83 research outputs found

    Theorizing global health

    Get PDF
    Reflecting on the recent West African Ebola outbreak, this piece advocates for a critical and people-centered approach both to and within global health. I discuss the current state of the field as well as critical theoretical responses to it, arguing that an ethnographic focus on evidence and efficacy at the local level raises rather than lowers the bar for thoughtful inquiry and action. The current moment calls less for the all-knowing hubris of totalizing analytical schemes than for a human science (and politics) of the uncertain and unknown. It is the immanent negotiations of people, institutions, technologies, evidence, social forms, ecosystems, health, efficacy, and ethics – in their temporary stabilization, production, excess, and creation – that animate the unfinishedness of ethnography and critical global health

    The work of evidence in critical global health

    Get PDF
    This special section critically examines the paradigms and values that undergird the ever-expanding field of global health. The richly textured ethnographic think pieces presented here tackle problems of evidence and efficacy as complex forms of ethical and theoretical engagement in contexts of neoliberalism, war, technological innovation, inequality, and structural violence. These works seek to contribute to a people-centered and politically relevant social theory for the twenty-first century

    Descolonizando a saúde planetária

    Get PDF
    Intimamente conectada com decisões políticas e interesses de mercado, a pandemia de Covid-19 é uma calamidade crônica agudizada que assola o mundo inteiro, desestabilizando conhecimentos e práticas biomédicas hegemônicas e revelando a precariedade dos sistemas de saúde pública, assim como a impotência profunda das redes de seguridade social e a fragilidade dos laços de solidariedade que imaginávamos estáveis. O artigo reflete sobre os desafios impostos aos cientistas sociais e profissionais da saúde em contextos neoliberais e à beira da autocracia num momento em que seus métodos e conceitos-chave são chamados a dar conta de forma mais adequada aos complexos enredos territorializados pela emergência generalizada e a cultivar micro, meso e macromodos de resistência. Assim, instrumentos analíticos da antropologia médica e da saúde global crítica, como vulnerabilidade estrutural, determinantes políticos, racialização, farmaceuticalização e descolonização do saber, podem ser valiosos recursos para leitura do presente e de intervenção nele, mas são também desafiados pela dinâmica realidade que se desdobra. Contra o pano de fundo de uma crescente tensão entre a tecnocrática produção de microdispositivos humanitários e o desenvolvimento de uma ciência integrada de saúde planetária, o artigo ilumina a urgência da articulação de uma ética amazônica de cuidado.Intimately connected with political decisions and market concerns, the COVID-19 pandemic is an acute on chronic calamity that plagues the entire world, destabilizing hegemonic biomedical knowledges and practices and revealing the precariousness of public health systems as well as the deep impotence of social safety nets and the fragility of bonds of solidarity that we imagined existed. The article reflects on the challenges posed to social scientists and health professionals in neoliberal contexts and on the verge of autocracy when their methods and key concepts are being called to better account for the complex plots territorialized by the widespread emergency and to cultivate dynamic micro-meso-macro modes of resistance. Thus, analytical tools of medical anthropology and critical global health, such as structural vulnerability, political determinants, racialization, pharmaceuticalization and decolonization of knowledge, can be valuable resources for understanding the present and intervening in it, but are also challenged by the dynamically unfolding reality. Against the backdrop of growing tension between the technocratic production of humanitarian micro devices and the development of an integrated science of planetary health, the article illuminates the urgency of articulating an Amazonian ethics of care

