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    Medindo desigualdades sociais na mortalidade : uma comparação de metodos no municipio de São Paulo

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    Orientador: Marilisa Berti de Azevedo BarrosTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias MedicasResumo: As reformas econômicas implementadas durante as décadas de oitenta e noventa, na maior parte dos países do mundo, foram geradoras de aumento da pobreza, piora na distribuição de renda com alargamento dos diferenciais entre ricos e pobres. Essa situação acirrou o debate em torno da eqüidade, exclusão social e justiça social, e gerou um interesse crescente em entender e caracterizar as desigualdades nas condições de vida e nos níveis de saúde entre áreas geográficas e grupos sociais, ampliando a discussão, na literatura recente, sobre metodologias próprias para medir essas desigualdades. Um estudo ecológico foi desenhado, tendo como área de investigação, o município de São Paulo, com seus distritos como menores unidades ecológicas. Avaliou-se o impacto da aplicação de diferenciadas técnicas de agrupamento de áreas homogêneas (Escore-10, Escore-5, Cluster, Cluster com padronização, Partição e Partição com padronização); e de medidas de desigualdade (risco relativo, risco atribuível percentual, risco atribuível populacional percentual, índice de dissimilaridade, curva de regressão e índice e curva de concentração) na magnitude dos diferenciais de mortalidade entre os estratos de condição de vida. As variáveis relativas às condições ambientais, de renda e escolaridade do chefe do domicílio foram extraídas do censo do IBGE de 1991. Os dados populacionais e os óbitos foram referentes ao ano de 1999 e fornecidos pela Fundação SEADE. Taxas de mortalidade geral, por causas específicas, e sexo, padronizadas por idade; taxas de mortalidade infantil, neonatal e pós-neonatal; e taxas de mortalidade por faixa etária e sexo, foram calculadas para os estratos de condição de vida. Foram estudadas causas específicas do grupo das causas externas, das neoplasias, das cardiovasculares e das infecciosas e parasitárias. Os resultados evidenciam que as técnicas de Partição e Cluster com padronização foram mais adequadas para conformar áreas com maior homogeneidade interna e maior heterogeneidade entre elas. A aplicação das diferentes medidas das distâncias de mortalidade entre os estratos sugere a necessidade de incluir algumas que permitam a mensuração dos diferenciais entre grupos intermediários, assim como do impacto desses na população em geral e não apenas entre os dois grupos extremos de condição de vida. A partir do vasto leque de opções metodológicas tomadas, confirmou-se o impacto que condições sociais desfavoráveis têm no sentido de aumentar o risco de morte, na grande maioria dos grupos de causas, nas diversas faixas etárias e em ambos os sexos. As causas de morte que mostraram os maiores diferenciais entre os estratos foram, em ambos os sexos, os homicídios, as doenças cerebrovasculares e os cânceres de cólon, reto, ânus e de estômago. No sexo masculino tem-se ainda o câncer de traquéia, brônquios e pulmão e no feminino, a aids. No entanto, para algumas causas específicas, os estratos mais favoráveis apresentaram taxas mais elevadas. Essas causas foram em ambos os sexos, os cânceres de traquéia, brônquios e pulmão e de cólon, reto e ânus, além dos suicídios. E ainda, o câncer de próstata e a aids, no sexo masculino, e o câncer de mama, no sexo feminino. Para o sexo masculino as faixas etárias que refletiram com maior intensidade as desigualdades no risco de morrer entre os estratos, foram 25-34 anos (RR=2,62) e 15-24 anos (RR=2,50) e para o sexo feminino, a faixa de 15-24 anos (RR=2,27). A magnitude das desigualdades variou por causa, sexo e faixa etária, e dependeu da técnica de agrupamento e medida aplicada. O impacto das desigualdades entre os sexos diferiu em função da causa específica e medida aplicada. Entre as principais conclusões, os resultados sugerem: que a seleção do método para agrupar áreas homogêneas e para medir o impacto das desigualdades na mortalidade pode, em algumas situações, influenciar nos resultados finais; que devem ser associadas medidas que avaliem diferentes aspectos das desigualdades sociais em saúde; que as taxas de mortalidade por homicídios são importantes reveladoras das desigualdades socioeconômicas nos estratos de condição de vida; que as desigualdades sociais na mortalidade estão persistindo no município de São Paulo; e que mesmo as técnicas e medidas de cálculo mais simples podem ser bastante úteis no cotidiano dos serviços de saúde pública para a identificação e monitoramento dessas desigualdadesAbstract: Worldwide economical changes in the eighties and nineties led to greater impoverishment and larger inequalities in income distribution between rich and poor. An increasing interest on equity, social exclusion and social justice was observed. The need to understand and characterize living conditions and health differences between geographical areas and social groups increased the discussion about methods to measure inequalities, in recent publications. An ecological study was designed to study São Paulo City and its districts were considered the smallest ecological unit. The impact of the utilization of several techniques for the construction of homogeneous areas (score 10, score 5, cluster, cluster with standardization, partition and partition with standardization) was analyzed. Several measure of inequality in mortality between socioeconomic strata were also studied: relative risk, attributable risk percent, population attributable risk percent, dissimilarity index, regression curve and index and curve of concentration. The socioeconomic variables were number of school years, income and housing conditions from the 1991 IBGE Census. Population and death data used was from 1999, reported by SEADE (Statistical Data Analysis System of the State of São Paulo). Age standardized global mortality and specific mortality rates, by gender and infant mortality rates, neonatal and postneonatal, and rates by age range and gender were calculated for each socioeconomic strata. Some specific causes of the following groups were studied: external causes, cancer, cardiovascular and infectious diseases. It was observed that partition and cluster with standardization were most sensitive to configure areas of greater internal homogeneity and greater inter area heterogeneity. The use of several measures of distance of the mortality between strata, points out the need to include measure that allow the assessment of intermediate groups. The measurement of the impact of inequalities in the population as a whole is also required, not only in the two extreme groups. The large amount of techniques employed confirmed the negative impact of poor social conditions in greater risk of death of the majority of the groups of causes, several age ranges and on both gender. Causes with greater differences between strata in both gender were: homicide, cerebrovascular, large bowel, rectum, anus and stomach cancer; lung cancer in male and aids in female. Nevertheless, wealthier strata have greater mortality rates in some specific causes These causes are lung, large bowel, rectum and anus cancer and suicide, in both gender. Still, prostate cancer and aids affect male and breast cancer female. Some age range showed greater inequality in the risk of death between strata: male in the 25-34 years (RR=2.62)and 15-24 years (RR=2.50) and female in the 15-24 years (RR=2.27). Inequality dimension varied by cause, gender and age range and also with the cluster technique and measure used. The impact of inequality between gender differed in relation to the specific cause and measure. One of the main conclusions is that the method used to conform the clusters of homogeneous areas and the measure to asses inequality in mortality, sometimes can affect the final results. Thus, the combined use of measures that asses several aspects of social inequality in health, is required. Homicide mortality rates are very important to point out socioeconomic inequalities between strata. Social inequalities in mortality persist in São Paulo. Notwithstanding, simple techniques and measures can be a useful aid for public health services in the identification and surveillance of inequalitiesDoutoradoDoutor em Saude Coletiv

