11 research outputs found

    CISTO EPIDÉRMICO DE CRÂNIO – RELATO DE CASO

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      Os cistos epidermoides do sistema nervoso central são condições incomuns, frequentemente localizados no ângulo ponto-cerebelar e ao redor da ponte. Correspondem a apenas 1% de todas as lesões expansivas intracranianas. Geralmente são originados a partir de malformações associadas aos elementos de superfície da ectoderme do sistema nervoso durante o fechamento do sulco neural ou de formação de vesículas cerebrais secundárias. Possuem crescimento lento, sendo este decorrente do acúmulo progressivo de queratina e colesterol, produzidos pela descamação do epitélio que circunda o cisto. É um relato de caso de cisto epidérmico de crânio associado a sintomas neurológicos e dimensões surpreendentes que divergem da lesão clássica descrita na literatura, considerada rotineiramente como de baixo potencial expansivo. É um relato de caso clínico de paciente com cisto epidérmico de crânio, do sexo feminino, branca, 82 anos, relata sentir um “endurecimento no crânio” há mais de um ano e apresentar sinais de “perda de força” muscular do lado esquerdo a cerca de 20 dias. A paciente também vinha apresentando alterações no nível de consciência (Glasgow 10). A hemiplegia à esquerda e a diferença de densidade óssea descritas eram em decorrência de um cisto epidérmico intracraniano, com extensão da lesão para dentro do tecido ósseo da calota craniana. Na tomografia computadorizada (TC) pré-operatória da paciente, foi possível observar lesão de grandes dimensões (13x12x15 cm), inclusive adentrando no tecido ósseo. A paciente foi submetida a uma cirurgia de craniectomia, sem intercorrências, com incisão do tipo horse shoe asterio-pterional direita. Após a cirurgia, os sintomas referidos na anamnese foram amenizados, já se completando 60 dias em que a paciente estava estável e sob acompanhamento. Os cistos epidérmicos são referenciados como estruturas que crescem lentamente e param de crescer quando atingem entre 1 e 5 cm de diâmetro. E é justamente a surpreendente dimensão que a lesão da paciente atingiu, quando comparada ao relatado em outros casos, que foi a motivação primeira para que se escrevesse este artigo. Esses cistos totalizam cerca de 0,3% a 1,8% dos tumores do sistema nervoso central e possuem uma etiologia ainda obscura. A teoria mais aceita é de que os CEs intracranianos vêm da clivagem incompleta da ectoderme neural e cutânea entre a terceira e a quinta semana embrionária. Embora limitado e benigno, o cisto epidérmico de crânio pode atingir tamanho considerável e deve receber tratamento adequado para evitar complicações indesejáveis como a possível, porém rara malignização.Palavras-chave: Cisto epidérmico. Sistema nervoso central. Calota craniana.  

    Estado de exceção como regra: Práticas nazistas nos trotes universitários / State of exception as a rule: Nazi practices on college hazing

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    Medidas excepcionais estão se tornando normais. Em nossa realidade próxima deparamo-nos com inúmeras situações que ilustram o estado de exceção, dentre elas, os trotes universitários. Situações de violência na recepção de calouros são justificadas com frases como: "é só uma brincadeira", "não faz mal nenhum", "também passamos por isso". Esse olhar de excepcionalidade justifica o injustificável e faz várias vítimas, desde quem sofre o trote, mas também quem o pratica, pois o fazem sem dimensionar a crueldade cíclica que aceitam e reafirmam a cada ano nas universidades. O hostis generis humanis, que comete seus atos sem perceber que faz algo de errado. E é na busca de sair desses atos impensados que propomos algumas reflexões e concluímos que, da mesma forma que o Mal era inerente ao estado nazista, e não havia leis que o identificassem como errado, assim o é quando se trata da tradição do trote universitário

    COREIA EM ADULTO JOVEM – UM RELATO DE CASO

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    A manifestação de coreia é um achado da clínica neurológica que pode estar associado a diversas etiologias. Quando se apresenta em um adulto jovem, pode relacionar-se a uma forma juvenil de Coreia de Huntington (CH), reativação imunológica cruzada na Coreia de Sydenham (CS), uso de anovulatórios e primeira manifestação de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), entre outras causas. No entanto, o caso aqui apresentado possui peculiaridades que não permitem enquadrá-lo perfeitamente nos achados dessas patologias que poderiam estar causando a coreia, sendo colocada em discussão a hipótese diagnóstica e a escolha da conduta

