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    O universo ficcional de Ronaldo Costa Fernandes : corpo, sujeito de paisagens

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    Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2022.Esta tese percorre um longo caminho. Um caminho cujo fazer narrativo do escritor é analisado a partir de um gesto estético filosófico, sob o olhar fotográfico daquele que pesquisa. Um gesto no qual a vida, as reflexões e as emoções dos sujeitos personagens, dados os modos de vida, quase sempre orientados por perspectivas filosófico-políticas, transbordam o desenho do mundo com representações grotescas, loucas e caricaturadas pelo dia a dia. Assim, é a partir da especificidade do que representa o viver, ou seja, o ser e estar no mundo, que se propõe este trabalho, cujo objetivo centra-se em apresentar o universo ficcional do escritor maranhesense Ronaldo Costa Fernandes e mostrar como pode ser recepcionado no tecido ficcional o conjunto corpo, sujeito e paisagem. Assim sendo, articula-se, pois, uma teoria que contemple a interseção dos três termos. A junção corpo-sujeito é pensada a partir dos estudos foucaultianos sobre a noção de sujeito, termo sugerido pelo estudioso para mostrar que o ser resulta de processos de objetivações e subjetivações. A esse respeito, sendo o corpo a matéria física do ser é nela que se realiza tais processos. Isso posto, examina-se o corpo (que equivale ao sujeito) como uma imagem de representação que se subjetiva a partir das experiências que ele carrega: medos, solidão, loucura, grotescos – elementos analisados como paisagens. Contudo, alerto aos leitores que a análise corpo, sujeito de paisagens sustenta-se na leitura de quatro romances: Um homem é muito pouco (2010), O apetite dos mortos (2019), O morto solidário (1998) e O viúvo (2005).Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA).This thesis goes a long way. A path whose narrative making of the writer is analyzed from a philosophical aesthetic gesture, under the photographic gaze of the one who researches. A gesture in which the life, reflections and emotions of the characters, given the ways of life; almost always guided by philosophical-political perspectives, the design of the world overflows with grotesque, crazy and caricatured representations of everyday life. Thus, it is from the specificity of what living represents, that is, being and being in the world, that this work is proposed, whose objective is to study the fictional universe of the writer from Maranhão, Ronaldo Costa Fernandes, and to show how it can be received in the fictional fabric the body, subject and landscape set. Therefore, a theory is articulated that contemplates the intersection of the three terms. The body-subject junction is considered based on Foucauldian studies on the notion of subject; term suggested by the scholar to show that being results from processes of objectification and subjectivation. In this regard, since the body is the physical matter of the being, it is in it that such processes take place. That said, the body (which is equivalent to the subject) is examined as an image of representation that is subjective from the experiences it carries: fears, loneliness, madness, grotesques; elements analyzed as landscapes. Readers are warned that the analysis of the body, subject of landscapes is based on the reading of four novels: A man is very little (2010), The appetite of the dead (2019), The solidary dead (1998) and The widower (2005)

    O grão e a palha do ser: vida e sacralidade

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    This study aims to reflect on the notion of life and sacredness, in the second narrative of the novel Um homem é muito pouco (2010), by the Maranhão writer Ronaldo Costa Fernandes. In it, we verify how the sacrum opens possibilities to think the framing of the body (the grain) based on the tragic condition of the being (the straw). Reflecting on the sacred, considered here only as a rhetorical artifice of life framing, we depart from the notion of citizenship - a term viewed as a strategy of control over the body. So, from this perspective, we approach the categories sacrum and profanation, in order to show how the characters can rebel against the inebriation of power, which makes them easily killable subjects. The theoretical iscourses of Giorgio Agamben in Homo Sacer: sovereign power and naked life (2010) and the use of bodies (2017) offer the framework for the approach.O presente estudo tem por objetivo refletir sobre a noção de vida e sacralidade, na segunda narrativa que compõe o romance Um homem é muito pouco (2010), do escritor maranhense Ronaldo Costa Fernandes. Nele buscarei verificar como o sacro abre possibilidades para pensar o enquadramento do corpo (o grão), a partir da condição trágica do ser (a palha). Para falar do sagrado, pensado aqui apenas como um artificio retórico de enquadramento da vida, partirei da noção de cidadania - termo que visualizo como uma estratégia de controle sobre o corpo. Assim, é sob essa perspectiva que me aproximo das categorias: sacro e profanação, para mostrar como os personagens conseguem rebelar-se à embriaguez do poder, o que os tornam sujeitos facilmente matáveis. Para falar dessas categorias, recorro aos discursos teóricos de Giorgio Agamben em Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua (2010) e O uso dos corpos (2017)

    ENTRE A CIDADANIA PROCLAMADA E A VIVIDA, EM TEMPOS DE PANDEMIA

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    O texto discute como se desenhou, ao longo da história, o projeto de cidadania proclamado pelo Estado à população brasileira, com vistas a refletir de que maneira essa cidadania, em tempos de pandemia, se efetiva aos mais vulneráveis. Inicialmente, traz-se uma discussão a respeito da noção da construção da cidadania brasileira, ao longo dos anos, e como esta foi afetada pelas ações das forças estruturais que detêm o poder no país; ao mesmo tempo em que abre-se possibilidade para refletir como a Constituição Cidadã (1988) se articulou para que fosse contemplado em si orientações sociais. Dessa forma, é a partir deste diálogo que se contempla a noção de direito individual e coletivo, cidadania e afeto. Elementos esses usados, neste trabalho, para mostrar estratégias de organização das camadas populares, em que se pese dizer, como estas enfrentam os desafios sociais em um contexto de pandemia. Nesse sentido, elenca-se algumas ações de enfrentamentos sociais; organizadas por grupos residentes nas cidades de Caxias e São Luís (MA). E, uma vez que este trabalho busca refletir sobre a noção de cidadania, não, somente, em um contexto segmentável e sim de globalização, as ideias, aqui, desenvolvidas dialogam com as considerações teóricas de José Murilo de Carvalho (2013) e outros, possíveis, autores que possibilitem a ampliação do debate

    Narrar para resistir: vida, resistência e utopia

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    Este trabalho se dispõe a refletir sobre a aproximação entre narrativa de vida, resistência e utopia, pondo em evidência questões étnicas raciais, violência, testemunho, memória, protagonismo e liberdade. Nele buscaremos mostrar como esses elementos são representados no romance Diário de Bitita (2014), da escritora negra Carolina Maria de Jesus. E como esses elementos podem ser articulados na escrita como um ato de resistência, contra um racismo socialmente estruturado. Para aclarar essa discussão, nos aproximamos das ideias de Alfredo Bosi em Narrativa e resistência (1996), Thomas More em Utopia (2006) e Giorgio Agamben em O uso dos corpos (2017). Essas concepções teóricas estarão em diálogo com outros autores, pertinentes para o crescimento da discussão a que nos propomos.PALAVRAS-CHAVE: Narrar. Vida. Resistência. Utopia. Liberdade.
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