CISTO EPIDÉRMICO DE CRÂNIO – RELATO DE CASO

Abstract

  Os cistos epidermoides do sistema nervoso central são condições incomuns, frequentemente localizados no ângulo ponto-cerebelar e ao redor da ponte. Correspondem a apenas 1% de todas as lesões expansivas intracranianas. Geralmente são originados a partir de malformações associadas aos elementos de superfície da ectoderme do sistema nervoso durante o fechamento do sulco neural ou de formação de vesículas cerebrais secundárias. Possuem crescimento lento, sendo este decorrente do acúmulo progressivo de queratina e colesterol, produzidos pela descamação do epitélio que circunda o cisto. É um relato de caso de cisto epidérmico de crânio associado a sintomas neurológicos e dimensões surpreendentes que divergem da lesão clássica descrita na literatura, considerada rotineiramente como de baixo potencial expansivo. É um relato de caso clínico de paciente com cisto epidérmico de crânio, do sexo feminino, branca, 82 anos, relata sentir um “endurecimento no crânio” há mais de um ano e apresentar sinais de “perda de força” muscular do lado esquerdo a cerca de 20 dias. A paciente também vinha apresentando alterações no nível de consciência (Glasgow 10). A hemiplegia à esquerda e a diferença de densidade óssea descritas eram em decorrência de um cisto epidérmico intracraniano, com extensão da lesão para dentro do tecido ósseo da calota craniana. Na tomografia computadorizada (TC) pré-operatória da paciente, foi possível observar lesão de grandes dimensões (13x12x15 cm), inclusive adentrando no tecido ósseo. A paciente foi submetida a uma cirurgia de craniectomia, sem intercorrências, com incisão do tipo horse shoe asterio-pterional direita. Após a cirurgia, os sintomas referidos na anamnese foram amenizados, já se completando 60 dias em que a paciente estava estável e sob acompanhamento. Os cistos epidérmicos são referenciados como estruturas que crescem lentamente e param de crescer quando atingem entre 1 e 5 cm de diâmetro. E é justamente a surpreendente dimensão que a lesão da paciente atingiu, quando comparada ao relatado em outros casos, que foi a motivação primeira para que se escrevesse este artigo. Esses cistos totalizam cerca de 0,3% a 1,8% dos tumores do sistema nervoso central e possuem uma etiologia ainda obscura. A teoria mais aceita é de que os CEs intracranianos vêm da clivagem incompleta da ectoderme neural e cutânea entre a terceira e a quinta semana embrionária. Embora limitado e benigno, o cisto epidérmico de crânio pode atingir tamanho considerável e deve receber tratamento adequado para evitar complicações indesejáveis como a possível, porém rara malignização.Palavras-chave: Cisto epidérmico. Sistema nervoso central. Calota craniana.  

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