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Recreios escolares e prevenção da violência: dos espaços às actividades
A escola é um espaço de educação para os valores ou um reflexo da sociedade
que valoriza o consumo? Educar para o jogo visa transformar a escola em espaço de
nada fazer ou visa torná-la um verdadeiro espaço educativo? Empenhamento e esforço
são atributos da educação e do próprio jogo. A estas temáticas dedicamos a primeira
parte deste texto. Na segunda parte procuramos reflectir sobre a violência na escola e
apresentamos medidas de intervenção. Centramos o nosso olhar sobre os recreios
escolares, não só pela necessidade de novos olhares sobre estes espaços como também
por serem os locais onde o bullying é mais frequente. Procuramos fazer um
apontamento sobre os conflitos e terminamos com uma menção específica aos jogos de
luta e ao seu espaço nos jardins de infância e nas escolas básicas
Prevenir o bullying é educar para a cidadania?
O presente capítulo não pretende constituir-se uma revisão exaustiva da literatura sobre bullying e violência juvenil mas centra-se na exploração e compreensão dos desafios que enfrentam as crianças e os jovens envolvidos nestes comportamentos, assim como os seus efeitos no desenvolvimento infantil e juvenil. Configuram-se novas exigências dos papéis da escola, nomeadamente, perante alunos violentos, onde importa rever o preconceito habitual de serem as próprias crianças um problema. É necessário ouvi-las, entender as suas angústias e ajudá-las na percepção e consciência do mundo, tomando legítimas as suas reivindicações.CIEC - Centro de Investigação em Estudos da Criança, UM (UI 317 da FCT
Sporty Bellies: Intervention program with pregnant women
For a healthy pregnancy, it is recommended to create healthy lifestyles. Daily physical activity and a proper and balanced diet are considered essential for the well-being of both pregnant and baby. In this sense, appears the project " Sporty Belly ", which consists in development a program of support and encouragement for pregnant women from Guimarães, through exercise classes and moments of sharing information about most appropriate living habits in this phase.
In this paper we aim to present the exercise program that is being carried out and characterize the initial profile of the participants involved in this project , namely the level of physical activity when started the program , BMI before pregnancy and smoking habits.
The exercise program is held three times a week, one of which on the aquatic environment and can be attended at any gestational age provided there are no medical or obstetrical contraindications to physical exercise. The classes consist of performing aerobic exercise, strength, balance and stretching.
Participated in this intervention program 102 pregnant women aged between 24 and 42 years old, with a mean (standard deviation) 31.91 (3.65). ). Gestational age at begining of the program is 17.22 (5.45) weeks. Before pregnancy n (%) 19 (19.4) were overweight and obese, 71 (69.6) practiced regular exercise before pregnancy and only 6 (5.9) have smoking habits. As regards the level of physical activity, the mean (SD) of the weekly energy expenditure was 159.76 Met- h.wk -1 (89.27), and most is spent in sedentary activities or light intensity (71, 9%).CIEC – Research Centre on Child Studies, IE, UMinho (FCT R&D unit 317), Portugal; National Funds through the FCT (Foundation for Science and Technology) and co-financed by European Regional Development Funds (FEDER) through the Competitiveness and Internationalization Operational Program (POCI) through CIEC (Research Centre on Child Studies, of the University of Minho) with the reference POCI-01-0145-FEDER-00756
Comportamentos de bullying : estudo numa escola técnico profissional
Este estudo procurou compreender de que modo o bullying existe nas relações dos alunos no ensino técnico-profissional.O estudo foi organizado em duas partes: a primeira parte, que procura perceber o comportamento de agressão e vitimação entre pares, com uma amostra de 115 alunosentre os 15 e os 24 anos, em que 66,1% são do género masculino e 33,9% do género feminino, sujeitos a um questionário adaptado de Olweus. A amostra concentra-se nos 17 anos de idade.Quanto aos resultados verificou-se que a existência de comportamentos de bullying é bem patente, sendo uma grande percentagem dos alunos já retidos mais do que uma vezes sendo estes maioritariamente do género masculino. denote-se também que muitos dos inquiridos afirmam ter presenciado situações de bullying.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)CIEC - Centro de Investigação em Estudos da Criança, UM (UI 317 da FCT
The influence of Physical Education in school bullying: the solution or part of the problem?
