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    Abordagem transfronteiriça do lixo marinho : a exportação de resíduos flutuantes ao longo de um gradiente estuarino e seus impactos socioeconômicos

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    Orientador : Prof. Dr. Alexander TurraTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Terra, Programa de Pós-Graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos. Defesa: Pontal do Paraná, 31/03/2017Inclui referências: fls. 160-177Resumo: O presente estudo adotou uma abordagem multidisciplinar para investigar o lixo marinho ao longo do Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP) e adjacências. Este trabalho está fundamentado em três capítulos baseados em abordagens complementares: investigar a dispersão e a trajetória do lixo marinho usando modelos hidrodinâmicos associados a coletas de campo (Capítulo 1); analisar a influência de eventos oceanográficos e meteorológicos [altas vazões de rios (AV), Sistemas Frontais (SF) e condições meteorológicas regulares (CMR)] sobre a quantidade e a qualidade do lixo marinho (Capítulo 2); e compreender a percepção e a reação dos usuários de praia à presença de lixo marinho (atual e futura) para estimar seus efeitos econômicos (Capítulo 3). No gradiente do CEP, três setores foram estabelecidos para realizar as análises espaciais: Interno (dominado por marés); Mediano (dominado por ondas com influência de desembocadura) e Externo (dominado por ondas). Os resultados das rodadas de modelagem indicaram um tempo de residência menor do que 5 dias do lixo marinho flutuante no interior do CEP, antes de ser exportado pela desembocadura. Uma vez no oceano aberto, o lixo marinho apresenta uma deriva inicial no sentido Sul, seguida por uma dispersão no sentido Norte. Ao longo dessa trajetória o lixo marinho pode ser espraiado, dependendo da ocorrência de condições oceanográficas ou meteorológicas específicas. Esses resultados indicam que o lixo marinho é um problema transfronteiriço no CEP. Demonstrou-se que a influência dessas condições é importante para a distribuição do lixo marinho, tanto espacial quanto temporalmente. Altas vazões (AV) foram determinantes para o aumento da abundância geral de itens, riqueza de tipos e para a quantidade da maioria das fontes estudadas. Os menores valores de abundância variaram se comparados os setores interno (CMR) e externo (SF). De maneira geral, a influência de cada condição sobre o lixo marinho do setor dominado por marés pode ser observada, entretanto, as influências no ambiente dominado por ondas são mais complexas. Considerando que as condições de AV são mais frequentes durante o verão, maiores quantidades de lixo marinho são esperadas no mesmo momento em que ocorre o aumento no número de usuários de praia. A percepção e a reação de proprietários de segunda residência (Veranista) e de Turistas não-recorrentes (Turista) em duas praias (Pontal do Sul, praia de desembocadura estuarina; Ipanema, praia oceânica) indicaram que estes grupos se diferenciam pelos gastos diários (Turista>Veranista), frequência de viagens (Veranista>Turista) e tempo de permanência (Veranista>Turista). A praia oceânica (Ipanema) foi pior avaliada considerando a qualidade geral da praia e a principal origem do lixo nas praias foi atribuída aos "usuários de praia" (>75%). Na praia de desembocadura (Pontal do Sul), os usuários citaram a origem "marinha" quatro vezes mais frequentemente (>35%). Mais de 85% dos usuários afirmaram não ir mais àquela praia, caso mais de 15 itens/m2 fossem observados. As praias alternativas seriam fora do Estado (>50%) ou fora do município de Pontal do Paraná (>80%), gerando efeitos econômicos negativos. Foi estimada uma redução potencial de aproximadamente 39% da receita do turismo, levando a uma perda anual de até US8,5milho~esparaomunicıˊpioeUS8,5 milhões para o município e US5,7 milhões para o estado. Concluiu-se que o lixo marinho é uma preocupação transfronteiriça para o CEP, especialmente pela exportação de resíduos flutuantes e perdas potenciais de receita, sendo extremamente influenciado por eventos meteorológicos e