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    Relações entre Humanos e Macacos-prego em um Contexto Urbano no Sul do Brasil.

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    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano Ciências da Vida e da Natureza da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas – Ecologia e Biodiversidade Orientador: Prof. Dr. Lucas de Moraes Aguiar, Coorientadores: Prof. Dr. Andrea Ciacchi ;Prof. Dr. Michel Varajão GareyAs relações entre primatas humanos e não-humanos têm causas e consequências que podem ser abordadas pela Etnoprimatologia, com resultados importantes para a conservação. Nós estudamos as relações entre um grupo de macacos-prego (Sapajus sp.) e humanos moradores do entorno de um pequeno bosque urbano em Foz do Iguaçu, no Sul do Brasil. Comparamos os resultados aqui obtidos sobre as percepções dos moradores com as percepções de visitantes que foram publicadas anteriormente. Os dados incluem a percepção humana, coletada por meio de formulários semiestruturados, as características das interações que foram obtidas pelo método de todas as ocorrências, e a dieta dos macacos que foi estudada por meio de varreduras instantâneas durante 18 meses. A maioria dos moradores conhece, utiliza e considera o bosque importante, sabe da presença e gosta dos macacos, aponta a insuficiência de alimentos, e mais da metade afirmou já tê-los alimentado. Verificamos que jovens e idosos tendem a afirmar que já alimentaram e interagiram com os macacos, e os primeiros tendem a dizer que reconhecem os macacos individualmente, sabem de visitas de pessoas provenientes de outros lugares no bosque, e confirmam que os macacos vão até as residências vizinhas. Entretanto, independentemente da idade, as pessoas afirmam que o local está sujo e degradado. Ainda, os homens tendem a dizer que já alimentaram os macacos. As interações, iniciadas principalmente pelas pessoas, envolveram majoritariamente comportamentos afiliativos, baseados sobretudo no fornecimento de alimentos. As interações ocorreram principalmente no interior da mata, a curtas distâncias e, principalmente, entre os machos de ambas espécies. O número de interações não diferiu entre os períodos do dia e da semana, contudo, foi maior no outono do que no verão, provavelmente devido ao clima mais ameno. Quanto à dieta, os animais consumiram principalmente alimentos de origem antrópica, e em grande parte os fornecidos diretamente pelas pessoas. O consumo de itens antrópicos e da mata não variou ao longo das estações. Nossos resultados indicam que os moradores são menos sensíveis à área verde e aos animais do que visitantes, mas independentemente do público, há uma relação positiva entre as pessoas e os macacos, na qual os humanos têm a oportunidade de interagir com a vida selvagem em um contexto urbano e os macacos se beneficiam por obter os alimentos das pessoas. Esta relação favorece a sobrevivência dos macacos-prego neste bosque.The relationship between humans and non-human primates have causes and consequences that can be addressed by Ethnoprimatology, with important applications for conservation purposes. Here, we studied the relationship between capuchin monkeys (Sapajus sp.) and humans that residing in the surroundings of a small urban forest fragment in Foz do Iguaçu, Southern Brazil. We compared it with previously published information of the perceptions of visitors of this green area. During 18 months, we collected data of human perceptions through interviews, data of interactions between both species through direct observations using the all occurrence sampling method, and data of the diet of the monkeys using scan sampling method. Most people know, use and consider the green area as important, and these people like and feed the monkeys, and they also mention the scarcity of food to the animals. There is a tendency of young and old people to say they interact and feed the monkeys, and young people tend to say they know how to distinguish the monkeys individually. Young people also tend to say they know the occurrence of visitors from elsewhere in the green area, and they confirm the monkeys invade human residences. We also find people of all ages perceive the green area as dirty and degraded. In addition, men tend to say that fed the monkeys. Most interactions were initiated by people, and were affiliative, mainly in the context of provisioning. The majority of interactions occurred at short distances and inside the forest, involving especially males of both species. We do not find statistical differences in the frequency of interactions on the periods of day and on the periods of week. However, interactions were more frequent in fall than winter, probably due to mild weather. The bulk of the diet comprised anthropic food, mainly from human provisioning. The frequency of the consumption of anthropic and wild food did not vary seasonally. Our results suggest residents as less sensible to the green area and to the animals than visitors, but for both public, there is a positive relationship between humans and monkeys, where the former have an opportunity to interact with wildlife in a urban context, and the later have an important supplement of food given by people. This relation favors the survival of capuchins in this small green urban area

