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    A PRESENÇA DO PASSADO NA PAISAGEM ORIENTAL: DAS RUÍNAS MONUMENTAIS A UM ORIENTE DAS RUAS

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    Na transição do século XVIII ao XIX, o olhar do viajante ocidental sobre o Oriente muçulmano se transforma. A experiência de ruptura trazida pela Revolução Francesa acelera um processo de identificação do Oriente com o passado e com a imobilidade histórica. Assim, a narrativa de viagem ao Oriente no século XIX, ao se tornar literária, tem por este, sob influência do romantismo, um interesse exótico que privilegia o passado. Contudo, as referências e imagens deste passado na paisagem oriental são as mais diversas, possuindo mesmo, algumas vezes, sentidos opostos. Se esse passado é prioritariamente religioso em Chateaubriand, ele vai se tornando cada vez mais constitutivo da própria paisagem humana e presente em Lamartine e, em meio século, essa presença cotidiana do passado ganha um teor mais positivo. É o que se pode notar já a partir de Nerval, que assume um exotismo integral, no qual convivem e misturam-se o sujo, o belo, o velho, o sonho. A paisagem surge, assim, como uma forma de identificação intensa com o passado e, se sua composição reflete a busca da cor local, esboça também uma espécie de crítica ao que começa a se considerar como as faltas da civilização ocidental. Résumé À la fin du 18ème siècle le régard du voyageur européen sur lOrient musulman se transforme. Lexpérience de rupture amenée par la Révolution Française accélère le processus didentification de lOrient au passé et à limmobilisme historique. De cette façon, le récit de voyage en Orient pendant le XIXe siècle, sous linfluence du romantisme, possède pour lOrient un intérêt exotique qui privilegie le passé. Toutefois, les reférences, les images du passé dans le paysage oriental sont les plus divers, ayant même des significations quelques fois opposées. Si le passé est plutôt religieux chez Chateaubriant, il devient partie du paysage humain et présent chez Lamartine et, depuis un demie siècle, la présence du passé au cotidien gagne um aspect encore plus positif. On le remarque déjà chez Nerval, qui assume un exotisme intégral, dans lequel on voit mélangés le beau, le vieux, le laide, le rêve. Ainsi, il ne sagit seulement dune recherche de la couleur locale, mais aussi dévasion et même dune certaine critique de ce quon commence à apercevoir comme des pertes de la civilisation occidental

    Paisagem, passado, projeto: o “olhar escrito” de Lamartine sobre o Levante

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    In the narrative of the journey that he makes to the Levant in the early 1830s, Alphonse de Lamartine warns that there can not be in his notes but a little of interest to painters. This “written look” developed by the writer, through the description of natural and human landscapes, proposes the existence of a complementarity between East and West that might allow for a colonization project.In the narrative of the journey that he makes to the Levant in the early 1830s, Alphonse de Lamartine warns that there can not be in his notes but a little of interest to painters. This “written look” developed by the writer, through the description of natural and human landscapes, proposes the existence of a complementarity between East and West that might allow for a colonization project.Na narrativa da viagem que faz ao Levante no início da década de 1830, Alphonse de Lamartine alerta que não pode haver em suas notas senão um pouco de interesse para pintores. Este “olhar escrito” desenvolvido pelo escritor, por meio da descrição das paisagens naturais e humanas, propõe a existência de uma complementariedade entre ocidente e oriente capaz de possibilitar projeto de colonização

    A natureza americana, a ciência e a paisagem oriental em narrativas de viagens do século XVII

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    During the 18th century travel narratives to the Orient and America were dominated by the naturalistic view, which sought to include the natural and human landscape in previous categories, using of a perception and description that ambiotioned to be objective. However, the importance of the scientific view in the construction of the American landscape and image was deeper and lasting.During the 18th century travel narratives to the Orient and America were dominated by the naturalistic view, which sought to include the natural and human landscape in previous categories, using of a perception and description that ambiotioned to be objective. However, the importance of the scientific view in the construction of the American landscape and image was deeper and lasting.Ao longo do século XVIII as narrativas de viagem ao Oriente e à América serão dominadas pelo olhar naturalista, que busca incluir a paisagem natural e humana em categorias prévias, em uma forma de percepção e descrição que procura ser objetiva. Contudo a importância do olhar científico na construção da paisagem e da imagem americana será mais profundo e duradouro.  &nbsp

    D’Os desastres de Sofia a Sofia, a desastrada: a sobrevivência da literatura de um mundo desaparecido

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    Em 1913, Jacques Zeiller se perguntava “se os livros de Mme. De Ségur são feitos para desenvolver nas crianças um sentido exato da vida social atual. ” Após mais de um século das palavras deste estudioso da obra da condessa, alguns de seus livros ainda sobrevivem, inclusive fora da França. No Brasil as primeiras traduções de seu primeiro grande sucesso, Les malheurs de Sophie, existem desde fins do século XIX e são portuguesas. A primeira edição brasileira dos “Desastres de Sofia” é da Editora do Brasil na década de 1950, mas talvez a mais conhecida, ou reconhecida, seja a tradução e adaptação do escritor Herberto Sales –Sofia, a desastrada-, na década de 70, pela Edições de Ouro. Por meio de comparações entre essas três edições poderemos perceber, em parte, como a obra da “condessa” sobreviveu ao longo do século XX em suas traduções brasileiras. &nbsp
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