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GLOBALIZAÇÃO, TRABALHO E GÊNERO
Recentes mudanças no mundo do trabalho e da produção. A renovação das desigualdades sociais, levou a mudanças na divisão social do trabalho, particularmente na divisão sexual do trabalho. A precariedade e a informalidade se desenvolveram nos países do Norte e do Sul, sem a proteção de um Estado-Providência, com a adoção crescente de políticas neoliberais, Este trabalho focalizará três pontos com relação tanto à reestruturação industrial quanto às transformações do trabalho. Primeiro, a globalização e o enfraquecimento ou fortalecimento dos antagonismos sociais; segundo, as transformações do trabalho e seu impacto de acordo com o gênero e as oposições Norte/Sul; e, terceiro, o debate francês sobre as alternativas ao trabalho flexível e precário
GÊNERO, PATRIARCADO, TRABALHO E CLASSE
A conjunção das palavras-chave que compõem o título desse artigo remete imediatamente ao conjunto de reflexões e práticas do que se convencionou denominar “feminismo materialista” Assim, esse texto apresenta, de início, o feminismo materialista para, em seguida, abordar o tema do trabalho das mulheres e, mais geralmente, a relação entre trabalho e gênero, no contexto de um capitalismo patriarcal. Discute, enfim, o paradigma da interseccionalidade, que propõe a interdependência e a não-hierarquização das relações de poder de gênero, raça e classe social
Comparando relações de cuidado: Brasil, França, Japão
Considerando a centralidade das mulheres no cuidado, quer gratuito quer mercantilizado, verificaremos, numa abordagem comparada, os principais pontos de convergência e divergência no trabalho de cuidadoras/es de idosos no Brasil, França e Japão, de modo a apreender as formas de organização e realização do trabalho de cuidado como relação social e interindividual. A diversidade dos contextos social, econômico, político e cultural no seio dos quais se realiza o trabalho de cuidado é tratada aqui de maneira central. O artigo considera a divisão sexual do trabalho de cuidado, a relação subjetiva ao trabalho e o papel do trabalho emocional, levando em conta as características individuais e as trajetórias profissionais e pessoais das cuidadoras. Queremos mostrar como o gênero, a raça e a classe social coconstroem essas trajetórias.Women are central in paid and unpaid care work. With a comparative approach, this article studies convergences and divergences in elderly care in Brazil, France and Japan. It examines the forms of organizing and performing care work in terms of social and inter-individual relations. The diversity of social, economic, political and cultural contexts is considered. This article broaches the sexual division of care work and the workers’ subjective relation to their labor, including its emotional aspects. It also takes into account individual characteristics, as well as the professional and personal trajectories of care workers. It shows how gender, race and social class co-construct the workers’ trajectories
Gender, class and race: the intersectionality and consubstantiality of social relations
One of the principal controversies today in the field of labour and gender studies is the way in which the interdependence of the social relations of race, sex and class is conceptualized, with some authors appealing to "intersectionality" and others to "consubstantiality". The controversy is presented through a "situated" perspective that upturns the definition of science as objective and rational. The concept of consubstantiality is then applied to the analysis of gender relations, race relations and class relations in the care work, as well as the physical, technical and emotional work, in which these relations appear imbricated.Uma das principais controvérsias atuais no campo dos estudos do trabalho e do gênero é a maneira de conceitualizar a interdependência das relações sociais de raça, sexo e classe, que alguns designam por "interseccionalidade", outros por "consubstancialidade". A controvérsia é apresentada a partir de uma perspectiva "situada", avessa à definição da ciência como objetiva e racional. A seguir, o conceito de consubstancialidade é aplicado à análise das relações de gênero, de raça e de classe no trabalho de care, trabalho material, técnico e emocional, em que essas relações aparecem imbricadas
TENDÊNCIAS RECENTES DA PRECARIZAÇÃO SOCIAL E DO TRABALHO: Brasil, França, Japão
O artigo visa a apreender as novas características da precarização social e do trabalho, analisadas a partir da realidade dos anos noventa por Castel, mostrando como novas tendências se delineiam com o processo de globalização e de crise econômica em curso, tanto em termos de configurações da divisão sexual do trabalho precário quanto de modalidades inéditas de repercussão sobre a saúde física e mental. A intensificação do trabalho, tanto no setor secundário quanto no terciário, e a expansão da subcontratação são fenômenos em vigor nos três países estudados. A partir da análise dos processos recentes de segmentação do mercado de trabalho e do emprego, o artigo procura também abordar criticamente o conceito de “precariado”, elaborado em oposição à sociedade do “assalariamento”, mostrando como a dinâmica e a relação entre setores estáveis e setores precários são fundamentais para a continuidade do processo de desenvolvimento capitalista em escala mundial. PALAVRAS-CHAVE: precarização, divisão sexual do trabalho, intensificação do trabalho e saúde, subcontratação, assalariamento e “precariado”. RECENT TRENDS OF SOCIAL AND LABOUR PRECARIZATION: Brazil, France, Japan