13 research outputs found

    Alinhavos para pensar o presente: arte de Rosana Paulino e Beth Moysés

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    Neste texto busco articular mulheres, arte e política como dimensões para pensar o presente. A produção artística é utilizada como dispositivo para problematizar o que nos acontece e enxergar o que deveria ser intolerável, bem como procurar os germens de vida que possam descolonizar o pensamento e o desejo. Rosana Paulino e Beth Moysés são artistas com reconhecimento internacional e apontam questões sobre o que é ser/estar mulher e não branco ao desnaturalizarem as violências e violações cotidianas e históricas do projeto colonial e patriarcal. Quais são as dores e os silêncios nas obras comentadas? Quanto de violência há em ser/estar mulher ou corpos generificados, feminizados e racializados? É sobre as políticas de vida e morte vigentes que as artistas contribuem para colocar em análise. Ambas usam a arte como estratégia de luta e resistência na construção de estéticas feministas com potência para produzir transformações na sensibilidade coletiva

    Pela gestação de outras saúdes e incontáveis modos de ser/estar o mundo

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    Este texto é um exercício de pensamento que toma aspectos da saúde materna e da saúde indígena/indigenista de Dourados e região como dispositivos para questionar o presente e o que nos acontece. O cenário é paradoxal e marcado por inúmeras disputas. A força da monocultura produz o empobrecimento da vida e assujeitamentos de várias ordens. Num enfraquecimento de diversas formas de existência, as experiências estão cada vez mais restritas aos guetos identitários e as políticas de saúde servem, comumente, como estratégia para reafirmar as perspectivas naturalizantes. Dentre os desafios, destaco: como ampliar o compromisso coletivo como a vida quando o presente é o Brasil pós-golpe

    Autoetnografia e a potência do habitar e (des)aprender com territórios indígenas: : contribuições para de(s)colonizar a Psicologia

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    In this study, through critical performative autoethnography, we share part of our experience of inhabiting and (un)learning with native peoples. We situate our trajectory of colonized formation, individual and collective, and the processes of de(s)colonization of the senses from the encounter and (re)knowledge of the Kaiowá and Guarani peoples. Our methodological path was composed by the condition of inhabiting and coexisting in public and institutional spaces with the Kaiowá and Guarani, the participation in self-organized activities by the ethnic-social movements of these peoples, the registration in a field diary, analysis of documents and the production of photographic records. In this text, we aim to problematize the colonialist ideologizations that constitute our colonized imaginaries and socialize the potential of de(s)colonization in de(s)learning with peoples from the condition of inhabiting the countryside and allowing it to inhabit us. We emphasize the engagement of research and writing policies committed to peoples as a horizon for the production of epistemologically disobedient knowledge in the rupture with dehumanizing understandings and practices. We propose, from our experience of living, studying and working with the Kaiowá and Guarani, a psychosocial sensitivity and listening de(s)colonized as possible contributions for de(s)colonisation of psychological knowledge. Keywords: Indigenous Peoples. Social Psychology. Autoethnography. Coloniality. Decolonization.Neste estudo, através da autoetnografia performativa crítica, compartilhamos parte de nossa experiência de habitar e (des)aprender com os povos originários. Situamos nossa trajetória de formação colonizada, individual e coletiva, e os processos de de(s)colonização dos sentidos a partir do encontro e (re)conhecimento dos povos Kaiowá e Guarani. Nosso caminho metodológico esteve composto pela condição de habitar e coexistir em espaços públicos e institucionais com os/as Kaiowá e Guarani, a participação em atividades auto-organizadas pelos movimentos étnico-sociais destes povos, o registro em diário de campo, análise de documentos e a produção de registros fotográficos. Neste texto, temos como objetivo problematizar as ideologizações colonialistas constituintes de nossos imaginários colonizados e socializar as potencialidades de(s)coloniais em de(s)aprender com os povos a partir da condição de habitar o campo e permitir que ele nos habite. Ressaltamos o engajamento das políticas de pesquisa e escrita comprometidas com os povos como horizonte para a produção de conhecimentos epistemologicamente desobedientes na ruptura com as compreensões e práticas desumanizantes. Propomos, desde nossa experiência de viver, estudar e trabalhar com os/as Kaiowá e Guarani, a sensibilidade psicossocial e escuta de(s)colonizada como possíveis contribuições para de(s)colonizar os conhecimentos psicológicos. Palavras-chave: Povos Indígenas. Psicologia Social. Autoetnografia. Colonialidade. De(s)colonização

