189 research outputs found

    O postal ilustrado da frente ao verso: imagens mais que reprodutíveis

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    "LOGOS 29 Tecnologias e socialidades"Cruzando uma mensagem singular com uma outra massiva e reprodutível, o postal é ele próprio metáfora da problemática que suscita, a saber, a passagem dos objectos culturais do regime da “ocorrência única” ao regime da “ocorrência em massa” (Walter Benjamin). Objecto de consumo ao serviço das indústrias culturais (das artes plásticas ao turismo) e deflagrando ‘belas imagens’ desde o seu aparecimento, o postal é um instrumento exemplar da “estereotipia da sedução” (Pierre Klossowski).Crossing a singular message and a massive one, postcard is a good metaphor to the theoretical approach it involves: the cultural objects passage from the “unique occurrence” regime to the “mass occurrence” regime (Walter Benjamin). Postcards, which are consumption objects serving cultural industries (from fine arts to tourism) and proliferating “beautiful pictures” since their emergence, are thus an exemplary tool of the “seduction stereotypy” (Pierre Klossowski)

    No negativo: morte e fotografia

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    É provável que quando Walter Benjamin (2012, p. 97) invocou a bruma que paira sob os primeiros anos da história da fotografia, o filósofo alemão não se referisse apenas à imprecisão com que os seus historiadores se confrontavam, mas também ao spleen, essa espécie de melancolia sombria imortalizada por Charles Baudelaire, que perseguiu igualmente os primeiros pensadores do meio fotográfico. Com efeito, o tom cinzento das primeiras provas fotográficas parece ter tingido o estado de alma de quem ao longo do séc. XX se dedicou a refletir sobre a fotografia. Uma atmosfera de mal-estar e um sentimento de crise envolvem o pensamento em torno da fotografia, que adquire assim um pendor progressivamente “disfórico”, conforme perspetiva Margarida Medeiros em Fotografia e Verdade: uma história de fantasmas (2010, p. 18). É num contexto negativo, que contrasta substancialmente com a situação de entusiasmo inicial e de fervor positivista com que foi recebida a invenção da fotografia, que se inscreve o mais imediato parentesco entre a fotografia e a ideia de morte. Podemos afirmar que, no que diz respeito às perspetivas teóricas, até mesmo na sua aurora, a fotografia é, desde logo, percebida como “arte crepuscular” (Sontag, 2008, p. 15)

    Cartes d’amour : liaisons visuelles

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    Le passage des lettres d'amour aux cartes d'amour, est en accord avec notre culture visuelle. Une culture globalement dominée par l'image, fondée sur la circulation iconographique quotidienne, rendue possible par l'avènement de la photographie et du cinéma, de la vidéo et du cyberespace, est à l'origine de métamorphoses dans la vie affective. Comment la confluence des images techniques et des émotions s'exprime-t-elle dans la carte postale d'amour ? C'est la question à laquelle se consacre cet article, en explorant les figures du kitsch, de l'énigme et du tragique

    Recreações, dos postais fotográficos aos postais digitais

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    (Excerto) Contemporâneos do aparelho fotográfico de que Arago elogiava as qualidades científicas, mas também dos espetáculos de lanterna mágica e dos dioramas, os postais ilustrados eram no início do século XX imagens trocadas quotidianamente. Concomitantes à emergência dos processos de reprodução fotomecânica e de progressos no serviço de comunicação postal, os postais passaram a ter imagens um ano após a sua emergência em 1869, na Áustria. Quando nos referimos ao postal, pensamos normalmente no objeto de correspondência tal como ele foi regularizado por volta de 1900: uma imagem reproduzida na frente e o verso normalmente manuscrito, dividido entre a mensagem e o endereço do destinatário.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT

    L’image récréative: des photos fantaisistes aux jeux virtuels

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    L’article qui suit est une tentative d’éclaircir l’idée d’image récréative, en l'exemplifiant à partir de la photo fantaisiste et des jeux vidéo. L’image récréative est corrélative aux transformations dans la notion d’image diagnostiquées par Walter Benjamin dans L'oeuvre d’art à l’époque de sa reproduction mécanisée. La récréation visuelle est ici comprise comme une pratique qui, résultant de l’avènement des médias tels la photographie et le cinéma, procure la « distraction » et se sert du modèle du collage. Malgré leurs différentes positions dans la généalogie de l’image, la photographie fantaisiste des premières décennies du XXème siècle, qui nous occupera principalement ici, et les jeux virtuels, sont également exemplaires de cette notion

    Contra-retratos: a subversão do grão fotográfico

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    O presente artigo propõe-se elencar os motivos mais recorrentes da prática lúdica retratística das últimas décadas do séc. XIX e das primeiras do séc. XX e pensá-los à luz do conceito de jogo (Caillois, 1958), e da noção de montagem (Benjamin, 2012b, 1991, 1989). Outrora difundidos nos postais ilustrados, na imprensa, nos manuais de fotografia amadora e nos álbuns familiares, e hoje expostos no museu e recuperados no ciberespaço, os retratos lúdicos da viragem do século, aqui agrupados sob a designação de fotografia recreativa, eram praticados por fotógrafos amadores em contexto doméstico, mas também por fotógrafos comerciais em estúdio, feiras populares e parques de diversão (Chéroux, 1998, 2005). Permitindo restabelecer a dupla pertença da fotografia ao mundo mágico do espetáculo e ao mundo técnico da ciência (Gunning, 1995), os contra-retratos exibem um particular encontro do humano com a técnica, avariando o meio fotográfico, na medida em que fazem do seu dispositivo reprodutivo um dispositivo recreativo, e convertem a fixação do tempo passado num animado passatempo, que esconjura qualquer jogo triste.The following essay aims to list the most common themes for the practice of trick portrait photography in the last decades of the 19th century and the first decades of the 20th century. It aims also to reason them in the light of the concept of play (Caillois, 1958), and the notion of montage (Benjamin, 2012, 1991, 1989). Once diffused in illustrated postcards, in the press, in the amateur photography manuals and in the family albums, nowadays displayed in the museum and recuperated in the cyberspace, the playful portraits from the turn of the century, here grouped under the designation of recreational photography, were produced by amateur photographers in a domestic context, but also by commercial photographers in studio, in popular fairs and amusement parks (Chéroux, 1998, 2005). Allowing the reestablishment of the double belonging of photography to the magical world of the spectacle and the technological world of science, these counter-portraits exhibit a peculiar encounter of the human with the technique, breaking down the photographic automatism, as they turn its reproduction device into a recreational one, and they convert the fixation of time into an animated pastime, which exorcise any mourning play.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Glossário de ciência aberta

