53 research outputs found
Governo, Subjetivação e Resistência em Foucault
Neste ensaio, discuto as idéias centrais, desenvolvidas por Michel Foucault, referentes à perspectiva do governo, e os deslocamentos teóricos em suas pesquisas que conduziram a esta noção. Problematizo o conceito foucaultiano de poder em suas relações com a resistência e a dominação. Ao analisar as noções de poder e resistência, em fases distintas da produção de Foucault, estabeleço algumas conexões entre o seu pensamento e o de Gilles Deleuze
Efeitos de Poder e Verdade do Discurso da Educação Matemática
A Partir da perspectiva pós-estruturalista, com forte atenção para a produção de Michel Foucault, analiso e descrevo o discurso da Educação Matemática. Partindo da regularidade com que esse discurso vem sendo enunciado pelo discurso educacional contemporâneo, faço uma análise de textos que aparecem em revistas e anais de encontros científicos, em livros , em publicações didáticas; ou seja, em trabalhos que advogam para si a denominação d e Educação Matemática. A análise de textos é trabalhada com as ferramentas foucaultianas de mecanismos e estratégias de poder-saber, as quais apontam para efeitos específicos de verdade e de poder do discurso da Educação Matemática: uma vontade de totalização e a produção de uma pedagogia cidadã
Ordenando Poder-Saber: produção de identidades e hierarquização de diferenças
Utilizando-me das ferramentas analíticas de tecnologias de governo e de
racionalidades políticas, apresento um dos resultados da pesquisa em que analisei o
governo do multiculturalismo. O objetivo deste artigo é demonstrar como a
Etnomatemática, na condição de um dispositivo de governo multicultural, operacionalizase
por meio de tecnologias domulticulturalismo, atualizando modos de governo
multiculturais pela produção de identidades e hierarquização de diferenças. Aponto para
a produtividade
analítica que a perspectiva foucaultiana oferece para, quem sabe, transgredir fronteiras
pela possibilidade de uma constante atualização de modos de existência para além das
identidades.Using the analytical tools of technologies of government
and of political rationalities, I show one of the results connected to multiculturalism
government. The objective of this paper is to demonstrate how Ethnomathematics, as a
device of multicultural government, becomes operational through the practice of what I
designate technologies of multiculturalism, actualizing specific multicultural forms of
government by the production of identities and hierarchization of differences. I indicate
what the foucaultian analytical perspective offers to, perhaps, transgress boundaries by
the possibility of a constant actualization of existence modes beyond identities
Effects ofpower and truth of the Mathematical's Education discourse
A partir da perspectiva pós-estruturalista, com forte atenção para a produção de Michel Foucault, analiso e descrevo o discurso da Educação Matemática. Partindo da regularidade com que esse discurso vem sendo enunciado pelo discurso educacional contemporâneo, faço uma análise de textos que aparecem em revistas e anais de encontros científicos, em livros, em publicações didáticas; ou seja, em trabalhos que advogam para si a denominação de Educação Matemática. A análise de textos é trabalhada com as ferramentas foucaultianas de mecanismos e estratégias de poder-saber, as quais apontam para efeitos específicos de verdade e de poder do discurso da Educação Matemática: uma vontade de totalização e a produção de uma pedagogia cidadã.From the post-structuralist framework, with strong attention to Michel Foucault's production, I analyze and describe the Mathematical's Education discourse. Starting from the regularity with that discourse is being enunciated by the contemporacy educational d iscourse, I make an analyses of texts that appear in journals scientific meetings annals, books, didactic publications; that is, in works that advocate to themselves the denomination of Mathematical Education. The analyses is developed with the foucaultian's tools of mecanisms and strategies of power-knowledge, that points to especific effects oftruth and ofpower ofthe Mathematical's Education discourse: a will of totalization and the production of a citizen pedagogy
A estudante e a professora fugitiva... um encontro necessário
A palavra-chave é encontro, ou, talvez sua estranha intenção: a impossibilidade de expressar uma experiência que certos modos de classificação, ou uma tradição, impedem de ver o que é. Experiência que resiste ao acabado e inicia um processo de reconhecimento para dar lugar à expressão de seus vazios. Como criar esse percurso que se apodera de singularidades que a constituem? Deparamos-nos com a expressão de um ser em potência: toda vez que se tenta apreendê-lo, ele se deixa unir novamente por aquilo que não tinha nada em comum, impelindo-me à criação. Expressa a necessidade de compreender os caminhos pelos quais alcancei a revelação dos pensamentos indizíveis que permitiram apreender como se engendram em nossa experiência. Descolando-se do plano da educação, seus procedimentos dirigem-se ao exterior, em direção a outros planos, além do humano, passando