74 research outputs found

    Social Structure of Sperm Whales in the Northern Gulf of Mexico

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    Sperm whales exhibit highly structured social behavior that depends on sex, age, and possibly local ecological characteristics. We analyzed sighting data collected between 1994 and 2005 to determine the social structure of sperm whale groups in the northern Gulf of Mexico (714 good-quality photographs of 285 individual whales). Average typical group size was approximately eight when estimated with mark-recapture techniques and using data from 2003 to 2005. Lagged association rate analyses including data from 1994 to 2004 indicated average group sizes of 11.41. Therefore, groups in the Gulf are considerably smaller than groups in the Pacific Ocean, but similar to those from the Caribbean Sea. Similarly, groups in the Gulf of Mexico remained stable for longer periods (62.5 d, SE = 47.62) than Pacific groups, but were comparable to groups from the Gulf of California. Such differences and similarities between populations could be due to adaptations to local conditions, indicating that Gulf of Mexico sperm whales may live in ecological conditions more similar to those of the Caribbean and the Sea of Cortez than to the Pacific

    Analysis of the social structure of bottlenose dolphins (Tursiops truncatus) in São Miguel Island, Azores

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    Studying social structure is a valuable technique to reveal the factors driving population processes, to understand the evolution of cooperation, the transmission of diseases, and patterns of social learning. Therefore, understanding social relationships between individuals and the differences in habitat use among social groups is critically important to ensure species management and conservation. Bottlenose dolphins are one of the most sighted cetacean species in the Azores archipelago. They are present year-round, frequently encountered close to the islands, as well as in offshore waters. This study aimed to update the existing bottlenose dolphin photo-identification catalogue of São Miguel (2014-2019) with photos taken in 2008, 2010, 2012 and 2020 on board Futurismo’s whale watching vessels and analyse the social structure of the identified individuals. There were added to the catalogue 184 new individuals, having now the current catalogue of bottlenose dolphins in São Miguel, a total of 689 individuals identified. The social analyses have shown that associations between bottlenose dolphins identified in São Miguel are very dynamic and social bonds can be very flexible. The low association coefficients between pairs of individuals and consequently the low average coefficient of association for the population is in concordance with the typical fission-fusion society that characterizes this dolphin species. However, the higher association index of some individuals, suggest some long-term relationships. Some degree of structuring within the population of bottlenose dolphins in São Miguel with five groups identified was detected. Resident dolphins were sighted with migrants, individuals with more significant scale movements, contributing to an increase in genetic variability in oceanic dolphin communities. This study highlights the importance of long-term data series obtained from opportunistic platforms in Azores and provides a significant contribution to assess baselines conditions of the population and develop management strategies.Os golfinhos roazes (Tursiops truncatus) são mamíferos de vida longa que, no seu habitat natural, podem viver cerca de 50 anos. Encontram-se espalhados por todo o mundo, desde águas tropicais a temperadas, estando adaptados a vários habitats marinhos, estuários, ou mesmo a rios. Pequenos grupos de dois a quinze indivíduos são típicos desta espécie, no entanto, grupos maiores com mais de mil indivíduos já foram reportados. Tal como se verifica em outras espécies de golfinhos, os golfinhos roazes tendem a formar grupos maiores ao habitarem em mar aberto. Viver em grupo tem benefícios e custos, e para que esta vida coletiva seja sustentável, os benefícios individuais têm que exceder os custos. Benefícios estão geralmente relacionados com a proteção aos predadores, disponibilidade de alimento ou transferência de informação; enquanto os custos estão relacionados com competição por recursos, carga parasitária ou filopatria. O estudo da estrutura social é uma técnica útil para revelar os fatores que impulsionam os processos populacionais, para compreender a evolução da cooperação, transmissão de doenças, e padrões de aprendizagem social. Assim sendo, a compreensão das relações sociais entre indivíduos e as diferenças na utilização do habitat entre grupos sociais é importante para assegurar a gestão e conservação da espécie. Os Açores acolhem uma das maiores biodiversidades de cetáceos do mundo, com 28 espécies de cetáceos documentadas até à data. Os golfinhos roazes são uma das espécies mais avistadas no arquipélago, estando presentes durante todo o ano. Através da extensa base de dados recolhida ao longo dos anos em São Miguel, alguns indivíduos já são conhecidos pelas empresas de observação de baleias e golfinhos, sendo reavistados ao longo de vários anos, sugerindo associações entre eles e uma potencial fidelidade à ilha. Neste estudo, o nosso objetivo era atualizar o