18 research outputs found

    Do "polites" ao "kosmopolites"

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    En este artículo, el autor se propone abordar los cambios políticos, económicos y sociales que han caracterizado la sustitución del mundo de la polis por la realidad más amplia de los reinos helenísticos. Al dejar, paulatinamente, de tomar parte en los objetivos comunes de la polis, se van produciendo unos cambios, los intereses privados son mantenidos en un segundo plano, la sociedad evoluciona hacia un nuevo estado donde la felicidad individual se vuelve más importante que la comunidad como un todo, en la misma medida en que esa comunidad ya no es capaz de implicar a cada ciudadano en la administración directa de la polis, llevando los objetivos comunes de la polis a la esfera privada de sus intereses personales. El “polites” era así sustituido por el “kosmopolites”, de la misma forma que la polis se veía suplantada por la nueva realidad “globalizada” de la “oikoumene”.In this paper, the author makes an approach to the political, economic and social changes that characterized the substitution of the world of the polis by the wider reality of the Hellenistic kingdoms. By progressively leaving aside the inner demand of commitment with the common interests of the polis, where private concerns were to be kept at a secondary level of importance, society evolved to a new stage where individual happiness became more central than the community as a whole, because this same community was no longer able to involve their individual citizens in the direct administration of the polis, thus liberating them for the private sphere of their personal interests. The “polites” was being replaced by the “kosmopolites”, just as the polis was in the process of being supplanted by the new “globalizing” reality of the “oikoumene”.peerReviewe

    Instituto de Estudos Clássicos: um passado com futuro

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    No prefácio da sua obra, Heródoto, a quem Cícero haveria de chamar pater historiae, usa precisamente a palavra historia para caracterizar o relato que se preparava para iniciar. O termo – que tanta fortuna iria conhecer no futuro – designava naquele contexto a “exposição das informações” resultantes de um processo de indagação dos acontecimentos, onde a observação direta dos eventos narrados detinha ainda um papel importante. Às razões que lhe justificavam a preocupação em registar feitos pretéritos vêm referidas logo a seguir: zelar pela preservação de acontecimentos passados; tributar a devida homenagem a quem se distinguiu pelas suas empresas; conhecer a causa dos acontecimentos referidos. E tudo isto permeado pela afirmação discreta da imparcialidade no juízo. Numa altura em que o Instituto de Estudos Clássicos celebra os sessenta anos de existência, as palavras de Heródoto voltam a soar com toda a limpidez e sentido de oportunidade, pela forma como recordam o dever que cada geração tem de garantir a preservação da memória dos acontecimentos que mais a marcaram. No caso concreto do Instituto de Estudos Clássicos, essa memória próxima abarca já três gerações, mas continuamos a ter a fortuna de poder testar quase todas as informações junto dos verdadeiros histores, na aceção de testemunhas diretas dos acontecimentos narrados. E mesmo que a imparcialidade não seja total (pois todo registo implica uma triagem da informação, com alguma dose de subjetividade), continua a levar-se vantagem sobre a frigída indiferença do mármore partido. Foi desta consciência que decorreu a ideia de elaborar o presente livro, o qual gostaríamos que constituísse uma evocação das pessoas e dos eventos que ajudaram a dar ânimo a um sector específico da vida universitária, mas também que foram construindo, com dedicação e empenho, a escola dos Estudos Clássicos em Coimbra

    Náufragos em busca de porto seguro: os episódios de Licas e de Crotona no Satyricon de Petrónio

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    Desejosos de escaparem ao ambiente opressivo da Graeca urbs, que domina a parte inicial do Satyricon de Petrónio, os jovens Encólpio e Gíton decidem aceitar o convite de Eumolpo para embarcar num navio que se preparava para zarpar, sendo apenas a bordo que compreenderam que a navio pertencia a Licas, pessoa de quem andavam precisamente a fugir. Desta forma, o microcosmos de laços e relações que se organiza à volta desta personagem e do seu poder em alto mar faz com que o barco de Licas funcione como um universo autocrático, com regras e lógicas próprias, as quais se verão revertidas pela experiência do naufrágio, que causará a morte ao poderoso Licas e abrirá — ao velho poeta Eumolpo e em especial aos jovens aventureiros que o acompanham — uma via nova de salvação, ao abrigo da existência fictícia que recriarão na cidade de Crotona. Com este estudo, pretende-se analisar a forma como a experiência de quase-morte do naufrágio vai inspirar uma reconfiguração da natureza dos anti-heróis, que é também uma oportunidade de redenção e de reinvenção pessoais, mas que acabará por precipitar nova catástrofe e talvez de novo a busca de uma saída salvadora

    Com Medeia solitária no banco dos réus

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    Este estudo aborda a situação jurídica de Medeia à luz do direito ático, tomando por referência a caracterização desta personagem na tragédia homónima de Eurípides. A sua situação jurídica, o conflito com Creonte e Jasão e a forma como envolve os filhos numa vingança com fortes motivações pessoais são analisados em paralelo com a versão do mesmo tema por Séneca. Por último, faz-se uma breve evocação da situação de isolamento pessoal da jovem Esmeralda na parte final da obra Notre-Dame de Paris de Victor Hugo, na qual se poderá detetar uma possível influência dacaracterização de Medeia

    A globalização no mundo antigo: do polites ao kosmopolites

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    Em A globalização no mundo antigo, o autor analisa o fundo político, económico e social que marcoua passagem da cidade-estado grega (polis)para a realidade mais ampla dos reinos helenísticos. Do empenho numcompromisso coletivo (ta politika),que remetia para segundo plano os anseios pessoais (ta idia), passou-se a privilegiar a busca da felicidade individual— não tanto porque a grandeza de pessoas singulares não se conseguisse acomodarnas calhas estreitas das obrigações sociais, mas antes porque a fraqueza dasociedade deixara de motivar o indivíduo particular (idiotes), libertando-o para o anonimato de um circuito demobilidade mais vasto. Do polites seevoluía assim para o kosmopolites, doâmbito local da cidade-estado para o mundo globalizado da oikoumene.<br /
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