5 research outputs found

    Caracterização de fitólitos de plantas e assembleias modernas de solo da caatinga como referência para reconstituições paleoambientais

    Get PDF
    A Caatinga, quarto domínio fitogeográfico brasileiro em número de espécies de angiospermas, é composta por um mosaico de florestas secas e vegetação arbustiva, com enclaves de florestas úmidas montanas e cerrados. Entretanto, é o segundo bioma brasileiro com menos áreas protegidas e com poucos estudos paleoambientais. Buscando contribuir para a discussão sobre a evolução deste bioma durante o Quaternário, foram escolhidos como indicadores os fitólitos. Por ser um trabalho pioneiro com esse tipo de proxy na região, foi necessário investigar primeiro se as plantas da Caatinga produzem bastante fitólitos e se os mesmos se preservam nos solos. Foram coletadas na Depressão Sertaneja Setentrional amostras de 33 plantas de 16 famílias e 5 amostras superficiais de solo (Assembleias Modernas) sob diferentes formações vegetais (AM1 Caatinga Arbustiva Aberta, AM 2 Floresta de Caatinga Média, AM3 Floresta de Caatinga Alta, AM4 Floresta Ciliar e AM5 Caatinga Arbustiva Densa), para servir de referência para futuros trabalhos com assembleias fósseis. Constatamos que as plantas da Caatinga produzem uma grande quantidade e variedade de fitólitos, predominando os traqueídeos, poliédricos, globular granulate e tricomas. Foi encontrado um bom grau de preservação dos fitólitos, variando nos tipos e na quantidade de acordo com a vegetação sobrejacente e a granulometria do solo. A assembleia com maior quantidade de fitólitos classificáveis foi AM3 e a com menor porcentagem foi a AM1. Os maiores estoques de fitólitos foram encontrados nas AM 3, 2 e 5, e os menores nas 1 e 4. Os morfotipos fitolíticos predominantes foram o globular granulate, globular echinate e elongate, o que é esperado nesse tipo de vegetação. Os índices fitolíticos D/P (0,6 a 15), Bi (50 a 78%), Iph (53 a 87%) e Pa/P (0,1 a 8,9) são compatíveis com os tipos de formação vegetal analisados. Os fitólitos se mostraram ferramentas promissoras para o melhor conhecimento da vegetação da região, bem como para estudos paleoambientais no bioma

    RECONSTITUIÇÃO PALEOAMBIENTAL DE DUNAS VEGETADAS NA CAATINGA EM ARACATI, CEARÁ, ATRAVÉS DE BIOMINERALIZAÇÕES DE SÍLICA

    Get PDF
    Ce travail fait partie d'un projet qui étudie les sols et les plantes de Caatinga, en les reliant à la géomorphologie, au climat et au type de couverture végétale de l'écorégion de Dépression Sertaneja Setentrionelle. L'objectif est d'étudier les modifications de la végétation liées aux variations climatiques du Quaternaire par le biais de biominéralisations de silice, d'analyses pédologiques, d'isotopes de carbone et de relevés floristiques. Des échantillons ont été prélevés dans un profil de sol et de 8 familles de plantes à Aracati, Ceará. Toutes les plantes étudiées produisent des phytolithes sauf Poincianella bracteosa. L'analyse δ13C indique la présence de plantes C3. Des mégascleres de spicules marines ont été trouvées. Il existe une prédominance des grains grossiers mais les fractions fines augmentent avec la profondeur. Les phytolithes sont bien conservés, avec une prédominance de types bulliform, acicular et globular. La densité des arbres augmente entre environ 2300 et 700 ans cal. AP, indiquant des moments où l’environnement et le climat était relativement plus humides qu’au présent.Este trabalho faz parte de um projeto que estuda solos e plantas da Caatinga, relacionando-os com a geomorfologia, clima e tipo de cobertura vegetal na Ecorregião da Depressão Sertaneja Setentrional. O objetivo é estudar mudanças na vegetação ligadas a variações climáticas do Quaternário, através de biomineralizações de sílica, análises pedológicas, isótopos de carbono e levantamento florístico. Foram coletadas amostras em um perfil de solo e amostras de 8 famílias de plantas em Aracati, CE. Todas as plantas estudadas produzem fitólitos, exceto Poincianella bracteosa. O δ13C indica presença de plantas C3. Foram encontradas megascleras de espículas marinhas. Há predominância de granulometria grossa, porém aumentam as frações finas com a profundidade. Os fitólitos estão bem preservados, com predominância dos tipos bulliform, acicular e globular. A densidade arbórea aumenta nos períodos de cerca de 2300 e 700 anos cal AP, indicando momentos de ambiente e clima relativamente mais úmido que o atual

