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CAROLINA MARIA DE JESUS: QUATRO MOVIMENTOS DA FAVELA E LITERATURA
Resumo: Este artigo investiga um caso sui generis de escrita da periferia, o de Carolina Maria de Jesus. Diferente de praticamente todos os comentários sobre ela, o texto trata do nÃvel biográfico como apenas mais um dentro do que é de fato um fenômeno cultural de muitas camadas envolvendo diversos atores. Após caracterizar a favela como um lugar de exclusão inclusiva, o artigo propõe uma leitura que articula a representação de dois vetores espaciais, os da favela e da literatura; estes quatro quadros de referência emergem para delinear a relação entre literatura e marginalidade, escrita e periferia. A conclusão é que a favela assombra tanto a autora como seus crÃticos; seu principal traço é que ela persiste como um locus simbólico de negatividade.
Palavras-Chave: Favela; Literatura; Carolina Maria de Jesus; Capitalismo; Exclusão inclusiva.
Abstract: This article investigates a sui generis case of writing from the periphery, that of Carolina Maria de Jesus. Unlike practically all the comments about her, the text treats the biographical level as just one more within what is in fact a multi-layered cultural phenomenon involving several actors. After characterizing the favela as a place of inclusive exclusion, the article proposes a reading that articulates the representation of two spatial vectors, those of the favela and literature; these four frames of reference emerge to delineate the relationship between literature and marginality, writing and periphery. The conclusion is that the favela haunts both the author and her critics; its main feature is that it persists as a symbolic locus of negativity.
Keywords: Favela: Literature; Carolina Maria de Jesus; Capitalism; Inclusive exclusion
De volta a Adorno na interpretação da cultura
O presente ensaio defende a atualidade da crÃtica de T.W. Adorno para a interpretação da cultura hoje. Ao compará-la com a de Fredric Jameson, observa-se que ela não dissocia objeto e método, não separa o interpretante do material analisado, nem se furta a lidar com questões de valor em relação aos artefatos da cultura. A volta a Adorno não é entendida como uma investigação de uma origem que deveria ser recuperada em sua pureza, mas como o envolvimento com uma obra que muda de acordo com as tensões que o presente lhe impõe