    Health conditionalities in the Bolsa Família program – Brazil: an analysis through health professionals

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    Este estudo apresenta a percepção de profissionais de equipes de Saúde da Família de municípios do Nordeste do Brasil acerca das mudanças na vida das famílias participantes do programa Bolsa Família, da relação destas com os serviços de saúde e do impacto na dinâmica de trabalho dos profissionais, a partir do acompanhamento das condicionalidades de saúde do programa Bolsa Família. As informações foram obtidas por meio de entrevistas semiestruturadas e encontros de grupo focal. Os profissionais acreditam que o programa ocasionou mudanças favoráveis na vida das famílias participantes, como a redução da pobreza, o aumento da frequência escolar das crianças e mudanças positivas na relação entre as famílias participantes e os serviços de saúde. No entanto, relataram dificuldades de caráter organizacional no acompanhamento das condicionalidades, sobretudo devido ao aumento da demanda de trabalho. É importante que as condicionalidades de saúde proporcionem oportunidades para a realização de ações que visem ao empoderamento e autonomia dos sujeitos quanto ao autocuidado e desenvolvimento da cidadania.This study presents the perception of professionals from Family Health teams in Brazilian Northeastern towns regarding changes in the life of families participating in the Bolsa Família program, their relation to health services, and the impact on the working dynamics of professionals, by monitoring the health conditionalities of the Bolsa Família program. Information was obtained by means of semi-structured interviews and focus group meetings. Professionals believe that the program brought up favorable changes to the life of participating families, such as reducing poverty, increasing children’s school attendance, and positive changes in the relation between participating families and health services. However, they reported difficulties with an organizational nature in monitoring conditionalities, above all due to increased work demand. It is important that health conditionalities provide opportunities to carry out actions that aim at subject’s empowerment and autonomy regarding self-care and citizenship development

