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    Identificação e avaliação da atividade antimicrobiana de um novo peptídeo isolado da peçonha da vespa social Polybia dimorpha contra bactérias multirresistentes

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    Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2013.Texto parcialmente liberado pelo autor. Conteúdo restrito: Itens 3.4, 4.1, 4.2 e 4.3.O surgimento de bactérias resistentes pode ser observado desde a introdução na prática clínica, dos primeiros agentes antimicrobianos. Desde então, a rápida disseminação destes patógenos multirresistentes tem representado uma séria ameaça, considerando-se fatores como as altas taxas de mortalidade, a restrição de tratamentos e a alta prevalência de bactérias resistentes aos antimicrobianos no ambiente hospitalar. Até o momento, são considerados, pela comunidade científica internacional, patógenos multirresistentes causadores de infecções/colonizações relacionadas à assistência em saúde: Enterococcus spp resistente aos glicopeptídeos, Staphylococcus spp.resistente ou com sensibilidade intermediária a vancomicina, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumanii, e Enterobactérias resistentes a carbapenêmicos (ertapenem, meropenem ou imipenem), destacando-se entre estas a Klebsiella pneumoniae e as espécies de Enterobacter,spp. Os peptídeos antimicrobianos (PAM), são capazes de exercer uma atividade antimicrobiana potente contra diferentes e numerosos micro-organismos, além da grande vantagem de não apresentar nenhuma toxicidade às células animais, ou uma toxicidade extremamente baixa. Neste contexto, o estudo de peptídeos isolados da peçonha de artrópodes peçonhentos tem apresentado um grande potencial.Vespas sociais produzem peptídeos com atividade muito superior, até dezoito vezes maior, que espécies solitárias, os quais agem como barreira inicial contra a invasão microbiana das colônias. A peçonha de vespas sociais é constituída por uma variedade de compostos bioativos, com diversas ações farmacológicas, entre elas a antimicrobiana. Neste trabalho foi feita uma avaliação da atividade antimicrobiana de um novo peptídeo isolado da peçonha da vespa social Polybia dimorpha, em testes de inibição do crescimento bacteriano de cepas sensíveis e multirresitentes, gram negativas e gram positivas, por metodologia de disco difusão e microdiluição em caldo, comparando os resultados aos do desempenho de antimicrobianos convencionais utilizados na última linha de tratamento de infecções graves. Isolou-se um peptídeo de pequeno tamanho, de cadeia linear, que demonstrou potente atividade antimicrobiana contra bactérias gram positivas e gram negativas. O peptídeo descrito nesta pesquisa apresenta atividade contra bactérias padrão, conhecidamente sensíveis aos antibióticos comerciais, não portadoras de genes de resistência, e também sobre cepas multirresistentes, nestas últimas em concentrações inferiores a 1μg/mL. A capacidade de inibição do crescimento bacteriano foi maior e mais potente nas cepas com expressão de elaborados mecanismos de resistência. O estudo da peçonha de vespas tem proporcionado uma gama de novos compostos, com ações farmacológicas diferenciadas e que podem ser utilizados como fármacos modelo para o desenvolvimento de novos antimicrobianos. ______________________________________________________________________________ ABSTRACTThe emerging of multi-drug resistant bacteria can be observed since the introduction of clinical practice of the first antimicrobial agents. Ever since, the rapid spread of these multi-drug resistant pathogens is representing a serious threat, considering factors such as high rates of mortality, treatment restrictions and high prevalence of multi-drug resistant bacteria into the hospital environment. Nowadays, the scientific community considers as multi-drug resistant, the pathogens which are able to cause infections/colonizations related to health assistance: glycopeptides resistant Enterococcus spp; vancomycin resistant or reduced susceptibility Staphylococcus spp; Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumanii and carbapenem-resistant enterobacterias (ertapenem, imipenem or meropenem), among those, highlighting Klebsiella pneumoniae and Enterobacter spp. The antimicrobial peptides (PAM) are capable of produce a powerful antimicrobial activity against different and various microorganisms, also presenting the great advantage of having no toxicity consequences to animal cells, or an extremely low toxicity. In this sense, the study of those peptides isolated from the venom of poisonous arthropods has shown a great potencial. Social wasps can produce peptides with a much higher superiority, up to eighteen times more, than lonely species, which act as an initial barrier against microbial invasion of the colonies. The venom of social wasps comprises a variety of bioactive compounds, with many pharmacologic actions, including antimicrobial. In this study, an evaluation of the antimicrobial activity of a new peptide isolated from the venom of the social wasp Polybia dimorpha was made, with bacterial inhibition of growth tests using strains of multi-drug resistant gram-negative and gram-positive bacteria, by disk-diffusion and microdilution methodology, comparing the results with the performance from conventional antimicrobial used in the last line treatment for severe infections. An small-sized, straight chained peptide was isolated, demonstrating a powerful antimicrobial activity against both gram-negative and gram-positive bacteria. The described peptide in this research represented activity against standard strains (noncarriers of multi-resistance genes), recognizably sensible against commercialized antimicrobials, and also against multi-drug resistant strains, at concentrations less than 1μg/mL. The bacterial growth inhibition capacity was greater and more powerful in the strains representing more elaborated resistance mechanism expression. The study of the wasps venom is providing a series of new compounds, with differentiated pharmacology actions which can be used as model drugs for the development of new antimicrobials