    Relações entre humanos e macacos-prego (Sapajus SP.) em um fragmento urbano em Foz do Iguaçu, Sul do Brasil: uma abordagem interdisciplinar

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    Anais do I Encontro de Iniciação Científica e de Extensão da Unila - Sessão de Ciências Biológicas. Dia 05/06/12 - 08h00 às 12h00, Unila-Centro - Sala 14 - 3o PisoA Biologia da Conservação parece não resolver o problema da perda de hábitat e extinções de espécies apenas com os preceitos das Ciências Biológicas. Investigações científicas interdisciplinares (e.g. Etno - primatologia) fazem-se necessárias. O objetivo foi estudar sob duas abordagens (entrevistas e acompa - nhamento de macacos-prego, Sapajus sp.) a percepção da comunidade do entorno de um bosque urbano em Foz do Iguaçu e suas interações com os macacos. Um formulário semiestruturado com 56 perguntas (61% fechadas e 39% abertas) foi aplicado a 59 pessoas (56% homens e 44% mulheres) de distintas ida- des (85% adultos e 15% jovens) entre fevereiro/2011 e janeiro/2012. Para o estudo das interações e da di - eta dos macacos utilizou-se o método de todas as ocorrências e varreduras instantâneas com 3 min de amostragem e 10 min de intervalo. Os animais foram acompanhados durante três dias mensais, das 07:00 às 17:00 h, entre janeiro e março/2012 (90 h de observação direta). Para a maioria dos entrevistados, a tranquilidade (56%), o bosque (24%) e os macacos (20%) são os atrativos mais interessantes do bairro. Consideram o bosque importante (80%) pelos serviços naturais prestados (59%), pelo lazer (21%) e pela presença dos macacos (18%). A maioria gosta dos macacos (81%) por serem divertidos (35%), bonitos (25%), semelhantes aos humanos (19%) e parte da natureza (14%). Grande parte diz que eles consomem frutas e cultivos (95%) e alimentos processados (38%). A maioria comenta que os macacos não têm co - mida suficiente no bosque (81%) e já forneceram alimentos para eles (90%). Os entrevistados simpatizam com visitantes no local (76%) e sugerem que a prefeitura limpe e proíba o lixo (56%), e alimente ou cuide dos macacos (30%). Em relação às interações observou-se 122 pessoas em 63 eventos (média= 1,9±±1,2 pessoas/evento). As interações foram frequentes (0,7 eventos/h) e ocorreram mais nos finais de semana (0, 93 eventos/h) do que nos demais dias (0,52 eventos/h) e foram principalmente afiliativas (91%) envol - vendo alimentação, chamados ou observações dos humanos. Quanto à dieta, foram 243 registros de ali - mentação em 540 varreduras. Macacos-prego consumiram principalmente alimentos antrópicos (68%), sobretudo aqueles intencionalmente fornecidos (72,7%), oriundos de plantações (20,6%) e em descartes ou lixo (6,7%) (n=165). Alimentos do bosque foram consumidos em menor quantidade (32%), desta- cando-se os frutos (66,7%), invertebrados (18%), vertebrados (9%), folhas (3,9%) e flores (2,6%) (n=78). Macacos-prego parecem dependentes da alimentação antrópica e dos cuidados das pessoas. Estas parecem cativadas com os animais e motivadas a cuidá-los. A presença e contato com os macacos, que podem ser - vir como espelhos e instrumentos do mundo natural, parece contribuir para o bem estar espiritual huma - no. Embora sejam aptas a viver independentemente na natureza, ambas as espécies adquiriram vantagens quando associadas, o que sugere uma relação de protocooperação ao invés de comensalismo.Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA

    Comportamento Social de Macacos-Prego (Sapajus sp.) em um Fragmento Urbano em Foz do Iguaçu, Alto Rio Paraná

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    Anais do III Encontro de Iniciação Científica da Unila - Sessão de Saúde Coletiva e Biologia I - 07/11/14 – 08h30 às 11h10 - Unila-PTI – Bloco 03 – Espaço Mercosul – Sala 06O comportamento social compreende interações resultantes entre um ou mais indivíduos coespecíficos. O objetivo foi estudar os comportamentos afiliativos (brincadeira e catação), cooperativos (carregamento aloparental e partilha de alimentos), agonísticos (ameaças e agressões) e reprodutivos (pré-copulatórios e cópulas) em um grupo de 17 indivíduos de Sapajus sp., isolados em um fragmento de 3,5ha em Foz do Iguaçu e sujeitos ao contato e aprovisionamento de humanos. Os animais foram acompanhados durante três dias mensais, das 07:00h às 17:00h, de janeiro/2012 a junho/2013 (530h de observação). Utilizou-se o método de Varreduras Instantâneas para o padrão de atividades e o de Todas as Ocorrências para o comportamento social. As atividades distribuíram-se em: deslocamento (42,0%), forrageamento (37,6%), alimentação (9,7%), interações sociais (4,8%) e descanso (3,6%; n=15275). Os macacos deslocaram-se significativamente mais no verão/2012 quando comparado ao verão/2013; alimentaram-se mais no inverno/2012 do que no inverno/2013; forragearam mais no verão/2012 do que no verão/2013, e do que no inverno/2012, primavera/2012 e outono/2013. Forragearam mais no outono/2012 do que no outono/2013, e do que na primavera/2012 e verão/2013. Descansaram mais na primavera/2012 e verão/2012/2013 do que no outono/2012. Interagiram socialmente mais na primavera/2012 do que no outono/2012/2013 e do que no verão/2013. Dos comportamentos sociais, os afiliativos foram os mais frequentes (79,8%), seguidos dos agonísticos (10,7%), cooperativos (9,1%) e reprodutivos (0,4%; n=2536). Dos afiliativos, a maioria correspondeu às brincadeiras (72,96%) seguidas das catações (27,0%). As brincadeiras envolveram principalmente díades de juvenis (91,5%) e as catações, díades de fêmeas-juvenis (23,9%) e fêmeas-macho (23,4%). As participações das fêmeas e do macho nas catações foram quatro e três vezes maiores do que as esperadas ao acaso, respectivamente. Dos agonísticos, as ameaças (88,6%) foram mais frequentes do que as agressões (11,4%) e envolveram sobretudo díades de juvenis (18,3%) e de juvenis-fêmeas (14,5%). As participações dos juvenis e das fêmeas nas ameaças foram cinco e três vezes maiores do que as esperadas, respectivamente. Dos cooperativos, o carregamento (83,2%) foi mais frequente do que a partilha (16,8%), sendo os juvenis os principais emissores (74,3%) e os infantes, os receptores ( 96,9%). A participação dos juvenis no carregamento foi sete vezes maior do que a esperada. A partilha envolveu principalmente os juvenis, que receberam treze vezes mais do que a esperada, particularmente das fêmeas (35,9%), do macho (23,1%) e dos juvenis (20,5%). Comportamentos reprodutivos foram infrequentes, não observando-se a proceptividade das fêmeas. O macho esteve envolvido em quatro das seis cópulas registradas. Socialmente, os juvenis foram importantes na afiliação e cooperação do grupo, exibindo custos no cuidado da prole, mas benefícios da partilha alimentar dos adultos. O macho foi importante nas relações reprodutivas. Sugere-se que o aprovisionamento e a consanguinidade do grupo exerce papel na cooperação e nos infrequentes comportamentos reprodutivos. Agradecemos ao Pibic-FA.Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA

    Relações entre Humanos e Macacos-prego (Sapajus sp.) em um Fragmento Urbano em Foz do Iguaçu, Sul do Brasil: Uma Abordagem Interdisciplinar

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    Anais do III Encontro de Iniciação Científica da Unila - Sessão de Saúde Coletiva e Biologia I - 07/11/14 – 08h30 às 11h10 - Unila-PTI – Bloco 03 – Espaço Mercosul – Sala 06O aumento populacional e a fragmentação de florestas têm acentuado as interações entre homem e animais, e o estudo interdisciplinar dessas relações torna-se essencial para a conservação. O objetivo foi estudar sob duas abordagens (entrevistas e acompanhamento de macacos-prego, Sapajus sp.) a percepção de moradores do entorno de um bosque urbano (25o28'56.1”S; 54o33'55.9”O) em Foz do Iguaçu e suas interações com os macacos. Através de amostragem por conglomerados, aplicou-se um formulário semiestruturado a 61 pessoas. Para o estudo das interações (julho/2012 a junho/2013) e da dieta dos macacos (janeiro/2012 a junho/2013) utilizou-se o método de todas as ocorrências e o de varreduras instantâneas, respectivamente, e acompanhou-se os animais durante três dias mensais, das 07:00h às 17:00h. A maioria dos entrevistados conhece o bosque (89%) e o considera importante (85%); utiliza-o (62%) principalmente para lazer (67%) e para alimentar ou ver os macacos (39%). Grande parte gosta dos macacos (84%), aponta a insuficiência de recursos na mata (85%) e afirma já ter os alimentado (53%). A maioria deseja a permanência dos animais (73%) e afirma que pessoas de outros locais os visitam (43%); há uma percepção positiva quanto à visitação (95%). Houve uma relação significativa entre aqueles que residem no bairro dizerem que frequentam o bosque moderadamente e que não conseguem diferenciar o sexo dos macacos. Houve também relação entre dizer que a floresta está suja e dizer que ela não está conservada. Houve uma tendência dos mais velhos dizerem que não sabem reconhecer os macacos individualmente. Contudo, percebe-se uma tendência dos jovens responderem que já forneceram alimentos aos macacos e que acham isso correto. As interações (n=138) foram iniciadas principalmente pelas pessoas (97,7%) e a distância mínima variou de zero a oito metros (média=1,73±2,1m). Ocorreram sobretudo no interior do bosque (60,6%), com duração de um a 43min (média=10±14,5min). Observou-se durante as interações uma média de 3,1±2,5 pessoas/evento e 3,1±2 macacos/evento. O número de interações não diferiu entre o fim e durante a semana, tampouco entre a manhã e a tarde; contudo, foram significativamente mais frequentes no outono do que no verão. A maioria das interações (n=127; excetuando-se com agentes municipais) envolveu comportamentos afiliativos (92,9%) e em menor quantidade, agonísticos (8,7%). Quanto à dieta (n=1477), os animais consumiram significativamente mais itens de origem antrópica (70,7%), sobretudo os fornecidos pelos visitantes (61,9%). Os alimentos disponíveis na mata foram consumidos em menor quantidade (29,3%). O consumo de itens de origem antrópica e da mata não variou significativamente entre as estações. Percebe-se uma relação positiva entre os humanos e os macacos, onde os primeiros valorizam a natureza e os últimos tiveram nos humanos a base de sua dieta, sugerindo uma relação para além da comensal. Agradecemos ao PIBIC-FA e ao Michel V. GareyUniversidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA

    Ecological aspects of ticks (Acari: Ixodidae) in the Iguaçu National Park, Parana, Brazil

