7 research outputs found

    Aplicação do método clínico centrado na pessoa (MCCP) na abordagem de crise conversiva em adolescente residente em Sinop-MT: relato de caso / Application of the person-centered clinical method (PCCM) in the approach of a conversive crisis in an adolescent resident in Sinop-MT: a case report

    Get PDF
    INTRODUÇÃO: O transtorno conversivo é uma forma de somatização, que consiste na expressão de fenômenos mentais e sintomas físicos; nele, as crises configuram-se como uma perda parcial ou completa de funções. Assim, o indivíduo, inconscientemente, mimetiza um ataque epiléptico, sem os componentes neuroelétricos da epilepsia, correspondendo, no entanto, a um difícil diagnóstico diferencial. Por isso, muitos pacientes encontram dificuldade no diagnóstico e na abordagem terapêutica. Nesse contexto, o método clínico centrado na pessoa (MCCP) configura um aliado do manejo clínico por analisar não somente a doença, mas a experiência frente a ela, entendendo a pessoa como um todo, para elaborar o manejo conjunto dos problemas, associado ao vínculo médico-paciente. RELATO: S., 12 anos, masculino, chega à Unidade Básica de Saúde (UBS) de Sinop-MT acompanhado de sua mãe, que relata que o filho teve “duas crises convulsivas”, cursando com desmaio e perda de memória temporária. Nas crises, o paciente mantinha-se responsivo e com controle esfincteriano, se comunicando de forma desconexa; após a crise não reconhecia a mãe. Depois de cada episódio, S. foi levado à Unidade de Pronto Atendimento, na qual causas graves foram afastadas. Na alta, indicou-se acompanhamento em UBS. Nesse âmbito, buscou-se ouvir a opinião dos presentes, individualmente e em conjunto, acerca de cada evento e seus comportamentos frente a eles. Sozinho, S. mencionou não manter um bom relacionamento com o pai, que se mostrava ríspido com todos os familiares, fato que desencadeava intenso sofrimento psíquico desde o início da infância. Assim, a equipe da saúde da família e comunidade considerou que o problema poderia ter sua origem em uma estrutura familiar abalada pela figura paterna e, com a normalidade dos exames complementares, encaminhou S. à psicoterapia do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Com o seguimento, S. apresentou boa evolução, sem recorrência das crises conversivas ou outras manifestações clínicas relacionadas. CONCLUSÃO: O caso exposto ratifica a importância em ter o aparato institucional no apoio à prática do matriciamento, pois permite que o MCCP seja executado de forma adequada e efetiva, o que resulta em não só uma boa relação médico-paciente, mas também sua legitimidade ao respeitar a integralidade do indivíduo durante o seguimento. O caso em questão não se resume em centralizar a doença como determinante único do manejo, mas sim o próprio paciente e os fatores biopsicossocial de seu entorno, o que foi crucial em definir corretamente o diagnóstico de uma condição psicossomática que estava prejudicando o paciente