    Staphylococcus Aureus resistente à meticilina em colonização nasal de estudantes da saúde de uma instituição de ensino superior / Methicillin-resistant Staphylococcus Aureus in nasal colonization of health students at an institution of higher education

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    Staphylococcus aureus é uma bactéria Gram-positiva oportunista pertencente a microbiota humana e coloniza mundialmente 2 bilhões de pessoas. Quando esse micro-organismo quebra a barreira epitelial, pode gerar uma infecção e, para tratar, é imprescindível o uso de antibióticos. Porém, ao passar dos anos, devido ao uso indiscriminado de antimicrobianos, as bactérias vêm criando maiores resistências. A resistência à meticilina por Staphylococcus aureus tem gerado problemas significativos por ser uma das principais bactérias responsáveis pelas infecções relacionadas à assistência à saúde. Essas infecções causam 700 mil mortes por ano e são causadas pela falta de higienização dos hospitais, dos equipamentos e das mãos dos profissionais da saúde, já que estão em constante exposição a bactérias multirresistentes e, por isso, são potenciais vetores. É necessário ser feitos estudos que investigam a sensibilidade e resistência aos antibióticos desses patógenos, criando protocolos de saúde adequados visando reduzir o período de tratamento, número de óbitos, custos na assistência à saúde e dessobrecarregar os funcionários da saúde. O objetivo é analisar e comparar a colonização de Staphylococcus aureus sensíveis e resistentes à meticilina dividindo os participantes em dois grupos, expostos e não expostos a ambientes de assistência à saúde. Foram analisados 84 estudantes da saúde sendo divididos, igualitariamente, nesses dois grupos, realizou-se a coleta de swab nasofaríngeo, semeiou em ágar sangue e nas placas com crescimento de Staphylococcus aureus foi feito um antibiograma definindo resistência ou não à meticilina. Dentre os estudantes que não tiveram contato, percebemos uma maior quantidade de alunos que são sensíveis à meticilina: 28; como esperávamos, os resistentes à meticilina tiveram um índice menor de 13 alunos; e, apenas 1 não teve crescimento do Staphylococcus aureus. As prevalências foram: sensíveis 6,7 a cada 10 pessoas, resistentes 3,1 a cada 10 pessoas e os sem crescimento bacteriano 2 a cada 100 pessoas. Já dentre os expostos, observamos uma diferença significativa quando comparado com o anterior. Os números de sensíveis reduziram para 20 alunos e os resistentes aumentaram para 21 alunos. Sem crescimento bacteriano manteve-se em 1 aluno. As prevalências foram de 4,8 a cada 10 pessoas para sensíveis, 5 a cada 10 pessoas para resistentes e 2 a cada 100 pessoas para sem crescimento bacteriano. Esses dados comprovam como o ambiente hospitalar, clínico e laboratorial tornam estudantes da saúde mais suscetíveis a portarem o Staphylococcus aureus resistente à meticilina. Além de que, quanto mais tempo de formação do aluno, maior a exposição a esses ambientes e, consequentemente, maior a troca de patógenos entre doentes e profissionais da saúde. Há também a resistência à meticilina na comunidade, o que justifica ter alunos resistentes no grupo de não expostos. Tivemos dois alunos sem crescimento desse patógeno. Isso ocorre porque, na comunidade, 60% de pessoas não são colonizadas. Consideramos dessa pesquisa que a maior exposição a ambientes de assistência à saúde possibilita uma maior chance de portar Staphylococcus aureus resistente à meticilina e nos fez questionar se os estudantes da saúde são mais suscetíveis a ter colonização por Staphylococcus aureus, já que 97,6% dos participantes obtiveram