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    O conhecimento é um bem público, pertença de todos e que a todos deve beneficiar e ser concedido. A sociedade e as comunidades de investigação associadas à produção e à curadoria do conhecimento devem assumir um papel responsável e fundamental na sua promoção, valorização, divulgação e partilha. Nos casos em que a investigação é realizada com recurso a financiamento público, este papel é reforçado em consequência da obrigatoriedade da sua divulgação e disponibilização. Por outro lado, a ciência tem um caráter público, porque o conhecimento é de todos e para todos. O conceito de Ciência Aberta tem ganho destaque e assumido uma posição sólida na sociedade no seguimento das políticas desenvolvidas por agências públicas de financiamento de I&D de vários países, das recomendações da Comissão Europeia e das iniciativas levadas a cabo em Portugal, ao nível das instituições de ensino superior, da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da tutela (Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior). A promoção do conceito «Conhecimento Para Todos» e, por arrastamento, os pressupostos da Ciência Aberta, tendem a reforçar o impacto social da investigação, reconhecendo-a e valorizando-a. A Ciência Aberta é, assim, um modelo de prática científica mais abrangente, uma vez que acontece em todas as etapas da investigação e possibilita o acesso aberto a publicações, dados de investigação e inclui a interoperabilidade da infraestrutura científica, as metodologias partilhadas e possibilita a utilização de ferramentas para data mining. A Ciência Aberta contribui para a melhoria da qualidade da ciência, permitindo o aumento das colaborações que envolvem a investigação e a sociedade em geral e um maior impacto socioeconómico da pesquisa pública. No âmbito da efetiva implementação da Ciência Aberta em Portugal, a Secretaria de Estado da Ciência e do Ensino Superior desenvolveu um conjunto de iniciativas, de entre as quais a divulgação e a formação assumem especial relevância. Nesse âmbito surgiu a proposta da construção de um glossário da Ciência Aberta. O convite foi endereçado a duas bibliotecárias de instituições do ensino superior universitário e politécnico. O presente estudo apresenta o projeto e o trabalho desenvolvido entre maio e setembro de 2016. Foram compiladas 166 designações com entradas pelo idioma português, preferencialmente, seguidas da respetiva expressão inglesa; privilegiou-se a entrada no idioma inglês sempre que a expressão portuguesa resultava em completo desconhecimento para o leitor/investigador. O Glossário de Ciência Aberta, disponível em http://www.ciencia-aberta.pt/glossario, segue os princípios da transparência, do acesso aberto, da reutilização da informação e do uso de ferramentas web. As definições apresentadas são da responsabilidade de inúmeras entidades oficiais e científicas, identificadas com um link direcionado à informação original. Na recolha de informação foram privilegiados os conteúdos em formato digital. São apresentadas relações de associação entre expressões e salvaguarda-se, sempre que possível, a expressão original. Este é um projeto work-in-progress, pelo que são bem-vindos mais e novos conteúdos através do email ciê[email protected]

    Cuidados de Enfermagem à Gestante Com Diabetes Gestacional

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    Este estudo é realizado no âmbito do Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Enfermagem, na Universidade do Mindelo e trata da sistematização da assistência de enfermagem prestada à gestante com diabetes gestacional durante o pré natal, através de consulta de enfermagem e das acções educativas realizadas às gestantes. Escolhemos trabalhar este tema, primeiramente por motivos pessoais, uma vez que ambas trabalhamos no serviço de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Baptista de Sousa e, em segundo lugar, porque queremos dar resposta sobre a forma como os enfermeiros prestam cuidados às gestantes com diabetes gestacional. Para o desenvolvimento do presente trabalho, utilizámos o método de revisão de literatura, como metodologia base e também realizámos entrevistas semi-estruturadas e observação participante.A gestação é um processo natural que envolve múltiplas mudanças, a vários níveis, tanto fisiológicos, como psico-sociais e emocionais. Dentro das mudanças fisiológicas, pode surgir a diabetes gestacional. Assim, considerando que a intervenção de enfermagem pré-natal e atendimento hospitalar eficiente podem diminuir expressivamente a morbilidade e mortalidade materna e fetal, tendo como causa a diabetes gestacional. Concluímos que o aprimoramento técnico e científico do enfermeiro, muito pode contribuir no acompanhamento destas gestantes dentro de uma equipa multidisciplinar e, consequentemente, alcançar o equilíbrio e o bem-estar, tanto materno como fetal, nos procedimentos, diagnóstico e tratamento da diabetes gestacional

    Era uma vez... o portal ilustrado

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    A secção CÊ de ciência é coordenada pela Professora Universitária Ana Teresa Alves.Hoje com os nossos smartphones, sempre prontos a partilhar fotografias, memes e vídeos, quase nos esquecemos de que ele existe, mas, se calhar não sabes que, durante muitos anos, ao longo do séc. XX, antes de haver telemóveis e quando muitas pessoas não tinham máquinas fotográficas, o meio mais popular para enviar imagens aos amigos e familiares era o postal ilustrado.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
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