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    Avaliação do potencial de produção do pinheiro manso na região de Mirandela, Trás-os-Montes, Portugal

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    Mestrado de dupla diplomação com a UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do ParanáAs áreas arborizadas com Pinheiro manso (Pinus pinea L.) têm aumentado nos últimos anos devido ao rendimento do pinhão, sendo necessário realizar estudos de caracterização da cultura para poder aplicar uma gestão adequada e maximizar a sua produtividade. O presente trabalho tem como objetivo avaliar o potencial produtivo do Pinheiro manso sob a ótica da multifuncionalidade na Terra Quente Transmontana. Nesta perspetiva avaliouse a produção em volume, biomassa e carbono, bem como a produção de pinha e pinhão e outros produtos complementares da exploração como os cogumelos. O trabalho foi realizado numa área de Pinheiro manso com 40 hectares e cerca de 25 anos de idade. Foram instaladas 5 parcelas de ensaio permanentes de monitorização com 2.500 m², sendo 2 parcelas em condições sem desbaste e 3 parcelas em condições com desbaste. Realizouse um inventário florestal com 20 parcelas de amostragem de 500 m² para auxiliar na caracterização da produção do povoamento. Foi efetuada a caracterização dendrométrica do povoamento e procedeu-se à quantificação dos demais produtos (volume de madeira, biomassa, armazenamento de C, pinhas, pinhões e cogumelos). Relativamente à produção de pinha, fez-se a quantificação do número de pinhas presentes em cada árvore amostrada e colheram-se 4 pinhas amostra por árvore para análise em laboratório. As pinhas/pinhões foram avaliadas em peso, características biométricas e sanidade. Em relação aos cogumelos foram instalados 3 transetos de 50 m² por parcela, tendo-se considerado para o efeito 2 parcelas de monitorização sem desbaste e 1 parcela de monitorização com desbaste, e quantificado o número e peso verde por espécie. Os resultados apontam para uma produção média em volume do povoamento não desbastado de 50,66 m³ ha-1 e 24,28 m³ ha-1 com desbaste. Para biomassa total média obteve-se na condição sem desbaste 61 239,90 kg ha-1 e 31 229,19 kg ha-1 na condição com desbaste. Relativamente ao armazenamento de C total foram obtidos valores médios de 30,62 t C ha-1 na condição sem desbaste e 15,61 t C ha-1 para condição com desbaste. Nas parcelas de monitorização obteve-se um peso verde médio de pinha de 277,71 g e 2,53% de ataque de insetos para a safra 2018/2019 e 219,17 g de peso verde e 2,45% de ataque de insetos para a safra 2019/2020, para as parcelas de inventário florestal obteve-se 237,32 g na safra de 2019/2020. Nas parcelas de monitorização obteve-se um rendimento em miolo de 2,21% para a safra de 2018/2019 e 2,07% para a safra de 2019/2020. Por sua vez, nas parcelas de inventário florestal obteve-se um rendimento em miolo de 2,09% para a safra de 2019/2020. Nas parcelas de monitorização, na safra de 2018/2019, foram necessárias, em média, cerca de 3,6 pinhas para se obter 1 kg de pinha tendo aumentado para 4,8 pinhas por quilo na safra de 2019/2020. Com base na informação das parcelas de inventário florestal foram necessárias cerca de 3,57 pinhas para obter 1 kg de pinha na safra de 2019/2020. Relativamente aos cogumelos foram observadas nas parcelas de monitorização sem desbaste cinco espécies comestíveis: Lactarius Deliciosus, Russula cyanoxantha, Cantharellus lutescens, Tricholoma sp. e Suillus granulatus. Na área desbastada foram observadas 3 espécies comestíveis: Lactarius Deliciosus, Russula cyanoxantha e Cantharellus lutescens. Por se tratar de um povoamento jovem inicialmente instalado com o objetivo de produção de madeira e convertido após 20 anos para produção de pinha, com redução significativa de densidades por ação de desbaste, a sua produção não se encontra ainda maximizada devido ao curto espaço temporal de reabertura à luz para induzir a sua formação. O potencial de produção, avaliado com base nos modelos retirados da bibliografia de referência, demonstra um elevado potencial para esta cultura na