    Staphylococus Aureus resistente à meticilina em colonização nasal de estudantes da saúde de uma instituição de Ensino Superior

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    Staphylococcus aureus é uma bactéria Gram-positiva oportunista pertencente a microbiota humana e coloniza 2 bilhões de pessoas no mundo. Quando esse micro-organismo quebra a barreira epitelial, pode gerar uma infecção e, para tratar, é imprescindível o uso de antibióticos. Porém, ao passar dos anos, devido ao uso indiscriminado de antimicrobianos, as bactérias vêm criando maiores resistências. A resistência à meticilina por Staphylococcus aureus tem gerado problemas significativos por ser uma das principais bactérias responsáveis pelas infecções relacionadas à assistência à saúde. Essas infecções causam 700 mil mortes por ano podendo contabilizar 10 milhões de óbitos até 2050. Essas infecções são causadas pela falta de higienização dos hospitais, dos equipamentos e das mãos dos profissionais da saúde, já que estão em constante exposição a bactérias multirresistentes e, por isso, são potenciais vetores. É necessário ser feito estudos que mapeiam esses patógenos, investigando a sensibilidade e resistência aos antibióticos, para criar protocolos de saúde adequados visando reduzir o período de tratamento, número de óbitos, custos na assistência à saúde e dessobrecarregar os funcionários da saúde. O objetivo é analisar e comparar a colonização de Staphylococcus aureus sensíveis e resistentes à meticilina dividindo os participantes em dois grupos, expostos e não expostos a ambientes de assistência à saúde. Foram analisados 84 estudantes da saúde sendo divididos, igualitariamente, em dois grupos: alunos expostos a ambientes laboratoriais, clínicos e hospitalares e não expostos. Dentre os estudantes que não tiveram contato, percebemos uma maior quantidade de alunos que são sensíveis à meticilina: 28; como esperávamos, os resistentes à meticilina tiveram um índice menor de 13 alunos; e, apenas 1 não teve crescimento do Staphylococcus aureus. As prevalências foram: sensíveis 3 a cada 10 pessoas, resistentes 6,6 a cada 10 pessoas e os sem crescimento bacteriano 2 a cada 100 pessoas. Já dentre os expostos, observamos uma diferença significativa quando comparado com o anterior. Os números de sensíveis reduziram para 20 alunos e os resistentes aumentaram para 21 alunos. Sem crescimento bacteriano manteve-se em 1 aluno. As prevalências foram de 4,8 a cada 10 pessoas para sensíveis, 5 a cada 10 pessoas para resistentes e 2 a cada 100 pessoas para sem crescimento bacteriano. Esses dados comprovam como o ambiente hospitalar, clínico e laboratorial tornam estudantes da saúde mais suscetíveis a portarem o Staphylococcus aureus resistente à meticilina. Além de que, quanto mais tempo de formação do aluno, maior a exposição a esses ambientes e, consequentemente, maior a troca de patógenos entre doentes e profissionais da saúde. Há também a resistência à meticilina na comunidade, o que justifica ter alunos resistentes no grupo de não expostos. Tivemos dois alunos sem crescimento de Staphylococcus aureus. Isso ocorre porque, na comunidade, 60% de pessoas não são colonizadas. Consideramos dessa pesquisa que a maior exposição a ambientes de assistência à saúde possibilita uma maior chance de portar Staphylococcus aureus resistente à meticilina e nos fez questionar se os estudantes da saúde são mais suscetíveis a ter colonização por esse patógeno, já que 97,6% dos participantes obtiveram

