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    Por um marco teórico para interpretação dos Movimentos Indígenas

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    Este trabalho propõe-se a construção de um marco teórico para a interpretação da questão indígena e dos movimentos indígenas da América Latina. O artigo se insere na polêmica movimentos sociais classistas versus novos movimentos sociais, descreve brevemente cada vertente e examina as concepções de sociedade e desigualdade social subjacentes a cada uma delas. Espera-se com isso demonstrar que a parcialidade nas teorias dos movimentos sociais radica na unilateralidade de cada qual para compreender a desigualdade na sociedade. Apontando a unilateralidade de cada teoria para interpretação dos movimentos indígenas, o artigo examina a contribuição de Mariátegui para a questão, e as possibilidades que tal autor oferece para pensar de forma original os movimentos indígenas, construindo um quadro teórico que imbrique simultaneamente classe e identidade na interpretação destes movimentos

    SOBRE AS ETNOGÊNESES QUILOMBOLAS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: O CASO DO QUILOMBO DO ROSA - AMAPÁ/AP (Original)

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    The quilombola communities of the state of Amapá, Brazilian Amazon, began their ethnogenesis processes at the beginning of the 21st century, in its relationship with the BrazilQuilombola Program, public policy of the Federal Government. This article aims to reflect on the factors involved in the process of ethnogenesis of Quilombo do Rosa. The research methodology is based on ethnography carried out with the community, with field trips in December 2017 and February 2018. For the production of ethnogenesis itself, two founding processes were identified: the first, the mobilization in 2002 against a mining company, when it planned to deposit arsenic, toxic waste from mining, in the community lands; the second, the arrival of a public policy, the Brasil Quilombola Program. As an expression of the contradictions present in the process of ethnogenesis, the Rosa had to face internal resistance to self-identification as a quilombola by some members of the community itself; resistance in part overcome by the group's own consensus production processes, still present today, in the consciousness of community residents still opposed to self-identification and titling of the territory as a quilombola. The decisive driving force for the intentionality of the Rosa community towards self-recognition as a quilombola and the respective support of the law were the real threats to the territory of the community experienced in the period. As regards the relationship between ethnogenesis and territory, self-recognition as a quilombola and the public positioning as such was decisive in securing the group's territory in the face of these external threats of the period.As comunidades quilombolas do estado do Amapá, Amazônia Brasileira, iniciaram seus processos de etnogênese no início do século XXI, em sua relação com o Programa Brasil Quilombola, política pública do Governo Federal. Este artigo objetiva refletir sobreos fatores envolvidos no processo de etnogênese do Quilombo do Rosa. A metodologia de pesquisa baseia-se em etnografia realizada junto à comunidade, com idas a campo em dezembro de 2017 e fevereiro de 2018. Para a produção da etnogênese em si, dois processos fundantes foram identificados: o primeiro, a mobilização, em 2002 contra uma mineradora, quando esta planejava depositar arsênio, rejeito tóxico de mineração, nas terras da comunidade; o segundo, a chegada de uma política pública, o Programa Brasil Quilombola. Como expressão das contradições presentes no processo de etnogênese, o Rosa teve de enfrentar a resistência interna à auto-identificação como quilombola por alguns membros da própria comunidade; resistência em parte superada, pelos processos de produção de consenso próprios do grupo, em parte presente ainda hoje, na consciência de moradores da comunidade ainda contrários à auto-identificação e titulação do território como quilombola.A força motriz decisiva para a intencionalidade da comunidade do Rosa em direção ao auto-reconhecimento como quilombola e o amparo respectivo da lei foram as ameaças reais ao território da comunidade, experienciadas no período. No que concerne à relação entre etnogênese e território, o auto-reconhecimento como quilombola e o posicionamento público como tal foi decisivo para assegurar o território do grupo face estas ameaças externas do período.As comunidades quilombolas do estado do Amapá, Amazônia Brasileira, iniciaram seus processos de etnogênese no início do século XXI, em sua relação com o Programa Brasil Quilombola, política pública do Governo Federal. Este artigo objetiva refletir sobreos fatores envolvidos no processo de etnogênese do Quilombo do Rosa. A metodologia de pesquisa baseia-se em etnografia realizada junto à comunidade, com idas a campo em dezembro de 2017 e fevereiro de 2018. Para a produção da etnogênese em si, dois processos fundantes foram identificados: o primeiro, a mobilização, em 2002 contra uma mineradora, quando esta planejava depositar arsênio, rejeito tóxico de mineração, nas terras da comunidade; o segundo, a chegada de uma política pública, o Programa Brasil Quilombola. Como expressão das contradições presentes no processo de etnogênese, o Rosa teve de enfrentar a resistência interna à auto-identificação como quilombola por alguns membros da própria comunidade; resistência em parte superada, pelos processos de produção de consenso próprios do grupo, em parte presente ainda hoje, na consciência de moradores da comunidade ainda contrários à auto-identificação e titulação do território como quilombola.A força motriz decisiva para a intencionalidade da comunidade do Rosa em direção ao auto-reconhecimento como quilombola e o amparo respectivo da lei foram as ameaças reais ao território da comunidade, experienciadas no período. No que concerne à relação entre etnogênese e território, o auto-reconhecimento como quilombola e o posicionamento público como tal foi decisivo para assegurar o território do grupo face estas ameaças externas do período

