15 research outputs found
RESISTÊNCIA E TRABALHO
Tomo como orientação para este paper parte de minha tese de doutorado, defendida na Faculdade de Educação da UFMG em co-tutela com o Instituto de Ergologia da Universidade Aix-Marselha. Meu intuito aqui é de buscar compreender as relações entre as formas de resistências sociais, os processos de transformação das situações de vida e a saúde mental no trabalho. No que concerne às situações de trabalho as resistências são frequentemente reconhecidas como manifestações coletivas, mais ou menos organizadas, como as greves, as paralisações, entre outras, a fim de provocar negociações e fazer valer reivindicações sejam salariais, de duração de jornada, de efetivos, de classificação profissional, de organização e de ritmo de trabalho. No entanto, não podemos limitar a questão das "resistências no trabalho" a estas ações reivindicativas mais dirigidas. Isso deixaria de fora uma parte muito importante da “combatividade”, da luta humana no trabalho. O que se quer questionar aqui é a própria ideia de transformação enfatizando-a como um processo contínuo. Neste processo contínuo de transformação atos, gestos, palavras, aparentemente insignificantes, que nunca são objeto de publicidade, ao contrário, que são frequentemente desvalorizados, tem a potência de subverter a ordem estabelecida concretizando um trabalhador diferente. Buscamos demonstrar formas de "resistências" aninhadas no oco das atividades de trabalho e suas relações com as transformações da vida social e a saúde mental
The use of oneself and know-how to deal with the symptom with the work
L’objectif de cette thèse est d’aborder la problématique de la relation entre travail et santé mentale, à partir des notions ergologiques de l’usage de soi et de la psychanalytique du symptôme et ceci à des fins d’investigation et d’intervention clinique. Nous avons donc tenté de d’approximer les bases discursives qui étayent et soutiennent les pratiques dans les dispositifs analytique et ergologique pour en identifier les interfaces et les spécificités. Penser l’usage de soi dans les symptômes avec le travail propose de donner visibilité au mode singulier de fonctionnement de chaque sujet dans les dimensions de sens et de référence que le symptôme comporte face aux propositions du milieu de travail. Si c’est le symptôme qui enlace les registres du réel, du symbolique et de l’imaginaire, notre argumentation consiste à dire que la plainte symptomatique, que le sujet présente dans sa relation avec le travail, est le point de départ pour tisser la trame des dimensions symbolique et imaginaire qui comprennent le sens attribué au symptôme. Notre attention s’est également tournée vers la dimension réelle de la jouissance que le symptôme comporte et qui en constitue sa référence. Par la lecture, à la fois psychanalytique et ergologique, du symptôme comme usage de soi, nous avons tenté de reconnaître la détermination sociale des symptômes (l’usage de soi par les autres) tout comme la stratégie de l’action sur cette même détermination (dans l’usage de soi par soi, toujours présent). Nous avons concentré l’enjeu sur le sujet, sur la singularité de l’usage du symptôme afin de le faire émerger sous la force des déterminations sociales qui le réprimeraient.This thesis objectives to address the relationship between work and mental health from ergological notion of the use of oneself and also the one from psychoanalytic symptom, aiming mainly to research and do clinical intervention. In order to do that, we tried to correlate the discursive bases which support and subsidize the practices in both analytical and ergological devices, finding their interfaces and specificities. To think of the use of oneself in the symptoms with work aims to make it clear the unique functioning way of each subject in both dimensions, meaning and reference, which comprise the symptom when facing the working environment. Since the symptom is what ties the real, symbolic and imaginary registers together, our argumentation is that the symptomatic complain which the subject presents in his relation with the work gives what is needed to understand the symbolic and imaginary dimensions that comprise the meaning given to symptom. It is also important to be attentive to the real dimension of the enjoyment that the symptom involves because it is its reference. In one reading of the symptom as the use of oneself, at the same time psychoanalytically and ergologically, we tried to recognize not only the social determination of the symptom (the use of oneself by the others) but also an action strategy over this determination (in the use of oneself by oneself, always present). It’s about wagering on the subject, in his singular use of the symptom as to make it emerge over the social determination that could overcome him.O objetivo desta tese é abordar o problema da relação entre trabalho e saúde mental a partir das noções ergológica de uso de si e psicanalítica de sintoma, visando à investigação e à intervenção clínica. Para tanto, buscamos aproximar as bases discursivas que sustentam e subsidiam as práticas nos dispositivos analítico e ergológico, localizando suas interfaces e especificidades. Pensar o uso de si nos sintomas com o trabalho tem como propósito dar visibilidade ao modo singular de funcionamento de cada sujeito nas dimensões de sentido e referência que o sintoma comporta frente às proposições do meio de trabalho. Se o sintoma é o que enlaça os registros real, simbólico e imaginário, nossa argumentação é que a queixa sintomática que o sujeito apresenta em sua relação com o trabalho traz o fio de onde podemos partir para tecer a trama das dimensões simbólica e imaginária que comportam o sentido atribuído ao sintoma. Não deixamos de nos ater, também, à dimensão real de gozo que o sintoma comporta e que é sua referência. Em uma leitura do sintoma como uso de si, ao mesmo tempo psicanalítica e ergológica, buscamos reconhecer tanto a determinação social dos sintomas (o uso de si pelos outros) quanto uma estratégia de ação sobre essa mesma determinação (no uso de si por si, sempre presente). Trata-se de uma aposta no sujeito, na singularidade de seu uso do sintoma como forma de fazê-lo emergir ativamente sobre a força das determinações sociais que o sobrepujariam
O USO DE SI E O SABER FAZER COM O SINTOMA NO TRABALHO / L'usage de soi et le savoir y faire avec le symptôme au travail
O objetivo desta tese é abordar o problema da relação entre trabalho e saúde mental a partir das noções ergológica de uso de si e psicanalítica de sintoma, visando à investigação e à intervenção clínica. Para tanto, buscamos aproximar as bases discursivas que sustentam e subsidiam as práticas nos dispositivos analítico e ergológico, localizando suas interfaces e especificidades. Pensar o uso de si nos sintomas com o trabalho tem como propósito dar visibilidade ao modo singular de funcionamento de cada sujeito nas dimensões de sentido e referência..