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    The growing interest in studying tick ecology (Acari: Ixodidae) has been associated with ticks important role as hosts, vectors and amplifiers of a wide variety of microorganisms. The study of the epidemiological role of these organisms associated with their population and temporal dynamics is important to predict the risk of diseases transmission. In this study, ecological and behavioral aspects of free-living ticks and their interaction with hosts (birds, small non-flying mammals and humans) were studied in the Iguaçu National Park (INP), the largest preserved remnant of the Atlantic rainforest of South Brazil. Sampling of free-living ticks occurred seasonally (winter, spring, summer and fall) for two years, while sampling of birds and small non-flying mammals occurred in two seasons (one in winter and one in summer). In addition, human ticks were collected throughout the study period. In total, six species of ticks were collected: free-living Amblyomma brasiliense, A. coelebs, A. incisum, Haemaphysalys juxtakochi, A. ovale, and Ixodes aragaoi. Larvae were collected mostly between summer and fall; the number of nymphs was higher in winter than in spring and summer. Adults were collected more in winter and spring than in summer. All species presented questing behavior in the vegetation, with the highest numbers observed for A. brasiliense and A. incisum. Nymphs questes for hosts lower than adults, and larvae in height statistically equal to adults and nymphs. The composition of the tick community between two sites was not the same, and I. aragaoi was exclusively collected in INP Céu Azul county, while A. coelebs was mostly collected in the Foz do Iguaçu county. Globally, the flaging proved to be more efficient for collecting larvae and nymphs while the visual search for adult collection. Regarding host interactions, A. longirostre was collected exclusively in passerines. Small non-flying mammals did not exhibit parasitism. Humans were parasite by all species of the genus Amblyomma collected in free life, but mainly by A. coelebs. Our results point to a temporal pattern of the tick community, with a possible annual life cycle for most species and behavioral questing in the vegetation, probably related to host height. Given the difference in specimen composition among sites, additional studies related to the microscale population distribution could help to clarify aspects related to the spatial distribution of ticks. Similarly, samplings of birds and small mammals at larger temporal and spatial scales associated with serological and molecular investigations could confirm or reveal patterns of infestation and infection not verified here. Moreover, the temporal patterns of infestation in humans provided by this study may be valuable in reducing the risk of bites. Finally, additional ecoepidemiological investigations would be important for understanding the parasite-host relationships and their dynamics with the environment.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorCNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoDissertação (Mestrado)O crescente interesse em estudar ecologia de carrapatos (Acari: Ixodidae) tem sido associado ao importante papel desses artrópodes como hospedeiros, vetores e amplificadores de uma ampla variedade de microorganismos. O estudo do papel epidemiológico destes organismos associado à sua dinâmica populacional e temporal é importante para predizer o risco de transmissão de doenças. Neste trabalho foram estudados aspectos ecológicos de carrapatos em vida livre e sua interação com hospedeiros (aves, pequenos mamíferos não-voadores e humanos) no Parque Nacional do Iguaçu (PNI), o maior remanescente preservado de Mata Atlântica de interior do Sul do Brasil. As amostragens dos carrapatos em vida livre ocorreram sazonalmente (inverno, primavera, verão e outono) durante dois anos, enquanto a amostragem de aves e de pequenos mamíferos não-voadores ocorreram em duas campanhas (uma no inverno e outra no verão). Adicionalmente, carrapatos de humanos foram coletados durante todo o período de estudos. No total, foram coletadas em vida livre seis espécies de carrapatos: Amblyomma brasiliense, Amblyomma coelebs, Amblyomma incisum, Haemaphysalys juxtakochi, Amblyomma ovale e Ixodes aragaoi. Larvas foram coletadas majoritariamente entre verão e outono e o número de ninfas foi maior no inverno do que na primavera e no verão. Adultos foram coletados mais no inverno e primavera do que no verão. Todas as espécies apresentaram comportamento de espreita na vegetação, sendo os maiores números observados para A. brasiliense e A. incisum. Ninfas ficaram em menor altura do que adultos, e larvas em altura igual a de adultos e ninfas. A composição da comunidade de carrapatos nos dois locais de coleta (Foz do Iguaçu e Céu Azul) não foi a mesma, sendo que I. aragaoi foi exclusivamente coletado na porção do PNI pertencente ao munícipio de Céu Azul, enquanto que A. coelebs foi majoritariamente coletado na porção Foz do Iguaçu. O arraste de flanela se mostrou mais eficiente para coleta de larvas e ninfas enquanto que a busca visual foi mais eficiente para coleta de adultos. Quanto às interações com hospedeiros, A. longirostre foi coletado exclusivamente em passeriformes. Pequenos mamíferos não-voadores não apresentaram parasitismo por carrapatos. Humanos albergaram todas as espécies do gênero Amblyomma coletadas em vida livre, mas em maior quantidade A. coelebs. Nossos resultados apontam para um padrão temporal da comunidade de carrapatos, com possível ciclo de vida anual para a maioria espécies e nuances comportamentais de espreita sob a vegetação, relacionadas, provavelmente, com a altura dos hospedeiros. Dada a diferença na composição de espécies entre os locais, estudos adicionais relacionados a distribuição populacional em microescala poderiam ajudar a esclarecer aspectos relacionados a distribuição espacial dos carrapatos. Da mesma forma, amostragens de aves e pequenos mamíferos em escalas temporais e espaciais maiores e mais frequentes, associadas a investigações sorológicas e moleculares poderiam confirmar ou revelar padrões de infestação e infecção não verificados aqui. Quanto aos carrapatos de humanos, os padrões temporais de infestação providos por este estudo podem ser valiosos para reduzir o risco de picadas. Finalmente, investigações ecoepidemiológicas adicionais seriam importantes para compreensão das relações parasita-hospedeiros e sua dinâmica com o ambiente

