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    Produtivo ou reprodutivo: o trabalho das mulheres nas agroindústrias familiares - um estudo na região Oeste de Santa Catarina

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política.Nas propriedades rurais há uma clara divisão do trabalho, ficando com o homem, o papel de "chefe da família" e de responsável pela unidade de produção e cabendo à mulher um papel secundário nesta organização mesmo realizando as mesmas tarefas do marido. As agroindústrias familiares absorvem a mão-de-obra de mulheres e jovens, principalmente porque muito dessa produção era originária da "cozinha". Entretanto, quando esses produtos passam a ser feitos comercialmente, vão sendo apropriados pelos homens. Com relação às mulheres, o trabalho que antes era feito nas lavouras, passa a ser realizado próximo à casa, permitindo compatibilizar melhor esta atividade com os afazeres domésticos e demais responsabilidades tidas como femininas. A proximidade entre esses trabalhos, o "produtivo" e o "reprodutivo", acaba por confundi-los, fazendo com que as tarefas ligadas às agroindústrias sejam consideradas quase como uma extensão do doméstico. Esse novo modelo, baseado na agroindustrialização artesanal não eliminou as desigualdades entre gênero e geração na agricultura familiar

    De agricultoras a camponesas: o movimento de mulheres camponesas de Santa Catarina e suas práticas

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    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política.O objetivo desta tese foi estudar o momento atual do Movimento de Mulheres Camponesas de Santa Catarina - MMC/SC, no qual as agricultoras tornam-se camponesas. Para isso busquei sua história, nas três décadas de existência deste movimento, passando pelas diversas fases do MMC. Busquei abranger os aspectos mais importantes para o entendimento do que está presente nesta mudança de nome, como o conceito de campesinato, desde sua concepção clássica até concepção adota pelas mulheres. Também o feminismo e o ecofeminismo como conceitos básicos neste momento, especialmente o ecofeminismo por compor o modelo de agricultura camponesa propagado pelo MMC. Nesse contexto surgem também conceitos como agroecologia, segurança alimentar, soberania alimentar que se mesclam neste conjunto que compõem os discursos e práticas do MMC, como a recuperação de sementes crioulas trazendo para o cotidiano a vivência do que representa tanto a segurança como também a soberania alimentar.The purpose of this dissertation was to study the current status of the Peasant Women's Movement in Santa Catarina - the MMC/SC. To achieve that, I looked into the organization's thirty-year history to understand the different stages it has gone through. One of the most important moments was in 2004, when the name of the movement was changed from Movimento de Mulheres Agricultoras (Farming Women's Movement) to MMC (Peasant Women's Movement), a change that requires a deep understanding of what peasantry means, from its classical conception to that which is adopted by the women under study. It was also necessary to delve deeper into the concepts of feminism and ecofeminism, particularly the latter, since these are key elements (whether conscious or not) of the peasant farming model that is promoted by the MMC in opposition to capitalist agriculture ou agrobusiness. Against this backdrop, other concepts stand out, such as agroecology, food security and food sovereignty, and intertwine in the set of discourses and practices of the MMC, as in, for instance, the recovery of criole seeds which brings into daily life the meaning of food security and sovereignty

    “Camponês é aquele que produz seu próprio alimento": Segurança e Soberania Alimentar como meio de resistência

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    O Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), a partir dos anos 2000, tem discutido o conceito de campesinato associado à ideia de produção de alimentos saudáveis. Nesse contexto, ficam evidentes três conceitos-chaves para discutir o atual momento do MMC, que são o de campesinato, o de segurança alimentar e o de soberania alimentar. Embora com significados um pouco diferentes, esses dois últimos conceitos se entrelaçam na medida em que, para um povo, ter a soberania alimentar significa chances bem maiores de garantir a segurança alimentar. Outro ponto de convergência é a agroecologia, como categoria básica para a reprodução dessa condição camponesa