    Baby-Friendly Hospital Initiative : an analysis from the conceptions of professionals about their practices

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    RESUMO - Objetivos: Analisar a operacionalização da IHAC no que diz respeito à humanização na promoção do aleitamento materno e ao envolvimento da equipe nas ações relacionadas com a estratégia. Métodos: Pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso, realizada num Hospital Amigo da Criança da rede pública da Paraíba, nordeste do Brasil. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e encontros de grupos focais com 60 profissionais de saúde de níveis técnico e superior. Em seguida, procedeu-se à análise de conteúdo das narrativas. Resultados: Os profissionais revelaram maior preocupação com o aspecto técnico no incentivo ao aleitamento materno. Foi identificado um distanciamento entre os processos de trabalho desses profissionais e as atividades pró-amamentação desenvolvidas na maternidade, as quais se mostraram predominantemente a cargo do setor de Banco de Leite. Verificou-se também que não há uma apropriação da política de aleitamento materno da instituição, por parte da equipe de saúde, como um instrumento orientador para o desempenho das atividades cotidianas. Conclusões: É necessária a implantação de uma efetiva política de educação permanente e continuada destinada à equipe de saúde da maternidade, que contemple ampla divulgação e discussão com todos os profissionais envolvidos na assistência materno-infantil. Todos estes devem estar preparados para resgatar a prática do aleitamento materno de forma a considerar não somente os aspectos biológicos dessa prática, mas valorizando também questões referentes à humanização.ABSTRACT - Objectives: To analyse the operationalization of the Baby-Friendly Hospital Iniciative (BFHI) as far as the humanization in promoting breastfeeding and staff involvement in activities related to its stragey is concerned. Methods: A case study, qualitative research, was conducted in a Baby-Friendly Hospital from the public system of Paraiba, northeastern Brazil. Semi-structured interviews and meetings with focus groups were conducted featuring 60 technical and top level professionals. This process was followed by the content analysis of the narratives. Results: Professionals showed greater concern with the technical aspects of encouraging breastfeeding. A gap between the work processes between these professionals and the pro- -breastfeeding activities developed in maternity units was identified, which appeared to be predominantly in charge of the milk bank sector. It was also found that there is no appropriation of breastfeeding policy of the institution, by the health team, as a guiding tool to carry out daily activities. Conclusions: It is necessary to implement an effective policy of lifelong learning and education directed to the maternity health care team that contemplates a wide dissemination and discussion with all professionals involved in maternal and infant care, so they can be prepared to rescue the breastfeeding practice considering not only the biological aspects of this practice, but also valuing issues related to humanization.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    O PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA E AS AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO: UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA

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    A mudança no perfil de adoecimento da população reflete um novo desafio para a saúde pública, em especial para área da nutrição. Ações de alimentação e nutrição voltadas para “promoção da saúde” são estratégias que buscam fortalecer a autonomia dos indivíduos e contribuir para escolhas saudáveis. Esse estudo teve por objetivo verificar o desenvolvimento de atividades de promoção da alimentação adequada e saudável no ambiente escolar, na perspectiva do Programa Saúde na Escola. Trata-se de pesquisa qualitativa, com aplicação de questionários e realização de entrevista semi-estruturada com o nutricionista de sete municípios de Pernambuco. Poucos citaram a educação nutricional como atribuição e apenas um entrevistado estendia essas ações à unidade familiar ou comunidade. Em metade dos municípios existiam dados relativos ao estado nutricional dos discentes e em apenas três havia oferta de frutas na merenda, mas em todos havia venda de guloseimas próximo à escola. O profissional queixa-se do excesso de atribuições, precárias condições de trabalho e ausência de interdisciplinaridade no planejamento e execução das ações. Assim, é necessário conscientização dos profissionais e gestores em prol do incentivo e direcionamento de investimentos para atenção primária, estendidos ao ambiente escolar

    Nutritional situation of children under five years old in Brazil’s northeastern cities