A disciplina de Educação Física tem um forte efeito socializador entre os jovens e deverá ter um papel primordial no combate aos problemas de violência, indisciplina e bullying que preocupam a escola atual. Esta investigação pretende analisar as interinfluências entre a Educação Física e o comportamento bullying e compreender em que medida este problema prejudica as finalidades relacionais, humanistas e éticas desta disciplina. Estudo analítico de delineamento transversal realizado numa amostra de 1818 alunos de escolas portuguesas, com uma média de idades de 12,8 anos.
Concluímos que as atitudes e opiniões dos alunos com experiências de bullying, em relação à participação na aula de Educação Física, são distintas das dos restantes alunos: os alunos que assumiram ter agredido/bullied, manifestam maior concordância com opiniões prepotentes e injustas do que os alunos que não agrediram/bullied e os alunos que foram vítimas de bullying sentem mais dificuldades e constrangimentos na sua participação na aula de EF do que os colegas que nunca foram vitimados; comprovou-se igualmente que os alunos com experiências de bullying (seja vitimização ou agressão) têm expectativas mais reduzidas em relação às aprendizagens nesta disciplina. Finalmente confirmou-se que um aproveitamento insatisfatório nesta disciplina constituiu um significativo fator de risco relativamente à probabilidade de um aluno ser vítima de bullying pelos seus pares.The discipline of Physical Education has a strong socializing effect on young people
and should have a major role in the struggle against violence, indiscipline and bullying
related problems that concern today’s school community. This research aims to analyse
the interaction between Physical Education and bullying behaviour and to understand
to what extent this problem undermines the relational, humanistic and ethical purposes
of this school subject. Cross-sectional analytical study conducted in a sample of 1818
students from portuguese schools, with a mean age of 12.8 years.
We conclude that the attitudes and opinions of students with experiences of bullying,
relatively to participation in physical education classes, are distinct from other students’:
students who have bullied someone show better agreement with arrogant and unjust
opinions than those didn’t and students who were victims of bullying experience more
difficulties and constraints towards their participation in physical education class, than
their colleagues who were never victimized; it was also confirmed that students with who
have experienced bullying (either victimization or aggression) have lower expectations regarding learning in this course. Lastly it was confirmed that a negative assessment
in this discipline was a significant risk factor for a student’s probability of being bullied
by his or her peers.CIEC - Centro de Investigação em Estudos da Criança, UM (UI 317 da FCT
Práctica de juegos tradicionales en el Comino Central Portugués.Transferencia al ámbito escolar
La riqueza de nuestro patrimonio lúdico se mide en gran medida por la magnitud y el impacto
que los juegos populares y tradicionales han tenido en nuestra sociedad. En España, la práctica
de algunos de estos juegos más importantes se relaciona con las aportaciones de los peregrinos
que realizaban la ruta hasta Santiago de Compostela. Documentada la práctica profusa de juegos
populares y tradicionales en los municipios por donde transcurre el Camino Portugués a su
entrada en Galicia, este estudio buscó identificar y analizar las prácticas lúdicas tradicionales en
los municipios por donde transcurre el último tramo del Camino Central Portugués (de Porto a
Valença do Minho) y su transferencia al ámbito escolar. Se opta por una metodología cualitativa,
empleando la entrevista personal semiestructurada como instrumento para la obtención de datos.
Se registró una baja práctica de juegos tradicionales en estos municipios, donde el juego de
Malha constituye la excepción más resaltable de este grupo de prácticas lúdicas, y donde se
constató que la práctica de juegos populares y tradicionales en los centros educativos es escasa y,
sobre todo, esporádica. La riqueza lúdica portuguesa debería ser tenida en mejor consideración
por las autoridades, focalizando el trabajo de promoción y recuperación en las escuelas, lugares
idóneos para este tipo de proyectos lúdico-sociales.
