9 research outputs found

    “Não é só um comprimido!”: conflitos, moralidades e a gestão de um “saber” sobre viver com HIV/Aids indetectável

    Get PDF
    Este artigo busca examinar as tensões, conflitos e ajustamentos que têm sido mobilizados a partir da emergência da indetectabilidade viral para o HIV/Aids, enquanto política global de saúde. A análise parte das diferenças geracionais que, ao serem associadas a outros marcadores sociais, modulam formas de sentir, perceber e vivenciar as experiências cotidianas com HIV/Aids indetectável e, mediante a isso, implicam na produção de enquadramentos políticos. Portanto, se insere num cenário recente de disputas entre gerações do ativismo e que complexifica a centralidade biomédica que ainda permeia a condução da política de Aids. São tomadas como foco de reflexão duas situações etnográficas que fazem parte de um campo mais amplo da pesquisa desenvolvida entre 2016 e 2021 junto à Rede de Jovens + RJ.This paper tries to examine the tensions, conflicts and adjustments that have been mobilized since the emergency of a viral undetectability to the HIV/AIDS as a global health policy. The analysis begins from the generational differences that, when associated with other social markers, modulate ways of feeling, perceiving and living the daily experiences with the undetectable HIV/AIDS and, thereby, they imply the production of political frameworks. Thus, it places itself in a recent scenery of disputes among generations of the activism and brings complexification to the biomedical centrality still crossing the conduction of AIDS politics. Two ethnographic situations are taken as focus of reflections and are part of a more amplified field of researches developed between 2016 and 2021 in the Rede de Jovens + RJ.Este artículo busca examinar las tensiones, conflictos y ajustes que se han movilizado desde el surgimiento de la indetectabilidad viral del VIH / SIDA, como política de salud global. El análisis parte de las diferencias generacionales que, asociadas a otros marcadores sociales, modulan las formas de sentir, percibir y vivir las vivencias cotidianas con el VIH / SIDA indetectables y, a través de ello, implican la producción de marcos políticos. Por tanto, se inserta en un escenario reciente de disputas entre generaciones de activismo y que complejiza la centralidad biomédica que aún permea la conducción de la política del sida. Dos situaciones etnográficas que forman parte de un campo de investigación más amplio desarrollado entre 2016 y 2021 con la Red de Jóvenes + RJ son el foco de reflexión

    Sob o “melhor interesse”! O “homoafetivo” e a criança nos processos de adoção

    No full text
    O presente trabalho versa sobre o lugar da sexualidade quando um requerente à adoção é identificado como “homoafetivo” e quais diferenças emergem entre ser “homoafetivo gay” e “homoafetivo lésbica”. O objeto de análise são processos e habilitações de adoção “homoafetiva” conjunta, pleiteados no município do Rio de Janeiro. Na análise, intentou-se apreender a forma em que a homossexualidade tem sido compreendida quando há uma relação com a família e a parentalidade. Considerando as estruturas sociais, ao interpretar os processos, foram levadas em conta questões como: De que forma integrantes das Varas da Infância, da Juventude e do Idoso pensam a adoção e homossexualidade? Que noções de família e sexualidades produzem ao conduzirem os processos? De que forma o princípio do “melhor interesse da criança” tem sido interpretado quando os requerentes são “homoafetivos”

    Próximos do fim: um meio: agenciamentos políticos, saúde e sexualidade entre jovens vivendo com HIV/AIDS no contexto da indetectabilidade viral