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    ResumoOBJETIVOS: Descrever a situação nutricional de crianças menores de cinco anos residentes em três municípios do Nordeste brasileiro. MÉTODO: Realizou-se um estudo epidemiológico transversal, com a participação de 1.378 crianças. Foram calculados os índices antropométricos altura/idade, peso/idade e peso/altura, segundo os valores em escore Z. As Curvas de Crescimento Infantil da Organização Mundial de Saúde foram utilizadas como referência. RESULTADOS: Identificaram-se maiores proporções de excesso de peso/altura (8,3% em Barra de São Miguel, 10,3% em Cabedelo e 5,9% em Tibau do Sul), quando comparadas às proporções de déficit de peso/altura (1,5% em Barra de São Miguel, 1,9% em Cabedelo e 0,9% em Tibau do Sul). Observaram-se, ainda, prevalênciasmais elevadas de déficit de altura/idade (5,9% em Barra de São Miguel, 5,5% em Cabedelo e 4,6% em Tibau do Sul), quando comparadas às prevalências de déficit de peso/idade (3,6% em Barra de São Miguel, 2,5% em Cabedelo e 1,5% em Tibau do Sul). CONCLUSÕES: Observou-se uma situaçãonutricional desfavorável no grupo estudado. Assim, ações voltadas para a promoção de uma alimentação adequada devem ser priorizadas no âmbito dos programas e políticas de alimentação e nutrição. As prevalências elevadas de déficit estatural e de excesso de peso reafirmam a vulnerabilidade deste grupo e a soma destas ações deve impactar na reversão deste perfil nutricional. OBJECTIVE: To describe the nutritional situation of children under five years old resident in three cities of Brazil’s northeastern region. METHODS: A transversal epidemiological study was undertaken with the participation of 1,378 children. The anthropometric measurements height/age, weight/age and weight/height were calculated in terms of the Z score. Children’s growth curves of the World Health Organization were used as reference. RESULTS: Higher proportions were found of overweight/ height (8.3% in Barra de São Miguel, 10.3% in Cabedelo and 5.9% in Tibau do Sul) than of deficit (1.5% in Barra de São Miguel, 1.9% in Cabedelo and 0.9% in Tibau do Sul). A higher prevalence of the height deficit was observed (5.9% in Barra de São Miguel, 5.5% in Cabedelo and 4.6% in Tibau do Sul) than of the weight deficit (3.6% in Barra de São Miguel, 2.5 % in Cabedelo and 1.5% in Tibau do Sul). CONCLUSION: The nutritional status of the group studied was unfavorable. Actions to promote adequate eating habits within the context of food and nutrition programs and policies should, therefore, be prioritized. The high prevalence of height deficit and overweight highlights the vulnerability of this group and the sum of the necessary actions should produce an impact by reversing this nutritional profile

    Dwellings, jabuticabas, and affections — trajectories with Sylvia Caiuby Novaes

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    Sylvia Caiuby Novaes é professora do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP) e dedica-se há cerca de 50 anos à pesquisa e ao ensino em antropologia. Entre outras realizações, ela é uma das pioneiras da antropologia visual no Brasil, é fundadora do Laboratório de Imagem e Som da Antropologia (LISA) e editora responsável pela revista Gesto, Imagem e Som. Revista de Antropologia (GIS). Nesta entrevista, realizada por mais de 30 orientandos de diferentes gerações, Sylvia fala sobre sua trajetória, projetos, visão de mundo, suas diversas viagens, o fascínio pelas pesquisas de campo e a universidade. Ao contar sobre sua trajetória acadêmica e pessoal, Sylvia traz reflexões sobre sua relação com a fotografia e a produção de imagens.  Sylvia Caiuby Novaes is a Professor in the Department of Anthropology at the University of São Paulo (USP) and has been dedicated to research and teaching in anthropology for nearly 50 years. Among other accomplishments, she is one of the pioneers of visual anthropology in Brazil, is the founder of the Laboratory of Image and Sound of Anthropology (LISA) and the editor in charge of the Gesture, Image and Sound.  Journal of Anthropology (GIS). In this interview, conducted by more than 30 advisees from different generations, Sylvia talks about her trajectory, projects, worldview, her various travels, her fascination with field research and the university. When telling about her academic and personal trajectory, Sylvia reflects on her relationship with photography and the production of images
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