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    VARIABILIDADE CLIMÁTICA DA PRECIPITAÇÃO NA BACIA AMAZÔNICA BRASILEIRA

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    O objetivo geral deste estudo é avaliar a variabilidade temporal e espacial da precipitação na Bacia Amazônica brasileira, analisando a relação com eventos extremos, El Niño e La Niña, que são variações de temperatura associadas à dinâmica do Oceano Pacífico, e qual a influência a partir da intensidade dos mesmos, além da variação climatológica ao longo do período de 1982-2012. A importância desse estudo deve-se ao fato que a Região Amazônia comporta a maior florestal tropical e a maior bacia hidrográfica do mundo, suprindo as necessidades de umidade do resto do pais. Contudo o desmatamento da floresta e a ocorrência dos eventos extremos modificam o regime de precipitação. Nesse estudo foram utilizadas 224 estações pluviométricas em 8 sub-bacias, a do rio Solimões, Negro, Trombetas, Jari, Purus, Madeira, Tapajós e Xingu. Os resultados mostram o semestre mais chuvoso (novembro a abril) com aproximadamente 69% de toda a precipitação anual e, portanto, no semestre mais seco (maio a outubro) com apenas 31% da precipitação anual, o que indica estações distintas e bem acentuadas. Entretanto há variações do regime de precipitação entre as sub-bacias, sendo que as maiores variações sazonais da precipitação ocorrem na bacia do Solimões e na sub-bacia do Jari, cujas amplitudes anuais são respectivamente 362,95 e 323,39 mm. Os eventos extremos de precipitação, provocados pelos fenômenos El Niño e La Niña, afetam a bacia Amazônica de forma diferenciada nas sub-bacias, como observado no evento de El Niño de forte intensidade do ano de 1983, onde em 90% das sub-bacias (Purus, Madeira, Tapajós, Xingu, Negro, Trombetas e Jari), apresentaram elevadas anomalias negativas estremas, isto é, precipitações muito abaixo do normal e a do Solimões não apresentou extremos, porém apresentou precipitação normalizada abaixo da média

    Cidadania por um fio: o associativismo negro no Rio de Janeiro (1888-1930)

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    A ética do silêncio racial no contexto urbano: políticas públicas e desigualdade social no Recife, 1900-1940

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    Mais de meio século após o preconceito racial ter se tornado o principal alvo dos movimentos urbanos pelos direitos civis nos Estados Unidos e na África do Sul, e décadas depois do surgimento dos movimentos negros contemporâneos no Brasil, o conjunto de ferramentas legislativas criado no Brasil para promover o direito à cidade ainda adere à longa tradição brasileira de silêncio acerca da questão racial. Este artigo propõe iniciar uma exploração das raízes históricas desse fenômeno, remontando ao surgimento do silêncio sobre a questão racial na política urbana do Recife, Brasil, durante a primeira metade do século XX. O Recife foi eé um exemplo paradigmático do processo pelo qual uma cidade amplamente marcada por traços negros e africanos chegou a ser definida política e legalmente como um espaço pobre, subdesenvolvido e racialmente neutro, onde as desigualdades sociais originaram na exclusão capitalista, e não na escravidão e nas ideologias do racismo científico. Neste sentido, Recife lança luzes sobre a política urbana que se gerou sob a sombra do silêncio racial.More than half a century after racial prejudice became central to urban civil rights movements in the United States and South Africa, and decades after the emergence of Brazil’s contemporary Black movements, Brazil's internationally recognized body of rights-to-the-city legislation still adheres to the country's long historical tradition of racial silence. This article explores the historical roots of this phenomenon by focusing on the emergence of racial silence in Recife, Brazil during the first half of the 20th Century. Recife was and remains a paradigmatic example of the process through which a city marked by its Black and African roots came to be legally and politically defined as a poor, underdeveloped and racially neutral space, where social inequalities derived from capitalist exclusion rather than from slavery and scientific racism. As such, Recife'sexperience sheds light on the urban policies that were generated in the shadow of racial silence
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