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    MÃES NA MÍDIA: Os discursos sociais sobre maternidade na cobertura dos ‘mamaços’ no Brasil

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    Este artigo tem como objetivo analisar os sentidos sobre a amamentação e maternidade produzidos nos discursos da mídia online durante a cobertura dos ‘mamaços’. Para isso, utiliza-se de alguns conceitos da Semiologia dos Discursos Sociais, além de ter, como horizonte teórico, os Estudos de Gênero. A análise aponta para uma cobertura que, em geral, enfoca a amamentação, sobretudo, sob a ótica da saúde e do direito da criança, e na qual o corpo feminino continua a ser regulado socialmente. Acredita-se que novas perspectivas são necessárias ao discurso midiático sobre amamentação em público, destacando-se a abordagem de aspectos relacionados à condição da mulher. PALAVRAS-CHAVE: Amamentação; aleitamento materno; maternidade; mamaço; direitos da mulher.     ABSTRACT This paper aims to analyse the meanings of breastfeeding and motherhood in media discourses about mass breastfeeding protests. For this purpose, it uses some concepts from Social Discourses Semiology and it is also based on Gender Studies. The analysis indicates a news coverage that, usually, presents breastfeeding related to children’s health and rights and shows that female body still is socially regulated. It is believed that new perspectives on media discourses about breastfeeding in public are necessary, especially approaches related to women’s condition.   KEYWORDS: Breastfeeding; motherhood; mass breastfeeding protest; women’s right.     RESUMEN Este artículo tiene como objetivo analizar los sentidos sobre el amamantamiento y la maternidad producidos en los discursos de los medios online durante la cobertura de los “tetazos”. Para eso, son utilizados algunos conceptos de la Semiología de los Discursos Sociales y se toman, como horizonte teórico, los Estudios de Género. El análisis apunta a una cobertura del amamantamiento, principalmente, desde la óptica de la salud e del derecho del niño, desde la cual el cuerpo femenino continúa siendo regulado por intereses de orden social. Se cree que el discurso mediático sobre amamantamiento necesita de nuevas perspectivas, destacando el abordaje de aspectos referidos a la mujer.   PALABRAS CLAVE: Amamantamiento; lactancia materna; maternidad; tetazo; derechos de la mujer

    Protagonist of breastfeeding or an instrument of child health policy?: the enunciation of women in official promotional and guidance materials to breastfeeding

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    This article examines recent promotion and guid ance materials to breastfeeding produced by the Brazilian Ministry of Health, identifying similari ties and differences between the discourses aimed at pregnant and lactating women, and those directed to health professionals in relation to the proposed meanings about women. Based on the theory of enunciation, we identified that, while the self or subject of enunciation is still present in the ana lyzed discourse (identified as Brazilian Ministry of Health), significant distinctions persist in the ap proach of the women's role. In manuals for health professionals, in which the woman is the subject of whom it talks about, she is commonly represented as an individual with subjectivity who is the protago nist of the process. On the other hand, in materials aimed at women, we observed that, in general, they are treated in an objectified way, revealed through a normative and imperative language, which quali fies them as an instrument of the official policy for child's health. We argue that understanding how the object spoken is created by/in these discourses, unveiling how positions and power relations are constructed in them, enables us to discuss this com munication that generally has neglected the experi ences and expectations of mothers in breastfeeding.Este artigo analisa materiais de promoção e orientação ao aleitamento materno recentes, pro duzidos pelo Ministério da Saúde (MS) brasileiro, identificando aproximações e diferenças entre os discursos voltados a gestantes e lactantes e aqueles dirigidos a profissionais de saúde em relação aos sentidos propostos acerca da mulher. Com base na teoria da enunciação, identificamos que, mesmo permanecendo o eu ou sujeito da enunciação dos discursos analisados, identificado como MS, per sistem distinções significativas na abordagem da mulher. Nos manuais para profissionais de saúde, nos quais a mulher é o sujeito sobre quem se fala, é mais comum ela aparecer representada como in divíduo dotado de subjetividade e protagonista do processo. Por outro lado, de modo geral, as mulheres são tratadas de forma objetificada nos materiais voltados a elas mesmas, o que se revela por meio de linguagem normativa e imperativa que as configura como instrumento da política oficial de saúde in fantil. Defendemos que compreender como o objeto de que se fala é constituído por/nesses discursos, assim como desvelar como neles se constroem as posições de sujeito e relações de poder, possibilita -nos problematizar essa comunicação que, de modo geral, negligencia as experiências e expectativas da mãe no processo de amamentação

