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    Não o vejo mais em Vitória: a substituição do clítico acusativo de terceira pessoa na fala capixaba

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    O presente estudo analisa o fenômeno variável relativo aopreenchimento do objeto direto anafórico na fala de Vitória/ES. Nesta capital, assim como em outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo, João Pessoa, há a substituição do clítico acusativo de terceira pessoa por outros três elementos: o pronome lexical, o sintagma nominal anafórico e a categoria vazia. Analisamos a amostra do Projeto PORTVIX Português Falado na cidade de Vitória constituída por 46 entrevistas tipicamente labovianas divididas pelo sexo/gênero do falante, sua escolaridade e sua faixa etária. Temos por base os pressupostos da Teoria da Variação e da Mudança Lingüística, de William Labov (2008 [1972]) e utilizamos o programa Goldvarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005) para a análise estatística dos dados. Apresentamos o encaixamento social e linguístico das variantes e observamos que o pronome lexical é altamente favorecido pela animacidade do referente, ao passo que a categoria vazia tem como favorecedor, além da animacidade, a faixa etária do falante e o sintagma nominal anafórico, a classe do antecedente.Verificamos, também, que o fenômeno na fala capixaba está alinhado ao cenário nacional.CAPES/FAPE

    OBJETO DIRETO ANAFÓRICO DE TERCEIRA PESSOA: NORMA PADRÃO X NORMA DA COMUNIDADE

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    No presente trabalho, com base no trabalho de Poplack (2014) e em três pesquisas norteadas pela Teoria da Variação e Mudança Linguística (LABOV, 2008 [1972]), discutimos a implementação de uma norma distinta da norma padrão numa comunidade de fala, observando, para isso, quais variantes ocupam o espaço deixado pelo clítico acusativo, em desuso no português brasileiro (OMENA, 1978; DUARTE, 1986). Buscamos, também, compreender como a chamada norma da comunidade tem influenciado a escrita de textos de histórias em quadrinhos e de jornais. Para isso, comparamos três trabalhos: (1) de BERBERT (2015), baseado na fala de Vitória dos anos 2000; (2) de ZANELLATO (2017), constituído de dados de histórias em quadrinhos dos anos de 1970 e 2010; e (3) de CONCEIÇÃO (2016a), formado por textos de jornais de fins do século XIX a 1970. Nos três corpora é constatada a diminuição do clítico acusativo: está praticamente desaparecido da fala, apresenta drástica diminuição nas histórias em quadrinhos, – de 52,5% em 1970 para 12,1%, em 2000 e, também, nos jornais, passando de 50,8% no fim do século XIX a 11,8% em 1970. Ademais, o pronome lexical, registrado na fala, e ausente nos jornais, é também observado nas histórias em quadrinhos, passando de nenhuma ocorrência em 1970 para 13% do total dos dados nos anos 2000.  Parece-nos que o uso da variante prescrita é mais saliente do que o das demais variantes, sendo, conforme afirmado por Poplack (2014), muito alto para o falante o custo de desviar-se da norma da comunidade e adotar a norma prescrita, pois não há modelo desse uso na comunidade. Destarte, a tendência de substituir o clítico acusativo pelo pronome lexical, categoria vazia ou sintagma nominal anafórico, não se restringe à fala, passando a ocorrer, também, na escrita

    Projeto PortVix: a fala de Vitória/ES em cena

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    Os objetivos centrais do presente artigo são (1) apresentar à comunidade científica o projeto PortVix, que trata da fala da cidade de Vitória, capital do Espírito Santo; (2) sintetizar os trabalhos desenvolvidos e em desenvolvimento, com base nos dados deste projeto; e (3) tecer considerações sobre o alinhamento da fala de Vitória ao cenário nacional e sobre traços que a caracterizam. A Teoria da Variação e de Mudança Linguística norteia a organização da amostra e, de forma geral, a análise de diversos fenômenos variáveis, a saber, alternância entre futuro do pretérito e pretérito imperfeito; a expressão variável do futuro do presente; usos do gerúndio; variação sintática das orações adverbiais finais; alternância nós/a gente; a expressão do objeto direto anafórico; concordância nominal; concordância verbal; expressão gramatical do imperativo; alternância indicativo/subjuntivo; alternância você/cê/ocê; ausência/presença de artigo diante de antropônimos e de possessivos. Observações do senso comum e resultados das análises permitem evidenciar que, ao lado de aspectos que alinham a fala de Vitória-ES ao cenário nacional, corroborando a generalidade de diversos fenômenos, há outros aspectos que permitem inferir a caracterização da fala capixaba face aos três estados com os quais o Espírito Santo estabelece fronteiras: Rio de Janeiro, Bahia e, especialmente, Minas Gerais