    Impacto do maldi-tof na sepse: uma revisão integrativa

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    A sepse é um quadro dinâmico que rapidamente pode evoluir para estágios graves e cuja a intervenção precoce tem um importante impacto no prognóstico do paciente. Tendo em vista que um tratamento eficaz depende da rápida identificação do patógeno causador do quadro, métodos diagnósticos rápidos ganham importante papel dentro do protocolo. Dentre as várias formas de identificar o agente causador da sepse, o Matrix Associated Laser Desorption-Ionization – Time of Flight (MALDI-TOF) tem grande potencial por sua velocidade nos resultados e confiabilidade. O MALDI-TOF é um método diagnóstico que consiste em colocar o material biológico em placa de matriz polimérica, sendo o material vaporizado por um lazer e coletado por um tubo que possui um detector no final, que avalia o tempo de chegada das moléculas evaporadas da substância. Esses dados são, então, colocados em um gráfico, com picos para cada fungo e bactéria, e então interpretados com um banco de dados já conhecido, concedendo o resultado diagnóstico . Esse trabalho teve como objetivo verificar a utilidade do Maldi-TOF como ferramenta diagnóstica nos protocolos de sepse em comparação com a cultura. Como objetivos específicos, esse trabalho se propôs a verificar se houve uma redução no tempo de diagnóstico microbiológico, internamento, tratamento e uma melhora na evolução do paciente, assim como avaliar se houve concordância entre os resultados apresentados pelo MALDI-TOF e o método convencional. Como metodologia, foi realizado uma revisão integrativa nas bases de dados: SciELO, BVS Salus, Scopus, Web of Science, PUBMED e google academico. A seleção de artigos foi feita por dois pesquisadores, individualmente, resultando em 16 artigos finais, dos quais foram extraídos seus dados e realizada a discussão. Foi obtido como resultados que o uso do Maldi-TOF no protocolo de sepse reduz o tempo até identificação do patógeno permitindo, consequentemente, uma redução no tempo até terapia efetiva, tempo até terapia optima, tempo de estadia hospitalar e na mortalidade. Observou-se que a redução no tempo de estadia, assim como, na melhora no tratamento, tem importante impacto econômico no hospital, causando redução de diversos custos quando comparado ao método convencional. No entanto, o MALDI-TOF tem importantes limitações como a dificuldade na identificação de amostras polimicrobianas, sua dependência dos agentes registrados nos bancos de dados, sua ausência de um protocolo único estabelecido para processamento de amostras diretamente de hemocultura positiva e sua limitação na identificação de bactérias gram positivas. Conclui-se que a inclusão do MALDI-TOF no protocolo de sepse traz importantes benefícios tanto em relação ao tempo ate identificação do agente, quanto em relação à melhora no prognóstico do paciente. No entanto, ainda são necessárias algumas melhorias de forma a contornar as limitações atualmente presentes

    Incidência de doenças infectocontagiosas respiratórias após a implementação de medidas preventivas contra a propagação da Covid-19

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    O Sars-CoV-2 é um vírus respiratório transmitido por contato direto ou indireto por gotículas e aerossóis liberados por pessoas infectadas. Tendo em vista sua alta transmissibilidade e seu grande potencial de gravidade, os órgãos de saúde mundiais propuseram medidas de prevenção e controle de contato, como o uso de máscaras faciais, higienização de mãos e distanciamento social. Por consequência disso, espera-se que a maioria das infecções causadas por microrganismos altamente transmissíveis pela via respiratória sejam prevenidas, já que essas medidas também agem como ações protetivas contra o contágio por contato direto e indireto dessas afecções. Dessa forma, esse estudo teve como objetivo comparar a incidência de doenças infectocontagiosas respiratórias antes e depois da implementação das medidas protetivas contra a COVID-19. A pesquisa realizada para a confecção desse artigo foi de cunho explicativo, transversal e retrospectivo, analisando dados do LACEN-DF (Laboratório Central do Distrito Federal), laboratório parceiro, provenientes do período de janeiro de 2019 a junho de 2021, com o objetivo de realizar um comparativo entre os dados do período de janeiro de 2019 a fevereiro de 2020, anteriormente à quarentena, e de março de 2020 a junho de 2021, após a institucionalização de medidas preventivas. Com isso, foi possível avaliar os valores absolutos de resultados positivos do painel viral por ano, observando-se uma redução de, aproximadamente, 32% de 2019 para 2020. E, com base nos resultados encontrados, é possível afirmar que as medidas preventivas, aplicadas pela pandemia da COVID-19, têm impacto socioeconômico importante, além de contribuir na compreensão e prevenção em situação de saúde futura, especialmente em épocas de cris

    Perfil dos marcadores laboratoriais de pacientes admitidos com infecção por Sars-cov-2 em hospitais do Distrito Federal e sua importância prognóstica