por um plano de experiências interiores; recolhem vestígios atemporais da nossa experiência e os agrupa de tal maneira que se explicam por meios pouco confessáveis, complicando-se na expressão. Dado o desenvolvimento singular da revelação que surge com a necessidade da expressão, só mais tarde é que pude entender: o que parecia falta de sentido era justamente o sentido. É complexo descrever o que nos aconteceu. Mas foi justamente na frustração de tentar capturar o aprendizado que conseguimos de alguma forma compreendê-lo, embora não soubéssemos inicialmente traduzir essa compreensão em palavras: aí nasceram os pensamentos indizíveis. Tenho sempre comigo a sensação de que sua concepção está comprometida, donde surge um tal de desconforto, cada vez que tentamos enquadrá-los em uma explicação. Embora toda explicação exista neles e deles dependa de tal maneira que não pode ser concebida sem eles, contanto que venha depois. No instante em que surge a necessidade de dar a conhecer, esta se constitui em si mesma em um objetivo concreto. Deixo aqui palavras inspiradas em experiências mal sucedidas e encontros subseqüentes.La palabra clave es encuentro, o, tal vez, su extraña intención: la imposibilidad de expresar una experiencia que ciertos modos de clasificación, o una tradición, impiden ver qué es en lo medular. Experiencia que resiste a lo acabado e inicia un proceso de reconocimiento para dar lugar a la expresión de sus vacíos. ¿Cómo crear ese recorrido que se apodera de singularidades que la constituyen? Nos deparamos con la expresión de un ser en potencia: toda vez que se intenta aprehenderlo, él se deja unir nuevamente por aquello que no tenía nada en común, impeliéndome a la creación. Expresa la necesidad de comprender los caminos por los cuales alcancé la revelación de los pensamientos inefables que permitieron aprehender cómo se engendran en nuestra experiencia. Despegándose del plano de la educación, sus procedimientos se dirigen a lo exterior, en dirección a otros planos más allá de lo humano, pasando por un planode experiencias interiores; recogen vestigios atemporales de nuestra experiencia y los agrupa de tal manera que se explican por medios poco confesables, que se complican en la expresión. Dado el desarrollo singular de la revelación que surge con la necesidad de la expresión, sólo después lo pude entender: lo que parecía falta de sentido era justamente el sentido. Es complejo describir lo que nos sucedió. Pero fue justamente en la frustración de intentar capturar el aprendizaje que conseguimos de alguna forma comprenderlo, a pesar de que no supiésemos inicialmente traducir esa comprensión en palabras: ahí nacieron los pensamientos inefables. Me acompaña siempre la sensación de que su concepción está comprometida, donde surge un cierto desasosiego, cada vez que intentamos encasillarlo en una explicación. Apesar de que toda explicación exista en ellos y de ellos dependa de tal modo que no puede ser concebida sin ellos, con tanto que venga después. En el instante que surge la necesidad de dar a conocer, ésta se constituye en sí misma en un objetivo concreto. Dejo aquí palabras, inspiradas en experiencias mal sucedidas y encuentros subsiguientes.Encounter is the keyword or, perhaps, its strange intention: the impossibility of expressing an experience that certain classification modes, or traditions, hinder us from seeing. It is the experience that resists the accomplished and begins a recognition process which gives way to the expression of its voids. How to create the trail that seizes the singularities that constitute it? We are confronted with the expression of a being in potency: each time one tries to apprehend it, it allows itself to be bonded again by that something which it had nothing in common with, thrusting us into creation. It expresses the necessity of comprehending the ways by which unspeakable thoughts were revealed, allowing the apprehension of how they are generated in our experience. Departing from the educational plane, their procedures direct themselves to the outside, towards other planes which transcend the human, passing through planes of interior experience; they gather timeless traces of our experience and group them in a way such that they explain themselves by few respectable measures, entangling themselves in the expression. Given the singular evolution of the disclosure that comes with the necessity of expression, we could only understand later: what seemed a lack of sense was actually the sense. It is complex to describe what happened to us. But it was precisely in the frustration of trying to capture learning that we could actually comprehend it in some way, although we did not initially know how to translate such comprehension into words: unspeakable thoughts were born. I always have the feeling that their creation is threatened each time we try to frame them in an explanation. A certain discomfort emerges from such threats. Nevertheless every explanation exists within them and depends on them in a way that cannot be conceived without them, provided that it happens afterwards. The instant that the necessity to give way to knowing emerges, it constitutes itself in a concrete objective.Here we lay down words inspired in ill-succeeded experiences and subsequent encounters