    No full text
    Esta tese, que se insere no contexto de emergência da indetectabilidade viral como cenário epidemiológico, político e social do HIV/Aids, analisa a apropriação e atribuição de sentidos produzidos pelo estabelecimento de uma “nova cultura preventiva”. Para tanto, parte da etnografia desenvolvida junto a sujeitos pertencentes a Rede de Jovens+ RJ¸ com ênfase sobre as atividades de acolhimento e demandantes por políticas públicas, e se aprofunda a partir do acompanhamento dos fluxos de alguns interlocutores que têm politizado experiências com HIV/Aids indetectáveis numa perspectiva interseccional. Como principais desdobramentos analíticos, os dados refletem um processo de negociações, entre enquadramentos, disputas e agenciamentos políticos que desestabilizam noções estanques, como a que pressupõe uma singularidade em torno do jovem vivendo. Também, e tendo como premissa a dubiedade que representa a indetectabilidade, são tomados como objetos centrais de reflexão as dimensões em torno das noções de saúde e sexualidade, de modo a compreender os nexos que se produzem entre “discurso preventivo oficial” x percepções e experienciações cotidianas desta “nova forma de viver com HIV/Aids”.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThis thesis discusses the emergence of viral undetectability as an epidemiological, political and social scenario of HIV/AIDS. It analyzes the appropriation and assignment of meaning to the establishment of a “new culture of prevention.” To this end, part of the ethnography is developed with members of Rede de Jovens+ RJ — focusing on its fostering activities and demands for public policies — and delves into the flow of some stakeholders politicizing experiences with undetectable HIV/AIDS from an intersectional perspective. As the main analytical developments, the data presented here reflect a process of political negotiations, between frames, disputes and agency, which shakes up impervious ideas, such as those based on stereotyped, hence homogenizing and simplifying views, of young people living. Considering the dubiousness of the notion of undetectability, the dimensions around the notions of health and sexuality are taken as central objects of reflection, in order to understand the links that are produced between the “official preventive discourse” and daily perceptions/experiences of this “new way of living with HIV/AIDS”.316 p

    Novos repertórios, velhas moralidades: : Sexualidades em disputa, ou sobre como a maternidade produz a retórica de um “HIV saudável”

    No full text
    In this essay, we analyze emerging questions in the intersection among youth, sexualities, genders, and HIV/Aids, since the interventions of the biotechnology that focus, while politics of global health, on young people living with HIV/Aids. This way, notions related to health, selfcare, exercise of the sexuality and life projection are morally linked and produce new political nexus about a kind of “healthy HIV”. Starting from the prospect of the production of a “new preventive culture in HIV/Aids”, the data of the ethnography realized with members of a network of Rio de Janeiro's young people, beckon to the creation of new pedagogic repertories about living with HIV/Aids, when the viral undetectability is reached, as the most important condition of the serology. That is, when identities, discourses, and social practices, when reordered, produce ideal rationalities and corporalities. The maternity, in this context is taken as an exemplary case and provoke the problematizing of the relations among identities, sexual moralities and female autonomy in respect of the body and sexual pleasure, in a setting which has the major objective the politization of “successful experiences”.  Neste artigo, analisamos questões que emergem na intersecção entre juventudes, sexualidades, gêneros e HIV/aids, a partir das intervenções biotecnológicas que incidem, enquanto política de saúde global, sobre jovens vivendo com HIV/Aids. Desta forma, noções relativas à saúde, cuidado de si, exercício da sexualidade e projeção de vida são moralmente relacionadas e produzem nexos políticos sobre um “HIV saudável”. Partindo do panorama da produção de uma “nova cultura preventiva em HIV/aids”, os dados da etnografia realizada com membros de uma rede de jovens do Rio de Janeiro acenam para a produção de novos repertórios pedagógicos sobre viver com HIV/Aids, quando atingida indetectabilidade viral, enquanto condição máxima da sorologia. Isto é, quando identidades, discursos e práticas sociais, ao serem reordenadas, produzem racionalidades e corporalidades ideais. A maternidade, é neste contexto, tomada como um caso exemplar, e provoca problematizar a relação entre identidades, moralidades sexuais e autonomia feminina sobre o corpo e o prazer sexual, num cenário que tem por objetivo maior a politização de “experiências bem-sucedidas”

    INTERFACES ENTRE GÊNERO, SEXUALIDADE E SAÚDE: A ESCOLA COMO CAMPO DE PROMOÇÃO DA CIDADANIA E DA CULTURA DO CUIDADO

    No full text
    Este artigo trata da abordagem dada às questões de gênero, sexualidade e saúde relativas ao processo experiencial das etapas da adolescência e juventude. O objeto de análise é o Programa Saúde na Escola (PSE), existente desde 2007 e de caráter nacional, com ênfase nos fascículos dos oito cadernos do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), apropriados para compor as temáticas específicas à abordagem acima mencionada. O estudo passa por uma análise minuciosa de cada um dos cadernos, tomando como mote central a discussão teórica e a sugestão de oficinas propostas como atividade prática dos conceitos apresentados. Após a conclusão da análise, é possível afirmar a contribuição social e na qualidade da saúde que as atividades propostas oportunizam. Também propiciam ao público-alvo envolvidos uma formação autônoma, voltada para a autocrítica e para a cultura do cuidado

    O rei está nu: gênero e sexualidade nas práticas e decisões no STF

    No full text
    corecore