31 research outputs found

    Interfaces da divulgação científica na era digital pós-pandêmica

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    A era digital está estabelecida e, com ela, as formas de acesso à informação mudaram drasticamente nas últimas décadas. As redes sociais, em especial, ganharam grande destaque e a disseminação de informações é desenfreada, muitas vezes, não apresentando bases científicas sólidas. Nesse contexto, o presente relato de experiência visa apresentar o projeto de extensão “Cérebro Descomplicado”, uma iniciativa de divulgação científica séria e comprometida, e a utilização das redes sociais como ferramenta principal de divulgação. Embora a reflexão sobre os efeitos do uso das redes sociais sobre a ciência seja primordial, o impacto do projeto reforça a importância dos novos meios de disseminação de informações na sociedade moderna, demonstrando que as redes sociais podem ser uma ferramenta eficiente de divulgação científica e diálogo entre a universidade e a sociedade

    QUEDA DE IDOSOS: DESVELANDO SITUAÇÕES DE VULNERABILIDADE

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    RESUMO O envelhecimento populacional tem impactado nas situações de vulnerabilidade a que os idosos estão expostos. No âmbito dos agravos externos, encontra-se a queda como evento acidental e multifatorial, de relevante preocupação tanto nas áreas da saúde, quanto social, pois proporcional ao aumento da população idosa encontram-se as situações dos cenários de vulnerabilidade. Objetivo: desvelar as situações de vulnerabilidade relatadas por idosos e cuidadores em um hospital público em uma capital no sul do Brasil. Metodologia: pesquisa descritiva, qualitativa, com 16 idosos. Utilizou-se análise de conteúdo de Bardin. Resultados: evidenciou-se o eixo temático queda, com quatro categorias: como foi a queda; primeiro atendimento e hospitalização; causalidade da queda; significados e sentimentos provocados pela queda. A vulnerabilidade individual desvelou-se pelas comorbidades do idoso. A vulnerabilidade institucional revelou-se na hospitalização e nos significados da queda, alertando para o medo de cair, o sentimento de culpa, a incapacidade, a perda de autonomia, a dor e o desconforto. Conclusão: observa-se a relevância das estratégias preventivas nas dimensões da vulnerabilidade, ampliando o olhar na atenção ao idoso. Tais estratégias poderão levar a um mapeamento do itinerário da queda de cada idoso hospitalizado, diagnosticando suas necessidades para assim prestar assistência qualificada, por meio de uma prática clínica eficiente

    Prevalência de sorotipos e resistência antimicrobiana de cepas invasivas do pneumococo em crianças: análise de 9 anos

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    Objective: To determine the prevalence of serotypes and antimicrobial susceptibility of strains of pneumococcus in children and to evaluate the implications for vaccine formulation.Methods: Strains of pneumococcus obtained from children admitted with invasive diseases were isolated at Hospital de Clinicas of Universidade Federal de Uberlandia, Uberlandia, Brazil, and sent to Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, Brazil, for further identification, serotyping, and determination of antimicrobial susceptibility.Results: From April 1999 to December 2008, 142 strains of pneumococcus, obtained from children under 5 years of age, were analyzed. Seventy-five (52.8%) patients were male, and the age ranged from 1 to 60 months (mean age = 19 +/- 15.4 months; median = 15 months). the most common diagnoses were pneumonia [92 cases (64.8%)] and meningitis [33 cases (23.2%)]. the strains were mostly isolated from blood [61 samples (43%)], pleural fluid [52 samples (36.6%)], and cerebrospinal fluid [28 samples (19.7%)]. the most common serotypes were 14, 5, 6B, 1, 6A, 18C, 19A, 3, 9V, 19F, 23F, 9N, and 10A. There were 14 [9.9%] penicillin-resistant strains, which was detected only in the following serotypes: 14, 6B, 19F, 19A, and 23F, being predominant from 2004 to 2008 (p = 0.000). There was reduced susceptibility to co-trimoxazole (79.5%), erythromycin and clindamycin (11.3% each), and ceftriaxone (5.6%).Conclusions: Penicillin resistance was detected in 9.9% of the strains, being predominant from 2004 to 2008. Twenty different pneumococcal serotypes were identified, and 71.9% of the serotypes were represented in the 7-valent conjugate vaccine (PN CRM7) currently available.Univ Fed Uberlandia, Fac Med, Programa Posgrad Ciencias Saude, BR-38400 Uberlandia, MG, BrazilUniversidade Federal de São Paulo, Escola Paulista Med, São Paulo, BrazilUniv Fed Uberlandia, Lab Hosp Clin Uberlandia, Uberlandia, MG, BrazilUniv São Paulo, Microbiol Clin, São Paulo, BrazilIAL, Secao Bacteriol, Projeto Sistema Reg Vacinas SIREVA, São Paulo, BrazilUniversidade Federal de São Paulo, Escola Paulista Med, São Paulo, BrazilWeb of Scienc