    A influência do HPV como fator de risco para o carcinoma epidermoide bucal

    Get PDF
    Introduction: Oral squamous cell carcinoma (SCB) is a type of malignant neoplasm, considered one of the tumors with the highest incidence rate in the Brazilian population, corresponding to 90% to 95% of cancer cases affecting the oral cavity and oropharynx. The Human Papillomavirus (HPV) is a virus that has an affinity for epithelial tissue, comprises several subtypes and is often associated with the formation of benign and malignant neoplasms. Objective: Therefore, the present research aims to address the correlation between CEB and HPV. Methodology: The study consists of a literature review, based on scientific articles searched in the Scielo, PubMed/Medline and LILACS databases, using the descriptors: "Human Papillomavirus"; "Oral Neoplasms" and "Dentistry". Original articles, literature reviews, and case reports in Portuguese, English, and Spanish were included, without taking into account the periods of publication. Results: HPV has some virus subtypes that are related to benign lesions and others with carcinogenic potential. The latter is directly linked to the protein encoded by the E2 gene, which inhibits the expression of the E6 and E7 genes, which are active in cell immortalization. The absence of these genes results in excessive and unregulated cellular degradation, which favors the accumulation of mutations and the occurrence of chromosomal aberrations. Conclusion: There is a need for more specific studies to understand the role of HPV as a carcinogen. Despite the diversity of factors seen in the literature, there are still no conclusive studies relating HPV as a risk factor for oral carcinoma. Keywords:  Human Papillomavirus; Oral Neoplasms; Dentistry.Introdução: O carcinoma epidermoide bucal (CEB) é um tipo de neoplasia maligna, considerada um dos tumores com maior taxa de incidência na população brasileira, correspondendo de 90% a 95% dos casos de câncer que acometem a cavidade oral e orofaringe. O Papilomavírus Humano (HPV) é um vírus que possui afinidade pelo tecido epitelial, compreende diversos subtipos e frequentemente é associado à formação de neoplasias benignas e malignas. Objetivo: Diante disso, a presente pesquisa tem como objetivo abordar a correlação entre o CEB e o HPV. Metodologia: O estudo constitui-se de uma revisão de literatura, baseada em artigos científicos pesquisados nos bancos de dados Scielo, PubMed/Medline e LILACS, através dos descritores: “Papilomavírus Humano”; “Neoplasias Bucais” e “Odontologia”. Foram incluídos artigos originais, revisões de literatura e relatos de caso em português, inglês e espanhol, sem levar em consideração os períodos de publicação. Resultado: O HPV possui alguns subtipos de vírus que se relacionam com lesões benignas e outros com potencial carcinogênico. Esse último está diretamente ligado à proteína codificada pelo gene E2 que inibe a expressão dos genes E6 e E7, atuantes na imortalização celular. A inexistência desses genes resulta em uma uma degradação celular excessiva e desregulada, que favorece o acúmulo de mutações e a ocorrência de aberrações cromossômicas. Conclusão: É preciso que haja mais estudos específicos que permitam a compreensão da atuação do HPV como agente carcinogênico. Apesar da diversidade de fatores vistos na literatura, ainda não há estudos conclusivos relacionando o HPV como fator de risco para o carcinoma oral

    Inserção do DIU pelo médico residente em Medicina de Família e Comunidade

    Get PDF
    O Dispositivo Intrauterino (DIU) é o contraceptivo reversível mais utilizado no mundo, porém não é tão popular no Brasil. Considerado um dos métodos mais eficazes e duradouros, com 99,3% de eficácia, deve ser ofertado como opção às usuárias da Atenção Primária. Objetivou-se descrever o processo de implantação e de trabalho da inserção do DIU realizado pelo médico residente em Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade (MFC) da Secretaria Municipal de Saúde de Sinop-MT. Utilizou-se um relato de experiência para evidenciar a organização dos serviços de saúde, dos recursos disponíveis e das características da oferta do DIU e os passos realizados no processo de inserção deste em UBS pelo médico residente. Previamente, a inserção de DIU na assistência municipal ocorria na Atenção Secundária à Saúde, por médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia, no Serviço de Atendimento Especializado, limitando o número de inserções/mês. Iniciamos o planejamento para que este fosse ofertado em ambiente e oportunidade adequados para tal prática na Unidade Básica de Saúde pelo residente de MFC em formação. Tendo em conta o Currículo Baseado em Competências para a MFC da Sociedade Brasileira de MFC, vislumbramos a possibilidade da oferta para implantação do DIU nas UBSs. As seguintes etapas foram realizadas: proposta e aceite pela coordenação local e regional, solicitação e aquisição do material para a inserção do DIU, organização da agenda dos residentes, exposição do processo de trabalho para equipe da UBS, capacitação dos médicos residentes para a prática de inserção e a informação da população sobre nova oferta. A capacitação dos médicos residentes e a procura da população pelo serviço foram exitosas. Conclui-se que é possível organizar novos processos de trabalho e ofertas de serviços para o benefício da população e ganho no aprendizado em serviço do médico residente

