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A valsa de águas-vivas: racismo e patrimônio cultural em Juiz de Fora, Minas Gerais
This research focuses on the reflection on structural racism present in Brazilian society
and here as a central axis of discussion the formation of cultural heritage. It is understood
that racism is a basic component of social, economic and political dynamics in Brazil and,
therefore, is also present in the field of culture, protection and preservation of goods.
Thus, we analyzed the construction of the preservation policy and its official organ,
seeking to understand its agents as political individuals, imbued with perceptions and
ideological directions specific to their time. In this sense, philosophical and scientific
currents emerge and help in the understanding of the formation of heritage, since a broad
capillarity of the ideas of social determinism based on the conception of race and the myth
of racial democracy is perceived as a fundamental basis of the country's culture. Thus,
from 1937 to the present day, it is possible to perceive how these ideas shaped the
patrimony, so for a more accurate analysis, we focused on Juiz de Fora, Minas Gerais,
given its pioneering protection and significant number of protected assets. The
municipality concentrates its assets in specific parts of its urban area, guarding the
memory and history of some groups and silencing so many others, which is believed to
be closely linked to structural racism. Moreover, the process of registering an evidently
racist manifestation contributes to the reflection on the forms that racism presents itself
in society and its perception of culture.A presente pesquisa concentra-se na reflexão sobre o racismo estrutural presente na
sociedade brasileira e, aqui como eixo central de discussão, a formação do patrimônio
cultural. Entende-se que o racismo é componente basilar das dinâmicas sociais,
econômicas e políticas no Brasil e, por isso, também está presente no campo da cultura,
proteção e preservação de bens. Dessa forma, analisou-se a construção da política de
preservação e seu órgão oficial, buscando compreender seus agentes como indivíduos
políticos, imbuídos de percepções e direcionamentos ideológicos próprios de seu tempo.
Nesse sentido, correntes filosóficas emergiram e auxiliaram na compreensão da formação
do patrimônio, visto que percebe-se uma ampla capilaridade das ideias de determinismo
social, raça e do mito da democracia racial como base fundamental da cultura no país.
Dessa forma, desde 1937 até a atualidade, é possível perceber como essas ideias
continuamente guiaram as seleções preservacionistas no país. Compreendendo que essa
é uma realidade presente na maior parte dos municípios brasileiros, focalizamos Juiz de
Fora, Minas Gerais, como estudo de caso, visto seu pioneirismo na proteção e
significativo número de bens protegidos. O município concentra seus bens em partes
específicas de sua área urbana, resguardando a memória e história de alguns grupos e
silenciando tantos outros, o que acredita-se estar intimamente ligado ao racismo
estrutural. Além disso, um processo de registro em tramitação de uma manifestação
evidentemente racista contribui para a reflexão sobre as formas que o racismo se apresenta
na sociedade e na sua percepção de cultura
Povos originários nos museus: educação, memória e resistentência: entrevista com a Profa Dra Luciane Monteiro (MAEA-UFJF)
Entrevista com a Professora Dra Luciane Monteiro, diretora do Museu de Arqueologia e Etnologia Americana (MAEA-UFJF)
A questão indígena, produção do conhecimento e as urgências do tempo presente : entrevista Com Heiberle Orácio
Entrevista realizada com o Prof. Heiberle Horácio no contexto das reflexões levantadas pelo dossiê "História Indígenas: História, cultura e resistência". A entrevista tem como objetivo levantar inquietudes e pensamentos sobre a questão indígena no tempo presente, perspectivas sobre o que significa a produção do conhecimento dentro da universidade e as urgências que permeiam esses elementos.
Editorial
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História e Relações Internacionais: uma entrevista com o Prof. Dr. Rodrigo Christofoletti
Pensar a dinâmica entre a História e as Relações Internacionais ainda é algo recente dentro da historiografia brasileira e, se hoje vemos um maior aprofundamento das pesquisas, podemos atribuir ao trabalho do Prof. Dr. Rodrigo Christofoletti. Pesquisando o tema há mais de uma década, suas publicações constituem o principal referencial teórico do campo no Brasil ao abordar como o patrimônio cultural se comporta dentro da interface das Relações Internacionais, sendo um pioneiro na reflexão sobre o conceito de soft power. Em sua longa trajetória de atuação, destacam-se as publicações “Bens Culturais e Relações Internacionais: o patrimônio como espelho do soft power”, “Patrimônio como esteio das relações internacionais: Em questão o Soft Power” e a organização do I Congresso Internacional Gestão dos Patrimônios da Humanidade Urbanos, do qual se originou a obra “World Heritage Patinas: action, alerts and risks”, que reúne pesquisas que tangem toda uma gama de problemáticas e dinâmicas dos patrimônios da humanidade. Atualmente, o pesquisador coordena o Grupo de Pesquisa CNPq “Patrimônio e Relações Internacionais” e orienta diversas pesquisas que abordam o patrimônio cultural enquanto soft power brasileiro, tráfico ilícito de bens culturais e colecionáveis criminogênicos, e os patrimônios da humanidade.
Nesta entrevista, Christofoletti falou sobre o desenvolvimento da temática no Brasil, o panorama atual da atuação da UNESCO e como ele vê a dinâmica entre o Patrimônio Cultural e as Relações Internacionais em meio as mudanças políticas mundiais e a pandemia que atualmente ainda estamos tentando conter