oceanográficos. Recomenda-se a aplicação de métodos de gestão, baseados em conhecimentos derivados de abordagens transfronteiriças, especialmente em zonas de transição terra-água, como é o caso do CEP. Palavras-chave: lixo marinho, transfronteiriça, modelagem hidrodinâmica, condições oceanográficas, condições meteorológicas, efeitos econômicos, estuárioAbstract: This study adopted a multidisciplinary approach to investigate marine debris along the Paranaguá Estuarine Complex (PEC) and adjacent areas. The rationale of this study was structured in three chapters with complimentary approaches: investigating dispersal and the trajectories of marine debris using hydrodynamical modelling associated to in situ sampling efforts (Chapter I); analyzing the influence of discrete oceanographic and climatic events [High Riverine Discharges (HRD), Frontal Systems (FS) and Regular Weather Conditions (RWC)] on marine debris quantity and quality (Chapter II); and comprehending the perception and reactions of beach users to actual and eventual marine debris abundance, respectively, thus estimating its potential negative economic effects (Chapter III). In the Paranaguá Estuarine Complex gradient, three sectors [Internal (I, tide-dominated), Median (M, wave-dominated/outlet) and external (E; wave-dominated)] were considered for analysis of spatial variances. Results of modeling indicate a residence time shorter than 5 days for floating marine debris before being exported through the estuary mouth. In the open-ocean, floating debris tend to drift firstly southward, followed by a northerly dispersion. Along this trajectory marine debris can be stranded due to meteorological and oceanographical conditions. These findings reveal that floating marine debris is a transboundary concern for the PEC. The influence of these conditions was demonstrated to play an important role in marine debris spatial and temporal distribution. Higher Riverine Discharges (HRD) were determinant in increasing overall abundance, richness of types and quantities of most of the sources. The lowest records for overall abundance varied among internal (RWC) and external (FS) sectors. By identifying the influences of each factor in the internal sector, it was possible to postulate the process of influence of each condition over the tide-dominated sector. However, influences in the external sector might be more complex. Considering that the HRD conditions are more frequent during summer periods, greatest amounts of debris may be seen during periods with more beach users. The perceptions and reactions of second-home owners and users (SHOU) and non-recurrent tourists (T) in two beaches (Pontal do Sul, PS, estuarine-outlet beach; Ipanema, I, open-ocean beach) indicate that these groups were different due to daily expenses (T>SHOU), period of permanence per trip (SHOU>T) and frequency of trips (SHOU>T). The open-ocean beach (I) was worse rated regarding overall beach quality and marine debris generation was mainly attributed to local beach users (>75%). In the estuarine beach (PS), users cited the "marine" source four times more frequently (>35%). More than 85% of beachgoers would avoid a polluted beach with more than 15items/m2 and alternative destinations would be out of the state (>50%) and out of the municipality (>80%), thus generating transboundary negative economic effects. A potential reduction for local tourism income of 39% was estimated, leading to a decrease in tourism revenue of up to US8.5andUS8.5 and US5.7 million per year for the municipality and the state, respectively. In conclusion, the marine debris is a transboundary concern for the PEC due to the exportation of floating debris and the potential losses of income for the municipality and the state. The dispersion is highly influenced by oceanographic and meteorological events. The application of innovative management methods based on the knowledge derived from the transboundary approach is recommended, especially in land-sea transition zones, like PEC. Keywords: marine debris, transboundary, modeling, oceanographical conditions, meteorological conditions, economic effects, estuar