região de Mirandela.The areas wooded with stone pine (Pinus pinea L.) have increased in recent years due to the yield of the pine nut. So, it is necessary to carry out studies to characterize the crop to apply adequate management and maximize its productivity. This work aims to evaluate the productive potential of stone pine from the perspective of multifunctional forestry in Terra Quente Transmontana. In this context, the production in volume, biomass, and =carbon was evaluated, as well as the production of pine cones and pine nuts and other complementary products of the farm such as mushrooms. The work was carried out in an area of 40 hectares of stone pine with about 25 years old. 5 permanent monitoring plots with 2,500 m² each were installed, 2 plots in conditions without thinning, and 3 plots in conditions with thinning. A forest inventory was carried out with 20 sampling plots of 500 m² each to assist in the characterization of the stone pines production. The dendrometric characterization of the stand was carried out and the other products were quantified (volume of wood, biomass, C storage, pine cones, pine nuts, and mushrooms). Regarding the production of pine cones, the number of cones present in each sampled tree was quantified and 4 cones per tree were sampled for laboratory analysis. Pine cones/ nuts were evaluated by weight, biometric characteristics, and health. Regarding the mushrooms, were considered 3 plots 2,500 m2 in which 2 of them are in a condition without thinning and 1 with thinning. For each plot 3 transects of 50 m² were installed. The number of mushrooms and green weight per species where quantified. The results show a stone pine production in volume of 50.66 m³ha-1 in the no-thinning situation and 24.28 m³ ha-1 in thinning stand. For the total biomass, it was obtained on average 61,239.90 kg ha-1 and 31,229.19 kg ha-1, respectively, in the condition without and with thinning. Regarding total C storage, mean values 30.62 t C ha-1 and 15.61 t C ha-1were obtained, respectively, in the condition without and with thinning. In the monitoring areas, an average green weight per cone of 277.71 g and 2.53% of insect attack and 219,17 g and 2.45% of insect attack was obtained for the 2018/2019 and 2019/2020 harvest, respectively. For the forest inventory plots that cover the entire stand, 237.32 g was obtained in the 2019/2020 harvest. In the monitoring plots, a yield of 2.21% in the white kernel or pine nut was obtained for the 2018/2019 harvest and 2.07% for the 2019/2020 harvest. In turn, the forest inventory plots yielded a kernel yield of 2,09% for the 2019/2020 harvest. In the monitoring plots, in the 2018/2019 harvest, it was necessary, on average, about 3.6 cones to obtain 1 kg of cones having increased to 4.8 cones per kilo in the 2019/2020 harvest. Based on information from the forest inventory plots, approximately 3.57 cones were needed to obtain 1 kg of cones in the 2019/2020 harvest. Regarding mushrooms, five edible species were observed in the monitoring plots without thinning: Lactarius Deliciosus, Russula cyanoxantha, Cantharellus lutescens, Tricholoma sp. and Suillus granulatus. In the thinned area, 3 edible species were observed: Lactarius Deliciosus, Russula cyanoxantha and Cantharellus lutescens. As it is a young stand initially installed for wood production and converted after 20 years to pine production, with a significant reduction in densities due to thinning, its production is not yet maximized due to the short period of reopens to light to induce its formation. The production potential based on the models taken from the reference bibliography shows a high potential for this culture in the Mirandela region.Dissertação elaborada no âmbito do projeto PDR2020-101-031671 - GO_FTA “Florestação de Terras Agrícolas com + valor”, financiado pelo FEADER e pelo Estado Português, no âmbito da Ação 1.1 “Grupos Operacionais” integrado na Medida 1. «Inovação» do PDR2020- Programa de Desenvolvimento Rural do Continente

    Caracterização da produtividade do pinhão da espécie pinheiro manso (Pinus pinea L.) na região de Mirandela.