    Entre o direito, o dever e o risco: olhares de gênero sobre amamentação

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    Há mais de um século, a amamentação vem sendo tratada, no Brasil, como uma questão feminina de interesse social e passível de intervenção pelo Estado. Tal realidade não é exclusividade brasileira. Em 1990, 30 países assinaram a Declaração de Innocenti (OMS/Unicef), carta de intenções na qual se comprometiam a estimular a conscientização das mulheres sobre a prática por meio da formulação de políticas nacionais de aleitamento materno e de outras estratégias. Na Europa, Estados Unidos e Canadá, a discussão teórica sobre os dilemas contemporâneos sobre alimentação infantil tem demonstrado bastante fôlego e pode ser traduzida no debate breast versus bottle feeding. No Brasil, embora os discursos oficiais sobre aleitamento materno continuem a atrelar o cuidado com o bebê à amamentação, reforçando a ideia da mãe como responsável insubstituível por essa esfera da vida familiar e social, a discussão carece de maior aprofundamento, sobretudo numa perspectiva de gênero. Este paper problematiza, portanto, o que há de socialmente construído nessas “leis naturais”. O corpus analisado reuniu artigos publicados a partir de 2000 em fontes diversas (Scielo, Wiley Online Library, International Breastfeeding Journal, entre outras) e revelou interessantes apropriações da amamentação: como direito que se realiza por meio da retomada do controle da mulher sobre seu corpo; dever moral da mulher para com a nação; e elemento de responsabilização total da mãe pela saúde dos filhos, indicando uma visão predominantemente crítica em relação aos discursos hegemônicos acerca do tema. Acreditamos na importância da contribuição teórica elencada neste trabalho e em sua possível apropriação por pesquisadoras(es) brasileiras(os) envolvidas(os) no debate

    De silêncio e soma produção de sentidos nos discursos oficiais de promoção e orientação ao aleitamento materno brasileiros

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    Made available in DSpace on 2015-09-28T12:58:56Z (GMT). No. of bitstreams: 2 irene_kalil_icict_dout_2014.pdf: 4655646 bytes, checksum: 62e991943b65eb299b648607ba194b25 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2015-05-21Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Fernandes Figueira.Rio de janeiro, RJ, BrasilEsta tese tem como objetivo investigar os sentidos sobre amamentação produzidos nos discursos oficiais de promoção e orientação ao aleitamento materno voltados a profissionais de saúde, empresários, mulheres e população em geral. Tais materiais, desenvolvidos como parte integrante da atual Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno do Ministério da Saúde (MS), ratificam os períodos ideais de aleitamento materno preconizadospor OMS/Unicef desde a assinatura da Declaração de Innocenti (1990) e reiteram conceitos difundidos internacionalmente acerca da prática. Nos 26 materiais que copuseram o corpus, buscou-se compreender a produção de sentidos sobre o tema para os diferentes segmentos sociais, problematizando as possíveis interdições que sofrem esses discursos (FOUCAULT, 2000). O principal referencial teórico e metodológico adotado foi a Teoria dos Discursos Sociais (VERÓN, 2004), que questiona a aparente transparência do texto, relacionando suas marcas textuais às condições sociais de produção (PINTO, 1999) Como resultado da análise, observou-se que 1) na forma, tais materiais caracterizam-se por uma comunicação vertical e de cunho, predominantemente, imperativo, na qual a mulher é, frequentemente, objetivada e representada como instrumento necessário ao sucesso da política pública de saúde da criança; 2) no conteúdo, tendem a concentrar sua atenção no incentivo à prática da amamentação e na valorização de seus benefícios (sobretudo para a criança), secundarizando possíveis aspectos psicossociais para o bebê, a mulher e a família. O leite materno aparece como principal objeto da política pública recente, enquanto a complexidade da amamentação e seus desdobramentos na inserção familiar e social da mulher raramente são abordadosThe purpose of this study was to investigate the meanings of breastfeeding conveyed by official speeches on the promotion of and guidance to breastfeeding to health professionals, business community, women and population in general. The materials developed as integral part of the current Brazilian Ministry of Health (MoH) Policy for Brea s tfeeding Pr omotion, Protecti on and Support ratify the ideal breastfeeding periods recommended by the WHO/UNIC EF after the signature of the Innocenti Declaration (1990), and confirm the concepts on the practice divulged worldwide. The 26 materials composing the corpus sought to compre hend the production of meanings of the theme to different secti ons of society, questioning possible interventions on these speeches (F OUCAULT , 2000). The theoretical and methodological framework adopted was mainly the “Social Discourse Theory” (VERÓN, 2004 ) , which ques tions the apparent text transparency , relating its textual marks to the social conditions of production (PINTO, 1999). As a result of this analysis, it was observed: 1) as to format, these materials characterize a vertical communication , and p redomina tely imperative, in which the woman is often objectified and represented as the instrument needed for the success of the children ’s public health policy; 2) as to content , the focus tends to be on encouraging the breastfeeding practice and on appre ciating the benefits (especially for the child), attaching far less importance to the possible psychosocial aspects affecting the baby, the woman and the family. The breast milk is the main object of the current public policy whereas the complexity of the breastfeeding and its impacts on the f amily and social contexts are rarely the approac