    “Coronacrise”

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    Ao sermos interpelados/as pelo atual cenário político-pandêmico e diante de um quadro tão incerto quanto o que vivemos, somos desafiados/as a refletir não apenas sobre os “limites”, mas também sobre as “possibilidades” inauguradas em tempos de crise. Assim, num movimento  de disputa crítica e analítica frente aos inúmeros eventos do presente, buscamos, a partir de uma perspectiva transdisciplinar e em diálogo com autores e autoras que versam sobre as (bio)políticas contemporâneas, tecer breves considerações sobre os efeitos necropolíticos da crise da Covid-19 no Brasil. A partir de um levantamento bibliográfico e da análise de algumas notícias, concluímos que, se a pandemia é um problema de todos/as, a lógica necropolítica em curso no Brasil faz com que ela incida, principalmente, sobre sujeitos e coletivos atravessados por marcadores sociais de diferença, colocando-se como desafio para as ciências humanas e sociais que têm acionado toda uma expertise na área da saúde para refletir e contribuir diante desse contexto

    Ensaio

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    Este é um exercício de pensamento realizado a partir de meu encontro com o documentário “Ilegal – A Vida Não Espera”, com direção de Tarso Araujo e Ricardo Erichsen, de 2014. O filme é um convite para um debate sobre o qual o Brasil está atrasado, tratando o assunto limitado ao âmbito da justiça com forte repressão policial. Ao assistir “Ilegal” e acompanhar as mães/mulheres na luta por uma vida digna para suas crianças e para si mesmas, bem como o conservadorismo e a morosidade do Estado, fui tomada por muitos afetos

    A política nacional de humanização na produção de inflexões no modelo hegemônico de cuidar e gerir no SUS: habitar um paradoxo

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    The National Humanization Policy - HumanizaSUS (NHP) was created in 2003 as from the recognition of innovative experiences of a SUS that works out and since then has been promoting changes in its attention and management. In this cartography, we have been interested in meetings, stories, everyday work situations, as well as in the feelings of strangeness, doubts and clashes that have been produced throughout our trajectory in HumanizaSUS. Many narratives have been linked in order to enable us to report fragments of this story. Official documents, notes from meetings, countless rounds of conversations through the experience of being a consultant at Ministry of Health were added to the 78 final documents/narratives of a course at NHP in the Midwest of Brazil, and also to the dialog with 5 other consultants. We have used authors of the Philosophy of Difference and also of Public Health, mainly the ones aligned with HumanizaSUS, who have helped us discerning the clues of capture and resistance, without feeling sorry for the present days. We have built two scooping plans that are connected and mutually dialog. In chapter 2, NHP and its remarkable moments, happenings and divergences were extensively covered. HumanizaSUS was discussed as an unfinished piece of work and collective duty and has been struggling for a place in the Ministry of Health in everyday services and academic production. In chapter 3, some challenges and obstacles for making health a right were discussed. The captures of contemporary history, SUS as a battle field, the several and unequal realities that exist in Brazil and the struggle for citizenship contribute to broaden the comprehension of how important HumanizaSUS proposal is. In the supporters' narratives we can see headways and retrocessions of SUS, a powerful movement that results from reformist battles regarding health care, but that also combats the hegemonic patterns...A Política Nacional de Humanização - HumanizaSUS (PNH) foi criada em 2003 a partir do reconhecimento das experiências inovadoras de um SUS que dá certo e desde então fomenta mudanças na atenção e na gestão. Nesta cartografia nos interessamos pelos encontros, histórias, situações corriqueiras de trabalho, assim como os estranhamentos, questionamentos e embates que foram produzidos ao longo de nosso percurso no HumanizaSUS. Para contarmos fragmentos desta história muitas narrativas foram entrelaçadas. Os documentos oficiais, anotações de reuniões e inúmeras rodas de conversa através da experiência como consultora do Ministério da Saúde, foram somados aos 78 documentos/narrativas finais de um curso da PNH na região Centro-Oeste, e ainda ao diálogo com 5 outros consultores. Utilizamos dos pensadores da Filosofia da Diferença e também da Saúde Coletiva, principalmente os alinhados com o HumanizaSUS, que nos auxiliaram na empreitada por enxergar os indícios tanto das capturas, quanto das formas de resistências, sem lamentar o presente. Construímos dois planos de análise que estão interligados e dialogam mutuamente. No capítulo 2 fizemos um demorado passeio pela PNH, por momentos, acontecimentos e divergências que marcaram os apoiadores. Problematizamos o HumanizaSUS como uma obra aberta e tarefa coletiva, que tem disputado espaço no Ministério da Saúde, no cotidiano dos serviços e na produção acadêmica. No capítulo 3 discutimos alguns desafios e entraves para a efetivação da saúde como direito. As capturas do contemporâneo, o SUS como campo de disputa, os muitos e desiguais 'Brasis' e a luta por cidadania contribuem para ampliarmos a compreensão sobre o tamanho da tarefa proposta pelo HumanizaSUS. Nas narrativas dos apoiadores temos avanços e retrocessos do SUS, um movimento potente que ecoa das lutas reformistas em saúde, mas que trava batalhas com os modos..