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    As áreas arborizadas com pinheiro manso (Pinus pinea L.) tem aumentado nos últimos anos devido ao rendimento do pinhão sendo necessário realizar estudos de caracterização da cultura para poder aplicar uma gestão adequada e maximizar a sua produtividade. Neste trabalho pretende-se cacterizar a produção de pinhão desta nova cultura na região de Mirandela. O trabalho foi realizado numa área de pinheiro manso com 40 hectares e cerca de 20 anos de idade. Foram colhidas aleatoriamente 37 pinhas pertencentes a 18 árvores. As pinhas foram avaliadas em termos de peso, dimensão e sanidade. Após a secagem das pinhas em estufa a 40°C, efetuou-se a contagem do número de pinhões por pinha. De cada pinha foi retirada uma amostra de 12 pinhões de forma aleatória para avaliar a sua sanidade e peso com e sem casca. Os resultados apontam para um número médio de 79 pinhões por pinha com 48% de viabilidade e uma taxa de ataque atribuída ao Leptoglossus occidentalis de cerca de 3%. Avaliou-se também o peso de 100 pinhões com casca e sem casca tendo-se obtido um aproveitamento em polpa de 27%. Em média são necessário 173 pinhões para obter 100g de pinhões sem casca e 620 pinhões para obter 100g de pinhão descascado. Assim, serão necessárias aproximadamente 16 pinhas para se obter 100g de pinhão descascado. Na região 1 kg de pinha corresponde a cerca de 3,6 pinhas o que está dentro dos valores referidos como padrão para a região Sul. Esta primeira análise de produtividade na região é bastante promissora para a expansão da cultura desta espécie na Terra Quente Transmontana.Financiado pelo FEADER e pelo Estado Português, no âmbito da Ação 1.1 “Grupos Operacionais” integrado na Medida 1. Inovação do PDR 2020.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Variabilidade genética do crescimento inicial de Araucaria angustifolia Bertol.: subsídio para formação de pomares de sementes

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    The species Araucaria angustifolia Bertol. is native from Brazil, and it is now an endangered species due to the anthropic actions for several years. The objective of this study was to evaluate the genetic variability of Araucaria angustifolia based on initial growth qualitative and quantitative variables in a provenance and progeny test. Based on this performance, the genotypes with higher presence of superior characteristics were selected, to subsidize the formation of seed orchards. The matrices from Guarapuava-PR and Palmeira-SC were chosen according to their biometric and morphometric characteristics. Each matrix received a control code card. The matrices trees were assessed according to dendrometric and sanitary characteristics, and the harvested pine cones were evaluated for their weight, volume, and sanity. A total of 14 matrices from Palmeira-SC and 10 matrices from Guarapuava-PR were selected. The pinecones from each selected matrix were evaluated by quantitative characters. The seeds of these pineconeswere separated according to matrix tree, and they were used in the experiment to evaluatethe emergency and initial growth among genotypes.All the statistical analyses were conducted in a computational application about genetics –GENES® and on the software R Studio. It was verified that there is genetic variability among the provenances and progenies for most of the quantitative characters studied for A. angustifolia, and thus, there is also the possibility of obtaining gains through selection among and within the provenances. The selection among and within the provenances suggests that it is possible to reach significant genetic gains, especially for weight and diameter of pine cones, weight, and number of seeds per pinecone, and tree growth.A Araucaria angustifolia Bertol. é uma espécie nativa do Brasil que, devido a ação antrópica ao longo de vários anos, a colocou sob ameaça de extinção. O objetivo do trabalho foi avaliar a variabilidade genética de Araucaria angustifolia com base em variáveis qualitativas e quantitativas de crescimento inicial em teste de procedências e progênies, selecionando-se