    Impacto dos novos pontos de corte de sensibilidade nas taxas de resistência antimicrobiana de cepas invasivas de pneumococo recupera das de pacientes com pneumonia

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    The aim of this search was to evaluate the impact of penicillin and ceftriaxone new susceptibility breakpoints in reporting resistance of pneumococcus invasive strains obtained from patients hospitalized for pneumonia. Pneumococcus strains obtained from normally sterile fluids from pneumonic patients were isolated and identified at Uberlândia Federal University Clinical Analysis and forwarded to Adolfo Lutz Institute, in São Paulo, SP, for further identification, serotyping and antimicrobial susceptibility determination. From April 1999 to December 2008, 330 invasive pneumococcus strains were forwarded to Adolfo Lutz Institute. 195 of them were obtained from pneumonic patients. After exclusion of the invalid samples, 175 strains were analyzed: patients were from one to 86.8 years old (mean of 24.6 years and median of 4.4years), 89 (50.9%) male and the strains were isolated from blood (110 occasions [62.9%]) and pleural fluid (65 occasions [37.1%]). According to the former breakpoints to define penicillin susceptibility (minimum inhibitory concentration [MIC] ≤0.06g/mL for susceptible [S], 0.12 to 1g/mL for intermediate resistance [IR] and ≥2g/mL for plain resistance [PR]), there were 27 strains IR (15.4%) and 12 PR (6.9%) amongst 42 strains (24%) oxacillin-resistants. According to the new breakpointss (≤2g/mL for S, 4g/mL IR and ≥8g/mL for PR), only one strain showed resistance (RI) to penicillin. Decreased sensibility was detected to sulfamethoxazole-trimethoprim (64%), to tetracycline (17.1%), to erythromycin (8.6%), to clindamycin (8.6%) and to ofloxacin (0.6%). There was only one strain resistant (IR) to ceftriaxone, simultaneously resistant to penicillin. The isolates were all susceptible to chloranphenicol, rifampin and vancomycin. When the new criteria of breakpoints were applied, decreased susceptibility rate declined in 97.3%.Mestre em Ciências da SaúdeO objetivo deste trabalho foi o de avaliar o impacto dos novos pontos de corte de sensibilidade à penicilina nas taxas de resistência de cepas invasivas de pneumococo, obtidas de pacientes internados com pneumonia. Cepas invasivas de pneumococo isoladas no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, MG, a partir de amostras de pacientes internados, foram identificadas e enviadas ao Instituto Adolfo Lutz (IAL), em São Paulo, SP, para confirmação da identificação, sorotipagem e determinação da sensibilidade aos antimicrobianos. De abril de 1999 a dezembro de 2008, foram enviadas ao IAL 330 cepas invasivas de pneumococo, sendo 195 (59%) provenientes de pacientes com diagnóstico de pneumonia. Destas, vinte foram excluídas e 175 analisadas: 89 (50,9%) eram do sexo masculino e a idade variou de um ano a 86,8 anos, com média de 24,6 anos e mediana de 4,4 anos; as fontes de recuperação foram sangue (110 amostras [62,9%]) e líquido pleural (65[37,1%]). Foram detectadas 43 cepas oxacilina-resistentes (24,6% das 175) e, segundo os critérios do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) (2007), (concentração inibitória mínima [CIM] ≤0,06g/mL para sensibilidade [S], 0,12 a 1g/mL para resistência intermediária [RI] e ≥2g/mL para resistência plena [RP]) 27 cepas apresentaram RI (15,4%) e 12 RP (6,9%) para penicilina. De acordo com critérios atualmente propostos pelo CLSI, em 2008 (≤2g/mL para S, 4g/mL para RI e ≥8g/mL para RP), apenas uma cepa confirmou a resistência (RI) à penicilina. Foi detectada sensibilidade diminuída ao cotrimoxazol (64%), à tetraciclina (17,1%), à eritromicina (8,6%), à clindamicina (8,6%) e à ofloxacina (0,6%). A resistência (RI) à ceftriaxona foi detectada em uma cepa, simultaneamente resistente à penicilina. Não foi observada resistência a cloranfenicol, rifampicina ou vancomicina. Com a aplicação dos novos pontos de corte para sensibilidade in vitro, as taxas de resistência à penicilina caíram 97,3%, de 22,4% para 0,6%

