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    DA “REFORMA AGRÁRIA DOS PARTIDÁRIOS” À “REFORMA AGRÁRIA COLETIVA”: Luta pela terra e declínio de relações de patronagem no Maranhão recente

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    Na primeira metade dos anos 80, a dinâmica da luta pela terra no estado do Maranhão esteve marcada por processos de expropriação de grupos camponeses. Em áreas de ocupação antiga, esse movimento se manifestou através da elevação do preço do pagamento do chamado foro, de forma que o fazendeiro pudesse fazer valer suas prerrogativas de proprietário e assim expulsar os trabalhadores, antigos clientes (camponeses subordinados) que viviam em suas terras. O caso aqui analisado - a luta de trezentas famílias do povoado do Leite - foge a essa regra e se constitui num exemplo interessante de como uma relação do tipo patrãocliente pode vir a ser decidida de maneira favorável ao pólo subordinado dessa relação. Palavras-chave: Luta pela terra. Relações de patronagem. Reforma agrária.RÉSUMÉDans la première moitié des anées 80, la dynamique de la lutte pour la terre dans l’état du Maranhão a été caractérisée par l’expropriation de groupes de paysans. Dans des zones d’occupation ancienne, ce mouvement s’est manifesté sous la forme d’une élévation du loyer de la terre (régionalement connu comme “foro”), de façon que le patron, en profitant de ses pouvoirs de propriétaire, puisse expulser les travailleurs qui ne pouvaient plus payer le loyer avec de nouvelles valeurs. L’étude de cas ici analysée - la lutte de 300 familles du village du Leite - échappe à la règle et exprime comment une situation intéressante d’une relation du genre patron-client peut être susceptible d’être décidée de manière favorable au pole soumis de cette relation.Mots-Clés: Lutte pour la terre. Relations de patronage. Réforme agraire

    A construção social do mercado de madeiras certificadas na Amazônia brasileira:: a atuação das ONGs ambientalistas e das empresas pioneiras

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    Este artigo analisa o processo de construção de um mercado de madeiras certificadas pelo selo do Forest Stewardship Council (FSC) na Amazônia brasileira. A certificação florestal pode ser compreendida como uma estratégia, desenvolvida a partir dos anos 90, por um conjunto de ONGs ambientalistas para tentar modificar o padrão de funcionamento da indústria mundial de madeiras. Como mostram alguns trabalhos de Sociologia Econômica, o processo de construção de um mercado requer um conjunto diverso de investimentos, de forma a permitir o estabelecimento e o funcionamento das trocas mercantis. No caso em questão, procuramos mostrar como esse processo se desenrolou, através da constituição de mecanismos de apoio à emergência da produção de madeiras certificadas e da atuação de empresas pioneiras (na obtenção do selo do FSC) no interior do campo econômico da indústria de madeiras tropicais

    A sociologia dos agenciamentos mercantis e a contribuição de Michel Callon para o estudo dos mercados

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    This article discusses a new theoretical perspective for the study of markets, Michel Callon's sociology of market agencements. It highlights the main elements of this approach which, by criticizing the studies of markets as interactions, proposes to think about them as market agencements, understood as a set of cadrages, which comprise operations that precede and go beyond the encounter between sellers and buyers. Additionally, I show that some original aspects of this approach can be found in other perspectives of the economic sociology and question some of Callon's thesis about the possibilities of intervention in the functioning of markets.Este artigo discute os principais elementos de uma nova perspectiva teórica para o estudo dos mercados, a sociologia dos agenciamentos mercantis de Michel Callon. Nele, destaco alguns pontos dessa abordagem, que, partindo da crítica aos estudos dos mercados como interfaces, propõe pensá-los como agenciamentos mercantis, entendidos como um conjunto de cadrages, que envolvem operações que precedem e ultrapassam o momento das operações de compra e venda. Outrossim, procuro mostrar que alguns elementos de originalidade dessa abordagem encontram-se presentes em outras perspectivas da nova sociologia econômica e questionar algumas de suas teses sobre as possibilidades de intervenção no funcionamento dos mercado

    ONGs, expertise e o mercado do desenvolvimento sustentável: a certificação florestal na Amazônia brasileira.

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    This paper analizes the process of the construction of the Forestry certification – the label of the Forest Stewardship Council (FSC) – as a mechanism to combat the predatory exploitation of the natural resources from the Brazilian Amazonia. We analyze and emphasize the central role of some non-governmental organizations (NGO) on this process and call attention to what we are calling the expertization of the forestry question on the Amazonia.Este artigo analisa o processo de construção da certificação florestal – o selo do Forest Stewardship Council (FSC) – como mecanismo para combater a exploração predatória dos recursos florestais na Amazônia brasileira. Nesta análise, ressalta-se o papel central desempenhado por algumas organizações não-governamentais (ONG) nesse processo e chama-se a atenção para o que se denomina “expertização” da questão florestal na Amazônia

    REDES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO: caminhos da renovação da sociologia econômica no Brasil

