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    Impactos da inflação sobre a desigualdade de renda

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    O objetivo deste artigo é avaliar o impacto de uma mudança da taxa de inflação sobre a desigualdade de renda, medida pelo índice de Gini. Para isso, usa-se um painel de aproximadamente 80 países, com dados anuais entre 1987 e 2006. Estimam-se modelos econométricos em que a desigualdade de renda é explicada pela inflação, mantendo sempre um controle baseado na existência de efeitos fixos para países e anos. Quando modelos não-lineares são usados, encontra-se uma robusta relação positiva entre as variáveis, indicando que a inflação tem um impacto positivo sobre o índice de Gini. A magnitude do efeito estimado, porém, é bastante inferior à obtida por estudos anteriores. Os resultados apontam que um aumento na taxa de inflação de zero para 10 pontos percentuais ao ano elevaria o índice de Gini (que está numa escala de zero a 100) em, no máximo, 0,05 pontos percentuais. Essa discrepância em relação à literatura parece decorrer do uso de estimadores de efeitos fixos, pois os trabalhos anteriores baseavam-se em dados em cross section.

    Two empirical essays on macroeconomics and income inequality

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    Essa dissertação é composta por dois ensaios empíricos que relacionam variáveis macroeconômicas e desigualdade de renda. No primeiro ensaio, o objetivo é avaliar o impacto de uma mudança da taxa inflação na distribuição de renda, medida pelo índice de Gini. Para isso, usa-se um painel com aproximadamente 80 países e dados anuais entre 1987 e 2006. Então, estimam-se modelos estáticos e dinâmicos em que a desigualdade de renda é explicada pela inflação, sempre controlando a existência de efeitos fixos para países e anos. Quando modelos não-lineares são usados, para diminuir a influência dos outliers, encontra-se uma robusta relação positiva entre as variáveis, indicando que inflação tem um impacto positivo no índice de Gini. A magnitude do efeito estimado, porém, é inferior ao obtido por estudos anteriores. Os resultados apontam que um aumento no IPC de zero para 10 pontos percentuais ao ano aumentaria o índice de Gini, que está numa escala de zero a 100, em, no máximo, 0,05 pontos percentuais. Essa discrepância em relação à literatura parece decorrer do uso de estimadores de efeitos fixos, pois os trabalhos anteriores baseavam-se em dados em cross section. No segundo ensaio, sugere-se que o impacto de uma democratização sobre o crescimento econômico depende negativamente da desigualdade de renda do país em questão. Isto significa que uma democratização pode estimular o crescimento em países mais equânimes, mas este efeito é menor em sociedades mais desiguais. A fim de avaliar este argumento empiricamente, usa-se um painel de 76 países com dados qüinqüenais entre 1977 e 2006. Com estes dados, também se estimam modelos estáticos e dinâmicos que sempre controlam a existência de efeitos fixos para países e tempo. Nesses modelos o crescimento do PIB per capita é explicado por uma variável que mede a qualidade das instituições democráticas do país e por sua interação com o índice de Gini, de modo que o efeito marginal da democracia dependa do Gini. Em todos os modelos estimados os coeficientes sempre apresentaram os sinais esperados. O resultado mais robusto é que para países com elevada desigualdade de renda (do quartil superior da nossa amostra, com índide de Gini acima de 45 pontos) a democratização tem um impacto negativo sobre o crescimento econômico.This dissertation consists of two empirical essays relating macroeconomic variables and income inequality. The aim of the first essay is to evaluate how a change in the inflation rate affects the income distribution. In order to do this, a panel of yearly data for about 80 countries between 1987 and 2006 is used. Then static and dynamic models in which income inequality is explained by inflation are estimated, always controlling for country and year fixed effects. A robust positive relation between the variables is found when non linear models are used to reduce the influence of outliers. This is evidence that inflation has a positive effect in the Gini index. The size of the estimated effect, however, is inferior to those obtained by previous studies. Results point that a an increase in the CPI from zero to 10 yearly percentage points would increase the Gini index in at most 0,05 percentage points, on a scale that lies in between zero and 100. Such a difference seems to derive from the use of fixed effects estimators, while previous work was based in cross section data. The second essay suggests that the impact of democratization in economic growth depends negatively on the countrys income inequality. This means that democratization might encourage growth in more equal countries, but this effect diminishes in more unequal societies. In order to empirically assess this argument, I use a panel with 76 countries and five-year averages between 1977 and 2006 and estimate static and dynamic models that also control for country and time fixed effects. In these models, per capita GDP is explained by a variable that measures quality of democratic institutions and its interaction with the Gini index, so that democracys marginal effect depends on the latter. Coefficients have the expected signs in all estimated models. The most robust result is that for highly unequal countries (those that belong to the highest quartile in the sample, with Gini index above 45 percentage points) democratization has a negative impact on economic growth