    Gestión territorial de la zona costera de Paraná (Brasil)

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    El objetivo de este capítulo consiste en presentar los principales instrumentos utilizados para el ordenamiento territorial y las instituciones responsables por la gestión de la zona costera del Estado de Paraná, litoral subtropical sur-brasileño. Se abordaron los aspectos más relevantes para la zona costera estudiada, como el proceso de elaboración y ejecución de políticas públicas, el papel de los comités y los órganos colegiados de gestión del territorio, así como la posibilidad de adopción de estrategias alternativas de gestión. Los instrumentos de ordenación analizados fueron obtenidos a través de un levantamiento bibliográfico de legislaciones y normativas que inciden sobre el litoral paranaense. La caracterización de las instituciones gestoras se basó en la revisión de documentos oficiales y fuentes institucionales. El análisis de “fuerzas, debilidades, amenazas y oportunidades” de la gestión se realizó a través de la metodología SWOT. Como resultado, se identificó el mosaico legislativo e institucional que compone la gestión de la costa paranaense, permitiendo la discusión, no sólo sobre su adecuación y eficiencia, sino también sobre la posibilidad de la adopción de la gestión transfronteriza basada en ecosistemas para la región. A partir de los resultados de ese trabajo, fue posible observar y concluir sobre qué instrumentos estatales (Paraná), son más utilizados en la gestión de la región, influenciando el funcionamiento de las instituciones involucradas en cada aspecto de la gestión costera integrada del Paraná. Este análisis permitió proponer adecuaciones para la adopción de mejores prácticas para la gestión de la región, permitiendo además comparaciones futuras con otras zonas costeras en Brasil y América Latina

    ANÁLISE DA PRESENÇA DE MICROPLÁSTICO EM BIVALVES (PERNA PERNA): UM ESTUDO DE CASO EM MATINHOS, LITORAL DO PARANÁ

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    Microplásticos são partículas plásticas com tamanho inferior a 5mm, conhecidos como os detritos plásticos mais abundantes no oceano. Atualmente, microesferas, fragmentos ou microfibras de plástico podem ser encontrados nos mares de todo planeta Terra, oriundos de diferentes fontes e polímeros. A ingestão destas partículas pela fauna marinha tem sido amplamente documentada, resultando na contaminação da cadeia alimentar. Além disso, devido aos riscos associados ao seu consumo pelos seres humanos, este trabalho tem como objetivo analisar e quantificar a presença de microplásticos em bivalves selvagens (Perna perna) presentes e comercializados em Matinhos, litoral do Paraná. Para isso, foi realizada a adaptação da metodologia de Phuong et al. (2018) para identificação da presença e ausência do microplástico, fazendo uso dos reagentes químicos KOH (Hidróxido de Potássio) e KI (Iodeto de Potássio). O processo consiste na amostragem das espécies e submissão destes aos processos de digestão com KOH (10%). As amostras individuais passaram por processos sequenciais de sedimentação (KOH 10% e KI 50%) e, após cada etapa, filtração das frações sobrenadantes em filtro de fibra de vidro GF/F3 (1,2 μm). Os filtros foram analisados com auxílio de estereoscópio e as partículas de microplásticos recuperadas foram contadas, fotografadas e separadas para posterior análise qualitativa. A análise do material filtrado indicou a existência de fragmentos plásticos no formato de fios/fibras, fragmentos, filamentos e esferas, comprovando a existência do material. Os resultados desta pesquisa poderão servir de subsídios para a tomada de decisão e definição de áreas prioritárias para estudos posteriores

    A pressão antrópica nas áreas de captação de água no município de Antonina - Estado do Paraná

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    As áreas urbanas das cidades crescem sobre espaços vegetados e as interações socioambientais são alvos de debates constantes sobre a gestão de recursos e territórios. Neste contexto, os serviços ecossistêmicos, que são bens e serviços providos pela natureza e provêm relações benéficas à população, garantem o bem-estar da população e sua qualidade de vida. Como exemplo, temos o fornecimento de água potável. Contudo, a exploração destes recursos hídricos pode resultar em uma pressão antrópica sobre o meio ambiente. Este estudo tem como objetivo avaliar a pressão antrópica de crescimento urbano sobre o serviço ambiental de provisão da água potável do município de Antonina, no litoral do Paraná. Foram utilizadas imagens de satélite no período de 2000 a 2014 para inferência da cobertura da terra nos entornos dos 5 pontos de captação de água e para diagnóstico do crescimento da macrozona urbana do município. Essas informações foram comparadas com o crescimento populacional e a quantidade de água captada. Pode-se inferir que a captação de água tem volume constante, apesar do crescimento urbano, demonstrando que até o presente momento o serviço ecossistêmico da água em Antonina não sofreu impacto