    Movimento de mulheres camponesas, campesinato e soberania alimentar

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    El Movimiento de Mujeres Campesinas en Santa Catarina / MMC tiene casi 30 años de historia, y durante este tiempo ha sufrido varios momentos con diferentes aspectos cada uno, pero en conjunto, estos momentos muestran la trayectoria de un movimiento social rural de mujer. Comenzó en medio del ajetreo político de los movimientos sociales, se hizo grande, con un gran número de participantes, que pasó por una fase en la que el número de participantes disminuyó y, por último, que renovó las banderas de lucha que hoy en día siguen el desarrollo de políticas públicas en el campo. La preocupación por la seguridad de la alimentación está claro cuando se habla de la recuperación de la propiedad de las semillas criollas. Para estas mujeres, tener control sobre las semillas significa no caer dependientes de las empresas multinacionales que controlan la producción y el comercio de semillas. Las semillas híbridas han garantizado la productividad sólo en su primera generación como el fruto de la cosecha tales como perder las propiedades originales que garanticen nueva productividad sowingwith igual a la primera. En cuanto a las semillas transgénicas , existe preocupación por la polémica de las patentes y el pago de regalías . En la acción de estas mujeres se puede observar una crítica al modelo de desarrollo impuesto por el Estado a las familias de agricultores, favoreciendo las grandes propiedades y empresas. En el oeste de Santa Catarina, la siembra de estas especies fue estimulado también para garantizar el suministro de madera para las [email protected] Movimento de Mulheres Camponesas de Santa Catarina/MMC conta com quase 30 anos de história e, nesse período, passou por diversos momentos que foram diferentes em alguns aspectos, mas que somados mostram a trajetória de um movimento social rural formado apenas por mulheres, o qual se iniciou no bojo da efervescência política dos movimentos sociais, tornou-se grande em número de participantes, atravessou um momento de diminuição da participação e, finalmente, renovou suas bandeiras de luta que, atualmente, acompanham o desenrolar das políticas públicas para o campo. A preocupação com a segurança alimentar fica clara em seus discursos sobre a recuperação da propriedade das sementes nativas. Para essas mulheres, ter o controle das sementes significa não ficar na dependência das empresas multinacionais que controlam a produção e a comercialização das sementes. As sementes híbridas têm sua produtividade garantida apenas na primeira geração, sendo que os frutos dessa colheita perdem as características originais que permitiriam um novo plantio com uma produtividade semelhante à primeira. Já em relação às sementes transgênicas, soma-se a polêmica das patentes e do pagamento de royalties. Nas ações das mulheres encontra-se também a crítica ao modelo de desenvolvimento que o Estado impõe aos agricultores familiares, privilegiando as grandes propriedades e corporações. Na região oeste de Santa Catarina, o plantio dessas espécies foi estimulado também para garantir o fornecimento de lenha para os frigoríficos.The Movement of Peasant Women in Santa Catarina/MMC has nearly 30 years of history, and has undergone several movements. It started amid the political hustle of social movements, it became large in number of participants, which decreased later, and has lately renewed its efforts following the development of public policies in the countryside. The concern over feeding safety is clear because for these women having control over the seeds means not to be dependent on multinational companies that control the production and trade of seeds. Hybrid seeds have guaranteed productivity only in their first generation as the fruit from such harvest lose the original properties that would guarantee new sowing with productivity equal to the first one. As to the transgenic seeds, there is concern over patents and royalties payment. In their actions we notice a critique of the development model imposed by the State to family farmers, which favours large properties and corporations.Le Mouvement des femmes paysannes à Santa Catarina / MMC a près de 30 ans d’histoire , et pendant ce temps il a suivi des étapes variées, mais l’ensemble de ces étapes montre la trajectoire d’un mouvement social rural des femmes. Il a commencé au milieu de l’agitation politique des mouvements sociaux, il est devenu grand avec un grand nombre de participants, il est passé par une phase où le nombre de participants a diminué et, enfin, il a renouvelé les drapeaux de combat qui suivent aujourd’hui le développement de politiques publiques dans le campagne. Le souci de la sécurité de l’alimentation est clair quand ils parlent de la récupération de la propriété de semences indigènes . Pour ces femmes , avoir le contrôle sur les semences signifie ne pas tomber à charge sur les entreprises multinationales qui contrôlent la production et le commerce des semences . Les semences hybrides n’ont garanti la productivité que dans leur première génération puisque le fruit de la récolte perd les propriétés d’origine qui garantissent une productivité des nouveaux sowingwith égale à la première. Quant aux semences transgéniques, il est à craindre quant à la polémique des brevets et le paiement de redevances. Dans l’action de ces femmes , on peut noter une critique du modèle de développement imposé par l’Etat aux agriculteurs de la famille, favorisant les grandes propriétés et des sociétés. Dans l’ouest de Santa Catarina, le semis de ces espèces a été stimulée aussi pour garantir l’approvisionnement en bois pour les magasins

