãos (assim como a falta destes) associados a estes espaços. Os livros demonstramficcionalmente o processo dinâmico da cidadania, sua implementação desigual e como a cartografia material e imaginária reflete, reforça e, por vezes, questiona estas configurações.

    Literatura e direitos humanos na obra de Sacolinha

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    Este artigo propõe examinar como textos de escritores da periferia urbana brasileira, especificamente a obra de Ademiro Alves, o Sacolinha, reivindicam os direitos humanos dos residentes da periferia, portanto de sua inclusão dentro da polis, através do nexo entre a representação da cotidianidade e da injustiça social na periferia urbana brasileira. Através da representação da injustiça social e do retrato da cotidianidade na periferia, que ocorrem de forma paralela nos textos aqui examinados, Sacolinha tanto aponta as condições socioeconômicas adversas em que vivem muitos residentes das periferias brasileiras, como valoriza a comunidade e a cultura da periferia. Seus textos sugerem que os moradores das periferias brasileiras não somente são vítimas de violações de direitos humanos, mas que também têm direito a ter direitos (Arendt, 1951)

    As ruínas urbanas de Daniel Galera

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    Este ensaio propõe examinar a cartografia da desilusão que transparece nas obras do escritor porto alegrense Daniel Galera. Se analisará dois dos seus romances, Mãos de cavalo (2006) e Meia-noite e vinte (2016). Em ambas obras encontramos protagonistas jovens e desiludidos, que transitam pelas ruas da capital gaúcha. Em ambos romances se pode ler este trânsito como uma metáfora de uma busca por um projeto de futuro – projeto este que não se cumpre de forma satisfatória. O tom melancólico dos dois romances sugere uma falta de horizontes utópicos tanto no plano pessoal, como no social e político. Para os protagonistas de ambos textos, a ideia de futuro se apresenta limitada, atrelada a uma cartografia urbana igualmente truncada tanto geográfica como simbolicamente. O ensaio propõe, portanto, a leitura do espaço urbano contemporâneo como o de uma territorialidade (Storey) da crise – do sujeito e do social

    Memórias manchadas e ruínas memoriais em A mancha e “O condomínio”, de Luis Fernando Veríssimo

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    Este artigo propõe que locais esquizofrênicos da memória ”“ locais construídos como palimpsestos de várias (e muitas vezes contraditórias) versões do passado ”“ estão conectados com o que o antropólogo James Holston (2008) denomina de “cidadania diferenciada”. O artigo estabelece uma analogia entre os direitos diferenciados da memória e as disposições constitucionais que legalizam as diferenças sociais e civis e que, segundo Holston, são uma das características da cidadania diferenciada

    DE GOLPES E OUTRAS HISTÓRIAS: ECOS (ANTI) DEMOCRÁTICOS NA LITERATURA BRASILEIRA E ARGENTINA CONTEMPORÂNEA

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    O paraíso não tão bacana de André Sant’Anna

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    Este ensaio examina a confluência entre a articulação de identidades coletivas e individuais e os paradigmas culturais difundidos pela globalização e a lógica do capitalismo tardio em O paraíso é bem bacana, de André Sant’Anna. Através de um discurso hubrístico, Sant’Anna se apropria dos parâmetros epistemológicos e materiais da globalização neoliberal que (re)criam práticas de marginalização social na época presente para, subsequentemente, indagá-los. Dentro do capitalismo tardio, o sujeito como ente privado e público interage sobretudo dentro de uma rede de intercâmbio material, transformando-se ele/a mesmo/a em mercadoria

    PATRICIDAL PASSIONS: ASSAULTING THE FATHER/MOTHERLAND IN REINALDO ARENAS’ EL ASALTO AND JOÃO GILBERTO NOLL’S A CÉU ABERTO

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    This essay examines how traditional formulations of nationhood/nationalidentity are contested in two Latin American novels: Reinaldo Arenas’s El asalto (1991) and João Gilberto Noll’s A céu aberto (1996). These texts demystify the enunciation of a stable, productive national space by interrogating the conflation of familial unit and national unit(y).The family ties of El asalto and A céu aberto contradict the stereotypical union of (heterosexual) “star-crossed” lovers of Latin America’s foundational romances in that they present the reader with, at best, dysfunctional families. By questioning the heteronormative construction of the nation/hood, these two novels expose the multiple expressions of violence and oppression inherent in said construction. Both El asalto and A céu aberto reveal howauthoritarian practices go hand in hand in the establishment of normative sexualities, and, by extension, hegemonic formulations of national identity.PAIXOS PATRICIDAS: ASSALTANDO O PÁTRIA EM EL ASALTO, DE REINALDO ARENAS E A CÉU ABERTO, DE JOÃO GILBERTO NOLLEste ensaio examina o questionamento da formulação da nação em doisromances, El asalto, de Reinaldo Arenas (1991) e A céu aberto (1996), de João Gilberto Noll. Ambos os textos desmistificam a enunciação de um espaço nacional estável e produtivo ao interrogar a confluência entre a unidade familiar e a unidade nacional. Os laços familiares em El asalto e A céu aberto contradizem o estereotipo da união heterossexual da maioria dos romances fundacionais latino-americanos. Ao questionar a construção heteronormativa da nação, estes dois romances expõem as múltiplas expressões de violência e opressão inerentes à tal construção. Tanto El asalto como A céu aberto nos revelam como práticas autoritáriasacompanham o estabelecimento de sexualidades normativas e, como extensão destas, formulações hegemônicas da identidade nacional
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