8 research outputs found

    "Políticas da imanência, políticas da transcendência: ensaio popular", de Antonio Negri

    Get PDF
    A tradução deste texto foi feita no contexto do projeto de compilar e traduzir todo o conjunto de escritos negrianos que versam prioritariamente sobre o pensamento espinosano, do qual resultou o volume Espinosa subversivo e outros escritos, recém publicado pela Editora Autêntica. Decidimos por deixar este texto de fora por que um outro texto, Espinosa: uma heresia da imanência e da democracia, mostrou-se uma versão mais desenvolvida das questões discutidas, e colocá-los juntos num mesmo volume representaria uma repetição descabida. Por outro lado, considerando que a autorização para publicá-lo já havia sido dada, pareceu-nos que não deveríamos deixar escapar a oportunidade de tornar disponível ao leitor esse momento de reformulação de algumas reflexões filosóficas muito relevantes para se pensar as configurações históricas do poder político, através da crítica a seus fundamentos metafísicos transcendentes, de modo a ressaltar o caráter criativo e constitutivo de certas lutas de resistência. Ora, retringir-se à imanência não implica impedir qualquer horizonte de universalidade, o que relegaria as práticas de determinação de normas sociais a um particularismo ininteligível, pois é a partir da intrínseca relacionalidade do comum que tais práticas são pensadas, uma dinâmica aberta e produtiva, referenciada na potência própria desse sujeito político que é a multidão

    Projeto de Psicologia Concreta e Psicanálise Existencial

    Get PDF
    In the text Critique of the Foundations of Psychology (1928) Georges Politzer (1903-1942) sought to investigate the epistemological bases of some currents of psychology. His intention was to reorient psychological studies toward a concreteconception. By analyzing Gestalt theory, Behaviorism, and Psychoanalysis, Politzer outlined a project of concrete psychology with some principles that guide possible perspectives of studies on psychological phenomena. His principles consist instudying psychological facts through the prism of the first person and consider man in his drama. Despite being Hungarian, the author walked his political and intellectual path in France in the 20th century, a time when Jean Paul Sartre (1905-1980) focusedon psychological phenomena under the prism of phenomenology, proposing an Existential Psychoanalysis at the end of Being and Nothingness (1943). In this sense, we will verify to what extent the Sartrian theory can contemplate Politzer’s principlesof a concrete psychology.No texto Crítica dos fundamentos da Psicologia (1928) Georges Politzer (1903-1942) procurou investigar as bases epistemológicas de algumas correntes da psicologia. Sua intenção era reorientar os estudos psicológicos para uma concepção concreta. Mediante análise da Gestaltheorie, Behaviorismo e da Psicanálise, Politzer esboçou um projeto de psicologia concreta com alguns princípios que orientam possíveis perspectivas de estudos sobre os fenômenos psicológicos. Seus princípios consistem em estudar os fatos psicológicos sob o prisma da primeira pessoa e consideram o homem em seu drama. Apesar de ser húngaro, o autor trilhou seu caminho político e intelectual na França do século XX, época em que Jean Paul Sartre (1905 1980) se debruçou sobre os fenômenos psicológicos sob o prisma da fenomenologia propondo uma Psicanálise Existencial ao final de O Ser e O Nada (1943). Nesse sentido, neste escrito verificaremos em que medida a teoria sartriana pode contemplar os princípios de uma psicologia concreta de Politzer