aquelas com maior presença de superioridade como subsídio para a formação de pomares de sementes. Um teste de procedência e progênies foi instalado em casa de vegetação, utilizando-se as árvores matrizes de Guarapuava-PR e Palmeira-SC, de acordo com suas características biométricas e morfométricas. Cada matriz recebeu código de controle. As árvores matrizes foram avaliadas de acordo com as características dendrométricas e sanitárias, bem como as pinhas colhidas, quanto ao peso, volume e sanidade. Foram selecionadas 14 matrizes de Palmeira-SC e 10 matrizes de Guarapuava-PR. As pinhas de cada matriz selecionada foram avaliadas utilizando variáveis quantitativas. As sementes dessas pinhas, de acordo com a árvore matricial, foram separadas e utilizadas no experimento para avaliar a emergência das sementes e o crescimento inicial entre os genótipos. Todas as análises estatísticas foram realizadas pelos softwares GENES® e R Studio. Verificou-se que existe variabilidade genética entre as procedências e progênies para a maioria dos caracteres quantitativos estudados para a espécie e, portanto, a possibilidade de obter ganhos através da seleção entre e dentro das procedências. A seleção entre e dentro das procedências sugere a possibilidade de alcançar ganhos genéticos significativos, especialmente para caracteres de peso e diâmetro de pinhas, peso e número de sementes por pinha e crescimento das árvores

    Avaliação do potencial de produção de plantações de Castanea sativa Mill. instaladas ao abrigo do regulamento (CEE) 2080/92 na região de Bragança

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    O castanheiro é uma essência produtora de madeira para os mais diversos fins. Porém, a sua madeira só poderá ser considerada de qualidade quando o processo produtivo seja devidamente acompanhado com técnicas adequadas, desde a sua instalação até ao final do período de produção, que poderá ser mais ou menos longo, dependendo do objectivo. Ao abrigo do Regulamento (CEE) nº 2080/92 do Conselho, de 30 de Junho de 1992, que instituiu um regime comunitário de ajudas às medidas florestais na agricultura, foram instaladas diversas plantações de castanheiro para madeira de qualidade. Neste trabalho recorre-se aos dados que resultaram da monitorização ao longo do tempo de parcelas permanentes representativas das plantações existentes em terrenos abandonados de agricultura. Com base nesses dados faz-se uma análise da produtividade atual das plantações e compara-se com a estimativa do seu potencial dado por modelos e tabelas de produção para a espécie.Financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e pelo Estado Português no âmbito da Ação 1.1 "Grupos Operacionais", integrado na Medida I "Inovação" do PDR2020 - Programa de Desenvolvimento Rural do Continenteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Avaliação do potencial de produção de plantações de Castanea sativa Mill. instaladas ao abrigo do regulamento (CEE) 2080/92 na região de Bragança

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    Ao abrigo do Regulamento (CEE) nº 2080/92 do Conselho, de 30 de Junho de 1992, que institui um regime comunitário de ajudas às medidas florestais na agricultura, foram instaladas diversas plantações de castanheiro para madeira de qualidade. É de realçar que o castanheiro foi a folhosa mais utilizada nas arborizações em Trás-os- Montes. Atualmente a espécie encontra-se em franca expansão, sobretudo em sistema agroflorestal. Considerando a notória adaptabilidade da espécie às condições edafoclimáticas do nordeste de Portugal, importa, pois, avaliar o estado destas plantações e o seu potencial de produção agora com idades entre os 20-25 anos. Para tal recorre-se aos dados que resultaram da monitorização ao longo do tempo de parcelas permanentes representativas do estado das plantações existentes. Embora algumas plantações estejam localizadas em boas classes de qualidade com potencial de produção elevado, constata-se que o diâmetro médio fica abaixo do esperado devido à falta de silvicultura adequada, nomeadamente a aplicação de desbastes para regulação da competição