C´est pas notre faute si nous ne savions pas que nous savions
Dos personajes se encuentran: la estudiante inquieta con la existencia de pensamientos incapaz de traducir a cualquier lenguaje conocido, y la profesora fugitiva, cansada de tener que dar explicación para todo lo que hacía o pensaba. El encuentro de los dos personajes nos hace pensar sobre los espacios educativos donde hay un exceso de preguntas, de pedidos de explicaciones, pero nos parecen ser pocas las miradas para lo que es capaz de despertar el pensamiento. No el interés en un contenido, pero sí cierta inquietud, como si fuese una sed, exactamente lo que la estudiante siente al intentar representar su pensamiento y lo que hace a la profesora volverse fugitiva. El presente texto es producto de un desafío de querer explicar lo inexplicable. Lo que obtenemos es el modo como ciertas cosas se expresan a través de la imposibilidad de expresión; la falta de sentido es el propio sentido. Y recorriendo estas paradojas, descubrimos, finalmente, que no es nuestra culpa no saber que sabíamos.Two characters run into each other: a female student concerned with the existence of thoughts that cannot be translated to any other known language, and a fugitive professor, tired of explaining everything she did or thought. The encounter of these two characters makes us think about the educational environments, usually full of questions and requests for explanations, but our views seem to be few for what our thinking may generate. It is not exactly an interest in the contents but some concern, like a kind of thirst, what the student feels when trying to represent her thinking and what makes the teacher become a fugitive. This text is the result of a challenge to try to explain the unexplainable. What we finally obtain is the way certain things are expressed through the impossibility of expression; the lack of meaning is the meaning itself. And in our journey through these paradoxes, we finally find that it is not our fault not to know that we knew.Deux personnages se rencontrent, une étudiante inquiète avec l´existence de pensées, incapable d´en traduire à n´importe quelle langue connue, et la professeure fugitive, fatiguée de devoir expliquer tout ce qu´elle fait ou pense. Le rencontre de ces personnages nous faire penser aux espaces éducatifs où il y a des excès de questions et des demandes d´explications, mais ils ne suffisent pour ce qu´il peut éveiller la pensée. C´est pas l´intérêt à un contenu, mais exactement une certaine inquiétude —comme une soif- ce que l´étudiant sens lorsqu´elle essaie de représenter sa pensée et ce qu´elle rend la professeure fugitive. L´article est le résultat d´un défi qui cherche à expliquer cet inexplicable, et ce que l´on obtient c´est la manière dont certaines choses s´expriment à travers l´impossibilité d´expression ; la faute de sens c´est justement le sens. Et c´est en parcourant ces paradoxes que l´on découvrit, finalement, que c´est pas notre faute de ne pas savoir que nous savions
Didactic of the middle: learning and example
O ensinar, em suas vias objetivas, tem percalços que descrevem mais superfícies do que profundidades. Que fazer? se torna a pergunta que se instala no início, visando a um fim. Todavia, a didática, em seu como fazer?, tem, também, o objetivo de desenvolver sentidos e decifrar signos do aprender, tornando-se meio. O aprender não se sustenta firmemente em objetivações curriculares e didáticas. Contudo, não se dá separadamente desses fundamentos sociais, culturais e, também, linguísticos. Nesta profusão de movimentos - mundanos, amorosos e sensíveis -, a arte envolve-se no aprendizado almejado em meio a tantos outros que escapam das trilhas já percorridas pelas didáticas. Este artigo traz experiências conceituais acerca de possibilidades de um ensinar voltado a perceber pontos de escuridão na superfície da educação, onde a fuga da aparente objetividade didática torna-se possível. O aprender, desde então, pode manifestar-se na vivacidade da explicação como tradução de signos, tornando-se exemplo didático de criação. Chegamos à revelação final? Com Deleuze e Agamben, observamos o novo que surge no velho, o diferente que se manifesta no igual e, enfim, a criação da didática.In its objective paths, teaching has obstacles that describe surfaces rather than depths. What to do? becomes the question that sets in at the very beginning, aiming at an end. However, in its how to do?, didactic also aims to develop senses and decipher signs of learning, thus becoming a middle. Learning does not stand firmly on curricular or didactic objectivations. However, it does not occur separately from these social, cultural and also linguistic foundations. In this profusion of motions — worldly, amorous and sensuous motions —, art becomes involved in the learning sought amongst so many others which escape the paths already traveled by didactics. This article brings conceptual experiences about possibilities of a way of teaching concerned with noticing darkness spots on the surface of education, where escaping from the seeming didactic objectivity becomes possible. From then on, learning can manifest itself in the liveliness of explication understood as the translation of signs, thus becoming a didactic example of creation. Have we reached the final revelation? With Deleuze and Agamben, we can see the new that emerges in the old, the different that manifests in the equal and, finally, the creation of didactic
