26 research outputs found

    Resistência e continência: o policial militar como sacer

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    Non-oficial military policemen are the line of battle of the Military Police inBrazil. In one hand, they are exposed to a public judgment that identifies them as the subjectsof the State’s violence and on the other they are not fully recognized by their corporationbecause of their low position in the institution’s hierarchy. This condition is appreciatedthrough Giorgio Agambem’s concepts of homo sacer, bare life and state of exception, accordingto which contemporary life results in the emptying of the human condition, as only one aspect of social existence becomes absolute. The emptying of the police’s traditional identityis a consequence of pertaining to the protocol of a democratic action, which stands againstthe requirement for efficiency. This Paper emphasizes the paradox in police’s task due to thenew demands of a society that wants to be democratic, therefore it states the urgent need torethink police’s job. Although being an essay, this paper is indirectly based on other researchdone by the author.Policiais militares não-oficiais constituem a linha de frente do trabalho da PM no Brasil. Expostos à avaliação pública que os identifica como sujeitos da violência do Estado, não são integralmente reconhecidos pela corporação em razão da hierarquia. Esta condição é apreciada por meio dos conceitos homo sacer, vida nua e estado de exceção de Giorgio Agambem, nos quais a vida contemporânea resulta do esvaziamento da condição humana frente à absolutização de um sentido único para a existência social. O esvaziamento da identidade policial tradicional decorre das exigências protocolares de uma ação democrática, contrariando as expectativas por eficiência. Neste trabalho é destacado o paradoxo da tarefa policial frente às novas exigências de uma sociedade que se pretende democrática, e na qual se anuncia de modo urgente a necessidade de se repensar o trabalho da polícia. Apesar de ensaístico, este trabalho se pauta indiretamente por outras pesquisas desenvolvidas pelo autor

    Não-formal e informal no ensino policial

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    O artigo analisa as contradições do processo de formação do policial militar no estado de São Paulo, considerando o atrelamento das práticas modernizantes da instituição às concepções liberais, as quais articulam os fundamentos democráticos à condição de mera aparência e solidificam as práticas tradicionais de promoção do controle social e a reprodução das desigualdades. Foram realizadas entrevistas com os comandantes das escolas PMESP, confirmando que a dinâmica de sustentação das práticas e dos discursos de tendência liberal é operada por meio das articulações entre o não formal e o informal em seu sistema de ensino

    Potencialidades do ensino de Sociologia para o desenvolvimento da formação profissional em cursos de graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

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     Este estudo teve como objetivo investigar o ensino de Sociologia em cursos de graduação da UFSC (Biblioteconomia, Psicologia, Odontologia, Nutrição, Economia, Administração, Serviço Social, Design e Jornalismo) para analisar as potencialidades educativas e as limitações no ensino desta disciplina no que se refere à formação acadêmico-profissional. Foram analisados os documentos oficiais da UFSC, as diretrizes curriculares nacionais para cursos de graduação e as matrizes curriculares dos referidos cursos, os quais foram confrontados com os depoimentos dos coordenadores e dos professores de Sociologia que ministraram aulas nesses cursos. Pretendeu-se, contribuir com um panorama das expectativas institucionais e de seus sujeitos quanto à importância da Sociologia na formação profissional. Admitidas as potencialidades próprias da disciplina de Sociologia, de estimular os alunos para a capacidade reflexiva, contribuindo para a construção de um pensamento crítico e um saber relacional, isto é, atuando para uma formação mais humanista, percebeu-se que suas potencialidades educativas são defendidas como fundamentais na formação acadêmico-profissional; entretanto, suas possibilidades pedagógicas enfrentam vários obstáculos, que vão desde condições estruturais e institucionais desfavoráveis, àqueles que se apresentam dentro da sala de aula, no próprio processo ensino-aprendizagem

    Apreciação da formação policial sob o modelo foucaultiano

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    Este artigo analisa a formação do policial militar, utilizando-se do referencial teórico foucaultiano que considera as práticas modernizantes dessas instituições atreladas às concepções liberais, de modo a complexar o controle social. As iniciativas modernizantes do ensino da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) são igualmente aplacadas por essa tendência, da qual decorre uma contradição notável: o uso de procedimentos autoritários para a promoção de práticas democráticas anunciadas. Neste trabalho foram realizadas visitas às escolas de formação da PMESP (ESSd; ESSgt; EEF; APMBB; CAES; DEC), onde foram coletadas informações sobre a estrutura e funcionamento do sistema de ensino. No mesmo local, aconteceram as entrevistas com os coronéis que comandam essas escolas. O artigo também apresenta análises sobre as normativas específicas da ESSd com o intuito de demonstrar a tese supracitada

    APONTAMENTOS HISTÓRICOS SOBRE AS REFORMAS DAS FORÇAS REPRESSIVAS NO BRASIL: PANORAMA DOS AJUSTAMENTOS NO ORDENAMENTO POLICIAL

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    Resumo: O estudo da história das forças repressivas2 no Brasil, mesmo que apenas a partir da revisão bibliográfica, é suficiente para indicar que a trajetória de mudanças nessas corporações – dentre as quais está a Polícia Militar - foi marcada por reformas organizacionais cujo teor coincide com ajustes em relação às diferentes variáveis de determinação. Desde ajustamentos para a regularização de seu funcionamento interno; passando por processos de centralização e descentralização no controle em âmbito nacional; até ajustamentos externos que coincidiram com a materialização do interesse estadunidense por uma polícia política; as forças repressivas apenas consolidaram seu arranjo fundante no controle e na proteção da propriedade como formas de produção e reprodução do sistema econômico, fomentando o ideário liberal, o qual ignora a desigualdade como traço fundamental da sociedade brasileira, desigualdade essa igualmente expressa nos corpos das próprias forças repressivas (especialmente na origem social de praças e oficiais), a qual também as reformas pretendem reprimir por meio de seu não reconhecimento. Este artigo pretende apresentar esses elementos tomando como base algumas obras de referência nas ciências sociais brasileiras, em paralelo à legislação específica.Palavras-chave: História Militar, História da Polícia, Polícia Militar, Forças Repressivas, Reformas Institucionais

    FORMAÇÃO E ENSINO NA POLÍCIA MILITAR: CONCEPÇÕES E SUBORDINAÇÕES POLÍTICAS; FILIAÇÕES E ADESÕES PEDAGÓGICAS.