    “Nada mais natural que amamentar” - Discursos contemporâneos sobre aleitamento materno no Brasil

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    Este trabalho apresenta uma reflexão teórica acerca dos discursos expressos nos materiais de orientação sobre aleitamento materno desenvolvidos pelo Ministério da Saúde brasileiro na última década, sobretudo as campanhas publicitárias da Semana Mundial da Amamentação (SMAM), com o objetivo principal de identificar os sentidos da amamentação neles privilegiados ou silenciados. Por meio do resgate histórico de concepções sociais sobre aleitamento materno surgidas nas sociedades ocidentais a partir do século XVIII, quando tem início o movimento a que Foucault (1985) chamou de “poder sobre a vida”, e passando pelo movimento médico higienista, fortemente presente em nosso país na virada do século XIX para o XX, é possível perceber que os discursos contemporâneos oficiais que abordam a amamentação guardam significativas aproximações com aqueles dirigidos ao que Costa (1999)nomeou de “mãe higiênica”, que definiam a mulher como responsável pelo crescimento saudável dos jovens cidadãos, garantindo, assim, o futuro da nação. Os materiais de orientação atuais reproduzem, em geral, um modelo desenvolvimentista da comunicação, no qual a informação deve ser transmitida por meio de um processo linear, verticalizado eunidirecional (ARAÚJO, 2004), e permanecem pautados, basicamente, em uma visão instrumental do papel da mulher-mãe na sociedade.Palavras-chave: Discursos; campanhas; amamentação; higienismo; mães

    Silêncios nos discursos próaleitamento materno: uma análise na perspectiva de gênero

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    Este artigo aborda os discursos da atual Política Nacional de Aleitamento Materno brasileira, enfocando sentidos pouco explorados em seus materiais educativos. As perspectivas teórico-metodológicas adotadas foram a Semiologia dos Discursos Sociais, que entende o discurso como constitutivo e constituinte das relações sociais de poder, e os Estudos de Gênero, que questionam a naturalização da dualidade feminino/masculino como estruturante de uma essência fixa do ser. A análise identificou como, em geral, os materiais continuam a enfatizar a importância do aleitamento materno para a saúde da criança, omitindo ou tratando de forma estereotipada as perspectivas das mulheres sobre a prática. A complexidade da amamentação é pouco abordada, e o desmame como transição subjetiva na relação entre mãe, criança e mundo social, silenciado

    Protagonista da amamentação ou instrumento da política de saúde infantil?: a enunciação da mulher nos materiais oficiais de promoção e orientação ao aleitamento materno

