97 research outputs found

    The transversality of femicide/feminicide crimes in Brazil and Portugal

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    O crime de feminicídio tipifica a morte violenta da mulher por sua condição de sexo/gênero. Ocorre nas inter-relações privadas e nos espaços públicos, aumentando cada vez mais em sua dimensão deletéria e na exacerbação da vulnerabilidade feminina. Como explicar o número crescente de mulheres assassinadas no Brasil e em Portugal? Em que medida a violência é tolerada como parte da vida da mulher? A manutenção persistente de imagens “tradicionais” – maternal, passiva, amorosa – acaba, ainda, por alicerçar situações subalternas em relação à sua identidade e aos seus corpos. E por que as mulheres são mortas? A violência é cometida, sobretudo, por homens que têm algum tipo de relacionamento com as vítimas: são maridos, companheiros, noivos, namorados, e todos os ex que, diante de um pedido de separação pela mulher, consideram motivo suficiente para infringir sua morte violenta. Crimes de ódio com profunda crueldade têm demarcado o corpo feminino como um “novo” território de vingança. Outra vulnerabilidade das vítimas é a desqualificação em relação às ameaças, violências e ofensas sofridas, somando-se a inoperância e a pouca celeridade do sistema judiciário que provoca ainda forte descrença e impunidade. Nessa direção, realiza-se uma análise comparativa entre o enquadramento midiático de crimes tipificados como de femicídio/ feminicídio ocorridos no estado de Goiás e no Distrito Federal com Portugal, entre os anos 2016 e 2017. Dadas as diferenças históricas, populacionais e estruturais, seguiu-se uma epistemologia de comparabilidade hermenêutica (Esser & Hanitzsch, 2012). O exame das dimensões comuns remete à reflexão acadêmica e à ação política. A análise é desenvolvida a partir das seguintes categorias: aniquilamento simbólico, propriedade sexual ou pertencimento sexual e terrorismo patriarcal ou crime de misoginia.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Violência de gênero : a construção de um campo teórico e de investigação

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    Este artigo trata da violência contra a mulher, ao mesmo tempo em que enfoca a condição de gênero como categoria de análise central para a compreensão da dinâmica deste fenômeno. Inicialmente, localiza a precedência histórica da construção desse campo de estudo e de pesquisa no âmbito das ciências sociais, particularmente da sociologia, sob um olhar feminista. Segue abordando a categoria de violência contra a mulher como questão central no cotidiano, uma vez que o volume de denúncias das mais variadas formas de violência contra as mulheres tem persistência como relevante fenômeno social. Na sequência, destacam-se os locais institucionais de acolhimento deste fenômeno social, como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam's) a partir dos anos 1980, assim como da área de saúde que, a partir dos anos 1990, se intensificou. Por fim, destaca-se o marco jurídico de avanço nos direitos presentes na Lei Maria da Penha (n.º 11.340, de 7 de agosto de 2006) e na sua efetiva aplicação.This article deals with violence against women, while it focuses on the condition of gender as a central category of analysis for understanding the dynamics of this phenomenon. Initially, it locates the historical precedence of the construction of this field of study and research within the social sciences, particularly sociology, from a feminist viewpoint. In the sequel, it highlights the institutional places where this social phenomenon is received, as Specialized Police Stations for Women (Deam's), which started in the 1980s, and health areas, that from the 1990s onwards have intensified. Finally, it underlines the legal framework of Maria da Penha Law (n.º11.340, of August 7, 2006), its advancements and its effective application

    Violência de gênero:: a construção de um campo teórico e de investigação

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    Este artigo trata da violência contra a mulher, ao mesmo tempo em que enfoca a condição de gênero como categoria de análise central para a compreensão da dinâmica deste fenômeno. Inicialmente, localiza a precedência histórica da construção desse campo de estudo e de pesquisa no âmbito das ciências sociais, particularmente da sociologia, sob um olhar feminista. Segue abordando a categoria de violência contra a mulher como questão central no cotidiano, uma vez que o volume de denúncias das mais variadas formas de violência contra as mulheres tem persistência como relevante fenômeno social. Na sequência, destacam-se os locais institucionais de acolhimento deste fenômeno social, como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam’s) a partir dos anos 1980, assim como da área de saúde que, a partir dos anos 1990, se intensificou. Por fim, destaca-se o marco jurídico de avanço nos direitos presentes na Lei Maria da Penha (n.o 11.340, de 7 de agosto de 2006) e na sua efetiva aplicação