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    É com prazer que apresentamos aos leitores do Caderno Pós Ciências Sociais o Dossiê Sociologia Econômica. A motivaçãoprimordial para a organização deste dossiê foi compartilhar com um público mais amplo alguns dos trabalhos apresentados no Grupo de Trabalho de Sociologia Econômica do XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, realizado no período de 28 a 31 de julho de 2009, na cidade do Rio de Janeiro, que tivemos a felicidade de coordenar ao lado de nossa saudosa colega Cécile Raud

    Transformações no mundo do trabalho e a emergência de um novo trabalhador: a experiência do Consórcio de alumínio do Maranhão

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    Este estudo analisa o processo de transformação na gestão da força de trabalho realizada pelo Consórcio Alumar, indústria de produção de alumínio primário localizada em São Luis/MA, após o processo de reestruturação produtiva vivenciada por essa empresa no decorrer da década de 1990. A análise das mudanças observadas teve como foco a tentativa de compreender os impactos dessas transformações sobre o perfil da mão-de-obra contratada por essa indústria, bem como perceber que tipos de impactos essas novas exigências promoveram nas atividades de trabalho de um grupo específico de operários da empresa, os chamados operadores

    Alternativo versus convencional: uma análise da inserção de agricultores familiares periurbanos em circuitos de comercialização no município de São Luís/MA

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    This article analyze the different marketing chains (alternative, conventional or institutional) used by peri-urban family farmers, located in the rural Cinturão Verde community, municipality of São Luís (MA), in order to verify the extent to which the dimensions of alternativeness and conventionalization are manifested in these chains, discussed based on aspects such as the establishment of trust relationships, the role played by intermediaries, the definition of prices and the question of quality criteria of products sold. To achieve this objective, in the year of 2018, interviews were conducted with 10 farmers, with the coordinator of a fair and managers of public marketing policies. The results and conclusion show that fairs, generally coordinated by external players of the community, place themselves in a quest to sustain their alternativity through the attempt to differentiate themselves from conventional chains and keep greater proximity between producer and consumer. In contrast, the rules created are not always accepted by participating farmers, who access at the same time conventional chains, with that, it becomes difficult to establish a limit between both commercialization accessed channels, whether these are more conventional or more alternative, considering that the Cinturão Verde farmers in their marketing process seek first to achieve better yields and guarantee the social reproduction of their families.Este artículo analiza diferentes cadenas de comercialización (alternativas, convencionales o institucionales) utilizadas por los agricultores familiares periurbanos, ubicados en la comunidad rural Cinturão Verde, en el municipio de São Luís (MA), para verificar en qué medida se manifiestan las dimensiones alternativa y la convencionalización en estas cadenas, discutidas en base a aspectos como el establecimiento de relaciones de confianza, el papel desempeñado por los intermediarios, la definición de precios y la cuestión de los criterios de calidad de los productos vendidos. Para lograr este objetivo, en 2018, se realizaron entrevistas con 10 agricultores, con el coordinador de una feria de productores y gerentes de políticas públicas de comercialización. Los resultados y la conclusión muestra que feries, coordinados por los actores externos en la comunidad en general, se colocan en una búsqueda para mantener su alternatividad al tratar de diferenciar de las cadenas convencionales y mantener una mayor proximidad entre productor y consumidor. Por otro lado, las reglas creadas no siempre son aceptadas por los agricultores participantes, quienes acceden a las cadenas convencionales al mismo tiempo, lo que dificulta establecer un límite entre ambos canales de comercialización a los que se accede, ya sean estos más convencionales o más alternativos. en vista del hecho de que los agricultores del Cinturón Verde en su proceso de comercialización buscan primero lograr mejores rendimientos y garantizar la reproducción social de sus familias.Este artigo analisa a utilização de diferentes circuitos de comercialização por agricultores familiares que vivem e trabalham em regiões classificadas como periurbanas, isto é, realizada na periferia do espaço urbano (MOUGEOT, 2000), tomando como referência o caso dos agricultores periurbanos da comunidade rural Cinturão Verde no município de São Luís (MA). Para isso, a pesquisa analisa a promessa de diferença presente nas Redes Agroalimentares Alternativas (RAA) ou Sistemas Alimentares Alternativos (SAA) (MARSDEN et al., 2000; LE VELLY, 2017), buscando identificar os fatores que levam esses agricultores familiares a utilizarem cadeias curtas ou longas de comercialização para acessarem diferentes tipos de mercados (convencionais, alternativos ou institucionais) e como os mesmos são acionados a fim de garantir a reprodução desses agricultores familiares (PLOEG, 2016). Portanto, destacam-se algumas dimensões sociais das cadeias curtas que aparecem de formas distintas nos mercados acessados, a saber: a proximidade entre produtores e consumidores; a redução ou eliminação do intermediário; preços justos; e qualidade dos alimentos. Sendo assim, foi possível analisar que os agricultores periurbanos do Cinturão Verde têm buscado um equilíbrio entre autonomia e dependência no tocante ao processo de comercialização, o que implica no acesso tanto a mercados mais alternativos, quanto a mercados convencionais
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