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    The objective of this thesis is to describe the variation phenomenon of the the anaphoric direct object expression in the countryside of Santa Leopoldina/ES, as well to describe the contrast between the countryside speech and the urban speech based on the rural-urban continuum suggested by Bortoni-Ricardo (2005). For this purpose, 44 interviews were analyzed and stratified according to gender/sex, age, and level of education of the speakers. The data collected was compared to the data collected in the city of Vitória, the capital of Espírito Santo (LAUAR, 2015). This research also aims to discuss the role played by formal education in the process of acquisition of the standard variation and the use of the full pronoun variant. To do such, we based our research on William Labov’s (2008) Language Variation and Change Theory, and employed the software Goldvarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005) for data analysis. The conclusion of this thesis shows that the rural dialect shared similarities with the dialect spoken in other Brazilian cities, such as Rio de Janeiro OMENA, 1978), São Paulo (DUARTE, 1986) and Vitória (LAUAR, 2015) when it comes to the substitution of the accusative clitic in the third person by three distinct forms: full pronoun, anaphoric syntagm noun and zero anaphora. The results have shown that the linguistic variation analyzed in the speakers had already been completed. In Santa Leopoldina, the accusative clitic does not seem to exist in the speech produced by the citizens, thus demonstrating such characteristic does not belong to the community’s vernacular, let alone Brazil’s, but a product of the process of education. In the urban dialect, this seems to be connected to the use of the standard variation, being directly proportional to the level of the speaker’s education, whereas the rural data indicate that level of education has nothing to do with the presence of the aforementioned variation. The zero anaphora seems to be the most produced occurrence with 60% of speakers (in Vitória, 54,8%) and presents itself with a well-established language embedding. The index of full pronoun usage with a strong language embedding seems to be quite present in both communities: 12,7% in the rural area and 13,7% in urban area. A similar occurrence can be observed, too, regarding the anaphoric syntagm noun variant: 30,9% in Vitória and 26,7% in Santa Leopoldina. These indexes show the similarities between both communities. The language embedding that conditions the choice of the variants points to the systematization of the variation of the anaphoric direct object.No presente trabalho tem-se por objetivo a descrição do fenômeno de variação da expressão do objeto direto anafórico na zona rural de Santa Leopoldina/ES, bem como a contraposição entre a fala rural e urbana, com base no contínuo rural-urbano proposto por Bortoni-Ricardo (2005). Para isso, foram analisadas 44 entrevistas, estratificadas em gênero/sexo, idade e escolaridade dos falantes, entrevistas cujos dados foram comparados aos observados na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo (LAUAR, 2015). A presente pesquisa também busca discutir o papel da escola na aquisição da variante padrão e o uso da variante pronome pleno em textos escolares escritos. Para tanto, tomamos por base os pressupostos da Teoria da Variação e da Mudança Linguística, de William Labov (2008 [1972]) e utilizamos o programa Goldvarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005) para a análise estatística dos dados. Concluímos que na fala rural de Santa Leopoldina, à semelhança de encontrado em outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro (OMENA, 1978), São Paulo (DUARTE, 1986) e Vitória (LAUAR, 2015), há a substituição do clítico acusativo de terceira pessoa por outras três formas: o pronome pleno, o sintagma nominal anafórico e a anáfora zero. Os resultados demonstram que a mudança linguística verificada em falantes de diversas cidades brasileiras já foi concluída. Em Santa Leopoldina não há presença do clítico acusativo nos 2604 dados analisados, não sendo, portanto, essa forma própria do vernáculo da comunidade, nem do Brasil, mas, sim, uma variante adquirida via escolarização (NUNES, 1996). Na fala urbana o aumento do uso da forma padrão é proporcional ao aumento da escolaridade do falante, ao passo que os dados rurais não demonstram ser a escolaridade um fator relevante para a variação em tela. A anáfora zero é a forma mais produtiva em Santa Leopoldina, com 60,6% dos dados, e em Vitória 54,8% e tem encaixamento linguístico bem estabelecido. O índice de uso do pronome pleno, com forte encaixamento linguístico, é bem próximo nas duas comunidades 12,7% dos casos na zona rural e 13,7% na zona urbana, também a variante sintagma nominal anafórico, forma que em Vitória apresenta 30,9% das ocorrências e a distancia de outras capitais, tem índice de uso em Santa Leopoldina de 26,7% bem próximo ao da capital. Esses resultados demonstram um alinhamento entre as comunidades. Também os encaixamentos linguísticos que condicionam as escolhas das variantes apontam para a sistematização da variação do objeto direto anafórico. No presente trabalho tem-se por objetivo a descrição do fenômeno de variação da expressão do objeto direto anafórico na zona rural de Santa Leopoldina/ES, bem como a contraposição entre a fala rural e urbana, com base no contínuo rural-urbano proposto por Bortoni-Ricardo (2005). Para isso, foram analisadas 44 entrevistas, estratificadas em gênero/sexo, idade e escolaridade dos falantes, entrevistas cujos dados foram comparados aos observados na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo (LAUAR, 2015). A presente pesquisa também busca discutir o papel da escola na aquisição da variante padrão e o uso da variante pronome pleno em textos escolares escritos. Para tanto, tomamos por base os pressupostos da Teoria da Variação e da Mudança Linguística, de William Labov (2008 [1972]) e utilizamos o programa Goldvarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005) para a análise estatística dos dados. Concluímos que na fala rural de Santa Leopoldina, à semelhança de encontrado em outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro (OMENA, 1978), São Paulo (DUARTE, 1986) e Vitória (LAUAR, 2015), há a substituição do clítico acusativo de terceira pessoa por outras três formas: o pronome pleno, o sintagma nominal anafórico e a anáfora zero. Os resultados demonstram que a mudança linguística verificada em falantes de diversas cidades brasileiras já foi concluída. Em Santa Leopoldina não há presença do clítico acusativo nos 2604 dados analisados, não sendo, portanto, essa forma própria do vernáculo da comunidade, nem do Brasil, mas, sim, uma variante adquirida via escolarização (NUNES, 1996). Na fala urbana o aumento do uso da forma padrão é proporcional ao aumento da escolaridade do falante, ao passo que os dados rurais não demonstram ser a escolaridade um fator relevante para a variação em tela. A anáfora zero é a forma mais produtiva em Santa Leopoldina, com 60,6% dos dados, e em Vitória 54,8% e tem encaixamento linguístico bem estabelecido. O índice de uso do pronome pleno, com fort e encaixamento linguístico, é bem próximo nas duas comunidades 12,7% dos casos na zona rural e 13,7% na zona urbana, também a variante sintagma nominal anafórico, forma que em Vitória apresenta 30,9% das ocorrências e a distância de outras capitais, tem índice de uso em Santa Leopoldina de 26,7% bem próximo ao da capital. Esses resultados demonstram um alinhamento entre as comunidades. Também os encaixamentos linguísticos que condicionam as escolhas das variantes apontam para a sistematização da variação do objeto direto anafórico