    ESTRABISMO CONVERGENTE COMO SINAL DE HIPERTENSÃO INTRACRANIANA EM NEOPLASIAS ENCEFÁLICAS

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    O estrabismo convergente é um sinal neurológico frequentemente associado ao aumento da pressão intracraniana, tendo sua fisiopatologia no acometimento do VI nervo craniano (abducente). Entre as várias etiologias, as neoplasias encefálicas também compõem o grupo de patologias que podem gerar esse sinal. Com este trabalho objetivou-se levantar a incidência de lesões do nervo abducente (VI nervo craniano) em neoplasias encefálicas. Para tanto, realizou-se uma revisão retrospectiva em 150 prontuários de pacientes operados com neoplasias encefálicas entre os anos 2003 e 2010 na Policlínica Pato Branco, PR. Em relação à identificação da presença de paralisia de VI nervo craniano no momento de admissão e diagnóstico do paciente, encontrou-se o seguinte resultado: 51 casos (28,3%) com paralisia de nervos cranianos, dos quais, 15 casos do total (8,3%) e 29,4% dos pacientes com paralisia de nervos cranianos. Quando se compara o resultado com a literatura do excelente trabalho de Berlit et al. (1989), os autores relatam a revisão de 165 casos de pacientes com estrabismo convergente, destes, 18 casos (10,9%) eram decorrentes de neoplasias (primárias ou secundárias) do SNC. A presença de anamnese e de exame físico apurados contribui, sobremaneira, para o diagnóstico ou ao menos para a suspeita de uma possível neoplasia encefálica, além de promover a profissão e a arte médica (RODRIGUES, 2010). O presente trabalho, em consonância com a literatura, confirma que certa proximidade com a semiologia e o conhecimento anatômico, mesmo na era dos exames de imagem, auxiliam ao bom andamento da relação médico-paciente e devem fazer parte do dia a dia do neurologista, neurocirurgião e profissionais médicos de uma forma geral. A presença de paralisia de VI nervo craniano é fortemente indicativa de aumento da pressão intracraniana, e sua elevada prevalência no momento do diagnóstico (8,3%) indica que sua observação ao exame clínico é um fator que auxilia o médico em sua busca por um diagnóstico. Essa afirmação confirma-se no trabalho de Argolle e Lessa (2000) em que os autores demonstraram que a presença de paralisia de nervo craniano é o melhor grupo preditor para o diagnóstico de neoplasia encefálica e serve como indicativo para a solicitação de exames de imagens cranianas. O conhecimento do estrabismo convergente como possível consequência de hipertensão intracraniana decorrente de neoplasia encefálica pode ajudar no diagnóstico ou, ao menos, deve apontar para uma investigação mais detalhada.Palavras-chave: Estrabismo convergente. Nervo abducente. Semiologia