    Possibilidades, limites e desafios da humanização do SUS

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    A humanização tem conquistado espaço no debate acadêmico da Saúde Coletiva nos últimos anos e também tem recebido destaque dos usuários, trabalhadores e gestores como um dos caminhos para as necessárias transformações do Sistema Único de Saúde. Nossa pesquisa é de caráter qualitativo, inspiração cartográfica, em que fazemos um exercício de reflexão sobre a nossa atuação profissional visando efetivar a Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão – HumanizaSUS (PNH) no Hospital Universitário de Dourados – Mato Grosso do Sul. Fizemos um breve histórico político-institucional da humanização até a sua constituição como uma política do SUS. Apresentamos os princípios, as diretrizes e os dispositivos da PNH. Depois, promovemos um diálogo entre a nossa experiência de trabalho no hospital e as estratégias que compõem a Política. Ao longo do texto, citamos algumas situações, nomeadas por nós como recortes do cotidiano, com o intuito de demonstrar as possibilidades, os limites e os desafios que vivenciamos na instituição. Em nossa discussão utilizamos as contribuições da Reforma Sanitária, Reforma Psiquiátrica e da Saúde Coletiva, pois tratam de inovações que são reafirmadas nas propostas que constituem a PNH. Consideramos assim que a humanização contribui com o processo que está em curso na superação do modelo hegemônico, e que aposta em outros modos de produzir saúde que prescindam da tutela, do controle e da compaixão, na busca pela produção de autonomia e coresponsabilidade entre os atoresHumanization has been carving its niche in academic debate of Collective Health over the last few years, and it has also been given notability by users, workers, and managers as one of the ways to perform the necessary changes in the National Brazilian Health System (Sistema Único de Saúde - SUS). Our research, which has qualitative approach and is cartographically inspired, offers us an exercise to reflect over our performance as professionals aiming to put into effect the National Humanization Policy of Care and Management – HumanizaSUS (NHP) at the University Hospital of Dourados – Mato Grosso do Sul. A detailed political and institutional report on humanization was made until its establishment as a policy of the National Brazilian Health System. The principles, policies and precepts of the National Humanization Policy were presented. Then, a dialog was promoted between our work experience at the hospital and the strategies that form the Policy. Along the text we mentioned some situations, named as daily cuttings by us, in order to display the possibilities, limits and challenges faced in the institution. We used the contributions made by the Sanitary and Psychiatric Reforms as well by Collective Health, for they concern innovations which reassert the proposition of the National Humanization Policy. Stated thus, humanization contributes to the process in progress of overcoming the hegemoniac pattern, and believes in other ways to generate health which dispenses tutorship, control and compassion, producing autonomy and co-responsibility between the participant
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