    Primary health care of children with type 1 diabetes mellitus in public health services: perception of mothers and caregivers

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    O cuidado integral à saúde da criança com diabetes mellitus tipo 1, considerando a renovação da Atenção Primária à Saúde (APS) e as diretrizes das Redes de Atenção à Saúde, é de extrema importância no contexto da avaliação dos serviços de saúde, foco do presente estudo. O objetivo geral foi avaliar a atenção à saúde de crianças com diabetes mellitus tipo 1, a partir das percepções de mães/cuidadores, fornecendo subsídios para a organização da atenção à saúde em condições crônicas na infância. Os objetivos específicos foram: caracterizar o perfil das mães/cuidadores e das crianças com diabetes mellitus tipo 1, de acordo com variáveis sociais, epidemiológicas, demográficas, clínicas, situação vacinal das crianças e os motivos de atraso nas vacinas ou da não vacinação; descrever a presença e a extensão dos atributos da APS nos serviços de saúde de atendimento às crianças com diabetes mellitus tipo 1, por meio do questionário PCATool (Primary Care Assessment Tool); analisar a utilização dos serviços de saúde e o grau de afiliação a determinados serviços de saúde; e identificar as experiências e expectativas de mães/cuidadores de crianças com diabetes mellitus tipo 1, no contexto da APS. Estudo descritivo, transversal, com análise de dados quantitativos e qualitativos, com aplicação do questionário PCATool e entrevista com questões abertas. Participaram do estudo 64 mães/cuidadores de crianças menores de 13 anos de idade residentes no município de Uberlândia-MG. Os resultados mostram que a maioria dos participantes (79,69% indicou as unidades de ambulatórios especializados em endócrino/pediatria como referência para os cuidados da criança com diabetes mellitus tipo 1. A maioria dos atributos da APS apresentou escores baixos, o que configura que a presença e extensão não estão fortes. Apenas a longitudinalidade, acesso de primeiro contato, utilização, sistemas de informação e grau de afiliação apresentaram uma forte presença e extensão. O grau de afiliação é maior para a atenção nos ambulatórios especializados, principalmente para os participantes com 7 meses ou mais de tempo de diagnóstico. O componente longitudinalidade teve escore maior para a atenção especializada nos ambulatórios de endócrino/pediatria. Em relação à integralidade (serviços prestados) o escore da atenção básica/atendimento integrado foi menor. A orientação familiar foi menor para atenção básica, principalmente para as crianças com tempo de diagnóstico de 0 a 6 meses. O atributo da orientação comunitária obteve o menor escore de todos os componentes, nos dois tipos de serviços de saúde investigados. Em relação às vacinas para criança com diabetes observou-se que o direito referente às vacinas pneumocócicas e contra influenza foi reconhecido por 39,1% dos participantes. Apenas 20,3% estavam com essas vacinas em dia. Em relação à puericultura (68,64%) não tem uma regularidade na atenção básica, e 70,3% referem que não receberam visita domiciliar de nenhum dos serviços de saúde. A presença e a extensão dos atributos da APS na atenção à saúde da criança com diabetes mellitus tipo 1 está frágil no município em questão, na percepção de mães/cuidadores, sugerindo fragmentação das ações, com cuidados especializados e primários desarticulados entre si. O serviço especializado preocupa-se com a doença em si e fica distante de outros serviços e ações, com pouco foco nos cuidados primários, família e comunidade. Os cuidados primários necessitam de maior inclusão dessas crianças e alargamento das intervenções para maior integração em saúde. Este estudo obteve uma avaliação dos serviços de saúde pela ótica do usuário, com aspectos que visam atribuir mais sentido às práticas de atenção à saúde da criança com diabetes mellitus tipo 1, com contribuições à organização dos serviços de saúde e ao incremento das relações entre profissionais de saúde e cuidadores das crianças, no contexto das redes de atenção. O cuidado da criança com diabetes mellitus tipo 1 implica uma reorganização dos serviços para que ofereça suporte às mães/cuidadores/famílias de modo ampliado, constante e em rede, para evitar descontinuidade, insegurança, complicações, obstáculos na comunicação, iniquidades e violação de direitos. A reorganização em rede pode