    MMC um movimento camponês e feminista

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    O Movimento de Mulheres Camponesas foi criado em 2004 como resultado da união de vários movimentos de mulheres do campo, sejam agriculturas, pescadoras ou extrativistas. Particularmente em Santa Catarina, esse movimento tem uma história de quase três décadas e nesse período, mudanças politicas e estruturais aconteceram no campo que influenciaram sua postura. Pretendo analisar um ponto específico dessa trajetória, a introdução do conceito de campesinato no movimento.  Como esse conceito é elaborado e justificado pelas camponesas? Qual a relação entre campesinato e feminismo no discurso destas mulheres? Essas questões são discutidas levando-se em conta um breve resgate do conceito de campesinato em voga nas discussões acadêmicas hoje.

    Movimento de mulheres camponesas, campesinato e soberania alimentar

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    The Movement of Peasant Women in Santa Catarina/MMC has nearly 30 years of history, and has undergone several movements. It started amid the political hustle of social movements, it became large in number of participants, which decreased later, and has lately renewed its efforts following the development of public policies in the countryside. The concern over feeding safety is clear because for these women having control over the seeds means not to be dependent on multinational companies that control the production and trade of seeds. Hybrid seeds have guaranteed productivity only in their first generation as the fruit from such harvest lose the original properties that would guarantee new sowing with productivity equal to the first one. As to the transgenic seeds, there is concern over patents and royalties payment. In their actions we notice a critique of the development model imposed by the State to family farmers, which favours large properties and corporations.Le Mouvement des femmes paysannes à Santa Catarina / MMC a près de 30 ans d’histoire , et pendant ce temps il a suivi des étapes variées, mais l’ensemble de ces étapes montre la trajectoire d’un mouvement social rural des femmes. Il a commencé au milieu de l’agitation politique des mouvements sociaux, il est devenu grand avec un grand nombre de participants, il est passé par une phase où le nombre de participants a diminué et, enfin, il a renouvelé les drapeaux de combat qui suivent aujourd’hui le développement de politiques publiques dans le campagne. Le souci de la sécurité de l’alimentation est clair quand ils parlent de la récupération de la propriété de semences indigènes . Pour ces femmes , avoir le contrôle sur les semences signifie ne pas tomber à charge sur les entreprises multinationales qui contrôlent la production et le commerce des semences . Les semences hybrides n’ont garanti la productivité que dans leur première génération puisque le fruit de la récolte perd les propriétés d’origine qui garantissent une productivité des nouveaux sowingwith égale à la première. Quant aux semences transgéniques, il est à craindre quant à la polémique des brevets et le paiement de redevances. Dans l’action de ces femmes , on peut noter une critique du modèle de développement imposé par l’Etat aux agriculteurs de la famille, favorisant les grandes propriétés et des sociétés. Dans l’ouest de Santa Catarina, le semis de ces espèces a été stimulée aussi pour garantir l’approvisionnement en bois pour les magasinsO Movimento de Mulheres Camponesas de Santa Catarina/MMC conta com quase 30 anos de história e, nesse período, passou por diversos momentos que foram diferentes em alguns aspectos, mas que somados mostram a trajetória de um movimento social rural formado apenas por mulheres, o qual se iniciou no bojo da efervescência política dos movimentos sociais, tornou-se grande em número de participantes, atravessou um momento de diminuição da participação e, finalmente, renovou suas bandeiras de luta que, atualmente, acompanham o desenrolar das políticas públicas para o campo. A preocupação com a segurança alimentar fica clara em seus discursos sobre a recuperação da propriedade das sementes nativas. Para essas mulheres, ter o controle das sementes significa não ficar na dependência das empresas multinacionais que controlam a produção e a comercialização das sementes. As sementes híbridas têm sua produtividade garantida apenas na primeira geração, sendo que os frutos dessa colheita perdem as características originais que permitiriam um novo plantio com uma produtividade semelhante à primeira. Já em relação às sementes transgênicas, soma-se a polêmica das patentes e do pagamento de royalties. Nas ações das mulheres encontra-se também a crítica ao modelo de desenvolvimento que o Estado impõe aos agricultores familiares, privilegiando as grandes propriedades e corporações. Na região oeste de Santa Catarina, o plantio dessas espécies foi estimulado também para garantir o fornecimento de lenha para os frigoríficos.El Movimiento de Mujeres Campesinas en Santa Catarina / MMC tiene casi 30 años de historia, y durante este tiempo ha sufrido varios momentos con diferentes aspectos cada uno, pero en conjunto, estos momentos muestran la trayectoria de un movimiento social rural de mujer. Comenzó en medio del ajetreo político de los movimientos sociales, se hizo grande, con un gran número de participantes, que pasó por una fase en la que el número de participantes disminuyó y, por último, que renovó las banderas de lucha que hoy en día siguen el desarrollo de políticas públicas en el campo. La preocupación por la seguridad de la alimentación está claro cuando se habla de la recuperación de la propiedad de las semillas criollas. Para estas mujeres, tener control sobre las semillas significa no caer dependientes de las empresas multinacionales que controlan la producción y el comercio de semillas. Las semillas híbridas han garantizado la productividad sólo en su primera generación como el fruto de la cosecha tales como perder las propiedades originales que garanticen nueva productividad sowingwith igual a la primera. En cuanto a las semillas transgénicas , existe preocupación por la polémica de las patentes y el pago de regalías . En la acción de estas mujeres se puede observar una crítica al modelo de desarrollo impuesto por el Estado a las familias de agricultores, favoreciendo las grandes propiedades y empresas. En el oeste de Santa Catarina, la siembra de estas especies fue estimulado también para garantizar el suministro de madera para las tiendas

