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    Da Investigação à Crítica: a busca kantiana pela definição do método da filosofia

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    Este trabalho aborda a busca kantiana pela definição do método da filosofia no que tange à posição, apresentada na Investigação, de que a filosofia segue um método exclusivamente analítico e à retomada dessa posição, na Crítica da razão pura, com a tese de que à filosofia cabe a especificidade do método sintético a priori. Inicialmente, é considerada a posição da década de 1760, quanto à afirmação da certeza de que a filosofia possui um método distinto da matemática e à descrição das regras que visam à sustentação do seu proceder característico. Depois, num segundo momento, é especificada a posição crítica sobre o método da filosofia enquanto ancorada na autossuficiência das faculdades da sensibilidade e do entendimento e na necessidade da sua correlação para fundamentação do conhecimento humano. A conclusão apresentada é a de que a Dedução das Categorias, de acordo com a sua estruturação no argumento da segunda edição da Crítica, é a resposta de Kant para a definição do método próprio de investigação da filosofia

    Sobre o conceito de filosofia em Kant: a “doutrina da sabedoria” como égide da crítica da razão

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    KANT E DARWIN SOBRE A NOÇÃO DE TELEOLOGIA EM BIOLOGIA: DA AUTONOMIA NA CONSIDERAÇÃO DO ORGANISMO À AUTONOMIA NA CONSIDERAÇÃO DAS POPULAÇÕES

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    Este  artigo  apresenta  a  contribuição  de  dois  autores clássicos  no  que  concerne  à  fundamentação  filosófica  da  biologia. Argumenta-se  que  esta  fundamentação  reside  essencialmente  na legitimação  de  duas  noções  de  teleologia  que  permitem  pensar  a biologia  contemporânea  enquanto  dotada  de  dois  domínios  autosuficientes  de  investigação,  a  saber,  a  biologia  funcional  e  a  biologia evolutiva.  Sustenta-se  inicialmente  que,  frente  a  duas  posições igualmente vistas como inapropriadas, isto é, a explicação mecanicista e a teologia natural, Immanuel Kant é o precursor da legitimação da noção  de  teleologia  na  consideração  do  organismo  individual.  Num segundo  momento  sustenta-se  ainda  que   Charles  Darwin  institui  a legitimação  de  uma  noção  de  teleologia  que  permite  pensar  a autonomia da biologia enquanto ciência em termos populacionais

    Kant and the “Mystery Hidden” in the Critique of Pure Reason: A Methodological Approach to the ADeduction Argument

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    At the core of Kant’s theoretical philosophy lies the deduction of the categories: his effort to secure the distinctiveness of sensibility and understanding and to provide a necessary relation between the domains of these faculties. The argument for this claim is presented in two different versions – i.e., the A and B editions of the Critique of pure reason – and is one of the most puzzling in Kant’s corpus. The common view in the literature that considers the importance of the A-deduction and tries to present its structure is that it must be understood in the light of the B-deduction argument. I aim at contesting this view and offering an internal reconstruction of the A-deduction argument which reveals its unique methodology. The thesis advanced is that the A-deduction follows an analytical methodology and that this methodology does not allow the accomplishment of the task of the deduction stated in Kant’s effort. At first, Kant’s retrospect of the A-deduction (KrV, A XVI - XVII) is taken into account. After that, a consideration of the part of the argument described as ‘subjective deduction’ (KrV, A 94 - A 130) is carried ou

    Sobre a metáfora da liberdade como "pedra angular" (Schlußstein) do sistema da razão pura

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    A metáfora da liberdade como "pedra angular" (Schlußstein) é apresentada por Kant nas primeiras linhas que anunciam a derradeira solução para a fundamentação crítica do segundo domínio da sua filosofia, a saber, o domínio da determinação racional prática do agir (KpV, A 04). Com isso, é convidativa - e, até mesmo, atraente - a leitura de que tal solução serviria também como garantia do todo da estrutura do pensamento crítico-transcendental kantiano. Neste trabalho, defende-se que essa leitura não faz jus a argumentação da Crítica da razão prática porque, nessa obra, a tarefa crítica de justificação autossuficiente dos domínios teórico e prático da razão tem prevalência em relação a uma proposta idealista de estabelecimento de um sistema da razão. Para tal, a argumentação discute a tradução do termo "Schlußstein", considera as distinções críticas assumidas na apresentação da metáfora e, por fim, analisa a interpretação de Dieter Henrich quanto às suas premissas e a sua sustentação no texto da segunda Crítica