    Ética e desconstrução do preconceito : doença e poluição no imaginário social sobre o HIV/Aids

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    Este artigo apresenta resultados de pesquisa na qual foram ouvidos 15 portadores do HIV/Aids que receberam apoio psicossocial após descobrirem ser soropositivos. A técnica para a interpretação dos dados foi a análise de discurso, por meio da qual se averiguou nas falas: i) se havia registro de preconceito por serem contaminados com o vírus; ii) se sentiam-se agentes poluídos e poluidores; iii) se esse registro era abstraído pelos próprios portadores ou se advinha de uma leitura externa perpassada pelo mesmo; e iv) se esse apontamento era diferenciado na percepção de mulheres e de homens. A discussão teve como foco as questões de gênero, os processos de socialização, as moralidades dominantes e os enfrentamentos morais, imbricadas no processo de adoecimento e examinadas à luz dos referenciais teóricos da bioética de intervenção. O estudo permitiu concluir que o preconceito em relação à doença persiste, acentuando a dificuldade desses pacientes em alcançar uma vida digna

    Estudios de género en América Latina : dinámicas epistémicas y emancipaciones plurales

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    O presente artigo busca apontar algumas singularidades do debate contemporâneo sobre os Estudos de Gênero na América Latina, sempre reconhecendo a interdependência desses com aqueles que acontecem em outras regiões do mundo. Partimos do entendimento de que os estudos de gênero de forma geral foram e continuam sendo pautados por uma agenda de ação política que luta pelos direitos humanos daqueles grupos que historicamente foram marginalizados dos processos de tomadas de decisões e dos espaços institucionalizados de produção científica. Reconhecer parte das especificidades dos debates sobre a questão gênero na região permite entender quais as contribuições que aportam para o estudo e compreensão das problemáticas próprias a esses países. Identificamos pontos de (des)encontros entre correntes de pensamento feminista provenientes do denominado mundo ocidental, incluído nisso também pesquisadoras do Brasil e países da região, e a proposta de deslocamento político-epistêmico levada adiante por pensadoras feministas comunitárias indígenas. Instâncias que desafiam a troca de saberes entre cosmovisões diversas que permitem interpretações plurais da sociedade. Concluímos apresentando de forma sucinta os textos que conformam a sessão temática sobre o debate contemporâneo nos Estudos de Gênero na América Latina.The objective of this article is to point out singularities of the contemporary debate about Gender Studies in Latin America, recognizing always their interdependence with those in other regions of the world. Our point of departure is the understanding of Gender Studies as ones that were and continue to be determined by an agenda of political action that fights for the human rights of groups historically margined of the decision making processes and of institutionalized spaces of scientific production. Recognizing particularities of the gender debates in the region allows us to show the main contributions for the study and comprehension of dilemmas characteristic to these countries. We have identified points of contention in between currents of western feminist thought, including researchers from Brazil and other countries of the region, and of the proposal of political-epistemic displacement carried on by communitarian indigenous feminist thinkers. These instances defy the exchange of knowledge between diverse cosmovisions that allow plural interpretations of society. We conclude by summarizing the texts that shape the thematic areas of the contemporary debate of Gender Studies in Latin America.Este artículo tiene por objetivo señalar algunas singularidades del debate contemporáneo sobre los Estudios de Género en América Latina, siempre reconociendo la interdependencia de estos con aquellos que suceden en otras regiones del mundo. Partimos de la comprensión que los estudios de género de forma general fueron y continúan siendo pautados por una agenda de acción política que lucha por los derechos humanos de aquellos grupos que históricamente fueron marginados de los procesos de toma de decisiones y de los espacios institucionalizados de producción científica. Reconocer parte de las especificidades de los debates de género en la región permite entender cuáles son las contribuciones que estos aportan para el estudio y comprensión de los problemas propios a estos países. Identificamos puntos de (des)encuentros entre corrientes de pensamiento feministas provenientes del denominado mundo occidental, incluyendo en esto también a investigadoras de Brasil y países de la región, y la propuesta de cambio de horizonte político-epistémico llevada adelante por pensadoras feministas comunitarias indígenas. Instancias que desafían el intercambio de saberes entre cosmovisiones diversas que permiten interpretaciones plurales de la sociedad. Concluimos presentando de forma sucinta los textos que integran la sesión temática sobre el debate contemporáneo en los Estudios de Género

