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Optimização das fugas pela boca durante o CPAP nasal: banda submentoniana versus máscara facial
Introdução: O CPAP nasal é o tratamento de eleição para os pacientes com Síndrome da
Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). Com a máscara nasal podem ocorrer fugas de ar pela
boca, que podem por em causa a aderência do paciente ao tratamento devido muitas vezes
ao desconforto que provocam, ao aumento do trabalho respiratório e por afectarem a
qualidade do sono.
Objectivos: Este estudo tem como principal objectivo verificar a eficácia da banda
submentoniana e da máscara facial na correcção das fugas pela boca em pacientes com
SAOS.
Métodos e Participantes: Uma amostra de conveniência de 15 pacientes (8 homens) com
SAOS e a fazerem CPAP com máscara nasal, foi recrutada. Foram divididos em dois
grupos A e B, onde no grupo A se colocou a banda submentoniana e no grupo B se alterou
a interface para máscara facial.
Medidas e Resultados: As variáveis avaliadas neste estudo foram as fugas, o IAH, o
percentil 95 da pressão de tratamento, a Sa,O2 e os efeitos adversos das duas intervenções.
O nível de fugas reduziu no grupo A de 38±11,27 para 24,55±14,30L/min (p=0,002) e no
grupo B de 34,34±16,50 para 18,51±16,22L/min (p=0,008). O IAH aumentou no grupo B
de 2,60±2,13 para 4,41±3,88 (p=0,016). Relativamente ao percentil 95 da pressão de
tratamento aumentou nos dois grupos (Grupo A de 10,15±2,63 para 12,08±2,45cmH2O
(p=0,008) e no Grupo B 10,51±1,88 para 12,64±1,29cmH2O (p=0,008)). A Sa,O2 mínima
aumentou e o tempo<90% diminui no grupo A com p=0,008, p=0,031, respectivamente.
Quanto ao uso auto-reportado verificaram-se poucos efeitos adversos, salientando-se
apenas a facilidade de colocação da banda submentoniana, a secura da boca nos dois
grupos, a pressão no queixo provocada pela banda e a dor no dorso do nariz provocada
pela máscara facial.
Conclusão: Ambas as estratégias provaram ser mais eficazes a reduzir a fuga que a
máscara nasal. Foram bem toleradas e com poucos efeitos adversos.Introduction: Nasal CPAP is the preferred treatment for patients Obstructive Sleep Apnea
(OSA). With the nasal mask, air leakage can occur through the mouth, and these leaks may
harm patient acceptance to treatment due to the discomfort that often lead to increased
work of breathing and affect the quality of sleep.
Objectives: This study has as main objective to verify the effectiveness of the chinstrap
and the face mask in the correction of mouth leaks in patients with OSA.
Methods and Participants: A convenience sample of 15 patients (8 men) with OSA and
treated by CPAP with a nasal mask, was recruited. They were divided into two groups A
and B, in group A was placed the chinstrap and in Group B the interface has changed to the
face mask.
Measurements and Results: The variables evaluated in this study were the leakages, the
AHI, the 95th percentile of pressure treatment, the oxygen saturation and adverse effects
the two interventions. The level of leakage reduced in group A from 38±11.27 to
24.55±14.30 L/min (p = 0.002) and in group B from 34.34±16.50 to 18.51±16.22 L / min
(p = 0.008). The AHI increased in group B from 2.60±2.13 to 4.41±3.89 (p = 0.016). For
the 95th percentile of pressure increased in both treatment groups (group A from
10.15±2.63 to 12.08±2.45 cmH2O (p = 0.008) and in group B from 10.51±1.88 to
12.64±1.29 cmH2O (p = 0.008)). The minimum oxygen saturation (Sa,O2) increased and
the minimum time <90% decrease in group A with p=0.008, p=0.031, respectively. As for
using self-reported there were few adverse effects, noting only the ease of placement of
chinstrap, the dry mouth in both groups, the chin pressure caused by the chinstrap and the
dorse nose pain caused by face mask.
Conclusion: Both strategies proved most effective to reduce leakage than nasal mask.
