5 research outputs found

    Agostinho: a fé tem olhos próprios

    Get PDF
    This article is a commentary on a text of St Augustine entitled De fide rerum quae non videntur, which is a sermon motivated by the misconceptions or even mistakes of those who do not profess the Christian faith. The text was probably written between 420-425 A.D., a time conducive to strengthening of faith in invisible things, given the historical horizon that heralded the decline of the Roman Empire. In the composition of the text, in line with the proper style of a sermon, there are eight brief parts. Without losing cohesion with regard to the main theme, Augustine concludes that faith has its own eyes capable of seeing – and allowing us to believe in – invisible things. Recebido: 30/12/2019Aceito: 30/12/2019Trata-se de um comentário ao texto de santo Agostinho intitulado De fide rerum quae non videntur, na verdade, um sermão motivado pelos equívocos ou mesmo os enganos daqueles que não professavam a fé cristã. Provavelmente o texto foi escrito entre 420-425, tempo propício para fortalecer a fé nas coisas invisíveis, tendo em vista o horizonte que anunciava o declínio do Império Romano. Na composição do texto, em consonância com o estilo próprio de um sermão, são oito breves partes. Sem perder a coesão em torno do tema principal, Agostinho pode concluir que a fé tem olhos próprios capazes de ver – e de nos permitir crer – nas coisas invisíveis. Recebido: 30/12/2019Aceito: 30/12/201

    Jaspers lê Agostinho: possibilidades de leitura sobre o homem e sobre Deus

    Get PDF
    Pretende-se apresentar a possibilidade de leitura e denominador comum entre Agostinho e Jaspers em suas respectivas obras Confissões e Introdução ao Pensamento Filosófico. Apesar de pertencerem a épocas diversas, tanto em um pensador quanto em outro há marcas de uma antropologia filosófica, que procura compreender o ser humano a partir de uma certa inquietação frente a simesmo e ao universo existencial. Desses textos vale a pena evidenciar aqueles trechos que se referem à condição humana e ao lugar da filosofia no mundo. Dois pensadores de tamanha grandeza e densidade podem mapear nossas idéias e traçar a geografia da nossa alma, que anda tão desconcertada. Em tempos tão modernos, resgatar a validade da Filosofia em autores considerados ‘antigos’pode parecer ultrapassado, fora de moda. Mas a intenção filosófica, compartilhadapelos dois pensadores, só reitera o caráter universal da filosofia,mediatizada pela razão em busca do mais verdadeiro,em qualquer tempo

    Boecio lê Agostinho: o exercício da memória

    No full text
    No Livro X de Confissões, Agostinho descreve lugares e entrelugares da memória, locais de armazenamento de saberes, vivências e incompletudes. Mas também local no qual se conservam as artes liberais, uma enciclopédia do saber. Revisitando essa enciclopédia, na prisão em Pavia, Boecio poderá contar com um acervo ‘virtual’, de tal modo que sua De Philosophiae Consolatione expressará os ensinamentos e prescrições didático-pedagógicos de Agostinho, no sentido de ascender, dialeticamente, à vida feliz. Quer dizer, à vida vivida com sabedoria filosófica na qual o conhecimento adquirido traduz-se em prática vivida. Sem essas diretrizes espirituais, revistas no exercício da memória, Boecio provavelmente não poderia ter nos legado o ensinamento de que a memória é fonte viva, permanentemente à nossa disposição, sem a qual ficaríamos à deriva nesse longo exercício espiritual que é viver
    corecore