    A transversalidade dos crimes de femicídio/feminicídio no Brasil e em Portugal

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    The crime of femicide typifies the death of women because of her sex/gender condition. It occurs in private and public domains, exacerbating female vulnerability. How to explain the increasing number of women murdered in Brazil and Portugal? To what extent is violence tolerated as part of a woman's life? The persistent maintenance of traditional images "maternal, passive, loving" end up reinforcing the subjugation of women’s’ identities and bodies. And how are women killed? Violence is committed, above all, by men who have some kind of relationship with the victim: they are husbands, companions, fiancées, boyfriends, and all other former companions who consider her desire to break up strong enough reason to kill her. Hate crimes with severe cruelty have demarcated the female body as a "new" territory of revenge. Another vulnerability of the victims is the disqualification of the threats suffered, adding to the inoperativeness of the judicial system. In this direction, a comparative analysis is carried out between the media coverage of crimes typified as femicide which occurred in the Brazilian state of Goias and in its Federal District with the ones committed in Portugal between 2016 and 2017. Given the historical, population and developmental discrepancies between the cases studied, we followed by an epistemology of hermeneutical comparability (Esser & Hanitzsch, 2012). The examination of common measures refers to academic analysis and political action. The analysis is developed based on the following categories: symbolic annihilation, sexual property or belonging, and patriarchal terrorism or crime of misogyny.O crime de feminicídio tipifica a morte violenta da mulher por sua condição de sexo/gênero. Ocorre nas inter-relações privadas e nos espaços públicos, aumentando cada vez mais em sua dimensão deletéria e na exacerbação da vulnerabilidade feminina. Como explicar o número crescente de mulheres assassinadas no Brasil e em Portugal? Em que medida a violência é tolerada como parte da vida da mulher? A manutenção persistente de imagens “tradicionais” – maternal, passiva, amorosa – acaba, ainda, por alicerçar situações subalternas em relação à sua identidade e aos seus corpos. E por que as mulheres são mortas? A violência é cometida, sobretudo, por homens que têm algum tipo de relacionamento com as vítimas: são maridos, companheiros, noivos, namorados, e todos os ex que, diante de um pedido de separação pela mulher, consideram motivo suficiente para infringir sua morte violenta. Crimes de ódio com profunda crueldade têm demarcado o corpo feminino como um “novo” território de vingança. Outra vulnerabilidade das vítimas é a desqualificação em relação às ameaças, violências e ofensas sofridas, somando-se a inoperância e a pouca celeridade do sistema judiciário que provoca ainda forte descrença e impunidade. Nessa direção, realiza-se uma análise comparativa entre o enquadramento midiático de crimes tipificados como de femicídio/ feminicídio ocorridos no estado de Goiás e no Distrito Federal com Portugal, entre os anos 2016 e 2017. Dadas as diferenças históricas, populacionais e estruturais, seguiu-se uma epistemologia de comparabilidade hermenêutica (Esser & Hanitzsch, 2012). O exame das dimensões comuns remete à reflexão acadêmica e à ação política. A análise é desenvolvida a partir das seguintes categorias: aniquilamento simbólico, propriedade sexual ou pertencimento sexual e terrorismo patriarcal ou crime de misoginia

    Care work : a situational and multidimensional concept

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    No Brasil, a maior parte das pesquisas sobre o cuidado de pessoas idosas provém de áreas como geriatria, gerontologia, enfermagem e saúde pública. Este artigo objetiva propor um conceito sociológico para analisar o trabalho de cuidado de mulheres idosas residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). A construção desse conceito resultou da experiência em pesquisa sobre o trabalho de cuidado de pessoas idosas em ILPIs do Distrito Federal e de Goiás. Essa experiência possibilitou a elaboração de um conceito situacional e multidimensional do trabalho de cuidado, considerado uma técnica do corpo recriada por cuidadoras em Instituições Totais e que comporta as dimensões afetiva, cognitiva, moral e de poder.In Brazil, most of the research on care for the elderly comes from areas such as geriatrics, gerontology, nursing and public health. This paper proposes to discuss a sociological concept to study the work of caring for elderly women living in Long Term Care Institutions for the Elderly (LTCIEs). Such concept has been forged out of research experiences in caring for the elderly in LTCIEs located in the Federal District and the state of Goiás. The experience allowed the construction of a situational and multidimensional concept of care, considering a body technique re-created by female caregivers in Total Institutions; it includes affective, cognitive, moral and power-related aspects

    Violências e contemporaneidade

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