contribuir para a definição e implementação de intervenções que garantam maior potencial de crescimento e desenvolvimento das crianças e suas famíliasThe integral health care of children with type 1 diabetes mellitus, considering the renewal of the Primary Health Care and the guidelines of the Health Care Networks, is extremely important to the evaluation of health services, focus of the present study. The overall aim was to evaluate the health care of children with type 1diabetes mellitus, from the perceptions of mothers / caregivers, providing support information to the health care organization for childhood chronic conditions. The specific objectives were to characterize the profile of the mothers / caregivers and children with type 1 diabetes mellitus, according to social, epidemiological, demographic, clinical, vaccination status of children and the reasons for delay in vaccines or no vaccination; describe the presence and extent of the attributes of primary health care in children with type 1 diabetes health care through the questionnaire PCATool (Primary Care Assessment Tool); analyze the use of health services and the degree of affiliation to certain health services; and identify the experiences and expectations of mothers / caregivers of children with type 1 diabetes mellitus, in the context of primary health care. This is a descriptive, cross-sectional study analyzing quantitative and qualitative data with the application of the PCATool questionnaire and an open questions interview. Participants were 64 mothers/caregivers of children under 13 years old residing in Uberlandia city, in the state of Minas Gerais-Brazil. The results show that the majority of participants (79.69%) indicated the specialized clinics in endocrine/pediatrics as a reference for the care of children with type 1 diabetes mellitus. Most of the attributes of the primary health care showed low scores, which suggests that the presence and extent are not strong. Only the longitudinality, access to first contact, utilization, information systems and degree of affiliation had a strong presence and extent. The degree of affiliation was higher for attention in specialized clinics, especially for participants with 7 months or more of diagnostic time. The longitudinality component had higher scores for specialized care in endocrine/pediatrics clinics. The integrality\'s score (provided services) of primary/integrated care was lower. The family orientation was lower for primary care, especially for children 0-6 months of diagnosis. The attribute of community orientation had the lowest score of all the components in the two types of health services investigated. Regarding the vaccines, we observed that the right relating to pneumococcal and influenza vaccines was recognized by 39.1% of participants. Only 20.3% were on time with these vaccines. In relation to mother-craft (68.64%) there was no regularity in primary care, and 70.3% reported not receiving home visits of any health service. The presence and extent of attributes of primary health care on the health care of children with type 1 diabetes mellitus is fragile in the city in question, on the mothers/caregivers perception, suggesting fragmentation of activities, with specialized and primary care disjointed from each other. The specialist health service worries about the disease itself and stands apart from other services and actions, with little focus on primary, family and community care. Primary care requires greater inclusion of children and enlargement of interventions for greater integration in health. This study was an evaluation of health services from the user perspective, with features that aim to give greater meaning to the practices of health care of children with type 1 diabetes mellitus, with contributions to the organization of health services and the development of relationships between health professionals and caregivers in the health attention networks context. The care of children with type 1 diabetes mellitus involves a reorganization of health services that supports mothers/caregivers/families in an expanded, constant and networking mode to avoid discontinuity, uncertainty, complications, obstacles in communication, inequalities and human rights violations. The network reorganization can contribute to interventions definition and implementation to ensure greater potential for child growth and development and their families