Palabras clave: Camino de Santiago; Camino Central Portugués; Juegos populares y
tradicionales; Prácticas lúdicas; Tradiciones.The wealth of our playful heritage measures up to a great extent for the magnitude and the
impact that the popular and traditional games have had in our society. In Spain, the practice of
some of these more important games relates to the contributions of the pilgrims who realized the
route up to Santiago de Compostela. Documented the profuse practice of traditional and popular
games in the municipalities where it passes the Portuguese Way to its entry in Galicia, this study
sought to identify and analyze traditional playful practices in the municipalities where takes
place the last stretch of the Central Portuguese Way (from Porto to Valença do Minho) and their
transfer to the school environment. We opt for a qualitative methodology, using the personal
semi-structured interview as a tool for obtaining data. There was registered a low practice of
traditional games in these municipalities, where Malha game is the most remarkable group of
recreational practice exception, and where it was found that the practice of popular and
traditional games in schools is scarce and, above all, sporadic. The playful Portuguese wealth
should be taken into better consideration by the authorities, focusing the work of promotion and
revival in schools, ideal locations for this type of playful-social projectsCIEC - Centro de Investigação em Estudos da Criança, IE, UMinho (UI 317 da FCT), Portuga
Infância escolarizada – corpos confinados
Problematizar a relação infância-criança-corpo e brincadeira é uma necessidade inadiável para os que assumem o compromisso com a emergência da voz e com a afirmação da cidadania de uma a categoria social estrutural (QVORTRUP, 2001), que permanece como “rebanho” no imaginário de uma cultura entrópica. Reter em zona periférica uma das estruturas vitais à própria composição social faz-se um fator de auto-limitação civilizacional.
O brincar, um direito da infância, sem nunca ter sido, no contexto da educação formal,
é alvo autorizado de uma ação invasiva e, orientada por decisões de uma geração que não
mais o protagoniza, entretanto sobre ele insiste em legislar. Tolerado, enquanto um mal
necessário, pela benevolência educativa – e até certo ponto -, encolhe no currículo da escola
de educação da infância. Reiterado, através de práticas educativas da geração
profissionalizada nas funções de ensinar, como manifestação anômala ao contexto das aprendizagens formais, é rapidamente percebido, pela categoria social geracional mais nova, como espaço-tempo transgressor. O desafio de interrogar as políticas públicas para a educação ou o modelo de escola
que representa a vigência de um Estado de bem estar social, deflagra a percepção de uma crise
que penetra, com força avassaladora, o campo da educação da infância. Essa consciência deve
suscitar o desejo de ousar pensar para além de um modelo de escola que veicula de forma
homogênea a cultura hegemônica e, desconsidera as culturas “não legítimas”. (LAHIRE,
2006). A apropriação da autonomia de uma categoria social em nome da sua redenção
naturaliza a lógica do “rebanho” dependente de um “agente emancipador” ou de um “pastor”
a preceituar sobre sua soberania. Desta legitimação não precisa a infância.CIEC – Research Centre on Child Studies, IE, UMinho (FCT R&D unit 317), PortugalStrategic Project UID/CED/00317/201
Bullying escolar: da midiatização à invisibilidade. A (im)potência institucional diante do sofrimento ou das possibilidades de inclusão nas interações entre crianças
O presente artigo é o recorte de um estudo produzido numa escola pública portuguesa, com três turmas: pré-escola, 1º e 3º ano. Aborda crítica e propositivamente o contexto socializador institucional, com especial atenção a prática de bullying entre pares. O Material levantado através de grupos focais com crianças, observações do cotidiano escolar e, entrevistas à educadora, professores, assistente e auxiliares, revela o bullying enquanto fenômeno ativo nas três turmas. Entretanto, o discurso adulto, docente e da equipe técnica, exceção do que observa um professor, é coeso na referencia a um ambiente escolar livre dessa forma de violência. As narrativas infantis reconhecem-nas e, inicialmente as circunscrevem aos pares de etnia cigana, posteriormente, e nos desdobramentos da dialogicidade estabelecida, tratam de um protagonismo alargado para além de fatores étnicos, e, na primeira pessoa. Os dados gerados indicam haver relações entre um modelo escolar centrado no trabalho individual e no mérito acadêmico com os papeis sociais de cada criança. Baixo desempenho acadêmico e
desinvestimento docente estão presentes no perfil das crianças vitimadas. Nos recreios,
tempos e espaços preferidos pelas crianças, o que não representa menor investimento ou valor às ações e compromissos implicados no exercício do ofício de aluno, atos de bullying são facilmente perceptíveis. Órfãos do olhar curioso e interessado nas culturas infantis, produzidas no brincar, são um campo previsível de violências entre os pares. Também permitem observar um núcleo comum às crianças diretamente envolvidas com o bullying: vítimas e agressores enfrentam dificuldades para participar, com pleno envolvimento lúdico, de jogos e de brincadeiras. Perceber a criança real, nas suas especificidades, competências e direito de participação é um desafio posto a escola, não só para fazer frente às diversas formas de violência, mas especialmente para promover uma socialização inclusiva, de bem estar e de respeito ao que é próprio da infância.CIEC - Centro de Investigação em Estudos da Criança, IE, UMinho (UI 317 da FCT
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