    Um olhar sobre a população haitiana em Pato Branco

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    Introdução: Apesar de o Haiti ter sido o primeiro país latino-americano a se libertar da colonização hispânica, e consequentemente da escravidão que o assolava, o que se viu foi uma subservidão frente aos países mais desenvolvidos, o que dificultou seu crescimento e estabilização como nação, e ainda enfrenta o estigma de país mais pobre do continente latino-americano. O somatório entre baixo IDH (Índice Desenvolvimento Urbano), surto de cólera (2010) e desastres naturais (terremotos e furacões) culminou na imigração desse povo que começou a entrar no Brasil em 2010, quando formavam pequenos grupos que não somavam duas centenas de pessoas, e em 2013 esse número ultrapassou 20.000 pessoas. Objetivos: Identificar a população de haitianos instalados na Cidade de Pato Branco, PR; acolher a população de imigrantes; identificar dificuldades encontradas pelos imigrantes, demandas sociais e de saúde; e relacionar diferenças do acesso e uso do Sistema de Saúde Pública Brasileira e Haitiana. Materiais e Métodos: Estudo transversal sobre população de imigrantes haitianos residentes no Município de Pato Branco, realizado no período de março a outubro de 2016. O Estudo foi conduzido por meio de revisão bibliográfica de artigos científicos, visitas domiciliares e atendimentos no Centro de Saúde, aplicação de questionário quantitativo e qualitativo para 46 haitianos e realização de análise dos dados. Resultados: Foram entrevistados 46 haitianos, sendo 40 homens e seis mulheres, dois quais 32 são solteiros, 14 casados e um divorciado, e o tempo para chegar ao Brasil variou de um mês a um ano. A maioria apresentou idade economicamente ativa (de 20 a 44 anos). Os principais motivos para a imigração foram, em ordem de prioridade, procura de emprego, estudo, busca por uma vida melhor, ganhar dinheiro e seguridade social. No Haiti, a maioria exercia funções como estudantes, professores, motoristas e pedreiros e, aqui no Brasil, o emprego atual de quase a totalidade deles não tem relação com as atividades realizadas no país de origem. Em relação aos problemas de saúde, 30 imigrantes afirmaram ter algum problema, e os mais citados foram cefaleia, visual, hipertensão arterial sistêmica, amigdalite e lombalgia. Entre os medicamentos mais usados estão Paracetamol, Ibuprofeno, Enalapril e Metformina. Dos 46 entrevistados, 44 afirmavam já ter feito uso do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo o principal motivo do atendimento a solicitação de exames, e destes, 32 classificaram o serviço como bom, e os demais teceram críticas relacionadas à demora até o atendimento e ao médico não os ter examinados. Quanto às dificuldades encontradas no País, relatam principalmente emprego, aluguel, comunicação, racismo e custo de vida. Uma unanimidade entre todos os entrevistados é que aprender o idioma facilitaria a integração, e todos consideraram isso como fundamental, ao mesmo tempo em que reclamam da falta de cursos disponíveis. Conclusão: O trabalho permitiu a identificação de uma parte da população de origem haitiana na Cidade de Pato Branco, PR, e o conhecimento de suas aspirações e dificuldades, permitindo, quem sabe, uma maior integração desses imigrantes com a comunidade brasileira.Palavras-chave: Imigrantes. Haitianos. Saúd

    Correlação genética de aptidão para modalidades esportivas específicas: considerações bioéticas

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    Um projeto de pesquisa tornado público em 2013 propõe a montagem de um banco de dados biológicos para estudo do DNA de jovens entre 8 e 18 anos, tendo como objetivo correlacionar a presença de alguns genes com a aptidão para modalidades esportivas específicas. Essa notícia serviu como ponto de partida para algumas considerações acerca das relações entre velocidade dos avanços científicos e o tempo necessário à reflexão sobre suas implicações em termos éticos, de modo a poder detectar antecipadamente possíveis malefícios ao esporte e à própria dignidade humana

    CISTO EPIDÉRMICO DE CRÂNIO – RELATO DE CASO

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      Os cistos epidermoides do sistema nervoso central são condições incomuns, frequentemente localizados no ângulo ponto-cerebelar e ao redor da ponte. Correspondem a apenas 1% de todas as lesões expansivas intracranianas. Geralmente são originados a partir de malformações associadas aos elementos de superfície da ectoderme do sistema nervoso durante o fechamento do sulco neural ou de formação de vesículas cerebrais secundárias. Possuem crescimento lento, sendo este decorrente do acúmulo progressivo de queratina e colesterol, produzidos pela descamação do epitélio que circunda o cisto. É um relato de caso de cisto epidérmico de crânio associado a sintomas neurológicos e dimensões surpreendentes que divergem da lesão clássica descrita na literatura, considerada rotineiramente como de baixo potencial expansivo. É um relato de caso clínico de paciente com cisto epidérmico de crânio, do sexo feminino, branca, 82 anos, relata sentir um “endurecimento no crânio” há mais de um ano e apresentar sinais de “perda de força” muscular do lado esquerdo a cerca de 20 dias. A paciente também vinha apresentando alterações no nível de consciência (Glasgow 10). A hemiplegia à esquerda e a diferença de densidade óssea descritas eram em decorrência de um cisto epidérmico intracraniano, com extensão da lesão para dentro do tecido ósseo da calota craniana. Na tomografia computadorizada (TC) pré-operatória da paciente, foi possível observar lesão de grandes dimensões (13x12x15 cm), inclusive adentrando no tecido ósseo. A paciente foi submetida a uma cirurgia de craniectomia, sem intercorrências, com incisão do tipo horse shoe asterio-pterional direita. Após a cirurgia, os sintomas referidos na anamnese foram amenizados, já se completando 60 dias em que a paciente estava estável e sob acompanhamento. Os cistos epidérmicos são referenciados como estruturas que crescem lentamente e param de crescer quando atingem entre 1 e 5 cm de diâmetro. E é justamente a surpreendente dimensão que a lesão da paciente atingiu, quando comparada ao relatado em outros casos, que foi a motivação primeira para que se escrevesse este artigo. Esses cistos totalizam cerca de 0,3% a 1,8% dos tumores do sistema nervoso central e possuem uma etiologia ainda obscura. A teoria mais aceita é de que os CEs intracranianos vêm da clivagem incompleta da ectoderme neural e cutânea entre a terceira e a quinta semana embrionária. Embora limitado e benigno, o cisto epidérmico de crânio pode atingir tamanho considerável e deve receber tratamento adequado para evitar complicações indesejáveis como a possível, porém rara malignização.Palavras-chave: Cisto epidérmico. Sistema nervoso central. Calota craniana.  