catálogo de foto-identificação de golfinhos roazes existentes em São Miguel (2014-2019) com fotografias tiradas em 2008, 2010, 2012 e 2020 a bordo dos barcos de observação de baleias e golfinhos da empresa Futurismo Azores Adventures em São Miguel e analisar a estrutura social dos indivíduos identificados. Nos Açores, a recolha de dados é hoje em dia uma tarefa comum para a maioria das empresas de observação de baleias e golfinhos. Estas empresas constroem a sua própria base de dados e utilizam-na para as suas próprias investigações, ou colaboram com organizações, investigadores ou plataformas existentes, tais comoobservação de baleias no arquipélago) para melhorar o conhecimento sobre os cetáceos na região. Através da foto identificação conseguimos acrescentar ao catálogo mais 184 novos indivíduos, tendo agora o presente catálogo de golfinhos roazes em São Miguel 689 indivíduos identificados. A foto-identificação é um método não invasivo que desempenha um papel importante na nossa compreensão da biologia, ecologia e comportamento dos cetáceos, especialmente na investigação sobre o tamanho da população, migração, história de vida e estrutura social. Ser capaz de distinguir os indivíduos pode fornecer uma visão valiosa sobre questões básicas, biológicas e científicas, mas é também altamente relevante para a conservação baseada na ciência. Uma população é definida como o número de indivíduos da mesma espécie, neste caso, golfinhos roazes, que ocorrem na zona de estudo, durante o período de amostragem. A curva de descoberta, ou seja, a taxa cumulativa de identificação de novos indivíduos durante o período de amostragem, revelou que a população de golfinhos roazes em São Miguel é considerada aberta, com um recrutamento contínuo de novos indivíduos para a população durante todo o período de estudo. Estes novos indivíduos podem representar nascimentos, imigração na população, marcar mudanças ou capturas nos anos subsequentes de indivíduos que anteriormente não tinham sido fotografados. O aumento contínuo do número de indivíduos e a elevada percentagem de indivíduos avistados apenas uma vez apoia a ideia de que a maioria dos indivíduos fotografados são apenas transitórios na área. As populações de golfinhos roazes exibem diferentes padrões de residência em todo o mundo. Algumas exibem grandes movimentos e baixa fidelidade ao local, enquanto outras mostram movimentos de curto alcance e forte fidelidade ao local. Em São Miguel, os golfinhos identificados tendem a passar alguns dias na área antes de emigrarem permanentemente ou durante períodos maiores do que o período analisado, ou simplesmente morrem. A maior produtividade das águas dos Açores, em comparação com o mar aberto, parece ser a razão pela qual várias espécies de cetáceos são observadas na área. Golfinhos que aparecem em zonas oceânicas adjacentes podem sentir-se atraídos a utilizar os Açores como um local de alimentação temporária. Contudo, o facto de ser apenas temporário indica que não existem recursos alimentares suficientes para sustentar permanentemente uma população maior ou que os golfinhos não residentes têm diferentes o MONICET (que visa recolher, organizar e divulgar dados sobre cetáceos recolhidos por empresas de estratégias de alimentação ou preferências alimentares, que são insustentáveis nos Açores. A análise social demostrou que as associações entre golfinhos roazes identificados em São Miguel são muito dinâmicas e os laços sociais podem ser muito flexíveis. Este resultado é consistente com outros estudos, uma vez que as sociedades de golfinhos roazes são caracterizadas por uma dinâmica de fissão-fusão, onde os indivíduos se associam em grupos que mudam frequentemente de tamanho ou composição num período de tempo muito curto, levando a baixos coeficientes de associação entre pares de indivíduos e consequentemente a um baixo coeficiente médio de associação para a população. Apesar do baixo índice de associação encontrado neste estudo, houve alguns indivíduos que revelaram um índice superior à média geral, sugerindo relações de longo prazo. O dendrograma produzido utilizando a análise hierárquica de agrupamento revelou certo grau de estruturação dentro da população de golfinhos roazes em São Miguel, com cinco grupos identificados. Também foi possível notar que golfinhos roazes residentes foram vistos com golfinhos migratórios, ou seja, estão ligados a golfinhos com movimentos de maior escala. Indivíduos que exibem extensos movimentos podem ter um papel fundamental, contribuindo para uma variabilidade genética nas comunidades de golfinhos oceânicos, que de outra forma estariam geneticamente isolados. Da mesma forma, a análise temporal também indicou que no período de estudo, não houve presença de associações aleatórias ao longo do tempo, entre os indivíduos analisados. No entanto, deve ter-se em consideração que esta é a tendência geral e nem sempre é possível prever o padrão de associação de todos os indivíduos. Este estudo destaca a importância do conjunto de dados de longo prazo obtidos através de plataformas oportunistas nos Açores e oferece uma contribuição significativa para desenvolver estratégias de gestão. No entanto, é necessário um maior esforço de investigação para fotografar repetidamente todos os indivíduos na área de estudo, avaliar a sazonalidade dos indivíduos transitórios e ter mais suporte de dados sobre os residentes observados durante todo o ano