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    Para abordar a temática da formação e do ensino da Polícia Militar do Estado de São Paulo, o artigo problematiza as principais referências legais que fundamentam as reformas das escolas de polícia e busca demonstrar que nas reformas do ensino policial são reproduzidas as tendências políticas e pedagógicas promovidas nas décadas de 1990 e 2000 na educaçãoregular - em qualquer um de seus níveis e modalidades – sendo, portanto, indiferente às críticas que desde a década de 1990 demonstram as inadequações e enviesamentos das concepções norteadoras quanto às dimensões formativas, sejam elas de abrangência teórica ou técnica. Num primeiro momento, são analisados os documentos intitulados “Bases curriculares para a formação de profissionais da área de segurança do cidadão”, editado no ano 2000 e a “Matriz Curricular Nacional para a Formação em Segurança Pública”, editado em 2009. Em seguida, analisa-se a “Diretriz Geral de Ensino”, documento central da reforma da Polícia Militar do Estado de São Paulo, editado em 2010. A interpretação de tais documentos está sustentada pelo eixo das teorias críticas da educação, mais especificamente pelos trabalhos contemporaneamente produzidos que se dedicaram ao estudo crítico das reformas educacionais, os mesmo que foram ignorados pelas reformas no ensino policial. As análises sobre as reformas permitem constatar que a tentativa de renovação do ensino policial,cujo objetivo anunciado indica a necessidade de formar policiais mais ajustados à ordem política democrática, apenas reafirma - pelo viés liberal - as concepções que fazem reincidir a tradição e a disciplina do militarismo convencional

    Training apprenticeship as rehearsal, essay as form: methodical appropriations of what to do methodologically without method

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    Este ensaio problematiza as experiências de 4 duplas de estagiários da disciplina de Estágio Supervisionado em Ciências Sociais II, durante o segundo semestre do ano de 2013 no Ensino Médio, do Colégio de Aplicação, da Universidade Federal de Santa Catarina. O tratamento teórico adotado orienta-se pelo texto Ensaio como forma, da obra Notas de Literatura I, de Theodor W. Adorno, o qual permite a construção de uma narrativa sobre essas experiências, as quais são entendidas por sua natureza ensaística sem dispensar o rigor acadêmico e a reflexão estética. Foram 56 horas de observação, em 7 semanas. Os resultados apontam para a necessidade de fortalecer a relação entre teoria e prática a partir da valorização da dimensão estética e estilística das aulas de regência e da assunção de sua dimensão subjetiva.This essay discuss the experiences of four (4) trainees pairs from the discipline of Supervised Internship in Social Sciences II, during the second half of 2013 in a high school of the Federal University of Santa Catarina. The theoretical treatment used is guided by the text called "Essay as a form" in Literature Notes I of Theodor W. Adorno, which allows the construction of a narrative about these experiences, which are understood by his essayistic nature without giving up the academic accuracy and aesthetic reflection. There were fifty six (56) hours of observation, in seven (07) weeks. The results point to the need to strengthen the relationship between theory and practice from the appreciation of the dimension and the experimental nature of conducting classes and the assumption of its subjective dimension

    FORMAÇÃO E ENSINO NA POLÍCIA MILITAR: CONCEPÇÕES E SUBORDINAÇÕES POLÍTICAS; FILIAÇÕES E ADESÕES PEDAGÓGICAS.

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    Para abordar a temática da formação e do ensino da Polícia Militar do Estado de São Paulo, o artigo problematiza as principais referências legais que fundamentam as reformas das escolas de polícia e busca demonstrar que nas reformas do ensino policial são reproduzidas as tendências políticas e pedagógicas promovidas nas décadas de 1990 e 2000 na educaçãoregular - em qualquer um de seus níveis e modalidades – sendo, portanto, indiferente às críticas que desde a década de 1990 demonstram as inadequações e enviesamentos das concepções norteadoras quanto às dimensões formativas, sejam elas de abrangência teórica ou técnica. Num primeiro momento, são analisados os documentos intitulados “Bases curriculares para a formação de profissionais da área de segurança do cidadão”, editado no ano 2000 e a “Matriz Curricular Nacional para a Formação em Segurança Pública”, editado em 2009. Em seguida, analisa-se a “Diretriz Geral de Ensino”, documento central da reforma da Polícia Militar do Estado de São Paulo, editado em 2010. A interpretação de tais documentos está sustentada pelo eixo das teorias críticas da educação, mais especificamente pelos trabalhos contemporaneamente produzidos que se dedicaram ao estudo crítico das reformas educacionais, os mesmo que foram ignorados pelas reformas no ensino policial. As análises sobre as reformas permitem constatar que a tentativa de renovação do ensino policial,cujo objetivo anunciado indica a necessidade de formar policiais mais ajustados à ordem política democrática, apenas reafirma - pelo viés liberal - as concepções que fazem reincidir a tradição e a disciplina do militarismo convencional
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