    Reconstituição paleoambiental da bacia hidrográfica do rio Paraúna, MG, relacionada a processos fluviais e geomorfológicos, através de biomineralizações de sílica

    No full text
    A Serra do Espinhaço Meridional é um dos principais domínios geológico-geomorfológicos do estado de Minas Gerais, Brasil. Grande parte de sua área é drenada pela bacia do rio Paraúna, localizada na Depressão de Gouveia. Apesar da importância que a Serra representa, ainda são poucos os trabalhos que abordam de maneira integrada, a geomorfologia fluvial nos vales dos principais afluentes do rio Paraúna e a evolução paleoambiental ocorrida na região. A presente dissertação tem por objetivo investigar essas condições paleoambientais e inferir possíveis mudanças na paisagem natural, em associação com processos geomorfológicos ocorridos nesta bacia. A área foi estudada a partir de uma análise integrada envolvendo dinâmica e características do solo e da geomorfologia, biomineralizações de sílica (fitólitos e espículas de esponja) e idades obtidas a partir das datações por 14C-AMS. Foram coletadas 24 amostras de solo em 6 perfis e 38 amostras de plantas típicas do Cerrado (para servirem de referência moderna da produção fitolítica nas áreas de coleta). Constatou-se que, ao longo do Quaternário, os processos fluviais, condicionados pelo clima, pela litoestrutura, pelos movimentos neotectônicos e, mais recentemente, pelas atividades antrópicas, têm contribuído com a esculturação das formas de relevo da bacia do rio Paraúna e com o desenvolvimento das fitofisionomias. Constatou se que as plantas acompanham estas mudanças, respondendo às alterações no nível do lençol freático, no solo, na disponibilidade de água ou alagamentos sazonais, no curso dos rios, erosão e transporte. A quantidade de carbono orgânico e de fitólitos no solo apresenta variadas tendências, de acordo com os processos fluviais de deposição e erosão em cada um dos perfis estudados. Em alguns perfis os fitólitos estão bem preservados, com a porcentagem de classificáveis diminuindo com a profundidade, porém observa-se fitólitos quebrados e corroídos em áreas em que o rio atuou diretamente. Os tipos de fitólitos predominantes em todos os perfis foram traqueídeos, poliédricos, elongate, bilobate e bulliform e, em alguns casos, com presença em ambientes alagados de fitólitos do tipo papillae, característicos de Cyperaceae. O índice de densidade arbórea (D/P) apresentou valores sempre baixos, sendo no Perfil 4 onde foram observadas maiores alterações antrópicas da vegetação e uso do solo. Em todos os perfis verifica-se uma tendência de variação do D/P de acordo com as migrações e deslocamentos dos rios, indicando que a cobertura arbórea era mais densa quando o rio se deslocava e mais aberta quando o rio se aproximava, sugerindo que o fator limitante da vegetação nestas áreas não é tanto o clima, mas sobretudo a disponibilidade de água. As datações apresentaram idades que variam de 17.360 a 1790 anos cal AP, indo desde o Pleistoceno Médio até o Holoceno Superior. A presença de espículas de esponjas silicificadas em algumas áreas pode ser considerado um marcador da presença dos rios. Porém, constatou-se que a intensidade dos processos geomorfológicos e erosivos da região do Espinhaço Meridional não permitem que esse proxy seja encontrado em bom estado de conservação, o que inviabilizou análises mais aprofundadas neste trabalho. As análises fitolíticas e elementares do carbono e nitrogênio, se mostraram bastante promissoras na compreensão da evolução geomorfológica e de mudanças ambientais, principalmente se associadas a outros indicadores, como a granulometria, a fim de se obter uma maior precisão na inferência dessas mudançasCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThe Southern Espinhaço Mountain Range is one of the main geological-geomorphological domains of the state of Minas Gerais, Brazil. A large part of its area is drained by the Paraúna River basin, located in the Gouveia Depression. Despite the importance that the Serra represents, there are still few studies with an integrated approach to the fluvial geomorphology in the valleys of the main tributaries of the Paraúna river and the paleoenvironmental evolution that occurred in the region. This dissertation aims to investigate these paleoenvironmental conditions and to infer possible changes in the natural landscape in association with geomorphological processes that occurred in this basin. The area was studied based on an integrated analysis involving soil and geomorphology dynamics and characteristics, silica biomineralizations (phytoliths and sponge spicules), and ages obtained from 14C-AMS dating, enabling knowledge of the region’s paleoenvironmental conditions. A total of 24 soil samples were collected from 6 profiles along with 38 samples of typical Cerrado plants (to serve as a modern reference for phytolith production in the collection areas). It was found that, throughout the Quaternary, the river processes, conditioned by climate, lithostructure, neotectonic movements and, more recently, by anthropic activities, have contributed to the sculpting of relief forms in the Paraúna river basin and to the development of phytophysiognomies. It was found that the plants follow these changes, responding to alterations in the water table level, the soil, and water availability, or to seasonal flooding in the course of the rivers, erosion and transport. The amount of organic carbon and phytoliths in the soil has varied trends, according to the fluvial deposition and erosion processes in each of the studied profiles. In some profiles, phytoliths are well preserved, with the classified percentage decreasing with depth, but phytoliths are broken and weathered in areas where the river acted directly. The predominant types of phytoliths in all profiles were tracheids, polyhedral, elongate, bilobate, and bulliform, and, in some cases in flooded environments, with the presence of phytoliths of the papillae type, characteristic of Cyperaceae. The tree density index (D / P) always presented low values, with Profile 4 showing the greatest anthropic changes in vegetation and land use. In all profiles, there is a trend of D/P variation according to the migration and displacement of the rivers, indicating that the tree cover was denser when the river moved and more open when the river approached, suggesting that the limiting factor of vegetation in these areas is not so much the climate but mostly the availability of water. The dates ranged from 17,360 to 1790 cal years BP, ranging from the Middle Pleistocene to the Upper Holocene. The presence of silicified sponge spicules in some areas can be considered a marker of the presence of rivers. However, it was found that the intense geomorphological and erosive processes of the Southern Espinhaço region mean that this proxy was not in a good state of conservation, which prevented further analysis in the present study. Phytolith and elementary carbon and nitrogen analyses proved to be very promising for understanding of the geomorphological evolution and environmental changes, especially when associated with other indicators, such as granulometry, in order to obtain greater precision in the inference of these changes26