    Spatial distribution and residency of green and loggerhead sea turtles using coastal reef habitats in southern Mozambique

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    Sea turtles spend the majority of their immature and adult lives in foraging grounds, yet few studies have examined their abundance and condition in these areas when compared to more accessible nesting beach habitats. Here, a 5-year dive log, photo-identification (photo-ID) and surface encounter datasets were used to investigate the abundance, individual movements and distribution of sea turtles along 40 km of coastal reefs in southern Mozambique. A generalized linear model (GLM) was constructed with turtle sightings as the response variable. Habitat type, year and day of the year, as well as underwater visibility, were significant predictors of turtle sightings. However, only 8% of the total variance was explained by the model, indicating that other variables have a significant influence on turtle movement and distribution. Photo-ID differentiated 22 individual green turtles Chelonia mydas and 42 loggerhead turtles Caretta caretta from 323 photo-ID encounters. A majority (64%) of the photos could be used to identify the individual. Although residency times of up to 1152 days were calculated for juvenile green turtles, a low overall resighting rate indicates that individual turtles either had large home ranges or were transient to the area. Surface encounter data revealed a preference for nearshore shallow waters and an increased abundance close to reef systems. Sea turtles' preferences for shallow, nearshore habitats are likely to increase the encounter risk with opportunistic and targeted artisanal fishers who catch sea turtles

    Predation Risk Shapes Social Networks in Fission-Fusion Populations

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    Predation risk is often associated with group formation in prey, but recent advances in methods for analysing the social structure of animal societies make it possible to quantify the effects of risk on the complex dynamics of spatial and temporal organisation. In this paper we use social network analysis to investigate the impact of variation in predation risk on the social structure of guppy shoals and the frequency and duration of shoal splitting (fission) and merging (fusion) events. Our analyses revealed that variation in the level of predation risk was associated with divergent social dynamics, with fish in high-risk populations displaying a greater number of associations with overall greater strength and connectedness than those from low-risk sites. Temporal patterns of organisation also differed according to predation risk, with fission events more likely to occur over two short time periods (5 minutes and 20 minutes) in low-predation fish and over longer time scales (>1.5 hours) in high-predation fish. Our findings suggest that predation risk influences the fine-scale social structure of prey populations and that the temporal aspects of organisation play a key role in defining social systems

    A community split among dolphins: the effect of social relationships on the membership of new communities

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    Little is known about community splitting among dolphins because such events are rare in dolphin populations. A case of a community split was confirmed in a population of Indo-Pacific bottlenose dolphins (Tursiops aduncus) in Japan, where a group of approximately 30 dolphins moved to a new habitat some 60?km from the original habitat. We examined the associations among the dolphins before the community split to determine whether the new community members were already socially different before the split, using 7-year identification data. Before the split, the males in the same community after the split more often associated with each other than they did with those in different community. In contrast, the association patterns among females and between sexes showed no relationships with their post-split community membership. These results indicate that the males of new community were socially different from the other males for a long time before the split, but the females might not have been different. Our findings suggest that at time of the community split, the factors determining the memberships of the subsequent communities are sex-linked. The long-term social relationships among males could be maintained in the subsequent communities