Were well tolerated with few adverse effects
Breves pontos para reflexão: virtualidades possíveis de um olhar interdisciplinar
Educação em/para a Democracia constitui um desafio para todos os queparticipam nos modos de construir tal relação: encontramos respostas plurais nos contextos educativos e sociais, mas também limites quanto à sua viabilidade situada. Para enquadrar a questão em análise, sugerimos atender ao pressuposto do não etnocentrismo, dentro e fora dos espaços e tempos escolares; à diversidade sociodemográfica dos grupos sociais e ao modo como interfere nos processos educativos em contexto escolar; e à participação dos jovens nos diferentes projetos de intervenção social.Education in and for Democracy is a challenge for all those participate in itssocial construction. The social and educational contexts have different answers and specific limits. To approach that question, it will be necessary attending to the principle of not ethnocentrism at school; to the social and culture diversity and how they fool with the educational process; and to the young people's participation in social and educational projects
Roteiros turísticos na área metropolitana do Porto – continuidades e polarizações
Contemporary tourism, in its most diverse territorial and social contexts, confronts us with what are (and have been) the political priorities that design the local tourist offer in Portugal. The analysis of the tourist policies of the municipalities of the Metropolitan Area of Porto at the present time, and after the last elections municipalities, takes us to a first empirical fact: the growing programmatic interest in tourism in local political programs in recent years. In another sense, more peculiar and central, the diversity of the local tourist offer when understood as an additional and circular development vector of the same metropolitan territory. To the empirical political regularities that we established between 1980 and 2001, in a metropolitan territory composed of 9 councils, after 20 years, and with the enlargement of the metropolitan territory to 17 councils, new singularities and emerging tensions are added. The balance between continuities and polarizations of tourist practices constitutes one of the theoretical and empirical challenges of our qualitative research.Le tourisme contemporain, dans ses contextes territoriaux et sociaux les plus divers, nous confronte à ce que sont (et ont été) les priorités politiques qui définissent l'offre touristique locale au Portugal. L'analyse des politiques touristiques des municipalités de la zone métropolitaine de Porto à l'heure actuelle et après les dernières élections municipalités, nous amène à un premier fait empirique: l'intérêt programmatique croissant pour le tourisme dans les programmes politiques locaux ces dernières années. Dans un autre sens, plus particulier et central, la diversité de l'offre touristique locale entendue comme un vecteur de développement complémentaire et circulaire d'un même territoire métropolitain. Aux régularités politiques empiriques que nous avons établies entre 1980 et 2001, dans un territoire métropolitain composé de 9 communes, après 20 ans, et avec l'élargissement du territoire métropolitain à 17 communes, s'ajoutent de nouvelles singularités et des tensions émergentes. L'équilibre entre continuités et polarisations des pratiques touristiques constitue l'un des enjeux théoriques et empiriques de notre recherche qualitative.A contemporaneidade turística, nos seus mais diversos contextos territoriais e sociais, confronta-nos com aquilo que são (e têm sido) as prioridades políticas que desenham a oferta turística local em Portugal. A análise das políticas turísticas dos concelhos da Área Metropolitana do Porto no momento presente, e após as últimas eleições autárquicas, remete-nos para um primeiro dado empírico: o interesse programático crescente pelo turismo nos programas políticos locais nos últimos anos. Num outro sentido, mais peculiar e central, surge-nos a diversidade da oferta turística local quando entendida como um adicional e circular vetor de desenvolvimento do mesmo território metropolitano. Às regularidades empíricas políticas que estabelecemos entre 1980 e 2001, num território metropolitano composto por 9 concelhos, acrescem, após 20 anos, e com o alargamento do território metropolitano a 17 concelhos, novas singularidades e tensões emergentes. O equilíbrio entre continuidades e polarizações das práticas turísticas constitui um dos desafios teóricos e empíricos da nossa pesquisa qualitativa
Artes e inclusão social: projetos e ações enquanto experiências metodológicas
A sociologia e as artes configuram relações teóricas e processuais possíveis, necessárias e visíveis, nos campos científico, organizacional e comunitário. A circularidade entre projetos artísticos, atores sociais e territórios, com vista a discursos e práticas de inclusão social, mantém-se um pressuposto analítico e social sustentável. Interessa-nos confrontar virtualidades e limites das experiências metodológicas de observação desses parâmetros em relação. As que realizámos sobre o trabalho da PELE com comunidades locais em ação, a partir de projetos de teatro em prisões, sugerem-nos pontos de chegada possíveis e interrogações plausíveis.Sociology and arts have theoretical and social relations, which are possible, necessary and visible in scientific, organizational and community fields. The circularity between artistic projects, social actors and territories is an analytical and social sustainable assumption, directed to speeches and social inclusion practices. Our aim is confronting advantages and limits of observations methodological experiences about these parameters in relationship. The observations around PELEs work, with local communities in action (theatre projects in prisons), brings questions and results to discussion