    Restraint stress-induced antinociception in the fish Leporinus macrocephalus

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    A atribuição da percepção da dor pelos peixes é um assunto controverso no meio científico. Alguns autores associam a percepção da dor a estruturas neocorticais que estão ausentes em peixes. Entretanto, estudos recentes têm demonstrado que os peixes são capazes de perceber e responder a estímulos nocivos de maneira semelhante ao que é observado em mamíferos, sendo estas respostas sensíveis à administração de morfina. Além disso, estudos pioneiros de nosso laboratório demonstraram a existência de um sistema analgésico endógeno em peixes. O objetivo deste estudo foi avaliar se este sistema analgésico endógeno pode ser ativado pelo estresse. A natureza neuroquímica deste sistema e a participação de uma região telencefálica, o telencéfalo dorsomedial (Dm), na modulação da antinocicepção também foram investigados. Nossos dados demonstram que o estresse de restrição de 3 e 5 minutos de duração inibe a resposta comportamental à injeção subcutânea de formalina a 3% na região da nadadeira adiposa no peixe Leporinus macrocephalus, sugerindo que este procedimento é capaz de ativar um sistema antinociceptivo endógeno. Além disso, a antinocicepção induzida pelo estresse de restrição de 3 e 5 min é de curta duração, sendo observada apenas por 5 min após o término da restrição. A análise da natureza neuroquímica da antinocicepção induzida pelo estresse de restrição revelou participação do sistema opióde e canabinoide na modulação desta resposta. O tratamento prévio com injeção intraperitoneal de naloxona (30 mg.kg-1), um antagonista opioide não seletivo, bloqueou a antinocicepção induzida pela restrição de 3 min de duração, mas não foi capaz de inibir a antinocicepção induzida pela restrição de 5 min de duração. Já o tratamento prévio com injeção intraperitoneal de AM251 (3 mg.kg-1), um antagonista de receptores canabinoides tipo 1, bloqueou a antinocicepção induzida pelo estresse de restrição de 3 e 5 min de duração, sugerindo que o sistema canabinoide desempenha um papel fundamental na antinocicepção induzida por esta modalidade de estresse na espécie estudada. Nosso estudo também demonstrou que a região do telencéfalo dorsomedial está envolvida na modulação da antinocicepção induzida pelo estresse de restrição no peixe L. macrocephalus. A microinjeção de midazolan (40 e 80 nmol), um agonista de receptores benzodiazepínicos, no telencéfalo Dm bloqueou a antinocicepção induzida pela restrição de 3 e 5 min de duração. Além disso, o tratamento prévio com flumazenil (80 e 160 nmol), um antagonista específico de receptores benzodiazepínicos, inibiu os efeitos do tratamento com midazolan, demonstrando que o bloqueio da antinocicepção promovido pelo midazolan ocorre pela ativação específica dos receptores benzodiazepínicos. Juntos estes resultados trazem novas perspectivas acerca do entendimento sobre a percepção nociceptiva em peixes. Este é o primeiro trabalho que traz evidências acerca da existência de um sistema de modulação da dor ativado pelo estresse e demonstra a participação de uma região encefálica específica na modulação desta antinocicepção. Estes resultados indicam que as vias analgésicas endógenas em peixes são ativadas de maneira semelhante aos mamíferos, sugerindo que estes animais possuem um processamento complexo da informação nociceptiva.The assignment of pain perception by fish is controversial among scientists. Some authors associate the pain perception to neocortical structures that are absent in fish. However, recent studies have shown that fish are able to perceive and respond to noxious stimuli, similar to observed in mammals, and this responses are sensitive to morphine administration. Furthermore, pioneering studies from our laboratory have demonstrated the existence of an endogenous analgesic system in fish. This study aimed to evaluate if this endogenous analgesic system can be activated by stress, the neurochemical nature of this system and involvement of a telencephalic region, the dorsomedial (Dm) telencephalon, in the antinociception modulation. Our data demonstrate that 3 and 5 min of restraint stress inhibits the behavioral response to subcutaneous injection of formalin 3 % in the adipose fin in the fish Leporinus macrocephalus, suggesting that this procedure can activate an endogenous antinociceptive system. Furthermore, stress-induced antinociception induced by 3 and 5 min of restraint is short, with the antinociceptive effects being observed only for 5 min after the restriction. The analysis of the neurocheamical nature of antinociception induced by restraint stress revealed the involvement of opioid and cannabinoid systems in the modulation of this response. The pre-treatment with intraperitoneal injection of naloxone (30 mg.kg-1), a non-selective opioid receptors antagonist, blocked the antinociception induced by 3 min of restraint, but was not able to inhibit the antinociception induced by 5 min of restraint. The pre-treatment with intraperitoneal injection of AM251 ( 3 mg.kg-1), a type 1 cannabinoid receptors antagonist, blocked the stress-induced antinociception promoted by 3 and 5 min of restraint, suggesting that the cannabinoid system plays a critical role in this type of stress-induced antinociception in the studied species. Our study also showed that the dorsomedial telencephalon is involved in the modulation of stress-induced antinociception in fish L. macrocephalus. The microinjection of midazolan (40 and 80 nmol), a benzodiazepine receptors agonist, in the Dm blocked the stress-induced antinociception promoted by 3 and 5 min of restraint. Furthermore, pre-treatment with flumazenil (80 and 160 nmol), a benzodiazepine receptors selective antagonist, inhibited the effects of the midazolan treatment, demonstrating that the antinociception blockade by midazolan is promoted by specific activation of benzodiazepine receptors. Together these results provide new insights on the understanding of nociceptive perception in fish. This is the first study that demonstrates evidence for the existence of a pain modulation system activated by stress in fish and demonstrates the involvement of a specific brain region in the modulation of this antinociception. These results indicate that the endogenous analgesic pathways in fish are activated in a similar manner to mammals, suggesting that these animals have a complex processing of nociceptive information