no entorno das melhores árvores e cortes de formação e desramas para fomentar a qualidade individual dos fustes das árvores de futuro. Neste trabalho faz-se uma análise da produtividade atual das plantações e compara-se com a estimativa do seu potencial dado por modelos e tabelas de produção para a espécie. Avalia-se a implicação da gestão efetuada no potencial de produção para madeira de qualidade nesta região.Financiado pelo FEADER e pelo Estado Português, no âmbito da Ação 1.1 “Grupos Operacionais” integrado na Medida 1. Inovação do PDR 2020info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Pinheiro manso (Pinus pinea L.): uma espécie com potencial para a Terra Quente Transmontana

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    O pinheiro manso (Pinus pinea L.) tem vindo a assumir cada vez mais importância em Portugal constituindo a base de uma fileira produtiva com elevado valor acrescentado. As áreas arborizadas com esta espécie sofreram um aumento de 12 % entre os Inventários IFN5 e IFN6, potenciado pelo elevado valor de mercado do pinhão. Embora a distribuição da espécie se concentre maioritariamente no Sul ela apresenta também potencial para outras zonas, nomeadamente a Terra Quente Transmontana (TQT), sendo recomendada pela Carta Ecológica para esta região. Os mais de 150 ha arborizados com pinheiro manso na TQT que resultaram, em parte, dos vários Quadros Comunitários de Apoio, justificam a necessidade de implementar estudos de caracterização da cultura para poder aplicar uma gestão adequada e maximizar a sua produtividade em sistema multifuncional. Os povoamentos existentes na região são relativamente jovens e, foram instalados com elevada densidade para lenho/fruto estando a ser reconvertidos para a produção de pinha através da aplicação de desbastes após 20 anos. O objetivo deste trabalho consiste em avaliar o potencial da espécie em sistema multifuncional na TQT e aumentar o acesso à informação para a divulgação da cultura na região. Para tal avaliou-se a produção em volume, biomassa e carbono, bem como a produção de pinha e pinhão e outros produtos complementares da exploração como os cogumelos. A pesquisa foi realizada numa área de 40ha de pinheiro manso (41°31’27.30” N, 7°15’58.39”W), com cerca de 25 anos, no âmbito do projeto PDR2020 GO_FTA+siv. Neste trabalho foram consideradas 5 parcelas permanentes de monitorização de 2500m² cada, instaladas no inverno 2018/19 e dados de Inventário Florestal realizado no repouso vegetativo 2019/20. Foi aplicada uma amostragem aleatória na totalidade do povoamento tendo sido selecionadas 20 parcelas de 500m². Efetuou-se a caracterização dendrométrica do povoamento e procedeu-se à quantificação dos demais produtos (volume de madeira, biomassa, armazenamento de C, pinhas, pinhões e cogumelos). A produção de pinha foi quantificada com base na contagem do número de pinhas/árv. dentro da parcela tendo sido recolhidas 4 pinhas/árv. para análise laboratorial. As pinhas/pinhões foram avaliadas em peso, características biométricas e sanidade. Os cogumelos foram avaliados periodicamente em 3 transetos de 50m2 por parcela de monitorização (2 não desbastadas e 3 desbastadas). Foi quantificado o número e peso verde de cada espécie. Os resultados mostraram que a produção média em volume de madeira dos povoamentos foi de 50,66 m³ha-1, sem desbaste, e 24,28 m³ha-1, com desbaste. O armazenamento total de carbono nas árvores foi em média 30,62 t Cha-1, sem desbaste, e 15,61 t Cha-1, com desbaste. O peso médio verde das pinhas na safra 2018/19 foi de 277,71g, e a taxa de perfuração por inseto de 2,53%; na safra de 2019/20, foi de 237,32g, e 2,45%, respetivamente. Em média foram necessárias 3,6 pinhas para obter 1 kg de pinha. O rendimento em miolo de pinhão foi de 2,21%, na safra 2018/19, e 2,09% na safra 2019/20. Foram observadas cinco espécies de cogumelos comestíveis: Lactarius deliciosus, Russula cyanoxantha, Cantharellus lutescens, Tricholoma sp. e Suillus granulatus. Os resultados demonstram que a produção de pinha, nesta fase, ainda não se encontra maximizada devido ao desbaste recente (> 600 árv.ha-1 para 169 árv.ha-1, em média). Contudo, o potencial de produção da cultura mostra-se muito promissor principalmente quando se considera uma gestão multifuncional.Projeto PDR2020-101-031671 - GO_FTA “Florestação de Terras Agrícolas com + valor”, financiado pelo FEADER e pelo Estado Português, no âmbito da Ação 1.1 “Grupos Operacionais” integrado na Medida 1. «Inovação» do PDR2020- Programa de Desenvolvimento Rural.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Análise do potencial de valorização de plantações de pinheiro manso na Terra Quente Transmontana