Helena Hirata This paper aims to aprehend the new features of labor and social precarization, analyzed from the reality of the nineties by Castel, showing how new trends are outlined in the process of globalization and current economic crisis, both in terms of settings sexual division of precarious labor as in terms of unprecedented modalities of repercussion on physical and mental health. The intensification of work in both the secondary and tertiary sectors and the expansion of outsourcing are phenomena in force in the three countries studied. From the analysis of recent processes of segmentation of employment in the labor market, this paper also seeks to address critically the concept of “precariousness”, developed in opposition to society’s “wageness”, showing how the dynamics and the relationship between stable and precarious sectors are fundamental to the continuing process of capitalist development worldwide. KEYWORDS: precarization, sexual division of labor, intensification of work and health, outsourcing, ‘wageness’ and ‘precariousness’. LES TENDANCES RÉCENTES DE LA PRÉCARISATION SOCIALE ET DU TRAVAIL: le Brésil, la France, le Japon Helena Hirata Cet article se veut de saisir les nouvelles caractéristiques de la précarisation sociale et du travail, analysées à partir de la réalité des années quatre-vingt-dix par Castel. Il montre comment de nouvelles tendances se dessinent dans le cadre du processus de mondialisation et de crise économique actuelle, autant en termes de configurations de la division sexuelle du travail précaire que de modalités inédites de répercussion sur la santé physique et mentale. L’intensification du travail, dans le secteur secondaire comme dans le tertiaire, et l’expansion de la sous-traitance représentent des phénomènes qui sont en vigueur dans les trois pays étudiés. A partir de l’analyse des processus récents de segmentation du marché du travail et de l’emploi, le concept de “salarié précaire” y est également abordé de manière critique, élaboré en opposition à la société de “salarisation”, et montre comment la dynamique et les rapports entre les secteurs stables et les secteurs précaires sont fondamentaux pour que le processus de développement capitaliste continue à l’échelle mondiale. MOTS-CLÉS: précarisation, division sexuelle du travail, l’intensification du travail et la santé, la sous-traitance, salarisation et “salarié précaire”. Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br Publicação Online do Caderno CRH no Scielo: http://www.scielo.br/ccr
CLASSE, GÊNERO, RAÇA E MOVIMENTOS SOCIAIS: a luta pela emancipação
O presente artigo resulta de pesquisa teórica sobre a participação feminina no mundo do trabalho, destacando a questão da exploração e a dominação masculina através da história, a despeito das grandes mudançaseconômicas, sociais, política e jurídicas ocorridas nesse campo. Acentuar, entre as permanências a presença de “ghettos” masculinos ocupacionais, em áreas como a construção civil, a aviação e a mineração, enquanto há poucos homens, por exemplo, em creches, no trabalho doméstico e entre cuidadores. Conclui que duas vias relevantes são adotadas simultaneamente por sociedades industrializadas para superaras diC culdades: a via das políticas públicas e a via da ação dos movimentos feministas. O eixo comum é a perspectiva ética de que a desigualdade constitui-se em injustiça social.Palavras-chave: Classe, gênero, raça, movimentos sociais, emancipaçã
Du modéle d’entreprise japonaise a L’implantation des filiales: adaptations, transpositions, obstacles
L'article discute les notions d’“hybridation” et de “pragmatisme” en référence aux processus d5adaptation du “modéle” japonais d’entreprise à d’autres contextes nationaux. Si les produits et les technologies peuvent être similaires dans les filiales et dans les maisons-mères, le contexte macro-économique et socioculturel sont très contrastés et la main d’oeuvre ouvrière essentiellement locale. Des telles différences expliquent SLS L’ apparition de trois types d' adaptation des transplants japonais au Brésil:1 )adaptation pragmatique, soit parla reproduction soit par la rupture avec les conditions en vigueur dans le pays d’origine; 2) non-adaptation, mais transposition pure et simple des pratiques de gestión ou d’organisadon,sans reproduction ni rupture des conditions en vigueur dans les pays d’accueil;3) échec dans les tentatives de transposition à cause des obstacles liés aux rapports sociaux en vigueur dans la société d ’accueil,ou à des rigidités liées à la division régionale du travail et de la production en vigueur au Brésil.O artigo discute as noções de “hibridização” e “pragmatismo” em referência aos processos de adaptação do ‘‘modelo’,japonês de empresa a outros contextos nacionais. Se produtos e tecnologias podem ser similares na filial e na matriz, o contexto macroeconômico e sociocultural são bastante diversos e a mão-de-obra operária essencialmente local. Tais diferenças explicam a aparição de três tipos de adaptação dos transplantes japoneses no Brasil:1 )adaptação pragmática, seja pela reprodução, seja pela ruptura com as condições em vigor no país de origem; 2) não adaptação, mas transposição pura e simples das práticas de gestão ou de organização, sem reprodução nem ruptura das condições em vigor nos países receptores; 3) fracasso nas tentativas de transposição por causa de obstáculos ligados às relações sociais em vigor na sociedade receptora, ou à rigidez acarretada pela divisão regional do trabalho e da produção em vigor no Brasil
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