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    Resumo Este artigo analisa materiais de promoção e orientação ao aleitamento materno recentes, pro duzidos pelo Ministério da Saúde (MS) brasileiro, identificando aproximações e diferenças entre os discursos voltados a gestantes e lactantes e aqueles dirigidos a profissionais de saúde em relação aos sentidos propostos acerca da mulher. Com base na teoria da enunciação, identificamos que, mesmo permanecendo o eu ou sujeito da enunciação dos discursos analisados, identificado como MS, per sistem distinções significativas na abordagem da mulher. Nos manuais para profissionais de saúde, nos quais a mulher é o sujeito sobre quem se fala, é mais comum ela aparecer representada como in divíduo dotado de subjetividade e protagonista do processo. Por outro lado, de modo geral, as mulheres são tratadas de forma objetificada nos materiais voltados a elas mesmas, o que se revela por meio de linguagem normativa e imperativa que as configura como instrumento da política oficial de saúde in fantil. Defendemos que compreender como o objeto de que se fala é constituído por/nesses discursos, assim como desvelar como neles se constroem as posições de sujeito e relações de poder, possibilita -nos problematizar essa comunicação que, de modo geral, negligencia as experiências e expectativas da mãe no processo de amamentação

    Entre o direito, o dever e o risco: olhares de gênero sobre amamentação

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    Submitted by Salle Ana ([email protected]) on 2015-01-14T16:04:12Z No. of bitstreams: 1 Entre o direito, o dever e o risco olhares de gênero sobre amamentação.pdf: 239946 bytes, checksum: defb1ff924e9c51c0894a2e3212751d5 (MD5)Approved for entry into archive by Salle Ana ([email protected]) on 2015-01-14T16:04:34Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Entre o direito, o dever e o risco olhares de gênero sobre amamentação.pdf: 239946 bytes, checksum: defb1ff924e9c51c0894a2e3212751d5 (MD5)Approved for entry into archive by Salle Ana ([email protected]) on 2015-01-14T16:31:06Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Entre o direito, o dever e o risco olhares de gênero sobre amamentação.pdf: 239946 bytes, checksum: defb1ff924e9c51c0894a2e3212751d5 (MD5)Made available in DSpace on 2015-01-14T16:31:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Entre o direito, o dever e o risco olhares de gênero sobre amamentação.pdf: 239946 bytes, checksum: defb1ff924e9c51c0894a2e3212751d5 (MD5) Previous issue date: 2013Fundação Oswaldo Cruz. Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP, BrasilHá mais de um século, a amamentação vem sendo tratada, no Brasil, como uma questão feminina de interesse social e passível de intervenção pelo Estado. Tal realidade não é exclusividade brasileira. Em 1990, 30 países assinaram a Declaração de Innocenti (OMS/Unicef), carta de intenções na qual se comprometiam a estimular a conscientização das mulheres sobre a prática por meio da formulação de políticas nacionais de aleitamento materno e de outras estratégias. Na Europa, Estados Unidos e Canadá, a discussão teórica sobre os dilemas contemporâneos sobre alimentação infantil tem demonstrado bastante fôlego e pode ser traduzida no debate breast versus bottle feeding. No Brasil, embora os discursos oficiais sobre aleitamento materno continuem a atrelar o cuidado com o bebê à amamentação, reforçando a ideia da mãe como responsável insubstituível por essa esfera da vida familiar e social, a discussão carece de maior aprofundamento, sobretudo numa perspectiva de gênero. Este paper problematiza, portanto, o que há de socialmente construído nessas “leis naturais”. O corpus analisado reuniu artigos publicados a partir de 2000 em fontes diversas (Scielo, Wiley Online Library, International Breastfeeding Journal, entre outras) e revelou interessantes apropriações da amamentação: como direito que se realiza por meio da retomada do controle da mulher sobre seu corpo; dever moral da mulher para com a nação; e elemento de responsabilização total da mãe pela saúde dos filhos, indicando uma visão predominantemente crítica em relação aos discursos hegemônicos acerca do tema. Acreditamos na importância da contribuição teórica elencada neste trabalho e em sua possível apropriação por pesquisadoras(es) brasileiras(os) envolvidas(os) no debate
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