    Manejo da dor osteoarticular com infiltração intra-articular na Atenção Primária

    Get PDF
    A dor crônica articular é queixa comum na Atenção Primária à Saúde (APS) e frequentemente está associada aos danos de origem mecânica, podendo acometer pacientes de todas as idades. Como opções de tratamento, encontram-se medidas farmacológicas e não farmacológicas, com eficácias distintas. Diante dos inúmeros efeitos colaterais de anti-inflamatórios e analgésicos sistêmicos, principalmente em idosos (população frequentemente acometida por dor crônica articular), objetiva-se, neste estudo, avaliar a competência do médico de família em manejar a infiltração intra-articular com corticoides e analgésicos no alívio da dor dos pacientes atendidos na APS. Para melhor compreensão do tema exposto, foi realizado um relato de experiência demonstrando o benefício do uso da infiltração intra-articular para controle da dor no âmbito do médico de família. Quanto ao caso, paciente L.M, masculino, 59 anos, com múltiplas comorbidades, polifarmácia, queixa-se de ombralgia à direita há 8 dias, apresentando dificuldade para realizar suas atividades diárias. Ao exame físico: dor à palpação de ombro direito e limitação a elevação; testes: Jobe, Neer e Gerber positivos. Foi prescrito anti-inflamatório e analgésico para uso domiciliar e solicitado exames de imagem. No retorno, apresenta raio-x de ombro sem alteração de estrutura óssea e ultrassonografia, evidenciando tendinopatia de porção longa do bíceps e de supraespinhal. Optou-se por infiltração intra-articular e, previamente ao procedimento, apresentava dor e limitação de movimento no ombro. Foi realizado procedimento com metilprednisolona, sem intercorrências. Após uma semana, apresenta ao exame físico, melhora da amplitude de movimento do braço direito, sem presença de equimose ou dor à palpação de ombro. Devido à alta prevalência de dor articular e o perfil de pacientes com idade avançada e/ou múltiplas comorbidades na APS, é de grande importância ao médico de família conhecer e aplicar diferentes medidas terapêuticas, levando-se em consideração as particularidades de cada indivíduo

    O manejo das manifestações cutâneas relacionadas à COVID-19 na Atenção Primária

    Get PDF
    A doença causada pelo Coronavírus 2019 (COVID-19) trouxe significativos questionamentos quanto à presença de manifestações cutâneas. Sendo assim, foram levantadas, em todo mundo, potenciais manifestações dermatológicas da referida doença, embora com poucos dados suficientes para embasar as recomendações. Diante do quadro global de pandemia da COVID-19, é de fundamental importância o conhecimento e o reconhecimento das possíveis manifestações cutâneas da infecção pelo médico de família e comunidade, para melhor condução do caso na Atenção Primária à Saúde. Para melhor explanação do tema exposto, foi realizado um relato de experiência evidenciando, na prática do médico de família, a importância de reconhecer as manifestações dermatológicas da COVID-19. Quanto ao caso, paciente J.A.S, 52 anos, sem comorbidades prévias, apresentando diagnóstico de COVID-19, evolui no nono dia de doença com queixa de febre alta (39,3°C) e lesão pruriginosa, dolorosa em região infra-glútea direita. Ao exame dermatológico, foram observadas confluentes pústulas de base eritematosa, dolorosas em região infra-glútea à direita, com dor irradiada por todo dermátomo com características similares à varicela conforme casos já descritos. Foi prescrito aciclovir via oral e mupirocina tópica, com melhora significativa do quadro. Além do caso supracitado, o paciente V.S.C, 16 anos, sexo masculino, previamente hígido, em acompanhamento na unidade básica de saúde por apresentar sintomas gripais e sorologia reagente para COVID-19, retorna 27 dias após a primeira consulta com queixa de lesões exantematosas, com pápulas e vesículas, pruriginosas - semelhantes aos casos já relatados de exantema multiforme em casos da COVID-19 publicados previamente - em região de tronco, membros superiores e inferiores. Foi prescrito loratadina, prednisona e hidratação da pele, por 10 dias, com melhora significativa do quadro. Frente ao número crescente de casos leves da COVID-19 acompanhados na APS, é de grande relevância o reconhecimento das manifestações cutâneas da doença para melhor manejo desses casos

    Global burden of 288 causes of death and life expectancy decomposition in 204 countries and territories and 811 subnational locations, 1990–2021: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2021

