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    Sobre o entusiasmo e a leitura literária

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    Este artigo, de viés ensaístico, propõe uma reflexão sobre as possíveis (e produtivas) relações entre o entusiasmo e o ensino da leitura literária. Considerando alguns dos estudos de Annie Rouxel, Michèle Petit, Rolland Barthes, Marcos Natali, entre outros, defende-se que, se centralizado na ideia de sujeito leitor, que deve compreender não só a figura do educando mas também a do educador, o ensino de literatura criticamente entusiasmado dá espaço ao prazer da leitura e, também, a modos mais democráticos de se viver em conjunto, seja em sala de aula ou fora dela

    COPIAR, COLAR, REPETIR: A POESIA EM DESLOCAMENTO DE MARÍLIA GARCIA E SEUS EFEITOS SOBRE A LEITURA NA ERA DA CULTURA DIGITAL

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    Este texto reflete sobre os procedimentos utilizados pela poeta Marília Garcia em seus livros um teste de resistores e Câmera lenta (publicados em 2014 e 2017, respectivamente) a fim de promover o que podemos chamar de uma poética do deslocamento. A partir de uma série de trechos de poemas de Marília, mostra-se como a poeta se vale de procedimentos como os de copiar, colar (citar) e repetir. Trata-se de procedimentos comuns à cultura digital, mas que na poesia de Marília operam de outro modo, mais devagar e atento. Dessa exposição e discussão, depreende-se que a proposição de outro ritmo, somada à reflexão sobre a linguagem que existe nessa poesia, sugere outros modos de lidar com a rapidez da época em que vivemos, além de incentivar um novo modo de ler dentro da cultura digital, um modo mais pessoal, curioso e ativo.ReferênciasBARTHES, Rolland. Aula inaugural da cadeira de Semiologia Literária do Colégio de França. São Paulo: Editora Cultrix, 2004._______. O rumor da língua. São Paulo: Brasiliense, 1988.CÁTROPA, Andréa. Para onde nos levam as hélices do poema? Estudo de literatura brasileira contemporânea, n. 55, 2018.FRIAS, Joana Matos; SILVA, Sofia de Sousa. Apresentação. Revista eLyra, n. 7, 2016.GARCIA, Marília. Câmera lenta. São Paulo: Companhia das Letras, 2017._______. um teste de resistores. Rio de Janeiro: 7Letras, 2014.GARRAMUÑO, Florencia. Frutos Estranhos: sobre a inespecificidade na estética contemporânea. Rio de Janeiro: Rocco, 2014. KRAUSS, Rosalind. “Sculpture in the expanded field”. In: October, n. 8, 1979. LOPES, Silvina Rodrigues. A anomalia poética. Belo Horizonte: Chão da feira, 2019.MICHAUX, Henri. A verdadeira poesia faz-se contra a poesia. Cadernos de leituras (Chão da feira), n. 12, 2011.PEREC, Georges. L’infra-ordinaire. Paris: Le Seuil, 2015.RIAUDEL, Michel. “O autor invisível: tradução e criação na obra de Ana Cristina Cesar”. In: Sereia de papel: visões de Ana Cristina Cesar. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2015.ROUXEL, Annie. Práticas de leitura: quais rumos para favorecer à expressão do sujeito leitor? Cadernos de Pesquisa, v. 42, n. 145, 2012.SANTIAGO, Silviano. “Singular e anônimo”. In: Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 452.SÜSSEKIND, Flora. Até segunda ordem não me risque nada: os cadernos, rascunhos e a poesia-em-vozes de Ana Cristina Cesar. Rio de Janeiro: 7Letras, 1995.Recebido em 05-03-2020 | Aceito em 03-06-202

    Under the sign of passion: a reading of Ana Cristina Cesars A teus pés

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    Esta dissertação realiza um percurso interpretativo de A teus pés, único livro de Ana Cristina Cesar publicado por editora, que reúne os três livros lançados por ela de forma independente (Cenas de abril, Correspondência completa e Luvas de pelica), acrescidos de mais um, homônimo. Nesse curso, considerou-se a participação da autora no quadro da poesia marginal dos anos setenta; o aspecto gráfico de seus livros e sua relação com o conteúdo das obras; as reflexões suscitadas por cada livro, e o que possibilitaria sua reunião em um único volume buscando entrever, assim, o projeto poético de Ana Cristina, a sua escrita sob o signo da paixão.This study traces an interpretative path through A teus pés, the only book that Ana Cristina Cesar released by a publisher, which includes her three self-published books (Cenas de abril, Correspondência completa and Luvas de pelica) plus one, namesake of the group. In this work, were taken into consideration her participation in the Brazilian marginal poetic scene of the seventies; the graphic aspects of her books and its relations to their textual content; the reflections aroused by each book and what could allow their clustering into a single piece of work this way distinguishing Ana Cristinas poetic project, her writing made \"under the sign of passion\"

    Infinitas gamações: correspondências: Ana Cristina Cesar, Roland Barthes

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    This text is a writing exercise with Roland Barthes and Ana Cristina Cesar, imagined and written after the course “Roland Barthes: from research to classroom”, given by Claudia Amigo Pino at the University of São Paulo in the second half of 2020. It was sought, here, as these authors did, to abandon the dynamics of writing about – making this, then, a production based on reading different texts by Barthes and Ana Cristina and attempting to make see and to promote in others the passion that I recognize in them, in their scriptures.Este texto é um exercício de escrita com Roland Barthes e Ana Cristina Cesar, pensado e escrito a partir do curso “Roland Barthes: da pesquisa à sala de aula”, ministrado por Claudia Amigo Pino na Universidade de São Paulo no segundo semestre de 2020. Buscou-se, aqui, tal como faziam esses autores, sair da dinâmica do escrever sobre – trata-se, então, de uma produção a partir da leitura de diferentes textos de Barthes e Ana Cristina, uma tentativa de fazer ver e de promover em outros a paixão que reconheço neles, em suas escrituras

    Isto é um roçar de mãos? Sobre dois livros (e um artigo) escritos em dupla

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    A poeta Ana Martins Marques publicou dois livros escritos em dupla: Duas janelas (em 2016), com Marcos Siscar, e Como se fosse a casa (uma correspondência) (em 2017), com Eduardo Jorge – o primeiro deles, dentro de uma coleção da editora Luna Parque dedicada exclusivamente a publicações como essas. Não são apenas livros de autoria compartilhada, mas o resultado do envio de poemas entre os autores, o que os aproxima de diálogos ou trocas de cartas, embora não sejam definíveis dessa forma. Este artigo investiga tal dinâmica de encontro, com suas questões próprias, singularidades e diferenças em relação a outros gêneros e outras práticas de compartilhamento autoral.The poet Ana Martins Marques has published two books with other authors: Duas janelas (in 2016), with Marcos Siscar, and Como se fosse a casa (uma correspondência) (in 2017), with Eduardo Jorge – the first one, in a collection by Luna Parque editors dedicated solely to books such as these. These are not books of shared authorship, but the result of the authors trading poems among themselves, which makes the books resemble something as dialogues or trading letters, although one cannot define them in this way. This article investigates such meeting dynamics, their particular issues, singularities and differences relative to other genres and shared authorship practices
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