    NEOTROPICAL CARNIVORES: a data set on carnivore distribution in the Neotropics

    No full text
    Mammalian carnivores are considered a key group in maintaining ecological health and can indicate potential ecological integrity in landscapes where they occur. Carnivores also hold high conservation value and their habitat requirements can guide management and conservation plans. The order Carnivora has 84 species from 8 families in the Neotropical region: Canidae; Felidae; Mephitidae; Mustelidae; Otariidae; Phocidae; Procyonidae; and Ursidae. Herein, we include published and unpublished data on native terrestrial Neotropical carnivores (Canidae; Felidae; Mephitidae; Mustelidae; Procyonidae; and Ursidae). NEOTROPICAL CARNIVORES is a publicly available data set that includes 99,605 data entries from 35,511 unique georeferenced coordinates. Detection/non-detection and quantitative data were obtained from 1818 to 2018 by researchers, governmental agencies, non-governmental organizations, and private consultants. Data were collected using several methods including camera trapping, museum collections, roadkill, line transect, and opportunistic records. Literature (peer-reviewed and grey literature) from Portuguese, Spanish and English were incorporated in this compilation. Most of the data set consists of detection data entries (n = 79,343; 79.7%) but also includes non-detection data (n = 20,262; 20.3%). Of those, 43.3% also include count data (n = 43,151). The information available in NEOTROPICAL CARNIVORES will contribute to macroecological, ecological, and conservation questions in multiple spatio-temporal perspectives. As carnivores play key roles in trophic interactions, a better understanding of their distribution and habitat requirements are essential to establish conservation management plans and safeguard the future ecological health of Neotropical ecosystems. Our data paper, combined with other large-scale data sets, has great potential to clarify species distribution and related ecological processes within the Neotropics. There are no copyright restrictions and no restriction for using data from this data paper, as long as the data paper is cited as the source of the information used. We also request that users inform us of how they intend to use the data
    corecore