    Restraint stress-induced antinociception in the fish Leporinus macrocephalus

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    A atribuição da percepção da dor pelos peixes é um assunto controverso no meio científico. Alguns autores associam a percepção da dor a estruturas neocorticais que estão ausentes em peixes. Entretanto, estudos recentes têm demonstrado que os peixes são capazes de perceber e responder a estímulos nocivos de maneira semelhante ao que é observado em mamíferos, sendo estas respostas sensíveis à administração de morfina. Além disso, estudos pioneiros de nosso laboratório demonstraram a existência de um sistema analgésico endógeno em peixes. O objetivo deste estudo foi avaliar se este sistema analgésico endógeno pode ser ativado pelo estresse. A natureza neuroquímica deste sistema e a participação de uma região telencefálica, o telencéfalo dorsomedial (Dm), na modulação da antinocicepção também foram investigados. Nossos dados demonstram que o estresse de restrição de 3 e 5 minutos de duração inibe a resposta comportamental à injeção subcutânea de formalina a 3% na região da nadadeira adiposa no peixe Leporinus macrocephalus, sugerindo que este procedimento é capaz de ativar um sistema antinociceptivo endógeno. Além disso, a antinocicepção induzida pelo estresse de restrição de 3 e 5 min é de curta duração, sendo observada apenas por 5 min após o término da restrição. A análise da natureza neuroquímica da antinocicepção induzida pelo estresse de restrição revelou participação do sistema opióde e canabinoide na modulação desta resposta. O tratamento prévio com injeção intraperitoneal de naloxona (30 mg.kg-1), um antagonista opioide não seletivo, bloqueou a antinocicepção induzida pela restrição de 3 min de duração, mas não foi capaz de inibir a antinocicepção induzida pela restrição de 5 min de duração. Já o tratamento prévio com injeção intraperitoneal de AM251 (3 mg.kg-1), um antagonista de receptores canabinoides tipo 1, bloqueou a antinocicepção induzida pelo estresse de restrição de 3 e 5 min de duração, sugerindo que o sistema canabinoide desempenha um papel fundamental na antinocicepção induzida por esta modalidade de estresse na espécie estudada. Nosso estudo também demonstrou que a região do telencéfalo dorsomedial está envolvida na modulação da antinocicepção induzida pelo estresse de restrição no peixe L. macrocephalus. A microinjeção de midazolan (40 e 80 nmol), um agonista de receptores benzodiazepínicos, no telencéfalo Dm bloqueou a antinocicepção induzida pela restrição de 3 e 5 min de duração. Além disso, o tratamento prévio com flumazenil (80 e 160 nmol), um antagonista específico de receptores benzodiazepínicos, inibiu os efeitos do tratamento com midazolan, demonstrando que o bloqueio da antinocicepção promovido pelo midazolan ocorre pela ativação específica dos receptores benzodiazepínicos. Juntos estes resultados trazem novas perspectivas acerca do entendimento sobre a percepção nociceptiva em peixes. Este é o primeiro trabalho que traz evidências acerca da existência de um sistema de modulação da dor ativado pelo estresse e demonstra a participação de uma região encefálica específica na modulação desta antinocicepção. Estes resultados indicam que as vias analgésicas endógenas em peixes são ativadas de maneira semelhante aos mamíferos, sugerindo que estes animais possuem um processamento complexo da informação nociceptiva.The assignment of pain perception by fish is controversial among scientists. Some authors associate the pain perception to neocortical structures that are absent in fish. However, recent studies have shown that fish are able to perceive and respond to noxious stimuli, similar to observed in mammals, and this responses are sensitive to morphine administration. Furthermore, pioneering studies from our laboratory have demonstrated the existence of an endogenous analgesic system in fish. This study aimed to evaluate if this endogenous analgesic system can be activated by stress, the neurochemical nature of this system and involvement of a telencephalic region, the dorsomedial (Dm) telencephalon, in the antinociception modulation. Our data demonstrate that 3 and 5 min of restraint stress inhibits the behavioral response to subcutaneous injection of formalin 3 % in the adipose fin in the fish Leporinus macrocephalus, suggesting that this procedure can activate an endogenous antinociceptive system. Furthermore, stress-induced antinociception induced by 3 and 5 min of restraint is short, with the antinociceptive effects being observed only for 5 min after the restriction. The analysis of the neurocheamical nature of antinociception induced by restraint stress revealed the involvement of opioid and cannabinoid systems in the modulation of this response. The pre-treatment with intraperitoneal injection of naloxone (30 mg.kg-1), a non-selective opioid receptors antagonist, blocked the antinociception induced by 3 min of restraint, but was not able to inhibit the antinociception induced by 5 min of restraint. The pre-treatment with intraperitoneal injection of AM251 ( 3 mg.kg-1), a type 1 cannabinoid receptors antagonist, blocked the stress-induced antinociception promoted by 3 and 5 min of restraint, suggesting that the cannabinoid system plays a critical role in this type of stress-induced antinociception in the studied species. Our study also showed that the dorsomedial telencephalon is involved in the modulation of stress-induced antinociception in fish L. macrocephalus. The microinjection of midazolan (40 and 80 nmol), a benzodiazepine receptors agonist, in the Dm blocked the stress-induced antinociception promoted by 3 and 5 min of restraint. Furthermore, pre-treatment with flumazenil (80 and 160 nmol), a benzodiazepine receptors selective antagonist, inhibited the effects of the midazolan treatment, demonstrating that the antinociception blockade by midazolan is promoted by specific activation of benzodiazepine receptors. Together these results provide new insights on the understanding of nociceptive perception in fish. This is the first study that demonstrates evidence for the existence of a pain modulation system activated by stress in fish and demonstrates the involvement of a specific brain region in the modulation of this antinociception. These results indicate that the endogenous analgesic pathways in fish are activated in a similar manner to mammals, suggesting that these animals have a complex processing of nociceptive information