    ENTRE PASSADO E FUTURO: MEMÓRIA SOCIAL DO QUILOMBO DO ROSA – MACAPÁ, AMAPÁ

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    O Quilombo do Rosa iniciou, assim como muitas comunidades quilombolas no Amapá, o processo de reconhecimento quilombola e titulação territorial no início do século XXI. Não lhe sendo garantido acesso imediato aos seus direitos constitucionais, a efetivação de sua cidadania depende de uma mobilização política por parte da comunidade. O objetivo da pesquisa é interpretar o significado da memória social da comunidade na sua contemporânea mobilização por reconhecimento de sua cidadania. Busca-se assim interpretar o lugar do passado na construção do futuro da comunidade. A metodologia adotada foi a da etnografia junto à comunidade, mais precisamente a modalidade da “etnografia histórica” (SAHLINS, 1993), e sob o referencial teórico que explica as relações entre memória e espaço (HALBWACHS, 1990). Como resultados, identificamos que o passado é fonte de força política da comunidade, não apenas no sentido de dele emanar a legitimação do direito reivindicado, mas também de dele emanar a motivação, o sentido e a força moral para a luta. No passado recente, o assassinato de Benedito, patriarca da comunidade, produziu o elemento emocional que é a principal fonte de força política da comunidade. Este assassinato está vivo na consciência e na estrutura afetiva dos seus filhos. Diante da dor e do impacto desta injustiça, hoje o sentido de defender o território mistura-se com o sentido de proteção de Maria Geralda, a matriarca, viúva de Benedito. No outro extremo, a memória do passado mais longínquo, alcançado quase que exclusivamente pela imaginação, sua ancestralidade africana, desempenha papel fundamental na sintaxe da luta por direitos, pois é a fonte de legitimidade e de sentido da mais significativa estratégia de territorialização contemporânea da comunidade: sua auto-identificação como quilombola

    Sociogênese do racismo: raça, ações afirmativas e democracia

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    MOVIMENTO INDÍGENA LATINO-AMERICANO: UMA PRIMEIRA REVISÃO DA LITERATURA

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    Este artigo apresenta uma primeira revisão da literatura sobre o movimento indígena latino-americano. Sem ignorar a diversidade das lutas indígenas no continente, o texto foca na discussão dos elementos comuns a estes movimentos, no intento de caracterizar esta força continental que tem se formado. Serão tratados o significado sociopolítico de sua atuação, as condições de sua emergência histórica, a especificidade da política singular que desenvolve, suas demandas, alguns de seus horizontes basilares como a conquista do território e da autonomia. Por fim, realiza uma apresentação das abordagens teóricas que se preocupam com a questão indígena e o lugar que relegam para os movimentos indígenas em sua teoria social e política, e alguns postulados metodológicos para compreensão sociológica dos movimentos indígenas.