    Antropologia do devir: psicofármacos - abandono social - desejo

    Get PDF
    In this article, I discuss the"pharmaceuticalization" of mental health care in Brazil and chart the social and subjective side-effects that come with the encroachment of new medical technologies in urban poor settings. I focus on how an abandoned young woman named Catarina talks about psychopharmaceuticals - the drug constellations that she was brought into - and how she tries to find, mainly through writing, an alternative to the deadly experiment she literally became. Her"ex-family", she claims, thinks of her as a failed medication regimen. The family was dependent on this explanation to excuse itself from her abandonment. In her words:"To want my body as a medication, my body." Catarina's life thus tells a larger story about shifting value systems and the fate of social bonds in today's dominant mode of subjectification at the service of global science and capitalism. But language and desire continue and Catarina integrates her drug experience into a new self-perception and literary work. Her"minor literature" grounds an ethnographic ethics and gives us a sense of becoming that dominant health models would render impossible.Neste artigo, discuto a"farmaceuticalização" da saúde mental no Brasil e registro os efeitos coletareis sociais e subjetivos que resultam do uso de novas tecnologias médicas em contextos urbanos de baixa renda. Analiso como uma mulher jovem e abandonada chamada Catarina reflete sobre os psicofármacos - a constelação de drogas para a qual foi levada - e como busca encontrar, sobretudo através da escrita, uma alternativa para o experimento mortal no qual literalmente se transforrmou. Ela afirma que sua"ex-família" a vê como um tratamento médico que não deu certo. A família depende desta explicação para se desculpar por tê-la abandonado. Em seus próprios termos:"Querer meu corpo como um remédio, meu corpo." A vida de Catarina, portanto, conta uma história mais ampla sobre a mudança de um sistema de valores e o destino dos laços sociais no atual modo de subjetivação dominante a serviço do capitalismo e da ciência global. Mas a linguagem e o desejo permanecem e Catarina integra sua experiência com as drogas numa nova percepção de si e em seu trabalho literário. Sua "literatura menor" sustenta uma ética etnográfica e nos dá um sentido de devir que os modelos dominantes de saúde considerariam impossíveis

    Teologias negra e feminista: um diálogo crítico com a teologia da libertação latino-americana

    Get PDF
    Este artigo é resultado de estudos feitos pelo autor nos Estados Unidos. Trata-se de um resumo da sua Tese de Conclusão para o Exame de Conclusão na Faculdade de Teologia, realizado no primeiro semestre de 1985. O trabalho na sua íntegra está sendo preparado pelo autor para ser publicado na Editora Vozes

    Nu, e além da Cruz

    Get PDF
    João G. Biehl interpreta Mc 14.51-52

    Recozinhando-se deslocadamente: anotações sobre Sor Juana Ines de la Cruz, Rigoberta Menchu e Modernidade

    Get PDF
    Neste ensaio o autor tematiza a resistência de duas mulheres: uma do século XVII, Juana Ramirez, a “bastarda”, e outra, Rigoberta Menchu, índia e cidadã guatemalteca, dos dias atuais. Ele o faz no horizonte dos 500 anos de descoberta das Américas

    EXTRATIVISMO DO BUTIÁ NO MUNICÍPIO DE TAPES/RS: CONSERVAÇÃO E USO COMO ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

    Get PDF
    Desde 2017, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Unidade de Tapes, é instituição parceira da Rota Internacional dos Butiazais, projeto coordenado pela Embrapa Clima Temperado que conecta pessoas e promove uma rede de estímulos voltados à conservação in situ e uso sustentável da palmeira do gênero Butia em locais de ocorrência. Neste estudo, buscou-se identificar os extrativistas e artesãos envolvidos diretamente com a Rota, mapear as áreas de coleta da matéria-prima e registrar o preparo de alimentos e objetos produzidos com o uso da fibra, folhas, sementes e frutos. A área de estudo foi o município de Tapes, localizado às margens da planície costeira do Rio Grande do Sul (RS). Entre Tapes e Barra do Ribeiro, encontra-se o maior butiazal do Brasil, um ecossistema único que carece de práticas que conduzam ao manejo e conservação da espécie. Destaca-se o extrativismo de folhas e frutos da palmeira B. odorata em Tapes, pela diversidade de produtos e alimentos encontrados em épocas de frutificação. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de natureza qualitativa-quantitativa, com uso de método Snowball sampling e técnicas de entrevistas semiestruturadas, observação participante e mapeamento participativo das coletas realizadas como instrumento da análise de campo. Foram identificados dez extrativistas e artesãos pertencentes à Associação dos Produtores da Agricultura Familiar de Tapes (APAFTAPES), onde eles promovem o aprendizado, sendo multiplicadores de saberes, e comercializam seus objetos e alimentos a partir da matéria-prima coletada. Estas e outras ações asseguram o uso desse fruto pela conservação de espécies nativas e fortalecimento da Rota em Tapes, resultando, inclusive, na incorporação da polpa de butiá na merenda escolar do município através do Programa Nacional de Aquisição de Alimentação Escolar (PNAE) e promoção de eventos locais anuais, como a 1ª, 2ª e 3ª Semana de Atividades Sobre o Uso Sustentável do Butiá realizada desde 2018
    corecore