    Power and Equality: the Relations of Gender between Agricutural Syndicalists – Chapecó, Santa Catarina

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    The participation of the women in the direction of the unions, including Agricultural Workers, has increased in recent years. Until the 80’s, the agricultural syndical movement, specially male, did not accept women associates. Nowadays, women are occupying positions in the executive directory but it does not mean that the unions have changed its pratical discriminatory. This paper presents an analysis concernig gender and power, i.e., a relation between men and women leadership in the west of Santa Catarina State. In spite of improving their participation in the unions and to be established by CUT that 30% of the minimum quota should be women, there are not enough women in the directory positions. They are effectly ocuppying administrative positions or they do not participate equally since the union did not improve its discriminatory participation. It is a frequently war to combine class claims and the search of equality and power gender. Sometimes, they have to choose one claim

    Produtivo ou reprodutivo

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política.Nas propriedades rurais há uma clara divisão do trabalho, ficando com o homem, o papel de "chefe da família" e de responsável pela unidade de produção e cabendo à mulher um papel secundário nesta organização mesmo realizando as mesmas tarefas do marido. As agroindústrias familiares absorvem a mão-de-obra de mulheres e jovens, principalmente porque muito dessa produção era originária da "cozinha". Entretanto, quando esses produtos passam a ser feitos comercialmente, vão sendo apropriados pelos homens. Com relação às mulheres, o trabalho que antes era feito nas lavouras, passa a ser realizado próximo à casa, permitindo compatibilizar melhor esta atividade com os afazeres domésticos e demais responsabilidades tidas como femininas. A proximidade entre esses trabalhos, o "produtivo" e o "reprodutivo", acaba por confundi-los, fazendo com que as tarefas ligadas às agroindústrias sejam consideradas quase como uma extensão do doméstico. Esse novo modelo, baseado na agroindustrialização artesanal não eliminou as desigualdades entre gênero e geração na agricultura familiar

    Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em ciências sociais

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    Neste artigo abordamos a importância da entrevista como uma técnica de coleta de dados que é utilizada em Sociologia para a captação de dados subjetivos. São diversos os tipos de entrevistas, diante disso, explicitamos os mais utilizados que são: a entrevista projetiva, entrevistas com grupos focais, história de vida, entrevista estruturada, aberta e semi-estruturada. Discutimos sobre a importância destes tipos de entrevistas, suas vantagens e desvantagens. Relatamos sobre a preparação do pesquisador para ir a campo e também expomos algumas sugestões tecidas por Bourdieu de como fazer uma entrevista utilizando o método científico
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