    O processo de territorialização do Quilombo do Rosa, Amapá, Brasil

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    Este artigo tematiza os processos recentes de territorialização e de reconhecimento identitário da comunidade do Rosa, no início do século XXI. O objetivo da pesquisa é a compreensão de seu processo de autoidentificação como remanescente quilombola e da territorialização específica engendrada em decorrência desta identificação. A metodologia baseia-se na Etnografia Histórica, com presença do pesquisador na comunidade entre os anos de 2017 a 2019. Os resultado indicam que o processo de territorialização desencadeado no Rosa é um processo de transformação global de múltiplas dimensões. Engloba ações de autodemarcação, como o foi a ação de expulsão da mineradora de seu território; ações de multiterritorialidade, como o são as ações protagonizadas por membros da comunidade em instâncias deliberativas do poder político instituído; o acesso à cidadania pelos respaldos jurídicos disponibilizados pelo Estado; a etnogênese, como autorreconhecimento como quilombola; e ações que implicam elastecimento da territorialidade

    MOVIMENTO INDÍGENA LATINO-AMERICANO: UMA PRIMEIRA REVISÃO DA LITERATURA

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    Este artigo apresenta uma primeira revisão da literatura sobre o movimento indígena latino-americano. Sem ignorar a diversidade das lutas indígenas no continente, o texto foca na discussão dos elementos comuns a estes movimentos, no intento de caracterizar esta força continental que tem se formado. Serão tratados o significado sociopolítico de sua atuação, as condições de sua emergência histórica, a especificidade da política singular que desenvolve, suas demandas, alguns de seus horizontes basilares como a conquista do território e da autonomia. Por fim, realiza uma apresentação das abordagens teóricas que se preocupam com a questão indígena e o lugar que relegam para os movimentos indígenas em sua teoria social e política, e alguns postulados metodológicos para compreensão sociológica dos movimentos indígenas.

    Sobre as relaçoes entre trabalho de pesquisa e contribuiçao à efetivaçao da cidadania junto a comunidades tradicionais

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    Esta comunicação reflete sobre a epistemologia e metodologia de pesquisa posta em prática na análise da mobilização social e política de uma comunidade negra rural na Amazônia Brasileira. A comunidade em questão trata-se do Quilombo do Rosa, localizada no estado do Amapá, região norte da Amazônia. Duas questões centrais orientam a reflexão aqui proposta: a primeira, a questão sobre como é vivida a subjetivação como remanescente quilombola para a comunidade do Rosa, diante das políticas públicas federais sobre a cidadania quilombola e dos tratados internacionais, como a Convenção 169 da OIT; a segunda, a indagação sobre como a relação entre pesquisador e sujeitos da pesquisa pode contribuir para esta efetivação da cidadania quilombola, ou no mínimo não atrapalhá-la. Ambas questões se justificam tendo em vista as recentes reflexões sobre o potencial caráter e efeito objetificador da relação pesquisador e sujeitos da pesquisa, tal como construída pela ciência social moderna, em resumo, refletindo a relação de objetificação e dominação imposta pela Europa ao restante do mundo. A ciência social desenvolveu-se dentro e como parte do projeto de colonização e imperialismo europeu sobre o mundo, e dentro da correspondente ideologia do eurocentrismo.Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educació

    Uma abordagem multidisciplinar para análise de uma comunidade tradicional em movimento sócio-territorialna amazônia brasileira

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    Este artigo tem como tema a epistemologia e a metodologia desenvolvidas em uma experiência de pesquisa interdisciplinar sobre a realidade contemporânea de uma comunidade tradicional na Amazônia Oriental brasileira, conhecida como Quilombo do Rosa. O objetivo do texto é traçar reflexões sobre as estratégias interdisciplinares que foram criadas pelo autor no trabalho de pesquisa para dar conta da complexidade das ações e representações protagonizadas pela comunidade e as incindentes, a partir de diversas escalas, em seu universo social.Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educació
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