    Controle neuroendócrino do comportamento agressivo de juvenis de matrinxã (Brycon amazonicus)

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    Considerando a importância fisiológica do sistema serotoninérgico e os conhecimentos restritos acerca desse sistema em peixes, este estudo avaliou a distribuição dos neurônios serotoninérgicos imunoreativos (5-HTir) no encéfalo de juvenis de matrinxã (Brycon amazonicus). Para tanto, os animais foram anestesiados e submetidos ao procedimento de perfusão e coleta dos encéfalos. Foram feitas secções coronais de 25 μm do encéfalo, com exceção do bulbo olfatório, sendo as secções montadas em lâminas gelatinizadas e submetidas à análise de imunohistoquímica para a marcação de neurônios 5-HTir. Não foram encontradas células 5-HTir na região do telencéfalo. No diencéfalo o sistema serotoninérgico é pouco desenvolvido, se restringindo a três grupos celulares, sendo dois deles localizados na região periventricular. Na região do tegmento mesencefálico e tronco cerebral, os grupos de células 5-HTir estão amplamente distribuídos, contendo células grandes e de formatos variados. Não foram encontradas células em contato com o líquido cerebroespinhal em nenhuma região do encéfalo de matrinxã. A distribuição do sistema serotoninérgico de matrinxãs se assemelha a de outras espécies de peixes. Entretanto, pode-se observar um menor desenvolvimento dos grupos celulares rostrais nessa espécieNot availableCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES
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