    Caracterizaçao sócio-ambiental da Ponta do Poço, Pontal do Paraná, PR

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    Orientador: Carlos Roberto SoaresMonografia (Bacharelado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciencias da Terra, Centro de Estudos do Mar, Curso de Graduaçao em OceanografiaResumo: O litoral do Estado do Paraná possui 110 km de linha de costa, recortada por dois estuários importantes, Paranaguá e Guaratuba, contendo uma variedade de ecossistemas costeiros de grande relevância ambiental, social e econômica. Localizada no balneário de Pontal do Sul, Município de Pontal do Paraná, na desembocadura sul da baía de Paranaguá, a Ponta do Poço (201 ha) foi o objeto deste trabalho que visa elaborar uma caracterização sócio-ambiental da área, utilizando a metodologia propostas por IAP (1995). A região considerada é uma área de interesse portuário-industrial devido ao seu calado natural de mais de 20 metros. Observou-se que na Ponta do Poço há um número considerável de espécies ameaçadas de extinção, predominância de vegetação de restinga, apresentando, de forma geral, características erosivas em sua linha de costa e possui duas populações com características distintas: uma de pescadores e outra de pessoas vinculadas às questões comerciais da área. Através da análise das variáveis climatológica, geológica, biológica, sociológica e das Oceanografias Física e Química, pode-se concluir que a área da Ponta do Poço apresenta características, principalmente, vegetacionais, faunísticas e sociológicas que não corroboram a idéia de desenvolvimento portuário da região, sendo interessante a busca de desenvolvimento alternativos para a área como o eco-turismo e a produção sustentável de ervas aromáticas da floresta da região. Palavras-chave: Litoral do Paraná; caracterização sócio-ambiental; porto; Ponta do Poço

    Caracterizaçao sócio-ambiental da Ponta do Poço, Pontal do Paraná, PR

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    Resumo: O litoral do Estado do Paraná possui 110 km de linha de costa, recortada por dois estuários importantes, Paranaguá e Guaratuba, contendo uma variedade de ecossistemas costeiros de grande relevância ambiental, social e econômica. Localizada no balneário de Pontal do Sul, Município de Pontal do Paraná, na desembocadura sul da baía de Paranaguá, a Ponta do Poço (201 ha) foi o objeto deste trabalho que visa elaborar uma caracterização sócio-ambiental da área, utilizando a metodologia propostas por IAP (1995). A região considerada é uma área de interesse portuário-industrial devido ao seu calado natural de mais de 20 metros. Observou-se que na Ponta do Poço há um número considerável de espécies ameaçadas de extinção, predominância de vegetação de restinga, apresentando, de forma geral, características erosivas em sua linha de costa e possui duas populações com características distintas: uma de pescadores e outra de pessoas vinculadas às questões comerciais da área. Através da análise das variáveis climatológica, geológica, biológica, sociológica e das Oceanografias Física e Química, pode-se concluir que a área da Ponta do Poço apresenta características, principalmente, vegetacionais, faunísticas e sociológicas que não corroboram a idéia de desenvolvimento portuário da região, sendo interessante a busca de desenvolvimento alternativos para a área como o eco-turismo e a produção sustentável de ervas aromáticas da floresta da região. Palavras-chave: Litoral do Paraná; caracterização sócio-ambiental; porto; Ponta do Poço
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