    Long-term associations among male sperm whales (Physeter macrocephalus)

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    Little is known about the social structure of male sperm whales (Physeter macrocephalus) after they leave their natal units. While previous studies found no evidence for preferred associations among males, the observation of mass-strandings consisting exclusively of males, suggest that they have strong social bonds. To investigate the social associations among male sperm whales, we used half weight index of association, permutation tests and standardized lagged association rate models on a large photo-identification database collected between 2006 and 2017 in Nemuro Strait, Japan. Our results suggest that while male sperm whales are not as social as females, they do form long term associations, have preferred companionship, and forage in social proximity to each other. The best-fitting model to the standardized lagged association rate showed that associations among males last for at least 2.7 years and as most males leave the area after 2 years, associations may last for longer.Twenty dyads were observed associating over more than 2 years, for a maximum 5 years. One dyad was observed associating on 19 different days and clustered on 7 different days. Male associations may function to enhance foraging or to fend off predators. Such relationships seem to be adapted to a pelagic habitat with uncertain resource availability and predation pressure

    Residency and behavioural patterns of coastal bottlenose dolphins (Tursiops truncatus) in the Arrábida and Tróia shores (Portugal)

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    Tese de mestrado. Biologia (Biologia da Conservação). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2012In 2011, preliminary data indicated that some coastal individuals were seen more than once over the years, which suggested some level of residency. Considering these aspects, as well as the proximity to the resident protected population of the Sado estuary, we aimed to characterize the coastal bottlenose dolphin population, in terms of their effective level of residency, population size, social structure and behavioural patterns, using two distinct time separated datasets, from 1998-2001 and 2007-2011. Regarding Sado Estuary’s resident population and the resent studies on coastal groups in the adjacent area, a second aimed consisted in the assessment of the occurrence of interactions between both populations and its nature. An additional bibliographic review was undertaken to assess past interactions between the two populations. Using SOCPROG 2.4 it was estimated that in both datasets the dolphin population had a size around 100 individuals occurring in the Arrábida’s coast, showing some level of residency. The social analysis showed that individuals from the earlier dataset formed a very cohesive group, while the present dataset showed to be constituted by two cohesive main groups with low interaction between each other. A revision on Sado Estuary’s past studies showed 6 mixed encounters in the 90s and a recent one in 2010. Additionally, from the analysis of all available catalogues of past studies a total of 119 individuals was counted, from which 41 were non-resident and probably belonging to the coastal population. In the end, there are indications that the coastal population is subdivided in a resident group with few individuals, transient groups that may be seasonal and non-resident groups which occur occasionally. The results of this thesis bring new perspectives in terms of conservation not only of the Sado’s population but also regarding to the bottlenose dolphins’ coastal populations in the entire region.Em 2009, o ICNB aprovou o Plano de Acção para a Conservação e Monitoramento da População roazes do Estuário do Sado, para o qual foram definidas diversas ações prioritárias para a população do Sado. Uma dessas ações consiste em compreender as relações entre as populações residentes e adjacentes de golfinhos-roaz para a construção de acções de gestão adequadas. O objetivo deste estudo consiste em caracterizar os golfinhos-roazes costeiros da zona adjacente do estuário do sado em termos do seu tamanho da população, padrão de residência, estrutura social e padrões comportamentais utilizando dois datasets distintos temporalmente. Foi ainda analisado o modo como a população costeira interage com a população do Estuário do Sado, fazendo uma exaustiva revisão bibliográfica. Um total de 84 saídas de Mar (388 horas) foram realizadas por Gaspar (2003) entre 1998 e 2001 (dataset 1), e 102 saídas (277 horas) entre 2007 e 2011 (dataset 2). Destes, resultaram 20 avistamentos de roazes para o dataset 1 e 24 para o dataset 2. No entanto, apenas 15 avistamentos do dataset 1 e 12 do dataset 2 apresentaram fotografias para foto-identificação, os quais totalizaram a amostra utilizada para as estimativas. Em 2000 não foram registados avistamentos de roazes apesar do esforço significativo, e no restante período de amostragem não ocorreram flutuações relevantes. Os datasets não demonstraram diferenças estatisticamente significativas no número de saídas de mar a um nível sazonal. A análise efetuada através do programa SOCPROG 2.4 permitiu estimar o tamanho da população, padrão de residência e as associações entre indivíduos. Relativamente ao tamanho da população, para cada um dos dois datasets, a estimativa consistiu em 100 indivíduos. Este resultado indica que é uma população de pequenas dimensões, representando apenas 35% da média das outras populações costeiras. O padrão de residência mais ajustado foi o de população fechada, o qual para os roazes do dataset 1 estimou um grupo de 15 indivíduos residentes, enquanto que para o dataset 2 a estimativa rondou os 28 indivíduos residentes. Os resultados dos modelos para ambos os dataset podem resultar da reduzida dimensão da amostra e poderão vir a ser alterados com mais dados a ser adquiridos de futuro. As associações entre indivíduos demonstraram ser preferenciais e de longo termo. Os níveis de associação dos roazes para o dataset 1, caracterizados como ‘companheiros constantes’, foram os valores mais elevados que qualquer outro grupo de roazes estudados. Na costa da Arrábida parecem existir, pelo menos, três grupos de roazes costeiros: o grupo encontrado para o dataset 1 e dois grupos que pouco interagem do dataset 2. A análise comportamental indicou que o tamanho de grupos é em média de 15 animais, enquadrando esta população entre as populações de roazes que ocorrem em estuários e baías e população maiores que ocorrem em costas e mar aberto. Para o dataset 2 não foram registados encontros mistos entre as duas populações. Na pesquisa bibliográfica foram encontrados 7 avistamentos mistos, 6 dos quais foram na década de 90 e o mais recente em 2010. Através da análise de foto-identificação dos avistamentos mistos dos datasets foi possível confirmar que pertenciam às populações de roazes costeiros da época respectiva. Nas últimas 2 décadas foram ainda avistados 4 animais costeiros dentro do estuário não acompanhados pelos roazes residentes e 2 carcaças de indivíduos costeiros no interior do estuário. Na análise bibliográfica verificou-se que, de todos os indivíduos catalogados na zona do Estuário do Sado, 41 indivíduos eram costeiros, 26 assume-se que emigraram ou morreram, 7 foram confirmados como mortos, 11 foram crias que provavelmente morreram e actualmente existem 27. Recorrendo a esta informação e intercalando com a informação dos animais presentes ao longo dos anos, detectaram-se eventos relevantes de emigração/mortalidade não confirmada nos anos de 1986, 1990, 1992, 1998, 2004 e 2006 que corresponderam ao decréscimo de indivíduos adultos e juvenis (idade superior a 8 anos). Os resultados demonstram que é imperativo que em estudos futuros se aumente o esforço de amostragem e se alargue a área amostrada. No sentido de aumentar a quantidade de dados passíveis de serem analisados, a colaboração das entidades presentes no local, como outras equipas de investigação e empresas de observação de golfinhos, seria uma mais-valia para o esforço de investigação e conservação desta espécie em Portugal

    Behavioural ecology and habitat use of bottlenose dolphin (Tursiops truncatus) in São Tomé and Príncipe

