46 research outputs found

    A Via Sustentável-Solidária no Desenvolvimento Local

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    O presente texto discute como a solidariedade pode estar presente, de maneira estruturante, numa plataforma de promoção do desenvolvimento local. Nosso argumento considera que uma plataforma desse tipo supõe o horizonte de uma outra economia e de um outro modo de desenvolvimento cujos princípios e valores de um mercado auto-regulado não ocupam a centralidade nas relações de troca. A idéia é mostrar que tal plataforma configura uma concepção geral de promoção do desenvolvimento, aqui definida como via sustentável-solidária. Após contextualizar a problemática situando a pertinência dessa via hoje, o texto discute criticamente a solução mais comumente adotada para combater a falta de trabalho. Discute-se, em seguida, a natureza da via sustentável-solidária, bem como suas bases e fundamentos teóricos, para ao final abordar-se a construção prática dessa via, levando-se em consideração seus principais desafios

    Decifrando a Noção de Paraeconomia em Guerreiro Ramos: a atualidade de sua proposição

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    O presente texto examina a noção de paraeconomia em Guerreiro Ramos enquanto uma categoria analítica forte para a desconstrução crítica dos principais pilares de sustentação da teoria organizacional convencional. O texto sublinha a originalidade do autor através das ricas fontes de influência mobilizadas na construção deste conceito. Contudo, o intuito maior do trabalho é mostrar a contempora-neidade dessa proposição, tanto pela sua relação estreita com algumas das principais preocupações investigativas atuais no âmbito da sociologia e antropologia econômica, quanto por suas implicações para uma renovação da agenda do debate atual sobre a questão do desenvolvimento local. É assim que, no seu final, o texto articula o conceito de paraeconomia com a noção de economia plural, apontando novos caminhos de pesquisa e intervenção pública consoantes com um ideário crítico em termos de projeto de sociedade

    A problemática da economia solidária: uma perspectiva internacional

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    The present article discusses the solidary basic economy issue. It treats its origin as concept and it emergency context, placing it an European phenomenon. The text attempts to interpret this kind of practice under the economical anthropology perspective. This approach demonstrates great pertinence when suggesting a overcoming of the conventional economics, which allows the apprehension of certain dimensions of the phenomenon that would not be recognited in the neoclassical economical approach. The text still covers the different forms of manifestation of the solidary basic economy in the European context, stressing some of the main dilemmas and challenges faced in everyday practice of such experiences. The article ends with an exam of the Brazilian case concerning the phenomenon.Cet article discute le sujet de l'économie solidaire. On approche l'origine du concept et son contexte de déploiement sur le fond de la problematique européenne que le soutien. Le texte cherche à degager le sens d'un tel type de pratique, en s'appuyant sur une approche d'anthropologie economique. Cet approche semble assez fecond car il suppose une refondation de la définition conventionnel d'économie, ce qui permet la compréhension de certaines dimensions du phénomène mal perçue dans une vision économique standard. Le texte offre encore une description sur les différentes formes de manifestation de l'économie solidaire dans la realité européenne cherchant à souligner les défis pratiques de ces expériences au quotidien. Le texte se conclut avec une réflexion sur le cas brésilien de manifestation du phénomène en présentant les premiers esquisses d'une perspective comparative internationale sur le sujet.O presente artigo apresenta e discute a temática da economia solidária. Trata da sua origem, como conceito e do seu contexto de emergência, como fenômeno, situando-a numa problemática européia que lhe é fundadora. O texto procura também interpretar o sentido de tal tipo de prática apoiando-se em pressupostos de uma tradição de estudos do campo da Antropologia econômica. Esta abordagem demonstra grande pertinência ao sugerir uma desconstrução da idéia convencional de Economia, o que permite a apreensão de certas dimensões do fenômeno que apareceriam despercebidas numa visão econômica neoclássica. O texto oferece ainda uma leitura acerca das diferentes formas de manifestação da economia solidária no contexto europeu de realidade, buscando sublinhar alguns dos principais dilemas e desafios enfrentados na prática quotidiana de tais experiências, e conclui com uma reflexão sobre o caso brasileiro de manifestação do fenômeno. Trata-se de um texto ao mesmo tempo descritivo e analítico, com um leve tom ensaístico, sugerindo uma reflexão crítica de âmbito internacional sobre os limites e possibilidades do tema