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    Com a disseminação em escala global do novo coronavírus, a Organização Mundial da Saúde reconheceu o Covid-19 como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Sabe-se que a doença pode causar uma inflamação severa, provocando complicações nos pacientes, como dispneia, inflamação de órgãos e sistemas, eventos tromboembólicos, sepse, uso de ventilação mecânica e evolução com um pior prognóstico. Neste trabalho, objetivou-se analisar os marcadores laboratoriais que tiveram correlação com as complicações nos pacientes graves em ambiente de UTI e sua importância para prevenir, monitorar e tratar esses adequadamente. Além disso, estabeleceu o perfil dos pacientes admitidos unidades de tratamento intensivo. Estudo observacional e transversal, com coorte retrospectiva de pacientes com diagnóstico de covid-19. No qual se baseia em pacientes admitidos na unidade de tratamento intensivo entre março de 2020 e agosto de 2020, em hospital particular da Rede D'Or, Santa Luiza. Os dados foram coletados via sistema eletrônico de prontuário da unidade de saúde, TAZI®. Nos prontuários foram analisadas as seguintes variáveis: sexo, idade, comorbidade, data do diagnóstico da doença, data de admissão em UTI, necessidade de ventilação mecânica e eventos tromboembolicos associado ao covid-19. Exames laboratoriais e microbiológicos realizados: pesquisa de SARS-CoV-2 por Rt-PCR; painel viral; hemograma; TP; TTPa; marcadores de atividade inflamatória/fase aguda: PCR, DHL, ferritina, D-dímero, ureia sérica, creatinina sérica, além de culturas bacterianas, associada ou não a protocolo de sepse. A população estudada foi de 87 pacientes, a idade mediana foi de 60 anos; 45 (52%) eram do sexo masculino, e 68 (78%) tinham pelo menos uma comorbidade. Quase metade dos pacientes (49%) apresentou hipertensão arterial (HAS) e ou doença coronariana. Seguido de diabetes mellitus (DM2) 20 (28%), dislipidemia 11 (15%), obesidade 8 (11%), asma 8(11%). A prevalência de sepse foi de 13 (15%) pacientes, os quais 9 (10%) tiveram uma admissão na UTI já em sepse. Foram encontrados 8 (9,1%) doentes admitidos em UTI com insuficiência respiratória (IR) que necessitaram de ventilação mecânica, nos quais o tempo médio de evolução foi de 11 dias, e uma mediana de 4,5 dias. Quanto às coinfecções, 63 (73%) pacientes foram submetidos à análise de cultura bacteriana, sendo colhidas amostras de hemocultura, urocultura, secreção de orofaringe e ponta de cateter de acesso central. Os resultados foram de 15% com cultura positiva, e com crescimento de S. aureus, K. pneumoniae, Enterococcus e E.coli. Houve a prevalência de 4 (4,5%) eventos tromboembólicos, dos quais: 2 acidentes vasculares cerebrais, 1 tromboembolismo pulmonar, e 1 trombose venosa profunda. Em nossa população, as comorbidades (diabetes, hipertensão e obesidade) foram o maior preditor de insuficiência respiratória, sepse, necessidade de ventilação mecânica e gravidade do paciente. Além dos testes convencionais de coagulação, vários biomarcadores avaliaram o risco de trombose e o prognóstico em pacientes com Covid-19. Pesquisas futuras devem se basear nessas descobertas investigando fatores relacionados à gravidade da doença, bem como novos marcadores laboratoriais para auxiliar na conduta médica e evitar prognósticos ruin

    Prevalência de Cryptococcus neoformans e gattii em fontes ambientais da comunidade em Brasília, Distrito Federal

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    A criptococose, doença causada pelo fungo do gênero Cryptococcus spp., é uma patologia característica de grandes cidades e conglomerados urbanos, onde exista a possibilidade da proliferação de pombos domésticos. É uma doença importante, pois pode causar uma extensa gama de infecções, desde uma dermatite local, até uma fungemia ou meningoencefalite, forma mais letal da doença. Os pombos, principais vetores da doença, evacuam as leveduras encapsuladas, que, extremamente resistentes, principalmente devido a produção de melanina, podem sobreviver durante anos em ambientes propícios. A pesquisa teve como intuito principal, testar amostras encontradas no perímetro urbano do Plano Piloto em Brasília - DF, a fim de obter resultados epidemiológicos sobre a doença. Para isso, as fezes foram coletadas e levadas para o laboratório de Microbiologia do UniCEUB, onde passaram por um processo identificação. As amostras crescidas em ágar Sabouraud passaram por processo de microscopia com nanquim, onde, qualquer amostra que obtivesse a visualização de leveduras encapsuladas passaria pelo processo de isolamento. Das 20 amostras coletadas (100%), a microscopia foi positiva para 7 (35%). Todas as amostras com microscopia positiva passaram pelo processo de isolamento em ágar, onde apenas 3 (15%) obtiveram crescimento ideal, sem contaminantes ou competição entre microrganismos. Posteriormente, as 3 amostras isoladas foram submetidas a técnica MALDI-TOF, que consiste em uma aplicação de espectrometria de massa por ionização e dessorção a laser. A identificação revelou que das 3 (100%) amostras, 2 (66,6%) foram identificadas como Cryptococcus albidus e 1 (33,3%) como Rhodotorula mucilaginosa, ambos patógenos emergentes tanto em ambientes cosmopolitas com presença de pombos domésticos, quanto em pacientes imunocomprometidos, como portadores de AIDS, pacientes transplantados ou em pacientes oncológico