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    Tese de mestrado. Biologia (Biologia da Conservação). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2012Ecological factors related to habitat type that influence food resources are major determinants in the way animals occur, select habitats, behave and interact with each other. The bottlenose dolphin is a cosmopolitan species, and because of its coastal habits in some areas populations have been declining. Additionally, in open environments there is a gap regarding information and assessment of this species. Although the ocean around São Tomé and Príncipe is relatively undisturbed, human activities such as artisanal fisheries, may affect directly cetaceans. Whale watching and oil exploration are factors that are beginning to emerge in the region and are also relevant for cetaceans. The aim of this thesis was to study the behavioural ecology of bottlenose dolphin through distribution, abundance, social structure, behaviour and group characteristics, residency patterns and site fidelity. Sighting effort from boat-based surveys was conducted between 2002-2006 and in 2012 around São Tomé Island and subsequently photo-identification techniques were used A total of 140 individuals were photo-identified and data suggested the existence of an open population of about 214 individuals. Group size had a mean of 44.7 individuals and it seemed to be influenced by habitat characteristics and composition. Key areas for bottlenose dolphin in São Tomé Island were determined using maximum entropy modelling. The most important environmental variables influencing distribution were distance to the coast and to river mouths, depth and seabed aspect. The eastern coast of São Tomé and Rolas islet presented the most suitable areas but they overlapped with intense fishing areas. Consequently, negative interactions between humans and cetaceans may occur through by-catch, direct hunting and competition. The assessment of key areas for bottlenose dolphins and the study of behaviour and abundance will contribute towards to the implementation of adequate conservation efforts for São Tomé and Príncipe from which all marine biodiversity would benefit.Os factores ecológicos relacionados com o tipo de habitat que fazem variar os recursos alimentares são determinantes na forma como os animais ocorrem, seleccionam habitats, comportam-se e interagem entre si. O golfinho-roaz é uma das espécies de cetáceos com uma distribuição mais cosmopolita mas que, em algumas áreas costeiras, tem populações a diminuir. Adicionalmente, em ambientes abertos existe uma lacuna de conhecimento e de avaliação desta espécie. São Tomé e Príncipe é um país em desenvolvimento, que apresenta um rápido crescimento populacional e diminuto desenvolvimento industrial. A crescente necessidade por alimento e materiais de construção conduziu a uma depleção de recursos nalgumas áreas. No entanto, existe baixa prioridade por considerações ambientais. Em São Tomé e Príncipe actividades humanas como a pesca artesanal, através da captura acidental e intencional, podem afectar directamente os cetáceos. O whale watching e a exploração petrolífera são factores que também começam a ganhar expressão e que também são relevantes para os cetáceos. Apesar disto, São Tomé e Príncipe parece consistir numa importante área para pequenos cetáceos devido à existência de baías pouco profundas e protegidas e à abundância de presas. Existe uma necessidade crescente de investigar o estado das populações de golfinhos e os factores que as ameaçam na zona Oeste Africana. Investigação sobre a distribuição de cetáceos assume um papel importante na identificação de limites adequados para áreas marinhas protegidas e também no desenvolvimento de programas de gestão e de monitorização. O golfinho-roaz como um animal com longa esperança de vida, grande mobilidade e sensível a factores antropogénicos é considerado uma boa espécie indicadora que serve como um importante barómetro do estado do ecossistema. O objectivo desta tese consistiu em estudar a ecologia comportamental do golfinho-roaz através da distribuição, abundância