    Intersubjetividade e transindividualidade a partir de Leibniz e Espinosa

    Get PDF
    One of the greatest persistent misunderstanding around leibnizian philosophy is to think it as a sort of spinozism. Likewise, every attempt to show Leibniz and Spinoza as opposed to each other do not surpass the hegelian interpretation, according to which both philosophies are seen as antagonism between universality and individuality. Our aim is, on the contrary, to contrast one philosopher to another in respect to the matter of individuality and their relations to the XXth Century thinking: on the one hand, the husserlian intersubjectivity as the philosophical continuation of the Monadology; on the other hand, the simondnian concept of transindividuality, which upon the developments of Balibar turns the spinozian thought possible to be continued in contemporaneity. We intend to show the distance that keep both systems away one from another by means of an interpretation that do not simply repeat the old hegelian refrain.Um dos mal-entendidos mais persistentes que cercam a filosofia leibniziana consiste, sem dúvida, em querer ver nela uma forma de espinosismo. Por outro lado, toda oposição que se faz entre Leibniz e Espinosa no plano teórico aparentemente não ultrapassa a visão hegeliana da relação entre os dois filósofos como oposição entre universalidade e individualidade. Pretende-se aqui, diferentemente, confrontar os dois filósofos em relação à questão da individualidade confrontando os seus prolongamentos teóricos do século XX. De um lado, a intersubjetividade husserliana como prolongamento teórico da monadologia; de outro, o conceito simondoniano de transindividualidade que, com Balibar, permite-nos prolongar o pensamento espinosano na contemporaneidade. Tentar-se-á marcar toda a distância que separa estes dois sistemas segundo uma abordagem que não se limita a repetir o velho refrão hegeliano

    Externismo de Davidson

    Get PDF
    Donald Davidson ha tenido un papel extremamente importante en lo que hoy se llama Externismo. Sin embargo, la formulación exacta de su externismo no es obvia porque sus compromisos están dispersos a lo largo de muchos de sus artículos. El objetivo de este trabajo es explorar los detalles de su externismo. Indicaremos que Davidson, sin duda defiende, que la mente no está auto-contenida. No obstante, tal idea tiene por lo menos dos sentidos distintos en su trabajo: por un lado, estados y contenidos mentales deben ser individuados, en parte, respecto a factores externos a la piel de uno, porque fueron causados por ellos; y por otro lado, estados y contenidos mentales deben ser individuados por factores externos porque la mente está constituida por conocimiento. Indicaremos que la relación entre estos dos niveles explicativos, aparentemente armoniosa, se vuelve conflictiva dentro del mismo programa davidsoniano. ______________________________________________________________________________________________ ABSTRACTDonald Davidson has deeply contributed to what is nowadays called Externalism. However, the exact formulation of his externalism is not obvious since his externalist commitments are spread along many of his papers. The aim of this work is to explore the details of his externalism. We will point out that Davidson clearly defends that the mind is not self-contained. Nonetheless, this idea acquires at least two different senses under his view: on the one hand, mental states and contents must be individuated in part by factors external to one’s skin because the former were caused by the latter; and on the other hand, mental states and contents must be individuated in part by external factors because the mind is constituted by knowledge. We will point out that the apparently harmonious relation between those two levels of explanation turn out to be conflictive at a certain point within the very Davidsonian program

    A semantics of love: Brief notes on desire and recognition in Georges Bataille

    No full text
    According to the Hegelian scheme re-proposed by Honneth, the first pattern of intersubjective recognition, still below the juridical mediation, is the sphere of interactions marked by affective bonds, or love. It is considered a first stage mostly because recognition is rooted in the partners' mutual dependency as needy creatures, which demand care and the emotional approval that follows it. In this sense, a constitutional lacking emerges as the fundamental character of the most primitive kinds of interaction embedded in social norms. And that is important inasmuch the other stages of recognitive practices depend on this first one, in which subjects acquire capacities for rational and moral reasoning and action in the public sphere. However, one could question to what extent the same normative structure can be taking as underlying every loving relationship, as oriented by an affirmation of the subject's independence, while presupposing involuntary feelings of liking and attraction. After all, if the aspirations of reciprocal recognition in this realm are intrinsically related to very concrete features, why taking child caring, friendship and sexual encounter as referred to the same set of recognition patterns? If Honneth's recourse to psychoanalytic theory makes it clear why in all these kinds of interaction is to be found erotic contents of libidinal character, on the other hand one gets no clue on why the very different forms of satisfaction of the drives do not come into consideration. At this point it seems important to recall Georges Bataille's account of sexuality to think not only about the limits of recognition, but also its dialectical structure. The central notion of transgression helps understand why the normative grounds of intersubjective acknowledgment regarding at least some love relationships require a sort of suspension which is not the mere suppression of their validity: the violence that resides at the core of such erotic, transgressive experiences points to a disruptive effect over the features of subjective arrangement, intersubjectively formed. That is why excitement and fear, pleasure and anguish intertwine in eroticism, and desire becomes the name of a fascinating and frightening ontological excess. It is this very paradoxical character that is decisive for Bataille, for if norms need their transgression in order to exert a subjective inscription, one should not take the passage from desire to recognition as just a progressive process towards a determined form of sociality. Bataille associates a certain Durkheimian heritage with a philosophy of life to account for a libidinal economy of recognition in which desire lies at its very core. This paper proposes a reflection on what is at stake in this conceptual operation, and on the significance of the peculiar enjoyment of norms to a rethinking of the particular aspirations of recognition in love relationships