    An Overlooked Argument for the Categories: Kant’s Interlude of Justification in the Prolegomena = Um argumento negligenciado para as categorias: o interlúdio kantiano de justificação nos prolegômenos

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    É indiscutível que a dedução das categorias compreende o núcleo da filosofia teórica kantiana. Por esse motivo, tal empreendimento figura entre os elementos do cânone filosófico que recebem maior discussão e menos consenso. Os loci classici para a sua consideração, tanto na tradição filosófica ocidental moderna e contemporânea quanto na literatura kantiana, são as edições de 1781 e 1787 da Crítica da razão pura. Neste trabalho, objetivo apresentar e discutir um argumento que Kant desenvolve nos Prolegômenos e que é praticamente ignorado na abordagem da dedução das categorias. Inicialmente, empreende-se uma investigação sobre a distinção entre os métodos analítico e sintético. Na sequência, considera-se a distinção entre juízos de percepção e juízos de experiência. Por último, discute-se o argumento para as categorias que é dado nos Prolegômeno

    Sobre o argumento da dedução transcendental na Segunda Edição da Crítica da razão pura

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    Kant apresenta a dedução transcendental das categorias na Crítica da razão pura não apenas como uma estratégia filosófica diferente da tradição, mas sim como uma prova da validade objetiva destes conceitos puros do entendimento. Eis porque a dedução transcendental, referida particularmente a uma questão de direito (quid juris), não é caracterizada, em sua especificidade, simplesmente como uma demonstração silogística, mas sim como um procedimento de legitimação da posse e do uso das categorias. A dedução transcendental das categorias é de extrema importãncia porque é mediante essa dedução que Kant consolida o seu projeto de estabelecer condições a priori de possibilidade do conhecimento. As categorias, mediante a dedução transcendental, são concebidas como condições necessárias para o conhecimento dos objetos que têm sua validade objetiva assegurada a priori no entendimento. Considerando a relevãncia do tema da legitimação das categorias como conceitos puros do entendimento necessários para o conhecimento pretender-se-á, no presente trabalho, reconstruir o argumento da dedução transcendental explicitando os dois passos em que Kant apresenta o mesmo argumento. Inicialmente, argumentar-se-á que Kant concebe a unidade de uma intuição sensível em geral dada, resultante da synthesis intellectualis do múltiplo dessa intuição que é realizada pelas categorias em conformidade com unidade transcendental da apercepção, como prova da validade objetiva das categorias em relação a determinação da mesma intuição. Posteriormente, ainda, será argumentado que, mediante a synthesis speciosa, Kant pretende mostrar que categorias têm sua validade objetiva assegurada em relação às intuições sensíveis humanas, especificadas enquanto intuições puras (espaço e tempo) e intuições empíricas.

    O conceito de filosofia em Kant: uma tradução e um comentário

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    Este trabalho concentra as tarefas de tradução e de reconstrução e defesa do conceito de filosofia conforme esboçado por Kant em quatro fragmentos do período tardio do seu pensamento. A primeira parte consiste na tradução dos fragmentos com a referência paralela ao texto original alemão. A segunda parte apresenta o conceito de filosofia como antípoda do misticismo e como "doutrina da sabedoria". Chega-se a conclusão de que o conceito kantiano de filosofia é contraposto a uma concepção de filosofia que se funda numa intuição intelectual ou num sentimento, como o quer o misticismo, e, ainda, -- em divergência com a posição de Dieter Henrich -- que enquanto "doutrina da sabedoria" ele compreende tanto a filosofia teórica quanto a filosofia prática. AbstractThe paper holds the tasks of translating as well as of reconstructing and arguing for the concept of philosophy as it is sketched by Kant in four fragments late in his life. Initially, the translation of the fragments in reference to the original German text is carried out. Secondly, the concept of philosophy as the antipode of mysticism and as "doctrine of wisdom" is presented. The conclusion reached is that the Kantian concept of philosophy is opposed to a concept of philosophy grounded upon intellectual intuition or feeling, as in mysticism, and, moreover, -- in disagreement with Dieter Henrich's position -- that as the "doctrine of wisdom" it embraces theoretical and practical philosophy
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