relativa, estrutura social, comportamento e características de grupo, padrões de residência e fidelidade local. Entre 2002-2006 e em 2012, foram realizadas saídas de mar na ilha de São Tomé, nas quais, aquando um avistamento de cetáceos, se registavam diversos parâmetros, como a posição geográfica, hora, espécie, comportamento, tipo e tamanho de grupo, assim como o registo fotográfico dos indivíduos. As fotografias foram utilizadas para foto-identificação dos indivíduos. A influência do tipo de grupo e composição de grupo no comportamento assim como o tipo de grupo na dimensão do grupo foram estatisticamente testadas. O programa de análise SOCPROG foi utilizado para determinar o tipo de população e estimar a sua dimensão, avaliar o nível e o tipo de associações entre os indivíduos re-avistados assim como o seu grau de residência. A identificação de áreas úteis para o golfinho roaz na ilha de São Tomé e uma avaliação preliminar das mesmas para a ilha de Príncipe foram realizadas simultaneamente através de modelação de máxima entropia. No total, foram realizadas 226 saídas de mar, das quais resultaram 51 avistamentos de golfinho-roaz. A média do tamanho de grupo consistiu em 44,7 indivíduos e grupos compostos por adultos, crias e juvenis foram os mais avistados. O comportamento mais registado consistiu na deslocação, seguido de alimentação. De acordo com os testes estatísticos realizados, o tamanho de grupo e o tipo de grupo não influenciaram o comportamento observado. No entanto, os testes estatísticos revelaram uma influência da composição de grupo na dimensão do grupo. Deste modo, a maior dimensão do grupo parece estar associada à presença de crias. Através de técnicas de foto-identificação, cerca 140 indivíduos foram adequadamente foto-identificados. Destes, apenas 48 indivíduos foram re-avistados e utilizados para a análise das associações. O padrão observado das associações entre indivíduos ajustou-se a um modelo teórico composto por “conhecidos casuais”, com um valor médio de 0,18. As associações demonstraram ser de longo prazo e preferidas, estendendo-se até uma média de 627,8 dias. Através do histórico de re-avistamentos de todos os indivíduos, foram identificados 37 “residentes nucleares”, 11 “residentes” e 92 “não-residentes”. Os resultados dos padrões de residência para os indivíduos re-avistados efectuado através do SOCPROG estimou um grupo de cerca de 34 indivíduos residentes, que permanecem na área de estudo cerca de 2,8 anos, e cujos movimentos se assemelham a um modelo teórico de “emigração + remigração”. Para a estimativa da dimensão da população todos os indivíduos foto-identificados (“marcados”) foram utilizados. Os dados sugeriram a existência de uma população aberta de cerca de 214 indivíduos, com uma taxa de migração de 12,6%. O modelo de máxima entropia para o golfinho-roaz obteve um bom desempenho, com um valor médio de AUC de 0,992. As variáveis ambientais mais importantes que influenciaram a distribuição do golfinho-roaz consistiram na distância à costa, distância à foz dos rios, profundidade e aspecto do fundo oceânico. A costa este de São Tomé e o Ilhéu das Rolas apresentaram-se como as áreas mais adequadas para esta espécie. Contudo, estas áreas são também zonas de intensa actividade pesqueira e, consequentemente, interacções negativas entre cetáceos e humanos podem ocorrer através de capturas acidentais, caça e competição. As características observadas a nível do comportamento e das associações foram as esperadas para o golfinho-roaz e estão ultimamente relacionadas com o tipo de habitat, disponibilidade de recursos alimentares, estratégias de forrageio e protecção e sociabilidade. Este trabalho é uma contribuição na aquisição de uma linha de base sobre o golfinho-roaz uma das espécies mais comuns em São Tomé e Príncipe e no Golfo da Guiné. A avaliação de áreas-chave para o golfinho-roaz e o estudo do comportamento e abundância no futuro poderá contribuir para a avaliação de tendências a longo prazo e na implementação de esforços de conservação adequados para São Tomé e Príncipe dos quais toda a biodiversidade marinha poderia beneficiar