    O alarmante aumento da resistência bacteriana a antimicrobianos. seria o uso inapropriado destes um fator de influência no desenvolvimento de resistência?

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    Antimicrobianos são medicações que matam ou desaceleram o crescimento demicrooganismos patogênicos. O primeiro medicamento dessa classe foi descoberto porBartolomeo Gosio ao isolar ácido micênico da Penicillium glacum. Pouco tempo depois,Alexander Fleming descobriu a penicilina e fez uma previsão sobre o abuso de tais remédiosdevido ao conhecimento dos efeitos “milagrosos” de tais drogas. O uso inadequado deagentes antibióticos influencia a resistência bacteriana aos antimicrobianos. Ademais,existem outros fatores de risco em relação ao desenvolvimento de tal resistência, como ahigiene precária, o aumento de migrações entre países e também a diminuição expressiva dadescoberta de novas classes de antimicrobianos no contexto atual. Atualmente, se observacerca de 700 mil óbitos por ano mundialmente relacionados a patologias por agentesresistentes. Estima-se que esse valor pode alcançar até 10 milhões de pessoas por ano. Alémdisso, segundo a organização World Bank, a resistência a antimicrobianos pode, também,trazer prejuízos econômicos extremos, o que poderia contribuir para a condução de cerca de28 milhões de pessoas para a linha de extrema pobreza. Assim, observa-se a granderelevância de estudos que abordem tal temática, considerando também a escassez depesquisas que informem as práticas e atitudes da população do Distrito Federal que possamfavorecer o aumento da resistência bacteriana na comunidade e em ambientes hospitalares.Nesse contexto, foi conduzido um questionário criado pelas autoras com o objetivo deavaliar a realidade do Distrito Federal frente à resistência a antimicrobianos. Observou-seque na população mais idosa, acima de 70 anos, cerca de metade dos entrevistadosapresentaram um comportamento inadequado em relação ao uso dessas medicações. Foiobservado, também, que 15% dos interrogados afirmaram já terem tido alguma infecção pororganismo multirresistente. 38,5% afirmaram, ainda, que já tiveram uma patologia que nãoteve melhora mesmo após uso correto dos medicamentos indicados, sendo preciso aalteração de medicação pelo profissional da saúde que o dava assistência. Outrossim, épossível relacionar a pandemia do Covid 19 com o aumento de infecções resistentes. Entreaqueles que responderam ao questionário, 9,1% afirmaram ter feito o uso de medicaçõesantibióticas para tratar ou prevenir a Covid19. Conforme já mencionado, o uso inadequadodessa classe de medicamentos aumenta o risco do desenvolvimento de organismosmultirresistentes. A partir dos resultados obtidos, é possível afirmar que ,entre a populaçãoentrevistada, há baixa prevalência de comportamentos considerados como de risco para odesenvolvimento de resistência antimicrobiana. Isso se deve, principalmente, à aplicação doquestionário ter sido limitada à população do DF e, sobretudo, àqueles que vivem na regiãocentral da cidade, devido à localização e ao público presente na universidade a qual aspesquisadoras frequentam. O Distrito Federal apresenta, hoje, um índice dedesenvolvimento humano de cerca de 0,824, considerado muito alto para o Brasil. Assim, épossível inferir que, apenas entre a população mais idosa e provavelmente oriunda de outrasregiões, se observa maior adoção de comportamentos de risco, que podem resultar emaumento de hospitalizações e, consequentemente, maior custo para o Estado
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