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    A hora da aula e o tempo da história nos estudos literários: uma entrevista com Eduardo Sterzi

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    A entrevista com Eduardo Sterzi, Professor de Teoria Literária na Universidade de Campinas – UNICAMP, expõe alguns aspectos da aula de literatura e do tempo da história literária. Essa conversa aspectos que conectam a literatura, seus saberes diretos e indiretos, relações de força entre história e historiografia literária além da aula [de literatura] como um acontecimento único, uma força além do conteúdo ou das técnicas pedagógicas de ensino

    Nas bordas da língua: Mitos Mbyá-Guarani nas fronteiras do portuñol salvaje de Douglas Diegues

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    O poeta Washington Cucurto escreveu que a América Latina está em efervescência, cheia de vida, sexo e criação. Ainda que seu mapa político caia aos pedaços, o desejo dos povos se prolifera incessantemente. Essa mensagem está na quarta capa do livro Triple Frontera Dreams, de Douglas Diegues (Rio de Janeiro, 1965), publicado na Argentina em 2017. Segundo Cucurto, Diegues é !ilho deste desejo latino-americano de cruzamentos, de impurezas, de misturas do portunhol ou do “portuñol salvaje” que é praticamente um idioma situado nas zonas de fronteira entre o Brasil e outros países hispano-americanos, mais precisamente o Paraguai e a Bolívia. Diegues acrescentou o “salvaje” que pode ser entendido como uma prática literária e uma poética fundamental para uma aproximação estético-política da América Latina. Trata-se de um idioma “mixturado que hablan los pobres y los ricos miran com desprecio y la classe media no quiere ni oír” (Cucurto in Diegues, 2017)

    Diário, colagem e montagem: o amor ready-made em O perfeito cozinheiro das almas deste mundo

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    Este ensaio se propõe a fazer uma leitura de O perfeito cozinheiro das almas deste mundo (1918-1919) na condição de um laboratório do modernismo: escrita coletiva e diarística, colagem e montagem são ingredientes fundamentais deste experimento, cujas páginas exprimem uma dramaturgia da sedução. Por um lado, as condições materiais do diário permitem a aproximação de vestígios do mundo exterior que vão se moldando à plasticidade dos frequentadores e da frequentadora protegidos por pseudônimos. Por outro, esses elementos constituem em parte, a constituição de uma nova sensibilidade na qual o “amor” e o “amar” se tornam um ready-made. Sendo significantes flutuantes, eles aderem à dinâmica do humor, da paródia e até mesmo da dimensão lutuosa advinda com a morte da miss Cyclone. Essa leitura do diário da garçonnière segue fundamentalmente pelas materialidades que a edição fac-similar libera ao longo de suas páginas.

    Fictions of animality in Latin America: the animal forms on literature and visual arts

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    Este ensayo pretende desarrollar una breve geografía textual latinoamericana a partir de los estudios de la forma animal. Analizaremos textos e imágenes a partir de los estudios de Adolf Portmann ("La forma animal"), cruzándolos con aspectos de la imaginación zoológica de Jorge Luis Borges, hasta llegar a las obras de un conjunto de autores latinoamericanos: Diego Vecchio, Mario Bellatin, Nuno Ramos y Carlito Azevedo.This essay aims to develop a brief Latin American textual geography based on the studies of the animal form. We will analyze texts from the studies of Adolf Portmann ("The animal form"), crossing them with aspects of the zoological imagination of Jorge Luis Borges, until arriving at the works of a group of Latin American authors: Diego Vecchio, Mario Bellatin, Nuno Ramos and Carlito Azevedo

    Denilson Baniwa: Desmontagens Da Paisagem Colonial

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    Por uma fanerologia das imagens III: o mapa, a terra e a migração das imagens

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    Uma moeda impossível, um corpo inesgotável: a economia sadiana no século XX entre Georges Bataille e Pierre Klossowski

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    We have read D.A.F. de Sade in Pierre Klossowski's Sade mon prochain (1947) and Georges Bataille's La valeur d'usage La valeur d'usage de D.A.F. de Sade, O.C. II, (1929-1940), alongside the preface dedicated to Justine (1958). Based on these texts, we intend to discuss the aspects of a Sadean economy as an operation of shift in literary values, or how decadence can be sustained as a romanesque value as a means to composing an impossible body.Será feita uma leitura de D.A.F. de Sade em Pierre Klossowski, Sade Mon Prochain, 1947, e em Georges Bataille, La valeur d'usage de D.A.F. de Sade, O.C. II, 1929-1940, ao lado do prefácio dedicado a Justine, em 1958. A partir desses textos, serão discutidos os aspectos de uma economia sadeana como uma operação de mudança de valores literários ou como a decadência pode ser sustentada como um valor romanesco para a composição de um corpo impossível

    To Open the Mouth, to Show the Tongue: Anthropophagic Gestures in Brazilian Art

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    This essay seeks to articulate a detailed reading through two anatomical selections –the mouth and tongue— in Brazilian art from the end of the 1960s. The reading is part of a shift in the matrix of Oswald de Andrade’s “Anthropophagic Manifesto,” originally published in the Revista de Antropofagia in 1928, whose interpretations spread in Brazil during the second half of the 20th century. This study mobilises elements of the manifesto and its resonance in the works of artists such as Anna Maria Maiolino, Lygia Pape, Paulo Bruscky, and Lenora de Barros

    Resenhas: Uma enciclopédia comum e impossível

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    Ao abrir a Pequena enciclopédia de seres comuns, de Maria Esther Maciel, o leitor depara-se com o seguinte aviso: Este livro talvez não exista. Ou melhor: sua inexistência é o que, provavelmente, o justifica enquanto livro. Foi escrito por uma bióloga que não é bióloga, mas finge ser uma, na medida do impossível. Já os seres vivos nele incluídos – todos classificados segundo certas peculiaridades de seus nomes comuns – têm uma realidade irrefutável: seja pela ciência, pela literatura ou por nenhuma das duas (2021, p. 5). E, portanto, o livro existe. Maria Esther Maciel elaborou um paratexto que faz justiça às narrativas de Borges, isto é, pode-se admitir que o livro existe e não existe, pois o leitor pode ter em nas mãos apenas uma versão do livro ou, quando muito, uma variante das invenções enciclopédicas das quais a autora encarna o papel de uma agente que coleta informações exatas. Digamos que o livro admita sua existência e sua não existência. Com isso, promove um recorte de um universo muito mais vasto. Vejamos um exemplo que se divide em duas partes: por um lado, Maria Esther Maciel reflete brilhantemente sobre coleções, enciclopédias, taxonomias; ela dedicou livros ao assunto como o A memória das coisas: ensaios de Literatura, Cinema e Artes Plásticas, de 2004, e As ironias da ordem – coleções, inventários e enciclopédias, de 2010; e, por outro, a autora parodia a rigidez com qual as ínfimas e infinitas noções da vida entram nos critérios, nas metodologias, enfim, nos rigores da ciência. Também em 2004, Maria Esther Maciel publicou O livro de Zenóbia e, agora, em um gesto de quem parodia a si mesma, ela nos apresenta a Pequena enciclopédia de seres comuns, dedicado à Zenóbia, “minha zoóloga/botânica de estimação”
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