Social Vulnerability in Flexible Accumulation Times: A Contribution to the Debate in the Environmental Field
The notion of vulnerability has been used in various fields of knowledge. One of its uses is in interdisciplinary research on environmental vulnerability, in which is understood in a simplified way as the overlap of social vulnerability and environmental risks. The debate in the environmental field was identified as having been dominated by perspectives of social science individualistic character and functionalist, with little openness for critical readings. In order to contribute to the expansion of this debate, we seek in this paper to present a theoretical discussion about the notion of social vulnerability. It is argued that, despite being used by authors from different theoretical and ideal political orientations, its dominant use is established within the revisited liberal thought. This hegemony is in line with the societal changes occurring since the 1970s, with the crisis of the Fordist regime of accumulation and the emergence of flexible accumulation regime. A new social grammar takes shape to address issues related to poverty, inequality and social injustice, which stresses an approach to vulnerability based on the assets and the capabilities, focused on individuals and their needs, responding to fiscal adjustment and cutting public spending. Alternatively, emphasis is given to a processual approach, focused on the rights and protection and on the unequal exposure to risk and its economic and political causes.A noção de vulnerabilidade tem sido utilizada em diversos campos do conhecimento. Um de seus usos se faz nas pesquisas interdisciplinares sobre a vulnerabilidade socioambiental, que é entendida de forma simplificada como a sobreposição de situações de vulnerabilidade social e riscos ambientais. Identificou-se que o debate, no campo ambiental, tem sido dominado por perspectivas das ciências sociais de caráter individualista e funcionalista, com pouca abertura para leituras críticas. De forma a contribuir para a ampliação desse debate, busca-se nesse artigo apresentar uma discussão teórica acerca da noção de vulnerabilidade social. Argumenta-se que, em que pese ser utilizada por distintas vertentes e orientações teóricas e ideo-políticas, seu uso dominante se estabeleceu dentro do pensamento liberal revisitado. Essa hegemonia está em consonância com as transformações societárias ocorridas desde a década de 1970, com a crise do regime de acumulação fordista e a emergência do regime de acumulação flexível. Neste, uma nova gramática social para tratar dos temas relativos à pobreza, à desigualdade e à injustiça social toma forma, na qual se destaca uma abordagem da vulnerabilidade baseada nos ativos e nas capacidades, focada nos indivíduos e nas suas carências, respondendo a demandas de ajuste fiscal do Estado e corte nos gastos públicos. Como alternativa, dá-se ênfase a uma abordagem processual, focada nos direitos e na proteção e na exposição desigual aos riscos e suas causas econômicas e políticas
Cosmovisão e biomedicina na Guiné-Bissau. Leituras à depressão
As representações das doenças, assim como, a forma como doentes e familiares experienciam
estes episódios, é um tema muito rico e interessante, que tem merecido a atenção de diferentes
áreas científicas. Diversos investigadores têm demonstrado que a vivência e tratamento das
doenças está ancorada na cultura tanto dos pacientes como dos familiares e dos agentes da
saúde. Apesar de este ser um campo bastante estudado a nível internacional, na literatura
portuguesa são ainda escassos os estudos na área da psicologia transcultural. Este foi um dos
grandes desafios para a elaboração deste trabalho, onde se procurou explorar a relação entre a
cultura e a depressão. Para o efeito, conduzimos esta investigação em Bissau, onde o mágico e
a biomedicina têm espaço para interagir no sentido da complementaridade visando a cura do
paciente. Uma amostra de 40 pacientes foi avaliada no que se refere à depressão ( Self
Reporting Questionnaire - SRQ-20) e à perceção cultural da doença (Questionário sobre o
modelo explicativo da doença). Os participantes foram acompanhados na sua vida quotidiana,
de forma a conhecermos e percebermos a sua realidade e dinâmica familiar. Os participantes
foram agrupados pelos diferentes sistemas de tratamento a que recorreram, biomedicina,
psicólogo e curandeiros e 10 optaram por não terem qualquer tratamento. Ao fim de três
meses foram todos novamente avaliados no que se refere à depressão, tendo-se verificado
uma melhoria em relação à depressão em todos os grupos. O grupo que optou pelo tratamento
tradicional, ou seja com curandeiros, foi o que apresentou valore s mais elevados de depressão
em t2, ultrapassando mesmo o grupo que não teve tratamento. Os grupos que optaram pelo
biomédico e pelo psicólogo apresentaram níveis mais baixos de depressão, apesar das
diferenças não serem estatisticamente significativas. Na relação entre religião e depressão
foram encontradas diferenças estatisticamente significativas em t2, sendo o grupo de crenças
cristãs quem apresentou níveis de depressão significativamente mais baixos, comparado com
o grupo muçulmano e o grupo animista. Os resultados indicam que a cultura tem uma forte
influência na perceção da doença, sublinhando a importância da alteração das condições
envolventes, particularmente as relações familiares, para ser possível uma melhoria no estado
psicológico dos pacientes, assim como, que esta melhoria pode acontecer sem a utilização de
antidepressivos. Para finalizar fazemos uma reflexão sobre os resultados obtidos e limitações,
referindo os possíveis contributos deste trabalho para futuras investigações
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