    Solidariedade e organizações

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    Este livro parte de um diagnóstico crítico sobre a dupla insustentabilidade que tem caracterizado a dinâmica do desenvolvimento das sociedades contemporâneas: a crise ambiental e o aumento das desigualdades. Tais condições têm revelado um déficit de solidariedade tanto na relação dos seres humanos com a natureza, quanto na relação das pessoas entre si. É assim que o livro funda sua reflexão num paradoxo importante relativo ao lugar da solidariedade nas sociedades atuais: nunca antes houve tanta necessidade de fortalecê-la, tanto no plano nacional quanto internacional, e a reflexão a seu propósito jamais foi tão eludida, tão desconhecida, para não dizer tão desacreditada. Após salientar como a solidariedade foi invisibilizada na construção do conhecimento sobre as organizações e a gestão, o livro explora a emergência de práticas organizacionais inovadoras visando responder aos dilemas dessa dupla insustentabilidade. São os desafios e potencialidades contidos numa outra economia que nos convida a refletir sobre uma outra gestão

    A metodologia da Residência Social e a aprendizagem em comunidade de prática

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    O objetivo central deste trabalho é refletir sobre a natureza da residência social, sugerindo uma definição para tal metodologia de formação em gestão social e discutindo algumas de suas potencialidades e limites. A definição proposta está fundamentada em uma tripla dimensão de articulação: a primeira, relativa aos diferentes saberes mobilizados em função da diversidade de atores envolvidos; a segunda, relativa aos diferentes níveis de abordagem da realidade, ao envolver simultaneamente ação e reflexão; e, a terceira, relativa ao seu caráter de indissociabilidade entre os propósitos do ensino, da pesquisa e da extensão. A análise tem como base a perspectiva da aprendizagem em comunidades de prática, uma vez que a residência social revela características que propiciam a aprendizagem em contextos sócio-práticos, fomentando a criação de vínculos nas fronteiras entre diferentes grupos e a formação de novas comunidades de prática. As diversas experiências de formação em gestão social que vêm ocorrendo no âmbito da Universidade Federal da Bahia revelam que o reconhecimento e o fomento à aprendizagem, os quais ocorrem pelas práticas compartilhadas, constituem um caminho relevante para a construção de conhecimentos afinados com a natureza particular da gestão socia

    Solidariedade Democrática em Movimento: respostas à grande crise da pandemia de Covid-19

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    Este texto discute a natureza solidária das práticas elaboradas em iniciativas da sociedade civil brasileira no contexto da crise provocada pela pandemia de Covid-19. Partindo de um panorama crítico sobre como a crise pandêmica explicita as vulnerabilidades da sociedade brasileira, o texto analisa o conteúdo e a forma das respostas trazidas pelos movimentos sociais. Salienta-se seus desafios e caráter inovador, conformadores de suas novas tendências e problematiza-se sua dimensão de solidariedade pública e democrática em contraponto às formas de solidariedade filantrópica. O intuito é de ressaltar um entendimento renovado da solidariedade enquanto vetor de ação política para repensar as relações entre Estado, mercado e sociedade na busca de um efetivo equilíbrio entre suas instituições.

    Para superar o divórcio entre economia e sociedade: diagnóstico crítico e notas propositivas em um contexto de pandemia

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    O presente artigo se propõe a pensar a relação entre economia e sociedade em tempos de pandemia. O artigo inicia com (I) um diagnóstico crítico-analítico das causas e razões do divórcio entre economia e sociedade, identificando suas origens históricas e, ao mesmo tempo, buscando esclarecer como opera sua lógica na forma do neoliberalismo contemporâneo e como ela está em contradição com a democracia e, mesmo, com os próprios valores liberais. Em seguida (II), refletimos sobre as consequências do divórcio entre economia e sociedade, cujas insustentabilidades geradas serão analisadas tanto no nível macro-estruturante – ambientais, sócio-econômicas e políticas –, como no nível meso- e microssocial – territoriais e subjetivas. Por fim (III), passamos para as “notas propositivas” a favor de uma retomada da relação entre economia e sociedade, onde propomos reformulações conceituais e analíticas aptas para abrir um horizonte de sociedade do pós-bem estar social e também para formular, operacionalmente, um desenho de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento solidário de territórios