    A vida e as fontes da normatividade: por uma história natural do conceito

    Get PDF
    A posição filosófica chamada de externismo semântico caracteriza-se pela tese segundo a qual a individuação do conteúdo de estados mentais deve recorrer a fatores que não podem ser localizados na região geralmente circunscrita pela noção mesma de mente. Tal tese implica, em todo caso, que a suposta interioridade da vida psicológica não se basta para tornar inteligível as condições de possibilidade que o pensamento conceitual requer. Assim, se fatores externos aos indivíduos são vistos como desempenhando uma contribuição decisiva na própria determinação de seu conteúdo mental, isto é algo que torna necessário compreender em que sentido mente e mundo podem ser tomados como intrinsecamente relacionados. A aposta teórica do presente trabalho é a de que apenas uma concepção da individuação liberada dos grilhões substancialistas permite fornecer um solo ontológico fértil para uma teoria externista do conceito. Daí que a noção de triangulação, que Donald Davidson forjou para dar conta de alguns fatores cruciais na gênese da conceitualidade, seja lida a partir de filosofias que ressaltam o caráter decisivo da vida como referencialidade fundamental do conceito. Logo, é na ordem vital que se busca dissolver os impasses ligados à origem da normatividade e à dualidade entre interno e externo, oposição a partir da qual a subjetividade desde muito tempo tem sido pensada

    Life and the sources of normativity: a natural history of concept

    No full text
    A posição filosófica chamada de externismo semântico caracteriza-se pela tese segundo a qual a individuação do conteúdo de estados mentais deve recorrer a fatores que não podem ser localizados na região geralmente circunscrita pela noção mesma de mente. Tal tese implica, em todo caso, que a suposta interioridade da vida psicológica não se basta para tornar inteligível as condições de possibilidade que o pensamento conceitual requer. Assim, se fatores externos aos indivíduos são vistos como desempenhando uma contribuição decisiva na própria determinação de seu conteúdo mental, isto é algo que torna necessário compreender em que sentido mente e mundo podem ser tomados como intrinsecamente relacionados. A aposta teórica do presente trabalho é a de que apenas uma concepção da individuação liberada dos grilhões substancialistas permite fornecer um solo ontológico fértil para uma teoria externista do conceito. Daí que a noção de triangulação, que Donald Davidson forjou para dar conta de alguns fatores cruciais na gênese da conceitualidade, seja lida a partir de filosofias que ressaltam o caráter decisivo da vida como referencialidade fundamental do conceito. Logo, é na ordem vital que se busca dissolver os impasses ligados à origem da normatividade e à dualidade entre interno e externo, oposição a partir da qual a subjetividade desde muito tempo tem sido pensada.The philosophical position called semantic externalism is characterized by the thesis according to which the individuation of the content of mental states must make reference to traits that cannot be placed inside the sphere usually circumscribed by the very notion of mind. Such a thesis implies, anyway, that the supposed interiority of the psychological life is not enough to make intelligible the conditions that conceptual thought requires. If factors external to individuals are seen as entertaining a decisive contribution in the very determination of their mental content, that is makes it necessary to understand in what sense mind and world can be taken as intrinsically related. The theoretical bet of the present thesis is that only a conception of individuation free from the substantialist commitments can provide a fertile ontological ground to an externalist theory of the concept. In this sense, the notion of triangulation, that Donald Davidson has forged to explain some crucial elements in the genesis of conceptuality, is read from the standpoint of philosophies that highlight the decisive character of life as fundamental referentiality of the concept itself. So, it is in the vital order that some deadlocks concerning the origins of normativity and the inner outer duality structural opposition under which from a long time subjectivity is thought upon, are dissolved
    corecore