Between explanations : about learning and teaching functions
A explicação apresenta-se, muitas vezes, como uma necessidade ao ato de ensinar. Neste contexto, explicar parece, então, ser a função primordial do professor. Este artigo tem como objetivo principal analisar como a explicação, enquanto um método (RANCIÈRE, 2007), desdobra-se em formas particulares de aprendizagem. A análise mostra como essas formas manifestaram-se em atividades, relacionadas ao ensino de funções, como ferramentas capazes de criar possibilidades para o aprender (DELEUZE, 2003).Como resultante, chegamos à explicação-questionadora que pode provocar certa capacidade investigadora, provocando estudantes e professores na expressão dos caminhos do próprio aprendizado.Explanation often appears as a necessity to the act of teaching. In this context, explaining then seems to be the primary function of the teacher. This article aims to analyze how the explanation, while a method (RANCIÈRE, 2007), unfolds in particular forms of learning. The analysis shows how these forms manifested themselves in activities related to the teaching of functions as tools capable of creating possibilities for learning (DELEUZE, 2003). As a result, we arrive at the questioning-explanation that can provoke certain investigative capacity, provoking students and teachers in expressing the paths of learning itself
In between confinements and amorous signs : exercises in staging and teaching recreations
Este artigo desafia-se a traduzir experiências da docência pela via de uma interpretação dos mundos dos signos. Entre confinamentos, professores exercitam-se em encenações que não são apenas transformações replicantes de si mesmos; mas recriações singulares em suas mundanidades, e em potentes sensibilidades; possivelmente, diferentes em sua repetição. Como um modo de resistência na própria experiência de subjetivação da docência, reinventamo-nos com mundos já criados, repensando a escola como ambiente, como instituição, como espaço, como tempo, como mundo e como forma. Com Cortázar, colocamo-nos na instável oposição, onde há um combate amoroso entre os signos e sua interpretação. E isso exige um processo permanente de reconstrução e recriação da perspectiva da pesquisa sustentada, especialmente, em Deleuze. Poder traduzir de um outro modo o que estamos fazendo causou inquietações em nós mesmos e, até mesmo, podemos causá-las em outros.The purpose of this article is to translate teaching experiences through an interpretation of the world of signs. In between confinements, teachers exercise on stagings that are not just replicating transformations of themselves; but, unique recreations in their worldliness, and in potent sensibilities; possibly different in their own repetition. As a way of resistance in the subjectification experience, we reinvent ourselves with worlds already created, rethinking the school as an environment, institution, space, time, world, and form. With Cortázar, we place ourselves in the unstable opposition, where there is an amorous combat between signs and their interpretation. And this requires a permanent process of reconstruction and recreation of the research perspective, sustained, especially, in Deleuze. Being able to translate in a different way what we are doing, caused concerns in ourselves and even in other
Within PIBID and student teaching internship : about writing in reading
Este relato apresenta alguns resultados de uma investigação que está em curso, afirmando a potência de efeitos imprevisíveis nas relações entre escola e universidade. Ele foi inspirado em duas apresentações de congressos educacionais, originadas de produções de estudantes, nas quais eles compartilham com seus orientadores exploraçõesna criação textual, elaborando ensaios a partir de relatosde algumas oficinas que realizaram. Diversos conceitos da filosofia de Gilles Deleuze têm inspirado nossos escritos. Mencionamos o aprender, que ocupa um lugar de destaque em nossas produções. Para as atividades de escrita, perguntamos: de que formas esse aprender pode ser pensado em termos de educação matemática? E, ainda mais, como expressá-lo?This report presents some outcomes of an ongoing investigation, affirming the potential of unpredictable effects in the relations between school and university. It was inspired by two presentations from educational meetings, originated in students’ publications, in which they share with their advisors experimentations on text writing, elaborating essays from the accounts of workshops they carried out. Several concepts of Deleuze ́s philosophy have inspired our writings. The concept of learning occupies a prominence place in our production. Regarding the writing activity, we ask: how can this learning be thought in terms of Mathematics education? Moreover, how can it be expressed
- …