El malestar en el trabajo y la cultura contemporánea
What can we learn from Freudian and Lacanian psychoanalysis to help us understand work dissatisfaction in contemporary civilization? We reviewed this concept in the works of Freud, Lacan, and some of your current readers, to highlight some conceptual constructs that help us understand the discomfort, suffering and symptoms associated with work in our time. First we review the classic Freudian text "Malaise in civilization" and its references in order to better understand their relationship to malaise. Next,we review Lacan’s work to identify the characteristics of contemporary malaise. We conclude by reflecting on mental symptoms produced today by work today in the light of the concepts developed by Freud and Lacan.Este artículo presenta un problema en el campo de la seguridad en el trabajo, el cual consiste en que a pesar de que existen las políticas de promoción de la seguridad y la salud en el trabajo, las estadísticas muestran un aumento en el número de lesiones laborales. Desde organismos internacionales se plantea la promoción de la seguridad y la salud en el trabajo con el propósito de reducir las lesiones y procurar la salud y el bienestar de los trabajadores, toda vez que se desarrolle la autonomía y la autogestión desde la cultura de la seguridad. Sin embargo, la realidad que se identifica en los indicadores de lesiones y enfermedades laborales es contraria a la disminución de las lesiones y al bienestar que se procura, donde la principal causa de esas lesiones laborales son los actos inseguros del trabajador, particularmente en el sector de la construcción. Es así como se atisba la formación en el lugar de trabajo como un medio para la implementación de la promoción de la seguridad y la salud en el trabajo que reduzca las lesiones y procure el bienestar de los trabajadores, generando en estos la cultura del cuidado
EDITORIAL
Este número da Revista Trabalho & Educação oferece aos leitores quatro artigos do fluxo contínuo e inaugura a seção Dossiê na Revista com o tema Trabalho e Cultura Escrita. A idéia de criar esse espaço, é claro, participa da tendência atual de reunir, num único exemplar, estudos de ponta num assunto específico. Mas os artigos publicados, não somente inauguram a prática de dossiês na revista. Eles ousam trilhar terrenos inexplorados nas fronteiras entre as experiências de trabalhadores - jovens e adultos - ao circularem em espaços laborais e outros espaços não escolares, que também formam, e suas experiências de educação escolar
EDITORIAL
Este número da Revista Trabalho & Educação oferece aos leitores quatro artigos do fluxo contínuo e inaugura a seção Dossiê na Revista com o tema Trabalho e Cultura Escrita. A idéia de criar esse espaço, é claro, participa da tendência atual de reunir, num único exemplar, estudos de ponta num assunto específico. Mas os artigos publicados, não somente inauguram a prática de dossiês na revista. Eles ousam trilhar terrenos inexplorados nas fronteiras entre as experiências de trabalhadores - jovens e adultos - ao circularem em espaços laborais e outros espaços não escolares, que também formam, e suas experiências de educação escolar
O TRABALHO DE TELEATENDIMENTO E AS EXPRESSÕES SUBJETIVAS DE SUAS CONTRADIÇÕES NA SAÚDE DOS TRABALHADORES / The work in call centers and the subjective expressions of its contradictions on workers health
Este artigo busca descrever e analisar a posição subjetiva dos trabalhadores de teleatendimento frente às exigências impostas pelo atual modelo de gestão. Está baseado em uma investigação que incluiu análise documental e análise de conteúdo de entrevistas semi-dirigidas e de e-mails de trabalhadores enviados ao sindicato da categoria. Buscamos evidenciar como a gestão atual tributária de um modelo taylorista/industrialista apresenta contradições em seus mecanismos de controle e supervisão e em suas formas de mobilização/modulação do engajamento subjetivo dos teleatendentes aos ideais da empresa de competitividade. Essas contradições, quando não encontram espaços de expressão exteriores ao sujeito, podem ser vivenciadas como um conflito interno, abrindo, assim, o caminho para o sofrimento psíquico e o adoecimento
Editorial
Mais um volume da Revista Trabalho & Educação vem revelando a diversidade de objetos,metodologias e referenciais que marcam o campo já consolidado Trabalho e Educação como linha de pesquisa de abrangência nacional. Essa diversidade torna rico o debate em torno da importância do conceito de trabalho, mas também do fato do trabalho - como diria Gramsci nos Cadernos do Cárcere - para se compreender tanto a configuração societária atual, bem como os novos possíveis que despontam no horizonte