    COREIA EM ADULTO JOVEM – UM RELATO DE CASO

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    A manifestação de coreia é um achado da clínica neurológica que pode estar associado a diversas etiologias. Quando se apresenta em um adulto jovem, pode relacionar-se a uma forma juvenil de Coreia de Huntington (CH), reativação imunológica cruzada na Coreia de Sydenham (CS), uso de anovulatórios e primeira manifestação de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), entre outras causas. No entanto, o caso aqui apresentado possui peculiaridades que não permitem enquadrá-lo perfeitamente nos achados dessas patologias que poderiam estar causando a coreia, sendo colocada em discussão a hipótese diagnóstica e a escolha da conduta

    ESTRABISMO CONVERGENTE COMO SINAL DE HIPERTENSÃO INTRACRANIANA EM NEOPLASIAS ENCEFÁLICAS

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    O estrabismo convergente é um sinal neurológico frequentemente associado ao aumento da pressão intracraniana, tendo sua fisiopatologia no acometimento do VI nervo craniano (abducente). Entre as várias etiologias, as neoplasias encefálicas também compõem o grupo de patologias que podem gerar esse sinal. Com este trabalho objetivou-se levantar a incidência de lesões do nervo abducente (VI nervo craniano) em neoplasias encefálicas. Para tanto, realizou-se uma revisão retrospectiva em 150 prontuários de pacientes operados com neoplasias encefálicas entre os anos 2003 e 2010 na Policlínica Pato Branco, PR. Em relação à identificação da presença de paralisia de VI nervo craniano no momento de admissão e diagnóstico do paciente, encontrou-se o seguinte resultado: 51 casos (28,3%) com paralisia de nervos cranianos, dos quais, 15 casos do total (8,3%) e 29,4% dos pacientes com paralisia de nervos cranianos. Quando se compara o resultado com a literatura do excelente trabalho de Berlit et al. (1989), os autores relatam a revisão de 165 casos de pacientes com estrabismo convergente, destes, 18 casos (10,9%) eram decorrentes de neoplasias (primárias ou secundárias) do SNC. A presença de anamnese e de exame físico apurados contribui, sobremaneira, para o diagnóstico ou ao menos para a suspeita de uma possível neoplasia encefálica, além de promover a profissão e a arte médica (RODRIGUES, 2010). O presente trabalho, em consonância com a literatura, confirma que certa proximidade com a semiologia e o conhecimento anatômico, mesmo na era dos exames de imagem, auxiliam ao bom andamento da relação médico-paciente e devem fazer parte do dia a dia do neurologista, neurocirurgião e profissionais médicos de uma forma geral. A presença de paralisia de VI nervo craniano é fortemente indicativa de aumento da pressão intracraniana, e sua elevada prevalência no momento do diagnóstico (8,3%) indica que sua observação ao exame clínico é um fator que auxilia o médico em sua busca por um diagnóstico. Essa afirmação confirma-se no trabalho de Argolle e Lessa (2000) em que os autores demonstraram que a presença de paralisia de nervo craniano é o melhor grupo preditor para o diagnóstico de neoplasia encefálica e serve como indicativo para a solicitação de exames de imagens cranianas. O conhecimento do estrabismo convergente como possível consequência de hipertensão intracraniana decorrente de neoplasia encefálica pode ajudar no diagnóstico ou, ao menos, deve apontar para uma investigação mais detalhada.Palavras-chave: Estrabismo convergente. Nervo abducente. Semiologia
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