19 research outputs found
A Força Aérea, Enquanto Agente de Protecção Civil, no Combate ao Terrorismo
Este estudo pretende determinar de que forma a Força Aérea Portuguesa (FAP), na
sua condição de agente primário de proteção civil, poderá contribuir para a capacidade de
resposta nacional perante ações terroristas com recurso a materiais nucleares,
radiológicos, biológicos e químicos (NRBQ).
Complementarmente será abordado o enquadramento doutrinário da defesa NRBQ
(DNRBQ) na FAP e analisadas as suas capacidades reais de intervenção numa resposta a
uma situação de terrorismo que envolva este tipo de produtos, relacionando-as com as
competências dos outros agentes primários de proteção civil.
Nesta perspetiva, aborda-se a estrutura de atuação implementada em alguns
países europeus, que servirá como modelo de análise comparativa entre sistemas de
resposta a incidentes desta natureza.
Caracteriza-se o conceito de terrorismo associado a este tipo de dispositivos e as
ações desenvolvidas por organizações internacionais, das quais Portugal é membro,
objetivando a criação de mecanismos de resposta capazes de fazer face a este tipo de
situações.
Para procurar enquadrar a equipa que a FAP disponibiliza ao Estado-Maior General
das Forças Armadas (EMGFA), apresenta-se a estrutura de DNRBQ e o modelo de
organização da Equipa de Alerta NRBQ, entidade da FAP responsável pela atuação num
cenário desta natureza, analisando o sistema nacional de proteção civil e traduzindo para a
realidade nacional a capacidade de resposta que os agentes primários dispõem para
atuarem em incidentes desta natureza.
A forma como este objetivo é atingido é através da formulação de hipóteses que
são sujeitas a validação, recorrendo a entrevistas, pesquisa bibliográfica e análise
documental.
Identifica-se a necessidade da criação de valências que cubram a DNRBQ, como
garantia da segurança dos militares destacados em teatros de operações onde esta ameaça
seja uma realidade, e adicionalmente a sua utilização pela Força Aérea, enquanto agente de
proteção civil, no combate ao terrorismo.
Identifica-se também a necessidade de reestruturar a diretiva que regula a
DNRBQ, no sentido de a operacionalizar face à realidade da FAP e de traduzir a doutrina a
ser adotada.
Conclui-se que a DNRBQ deverá ser caracterizada por uma estrutura simples,
centralizada num único local, que envolva as áreas operacional e de instrução, constituída
por pequenas equipas especializadas que assegurem todas as componentes e, desta forma
contribuam para a missão da FAP.
No final deste estudo apresentam-se algumas recomendações que poderão
contribuir para a reflexão sobre a utilidade das conclusões. Abstract: This study aims to determine how the Portuguese Air Force (PRTAF), in its
capability as initial reaction element, may contribute to the national response capability in
case of terrorist acts using chemical, biological, radiological and nuclear (CBRN) devices.
In addition, the framework of the PRTAF guidelines for CBRN defence is
evaluated and the actual response to terrorism acts involving such kind of materials is
analyzed, linking them with the skills of the other elements.
In this perspective, the response structure implemented in some European countries
is discussed to serve as a model for a comparative analysis of the response systems to such
incidents.
The terrorism concept associated with such devices and the actions taken by the
international organizations of which Portugal is a member are characterized aiming the
creation of response mechanisms able to cope with such incidents.
In order to frame the PRTAF CBRN Response Team available to the Armed
Forces General Staff (EMGFA), the CBRN defence structure and the CBRN Response
Team organization are presented. The national civil protection system is also considered
and the first response capability to act in such incidents is also considered, bearing in mind
the national reality.
In this work, the hypotheses created were validated using interviews, literature
research and document analysis.
It is undeniable that there is a need for the CBRN defence capability in the PRTAF
to ensure the safety of the troops which are deployed to areas of operations where this
threat is a reality. In addition, this capability may be used to combat terrorism in the
homeland.
There is, also, a need to restructure the FAP CBRN defence directive in order to
adjust it to nowadays situations and a need to translate the doctrine to be adopted.
As a conclusion, the CBRN defence should be characterised by a simple structure,
centralized in one place, involving operational and educational areas, consisting of small
specialized teams that will ensure all components and thus contribute to the PRTAF’s main
mission.
At the end of the present study, there are some recommendations that may
contribute to the debate on the usefulness of the findings