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    As florestas desempenham um papel fundamental no fornecimento de serviços à sociedade, proporcionando benefícios nos três pilares da sustentabilidade: ambiental, social e económico; aliando a geração de renda e emprego, bem-estar dos indivíduos e preservação dos recursos naturais. A floresta portuguesa tem um impacto significativo nas contas nacionais. Contudo, apresenta características particulares que podem ser um entrave à sustentabilidade económica e social das zonas rurais. São exemplo disso a pequena dimensão da propriedade rural, sobretudo no Norte e Centro do país, associada a dificuldade no ordenamento fundiário, a baixa rentabilidade, pouca atratividade do investimento e o longo prazo para retorno económico ao produtor florestal. Em muitos casos, esses problemas podem ser superados com a implementação de novas estratégias de gestão nessas propriedades, aplicando uma silvicultura multifuncional onde a produção de longo-prazo se suplementa com produções complementares de curto-prazo, permitindo que a atividade principal da propriedade rural seja complementada com a produção de outros bens e serviços, melhorando a sua rentabilidade e atratividade do investimento. Nesta perspetiva, no âmbito do projeto PDR2020 GO FTA+Siv, desenvolveu-se o presente trabalho que tem por objetivo analisar a viabilidade económica de um povoamento de 40 ha de pinheiro-manso (Pinus pinea L.), com cerca de 25 anos de idade, instalado para produção de lenho/fruto e mais tarde reconvertido para produção de pinha no território entre Suçães e Lilela (limite dos Concelhos Mirandela/Valpaços), em plena Terra Quente Transmontana, com base na gestão multifuncional da floresta. Para avaliar a sua viabilidade económica, foram calculados os seguintes indicadores económicos dentro do horizonte de planeamento de 50 anos: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e Período de Retorno (PR). Essa análise foi feita com base em três modelos silviculturais: (a) atividade de colheita de pinhas fundamentado na produção real de pinhas (medições de campo); (b) atividade de colheita de pinhas fundamentado na produção esperada de pinhas – estimada com base no modelo de produção proposto pela UNAC; e (c) atividade de colheita de pinhas fundamentado na produção real de pinhas (como o modelo “a”) complementada com a produção de mel e recolha de cogumelos silvestres. Além disso, foi realizada uma análise de sensibilidade com simulações onde se fez variar os preços de mercado (venda) da pinha e da madeira do pinheiro-manso, bem como os custos da mão-de-obra não familiar. Os resultados mostraram que os 3 modelos silviculturais apresentaram viabilidade económica. O cenário que apresentou maior atratividade económica foi o que incluiu, para além da atividade de colheita da pinha, a produção de mel e apanha de cogumelos silvestres (c). A produção e colheita de produtos complementares da floresta – o mel e os cogumelos silvestres – juntamente com a atividade principal do povoamento – a apanha de pinha – revelaram-se uma via economicamente atrativa para um investimento de exploração de pinheiro-manso. Nesse caso, mesmo com a produção de pinha muito abaixo do esperado, as colheitas de mel e cogumelos mostraram ser alternativas de renda muito viáveis para o produtor. A análise de sensibilidade mostrou que o preço no mercado das pinhas e o custo com mão-de-obra para apanha das pinhas foram os fatores que mais influenciaram a viabilidade e interesse económico nas simulações.Projeto PDR2020-101-031671- GO_FTA “Florestação de Terras Agrícolas com + valor”, financiado pelo FEADER e pelo Estado Português - “Grupos Operacionais” integrado na Medida 1. «Inovação» do PDR2020- Programa de Desenvolvimento Rural do Continente.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Morfologia e composição nutricional do pinhão na Terra Quente Transmontana: comparação com outras origens

