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“PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES”:: AS FESTAS CÍVICAS ESCOLARES COMO ESPAÇO DE REPRESENTAÇÃO DE SABERES E PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SERGIPE DURANTE OS ANOS DE 1964 A 1985
School civic celebrations as spaces for representing knowledge and educational practices are the object of this research. We analyze the role of the pedagogy of celebrations for students, as well as demonstrate the curricular and political function that civic celebrations for students had during the civil-military dictatorship governments. Thus, we understand that school civic celebrations in Sergipe, between 1964 and 1985, in addition to being moments of fun, were opportunities for the formation of the discipline of students and the community around them. They were propitious occasions for the forging of attitudes and mentalities that were in line with the sociopolitical context of the time, which were also reflected in the school curriculum itself, such as the content taught in the Physical Education discipline. To this end, we conducted historical research through documentary analysis, anchored in the theoretical and methodological assumptions of Cultural History. Through the research, it was possible to verify that the school civic celebrations in Sergipe were operationalized as rituals of celebration and educational formation linked to the curricular contents, forging and presenting to society the way of “educating”, based on discipline and civics. For the research, diverse sources were selected, among which documents such as: laws, newspapers, printed periodicals of local dissemination and photographs stand out. In this way, it was possible to perceive the nature of the celebrations, highlighting the cult of the country, in the face of the parades in celebration of the anniversary of Brazil's independence, as well as the curricular and extracurricular activities linked to the teaching of music and the Spring Games.As festas cívicas escolares como espaço de representação de saberes e práticas educativas compõem o objeto desta investigação. Analisamos o papel da pedagogia das festas para os estudantes, bem como demonstrar a função curricular e política que as celebrações cívicas para os escolares apresentavam durante os governos de ditadura civil-militar. Assim, entendemos as comemorações cívicas escolares em Sergipe, nos anos entre 1964 e 1985, para além de momentos de divertimento, configuravam-se em oportunidades de formação da disciplina dos estudantes e da comunidade em sua volta. Eram ocasiões propícias para serem forjadas atitudes e mentalidades que se encontravam em consonância com o contexto sociopolítico da época, que também se refletiam no próprio currículo escolar, a exemplo dos conteúdos ministrados na disciplina Educação Física. Para tal, realizamos uma pesquisa histórica por meio de análise documental, ancorada nos pressupostos teórico-metodológicos da História Cultural. Por meio da pesquisa, foi possível constatar que as comemorações cívicas escolares em Sergipe se operacionalizaram enquanto rituais de celebrações e formação educacional atreladas aos conteúdos curriculares, forjando e apresentando à sociedade a forma de “educar”, a partir da disciplina e do civismo. Para a pesquisa foram selecionadas fontes diversas, dentre as quais se destacam documentos como: leis, jornais, periódicos impressos de divulgação local e imagens fotográficas. Desse modo, foi possível perceber a natureza das celebrações, destacando-se o culto à pátria, diante dos desfiles em comemoração ao aniversário da independência do Brasil, como também as atividades curriculares e extracurriculares vinculadas ao ensino da música e aos Jogos da Primavera
O processo de profissionalização docente e a criação da Escola Normal em Sergipe (1827-1879)
Este artigo tem como objetivo compreender como se dava a preparação dos professores de primeiras letras na província de Sergipe entre os anos de 1827 e 1879, especialmenteapós a criação e implantação do Atheneu Sergipense e do Curso Normal, a partir de 1870. Os marcos temporais demarcados fazem referência à Lei de 15 de outubro de 1827, extinção da escola normal e incorporação dela ao Atheneu Sergipense. Faz-se, então, necessário que os estudos sobre a configuração da profissão docente considerem a lei como fonte. As categorias analíticas de Pierre Bourdieu (1996) e Norbert Elias (1990, 2001) ajudaram a compreender como se configurou a profissão docente no âmbito do ensino primário e de que forma se constituiu o habitus profissional pensado para o projeto de constituição de nação para o Brasil, dentro de um processo civilizador. É possível afirmar que a profissão docente se configurou em meio a avanços e retrocessos, permeados por tentativas de organização do ensino primário através da legislação. A criação da Escola Normal surgiu como uma ação que traria padronização aos saberes a serem ensinados, pois, à medida em que a importância de se configurar a profissão tornou-se crescente e premente, houve a necessidade de deixar a formação pela prática e implementar a formação institucionalizada na Escola Normal
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