    Influences of Rearing Environment on Behaviour and Welfare of Captive Chilean Flamingos: A Case Study on Foster-Reared and Parent-Reared Birds

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    This is the final version. Available on open access from MDPI via the DOI in this recordData Availability Statement: Data can be made available upon reasonable request from the corresponding author.Behaviour signals the internal states that relate to an individual’s welfare and its development is influenced by the early social environment that an animal experiences. Husbandry practices can alter this early social environment, for example different rearing conditions (e.g., foster rearing by a surrogate parent of another species). Widespread implementation of altered rearing can lack empirical support and non-parent-reared animals may experience poorer welfare resulting from maternal deprivation. An opportunity presented itself to measure the effect of foster-rearing on Chilean flamingo behaviour and social preferences at WWT Slimbridge Wetland Centre and compare findings to parent-reared conspecifics in the same time period. Data were collected from April to July 2019 at three timepoints during each observation day. Binomial generalized linear mixed models were used to assess the relationship between focal chicks’ rearing background with behaviour, zone usage, and flock position whilst accounting for climatic factors and visitor numbers. The development of social preferences was assessed using social network analysis. Our results showed limited impacts on flamingo behavioural development due to foster rearing. Foster-reared chicks spent less time feeding, were more likely to occupy the nesting area of the enclosure, and had fewer significant preferred associations than parent-reared chicks, but preferred social bonds were as equally strong and durable for both foster-reared and parent-reared chicks. Our results have important welfare implications for the use of foster-rearing in captive environments; altered early social rearing environments through cross-fostering in Chilean flamingos is associated with limited differences in behavioural and social development
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