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    O pinhão mediterrâneo, semente do pinheiro manso (Pinus pinea L.), é um dos frutos de casca rija mais valorizados no mundo. Em Portugal as áreas arborizadas com esta espécie sofreram um aumento de 12 % entre os Inventários IFN5 e IFN6, potenciado pelo elevado valor de mercado do pinhão. Apesar da produção de pinhão se concentrar maioritariamente a Sul do Tejo ela estende-se a todo o país. Embora seja uma espécie adaptada a climas mediterrânicos, recomendada pela carta ecológica de Pina Manique e Albuquerque para a Terra Quente Transmontana (TQT), somente nas últimas décadas se instalaram na região povoamentos com alguma escala que resultaram, em parte, dos vários Quadros Comunitários de Apoio. Atualmente, a área ocupada por esta espécie na TQT é superior a 150 ha. Os povoamentos foram instalados bastante densos com o objetivo lenho/pinhão, sem recurso a enxertia. Muitos destes povoamentos estão a ser reconvertidos para a produção de pinha após 20 anos, encontrando-se na fase de arranque da produção. Por este facto, é fundamental avaliar a qualidade do pinhão produzido na região uma vez que os estudos existentes nesta matéria não englobam esta origem. O objetivo deste trabalho consiste em avaliar as características morfométricas do pinhão branco produzido na safra 2019/20 na TQT e a sua caracterização química e compará-lo com outras origens. As pinhas foram colhidas numa área de 40 ha de pinheiro manso com cerca de 25 anos, localizado no território entre Suçães e Lilela (limite dos Concelhos Mirandela/Valpaços), no inverno 2019/20, no âmbito do projeto PDR2020 GO_FTA+siv. Foi aplicada uma amostragem aleatória na totalidade do povoamento tendo sido selecionadas 20 parcelas de 500m² e recolhidas 4 pinhas/árvore para análise laboratorial. As pinhas foram secas em estufa a 40ºC para retirar os pinhões. Em média foram necessárias cerca de 3,6 pinhas para obter 1 kg de pinha. O rendimento em miolo de pinhão foi de 2,1%. Os pinhões foram quebrados manualmente, pinha a pinha, para obtenção do miolo. Dos pinhões obtidos retiraram-se 3 amostras compósitas aleatórias para análise físicoquímica. Ao avaliar os parâmetros de cor pelo Sistema CIELab obtiveram-se valores médios de luminosidade (L*) iguais a 72,4±2,9; do parâmetro a* de 2,3±0,3; e do parâmetro b* de 20,9±0,4, mostrando a predominância da cor amarela. Relativamente ao croma ou intensidade de cor (C*) e à tonalidade (h), os valores médios obtidos foram de 21,0±0,4 e 83,8±0,8, respetivamente. A análise centesimal dos pinhões mostrou a seguinte composição: água 4,1±0,4%, cinzas 5,05±0,03% e gordura 51,1±0,2%, tendo sido estimado um valor de proteína + hidratos de carbono de aproximadamente 39,8%, correspondendo a um valor energético de 619 kcal/100 g. Os ácidos oleico (C18:1n9c) e linoleico (C18:2n6c) foram os ácidos gordos insaturados maioritários (35,6±0,2 e 50,6±0,3%, respetivamente), representando mais de 85% dos ácidos gordos totais. De entre os ácidos gordos saturados, destacou-se o ácido palmítico (C16:0) (6,5±0,2%). De entre os minerais, o potássio e o magnésio foram os maioritários (1110±32 e 514±23 mg/100 g parte edível). O manganês, ferro, cálcio, zinco e cobre também foram detetados em quantidades significativas. Estes resultados são semelhantes a valores publicados para sementes do Pinus pinea colhidas em outras zonas de Portugal e no estrangeiro.Projeto PDR2020-101-031671 - GO_FTA “Florestação de Terras Agrícolas com + valor”, financiado pelo FEADER e pelo Estado Português, no âmbito da Ação 1.1 “Grupos Operacionais” integrado na Medida 1. «Inovação» do PDR2020- Programa de Desenvolvimento Rural.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
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