    No full text
    BackgroundRegular, detailed reporting on population health by underlying cause of death is fundamental for public health decision making. Cause-specific estimates of mortality and the subsequent effects on life expectancy worldwide are valuable metrics to gauge progress in reducing mortality rates. These estimates are particularly important following large-scale mortality spikes, such as the COVID-19 pandemic. When systematically analysed, mortality rates and life expectancy allow comparisons of the consequences of causes of death globally and over time, providing a nuanced understanding of the effect of these causes on global populations.MethodsThe Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors Study (GBD) 2021 cause-of-death analysis estimated mortality and years of life lost (YLLs) from 288 causes of death by age-sex-location-year in 204 countries and territories and 811 subnational locations for each year from 1990 until 2021. The analysis used 56 604 data sources, including data from vital registration and verbal autopsy as well as surveys, censuses, surveillance systems, and cancer registries, among others. As with previous GBD rounds, cause-specific death rates for most causes were estimated using the Cause of Death Ensemble model—a modelling tool developed for GBD to assess the out-of-sample predictive validity of different statistical models and covariate permutations and combine those results to produce cause-specific mortality estimates—with alternative strategies adapted to model causes with insufficient data, substantial changes in reporting over the study period, or unusual epidemiology. YLLs were computed as the product of the number of deaths for each cause-age-sex-location-year and the standard life expectancy at each age. As part of the modelling process, uncertainty intervals (UIs) were generated using the 2·5th and 97·5th percentiles from a 1000-draw distribution for each metric. We decomposed life expectancy by cause of death, location, and year to show cause-specific effects on life expectancy from 1990 to 2021. We also used the coefficient of variation and the fraction of population affected by 90% of deaths to highlight concentrations of mortality. Findings are reported in counts and age-standardised rates. Methodological improvements for cause-of-death estimates in GBD 2021 include the expansion of under-5-years age group to include four new age groups, enhanced methods to account for stochastic variation of sparse data, and the inclusion of COVID-19 and other pandemic-related mortality—which includes excess mortality associated with the pandemic, excluding COVID-19, lower respiratory infections, measles, malaria, and pertussis. For this analysis, 199 new country-years of vital registration cause-of-death data, 5 country-years of surveillance data, 21 country-years of verbal autopsy data, and 94 country-years of other data types were added to those used in previous GBD rounds.FindingsThe leading causes of age-standardised deaths globally were the same in 2019 as they were in 1990; in descending order, these were, ischaemic heart disease, stroke, chronic obstructive pulmonary disease, and lower respiratory infections. In 2021, however, COVID-19 replaced stroke as the second-leading age-standardised cause of death, with 94·0 deaths (95% UI 89·2–100·0) per 100 000 population. The COVID-19 pandemic shifted the rankings of the leading five causes, lowering stroke to the third-leading and chronic obstructive pulmonary disease to the fourth-leading position. In 2021, the highest age-standardised death rates from COVID-19 occurred in sub-Saharan Africa (271·0 deaths [250·1–290·7] per 100 000 population) and Latin America and the Caribbean (195·4 deaths [182·1–211·4] per 100 000 population). The lowest age-standardised death rates from COVID-19 were in the high-income super-region (48·1 deaths [47·4–48·8] per 100 000 population) and southeast Asia, east Asia, and Oceania (23·2 deaths [16·3–37·2] per 100 000 population). Globally, life expectancy steadily improved between 1990 and 2019 for 18 of the 22 investigated causes. Decomposition of global and regional life expectancy showed the positive effect that reductions in deaths from enteric infections, lower respiratory infections, stroke, and neonatal deaths, among others have contributed to improved survival over the study period. However, a net reduction of 1·6 years occurred in global life expectancy between 2019 and 2021, primarily due to increased death rates from COVID-19 and other pandemic-related mortality. Life expectancy was highly variable between super-regions over the study period, with southeast Asia, east Asia, and Oceania gaining 8·3 years (6·7–9·9) overall, while having the smallest reduction in life expectancy due to COVID-19 (0·4 years). The largest reduction in life expectancy due to COVID-19 occurred in Latin America and the Caribbean (3·6 years). Additionally, 53 of the 288 causes of death were highly concentrated in locations with less than 50% of the global population as of 2021, and these causes of death became progressively more concentrated since 1990, when only 44 causes showed this pattern. The concentration phenomenon is discussed heuristically with respect to enteric and lower respiratory infections, malaria, HIV/AIDS, neonatal disorders, tuberculosis, and measles.InterpretationLong-standing gains in life expectancy and reductions in many of the leading causes of death have been disrupted by the COVID-19 pandemic, the adverse effects of which were spread unevenly among populations. Despite the pandemic, there has been continued progress in combatting several notable causes of death, leading to improved global life expectancy over the study period. Each of the seven GBD super-regions showed an overall improvement from 1990 and 2021, obscuring the negative effect in the years of the pandemic. Additionally, our findings regarding regional variation in causes of death driving increases in life expectancy hold clear policy utility. Analyses of shifting mortality trends reveal that several causes, once widespread globally, are now increasingly concentrated geographically. These changes in mortality concentration, alongside further investigation of changing risks, interventions, and relevant policy, present an important opportunity to deepen our understanding of mortality-reduction strategies. Examining patterns in mortality concentration might reveal areas where successful public health interventions have been implemented. Translating these successes to locations where certain causes of death remain entrenched can inform policies that work to improve life expectancy for people everywhere
    corecore