    Activity budget and social behavior of urban capuchin monkeys, Sapajus sp. (Primates: Cebidae)

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    Constant changes in natural environments impose challenges to wild animal populations, especially those that depend on social life. We gathered data on the activity budget and social interactions of a capuchin monkey (Sapajus sp.) group of 17 individuals confined to an urban green area receiving human food supplementation. We observed the capuchins between 7:00 am and 5:00 pm, three days a month, between January 2012 and June 2013 (total of 530 hours of direct observations). We collected 15,208 behavioral records through instantaneous scan sampling and 2,538 events of social interaction in an adapted version of the “all occurrences” method. Activity budget of capuchins was dominated by traveling (42%) and foraging (38%), followed by feeding (10%), social interactions (5%), resting (4%), and others (2%). Except for feeding, the time spent on other activities varied across sex-age classes. Social interactions of capuchins were dominated by affiliative interactions (80%), mainly social play, followed by agonistic (11%) and cooperative (10%) interactions. Sexual interactions were rare (0.4%) and often involved juveniles (45% of the events). Juveniles performed most of the social interactions, followed by the alpha male, and were the main receptors of grooming, food sharing, and agonism. On the other hand, they were the main group involved in allocarrying of infants. Grooming between females and from them to alpha male was infrequent. However, grooming of the alpha male towards the adult females was frequent. We interpreted the deviations in the activity budget and social interactions of the urban capuchins as effects of human food supplementation and restriction on dispersal, illustrating the behavioral ability of capuchin monkeys to adjust their activity in human-altered environments

    Relações entre Humanos e Macacos-prego (Sapajus sp.) em um Fragmento Urbano em Foz do Iguaçu, Sul do Brasil: Uma Abordagem Interdisciplinar