    Incubação de redes locais de economia solidária: lições e aprendizados a partir da experiência do projeto Eco-Luzia e da metodologia da ITES/UFBA

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    O presente texto discute o tema da incubação tecnológica no campo da economia solidária. Neste âmbito de práticas, busca-se situar a especificidade da incubação de redes locais de economia solidária em relação à incubação de cooperativas populares, no intuito de apreender o caráter inovador da primeira em relação à segunda, bem como seu alcance, limites e desafios em termos metodológicos. A discussão proposta toma como base o exame da experiência da Incubadora Tecnológica de Economia Solidária e Gestão do Desenvolvimento Territorial da Universidade Federal da Bahia (ITES/UFBA) e de um de seus casos de aplicação, qual seja, o Projeto Eco-Luzia no bairro de Santa Luzia em Simões Filho, município da região metropolitana de Salvador. Este caso ilustra a constituição de uma rede local, utilizando-se a metodologia que envolve esse tipo de incubação. Dois eixos centrais de análise nortearam o entendimento do caso: a realidade local de Santa Luzia, de um lado, e o comportamento do agente incubador, do outro. Observase, com isto, que o fator local, assim como o fator metodologia, combinados, representam elementos decisivos na definição dos rumos (avanços e limites) de um processo de incubação dessa natureza

    Um trabalho a troco de nada? A ação de uma comunidade de hackers à luz da teoria da dádiva

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    Mais do que apontar possíveis respostas para um “enigma” contemporâneo, este artigo discute as especificidades da dinâmica de trabalho dos hackers, no processo de produção não-contratual e colaborativo, presente na comunidadeon-line de desenvolvimento de softwares do Projeto GNOME (GNU Network Object Model Environment). A partir de uma imersão netnográfica de mais de um ano, analisou-se a organização do trabalho que dá vida ao processo de produçãoempreendido por mais de 300 hackers e colaboradores de todos os cinco continentes do planeta. Mais especificamente, buscou-se compreender a natureza do trabalho adotado pelos hackers ao longo do desenvolvimento e distribuição desoftwares nessa comunidade online de abrangência internacional. Como resultado, constatou-se a presença no Projeto GNOME de um tipo de engajamento não-contratual, associado a uma forma de trabalho e circulação de bens que se difere completamente de organizações ligadas à esfera do mercado ou do Estado, mas que consegue, por meio da internet, viabilizar um processo internacional de desenvolvimento de software de alta complexidade. Em outras palavras, foi possível verificar por meio da dinâmica social empreendida no seio dessa comunidade online, a emergência, nos liames digitais da internet, de uma nova expressão da dádiva moderna: um sistema de dádiva mediada por computador, tanto na essência como no modo de funcionamento e organização do trabalho.  

    Moedas Sociais nos Bancos Comunitários de Desenvolvimento: a Experiência das Conchas em Matarandiba/BA

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    O texto propõe uma revisão do debate antropológico sobre a moeda, permitindo escapar ao reducionismo economicista que a identifica com a ideia de neutralidade. Com esta ampliação do olhar sobre a moeda, discute-se o uso de moedas sociais nas práticas dos Bancos Comunitários de Desenvolvimento no Brasil. O intuito é refletir sobre a experiência do BCD Ilhamar e da moeda social Concha, implementados, desde 2007, na comunidade Matarandiba, no município de Vera Cruz, na Bahia. As reflexões baseadas nesta experiência permitiram identificar alguns desafios como a construção da confiança por parte dos próprios moradores no sistema de moeda social local; a capacidade de manter níveis elevados de coesão social na comunidade; o nível de organização já existente na comunidade, o que pode ser útil a outras experiências do uso de moedas sociais
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