    Projeto PortVix: a fala de Vitória/ES em cena

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    Os objetivos centrais do presente artigo são (1) apresentar à comunidade científica o projeto PortVix, que trata da fala da cidade de Vitória, capital do Espírito Santo; (2) sintetizar os trabalhos desenvolvidos e em desenvolvimento, com base nos dados deste projeto; e (3) tecer considerações sobre o alinhamento da fala de Vitória ao cenário nacional e sobre traços que a caracterizam. A Teoria da Variação e de Mudança Linguística norteia a organização da amostra e, de forma geral, a análise de diversos fenômenos variáveis, a saber, alternância entre futuro do pretérito e pretérito imperfeito; a expressão variável do futuro do presente; usos do gerúndio; variação sintática das orações adverbiais finais; alternância nós/a gente; a expressão do objeto direto anafórico; concordância nominal; concordância verbal; expressão gramatical do imperativo; alternância indicativo/subjuntivo; alternância você/cê/ocê; ausência/presença de artigo diante de antropônimos e de possessivos. Observações do senso comum e resultados das análises permitem evidenciar que, ao lado de aspectos que alinham a fala de Vitória-ES ao cenário nacional, corroborando a generalidade de diversos fenômenos, há outros aspectos que permitem inferir a caracterização da fala capixaba face aos três estados com os quais o Espírito Santo estabelece fronteiras: Rio de Janeiro, Bahia e, especialmente, Minas Gerais

    Projeto PortVix: a fala de Vitória/ES em cena

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    Os objetivos centrais do presente artigo são (1) apresentar à comunidade científica o projeto PortVix, que trata da fala da cidade de Vitória, capital do Espírito Santo; (2) sintetizar os trabalhos desenvolvidos e em desenvolvimento, com base nos dados deste projeto; e (3) tecer considerações sobre o alinhamento da fala de Vitória ao cenário nacional e sobre traços que a caracterizam. A Teoria da Variação e de Mudança Linguística norteia a organização da amostra e, de forma geral, a análise de diversos fenômenos variáveis, a saber, alternância entre futuro do pretérito e pretérito imperfeito; a expressão variável do futuro do presente; usos do gerúndio; variação sintática das orações adverbiais finais; alternância nós/a gente; a expressão do objeto direto anafórico; concordância nominal; concordância verbal; expressão gramatical do imperativo; alternância indicativo/subjuntivo; alternância você/cê/ocê; ausência/presença de artigo diante de antropônimos e de possessivos. Observações do senso comum e resultados das análises permitem evidenciar que, ao lado de aspectos que alinham a fala de Vitória-ES ao cenário nacional, corroborando a generalidade de diversos fenômenos, há outros aspectos que permitem inferir a caracterização da fala capixaba face aos três estados com os quais o Espírito Santo estabelece fronteiras: Rio de Janeiro, Bahia e, especialmente, Minas Gerais
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