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    Anais do II Encontro de Iniciação Científica e de Extensão da Unila - Sessão de Biologia II - 03/07/13 – 13h30 às 18h30 - Unila-PTI - Bloco 03 – Espaço 04 – Sala 01A transforma ̧c ̃ao da paisagem natural pelos humanos pode acentuar suas intera ̧c ̃ oes com a biodiversidade e gerar conflitos entre as partes. Estudar a rela ̧c ̃ao entre humanos e primatas n ̃ao-humanos atrav ́es de abordagens interdisciplinares torna-se essencial para pr ́aticas conserva- cionistas mais ajustadas `a realidade. O objetivo foi estudar sob duas abordagens (entrevistas e acompanhamento de macacos-prego, Sapajus sp.) a percep ̧c ̃ ao de moradores do entorno de um o o oes com os maca- bosque urbano (25 28’56.1”S; 54 33’55.9”O) em Foz do Igua ̧cu e suas intera ̧c ̃ cos. Atrav ́es de amostragem por conglomerados, aplicou-se um formul ́ario estruturado com 89 perguntas abertas e fechadas a 61 pessoas (74% mulheres e 26% homens) entre agosto/2012 e mar ̧co/2013. Para o estudo das intera ̧c ̃oes e da dieta dos macacos utilizou-se o m ́etodo de todas as ocorrˆencias e o de varreduras instantˆaneas com 3min de amostragem e 10min de intervalo, respectivamente. Os animais foram acompanhados durante trˆes dias mensais, das 07:00h a ` s 17:00h, entre julho/2012 e mar ̧co/2013. Para a maioria dos entrevistados a tranquilidade ́e a caracter ́ ıstica mais interessante do bairro (48,8%). Grande parte conhece o bosque (88,5%) e o consideram importante (84%), sobretudo pelos servi ̧cos naturais prestados (50,9%), pelo lazer (25,5%) e pela presen ̧ca dos macacos (21,8%). A maioria utiliza o bosque (62,3%), principal- mente para o lazer (48,9%) e para alimentar esses animais (28,9%). Grande parte gosta dos macacos (83,7%) por serem belos (20,8%), legais (13,2%), da natureza (13,2%) e inofensivos (11,3%). A maioria sabe o que eles comem (97,9%) e citam as frutas e os cultivos dom ́esticos (72,5%). Todavia, apontam a insuficiˆencia de recursos na mata (85,4%) e relatam a ida dos animais ` as casas (71,4%) para buscarem alimentos (86,5%). Grande parte deseja a permanˆencia dos macacos no local (72,5%) e sugere que a prefeitura cuide deles (26,1%) e revitalize o bosque (21,7%). A maioria afirma que pessoas de outros locais vˆem visitar os animais (43,1%) e tem percep ̧c ̃ oes positivas quanto `a isso (95,5%). Em rela ̧c ̃ao ` as intera ̧c ̃oes (n=78; 0,29 intera ̧c ̃ oes/h), observou-se uma m ́edia de 3,1±2,7 pessoas/evento e de 3±1,8 macacos/evento, com dura ̧c ̃ao m ́edia de 11,3±17,7min. Grande parte foi iniciada pelas pessoas (97,4%) e ocorreram no in- terior do bosque (71,2%), sobretudo pela manh ̃a (62,8%). Na maioria das intera ̧c ̃oes ocorreu contato direto (42,9%) e a m ́edia das distˆancias min ́ ımas entre as esp ́ecies foi de 1,5±1,7m. Os comportamentos dos humanos e dos macacos foram principalmente afiliativos (98,7% e 94,9%, respectivamente). Quanto `a dieta (n=756, 1620 varreduras), os animais consumiram principal- mente alimentos antr ́opicos (66,7%), majoritariamente os fornecidos pelos visitantes (48%) e pela prefeitura (35,3%). Alimentos do bosque foram consumidos em menor quantidade (32,5%), destacando-se os frutos (61,4%) e invertebrados (20,3%). Os macacos tiveram nos humanos a base da dieta e parecem contribuir com enriquecimento do local e com o bem estar humano, sugerindo uma rela ̧c ̃ao de protocoopera ̧c ̃ ao.Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA
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