    Finanças soberanas em mercados emergentes

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    Each essay in this doctoral dissertation relates to a recent feature of sovereign finance in emerging market economies. In each article, I extend a quantitative macroeconomic model of sovereign debt and default to answer a particular question. In the first chapter, I investigate whether it is better for emerging countries to issue external debt denominated in local or foreign currency using a model with real exchange rates and inflation. I show how the welfare comparisons between the two options of debt denomination depend on the credibility of the monetary policy. In the next essay, I analyze the joint accumulation of sovereign debt and international reserves by emerging countries\' governments. In this theoretical framework, international reserves are a form of precautionary savings that can be used to smooth consumption even after a sovereign default. Statistics calculated with simulated data from a model with partial sovereign default indicate that the combined acquisition of assets and liabilities is an optimal policy in this type of model. In the last chapter, I examine whether low international risk-free interest rates, as observed in developed countries since the most recent global financial crisis, lead to a search for yield - identified via lower spreads even under higher default risk - in emerging markets sovereign bonds. I find that the inclusion of loss averse foreign lenders, a trait highlighted by the behavioral finance literature, in a standard model of sovereign default generates this result.Cada ensaio desta tese trata de uma característica recente das finanças soberanas em economias de mercado emergentes. Em cada artigo, amplia-se um modelo macroeconômico quantitativo de dívida e default soberanos para responder a uma questão específica. No primeiro capítulo, investiga-se se é melhor para os países emergentes emitir dívida externa denominada em moeda local ou estrangeira usando um modelo com taxa de câmbio real e inflação. Mostra-se como as comparações de bem-estar entre as duas opções de denominação da dívida dependem da credibilidade da política monetária. No segundo ensaio, analisa-se a acumulação conjunta de dívida soberana e reservas internacionais pelos governos dos países emergentes. Nesse arcabouço teórico, as reservas internacionais são uma forma preventiva de poupança que pode ser usada para suavizar o consumo mesmo depois de um default soberano. As estatísticas calculadas com dados simulados de um modelo com default soberano parcial indicam que a aquisição simultânea de ativos e passivos é uma política ótima nesse tipo de modelo. No último capítulo, examina-se se as baixas taxas de juros livres de risco internacionais, observadas em países desenvolvidos desde a mais recente crise financeira global, levaram a uma busca por rentabilidade - identificada por meio de spreads menores mesmo sob maior risco de default - nos títulos soberanos de mercados emergentes. Verifica-se que a inclusão de investidores estrangeiros avessos a perdas, característica destacada pela literatura de finanças comportamentais, em um modelo padrão de default soberano gera esse resultado

    O papel das redes na mobilidade laboral de curta e longa distância: evidências para o Brasil formal

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    ResumoEste artigo tem o objetivo de investigar os determinantes da mobilidade de trabalhadores de curta e longa distância entre microrregiões brasileiras no período 2004-2008, com ênfase no papel das redes de mobilidade preestabelecidas. São construídas matrizes de deslocamento por meio da base de dados Rais-Migra, empregando variáveis explicativas na forma de razão destino/origem, e utilizando como arcabouço metodológico os modelos para dados de contagem, a fim de identificar diferenças e similitudes desses fluxos de trabalhadores em relação a diferentes distâncias. Os resultados apresentam evidências consistentes com o histórico de atratividade das regiões para migração, indicando que redes ou conexões prévias facilitam a mobilidade espacial laboral. Além desses resultados, na mobilidade de curta distância o trabalhador se desloca para destinos com maiores densidade e proporção de graduados, além de menores criminalidade, congestionamento e grau de industrialização. Em longas distâncias, os fluxos são orientados para destinos com menores criminalidade, além de maiores saldos entre trabalhadores admitidos e desligados. A distância entre microrregiões sempre figura como fator inibidor da mobilidade, independente dos cortes de distância usados.</p
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