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    Messianismo, desenvolvimento e poder tutelar entre os Ramkokamekra-Canela

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    Esse texto versa sobre a relação entre o desenvolvimento e a emergência de movimentos sócio-religiosos entre povos indígenas no Brasil. A pesquisa que subsidia esse trabalho foi realizada entre meados das décadas de 80 e 90, durante a implantação de programas e projetos de desenvolvimento na AmazoÌ‚nia oriental, mais especificamente no centro-sul maranhense. Os desdobramentos desse processo ainda se fazem sentir junto aos grupos indígenas e aos segmentos regionais ali localizados

    POLÍTICAS INDIGENISTAS, DESENVOLVIMENTO E TERRITORIALIDADES INDÍGENAS NO BRASIL ATUAL

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    As relações entre os povos originários e a sociedade brasileira são historicamente mediadas pelo Estado. Na República, em decorrência dos conflitos promovidos por frentes expansionistas, foi criado o Serviço de Proteção ao Índio (1910), implantando o regime tutelar. Durante o Regime Militar, o SPI foi extinto e substituído pela FUNAI, que seguiu os mesmos princípios integracionistas, atrelados à política desenvolvimentista na Amazônia. A Constituição de 1988 aboliu esses preceitos e reconheceu a organização autônoma desses povos. Nas últimas décadas, o Estado brasileiro, em consonância com o agronegócio, mineradoras e outros interesses, restringiu a autonomia étnica e territorial dos povos indígenas. O artigo analisa os impactos dessas políticas sobre a organização social e a cosmopolítica desses povos, nos campos da educação, desenvolvimento, políticas indigenistas, territorialidade e relações interétnicas

    POVOS INDÍGENAS, DESENVOLVIMENTO E CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS: APANIEKRÁ E RAMKOKAMEKRA-CANELA, PODER TUTELAR E AGRO-NEGÓCIO NO SERTÃO MARANHENSE

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    O centro-sul do Estado do Maranhão experimentou, nas últimas décadas, mudanças econômicas e socioambientais decorrentes do desenvolvimento regional. Esse processo impactou a organização social e simbólica dos grupos indígenas locais, com a imposição da lógica do mercado sobre a da auto-sustentação destes grupos. Os Apaniekrá e Ramkokamekra-Canela (Jê-Timbira) foram envolvidos por essa nova fronteira econômica, com a implantação do Projeto Ferro-Carajás e do Programa Grande Carajás, transformando fazendas e núcleos sertanejos em empreendimentos do agro-negócio - lavouras de soja, cana-de-açúcar, eucalipto, criação de gado - o que levou a FUNAI a realizar estudos para a revisão demarcatória das Terras Indígenas Kanela e Porquinhos. Com apoio de políticos locais, os sertanejos têm obtido junto ao INCRA e ITERMA, a titulação das terras que ocupam e a criação de novos assentamentos rurais, enquanto agências federais, estaduais e ONGs têm implementado projetos de desenvolvimento étnico e local junto a grupos indígenas e regionais. O trabalho analisa os impactos das intervenções vinculadas ao desenvolvimento sobre os Apaniekrá e Ramkokamkra-Canela e as respostas por estes elaboradas, através de movimentos sócio-religiosos e do associativismo indígena

    Ramkokamekra-Canela : dominação e resistencia de um povo Timbira no centroeste maranhense

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    Orientador: Vanessa Rosemary LeaDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias HumanasResumo: A formação histórica do atual Estado do Maranhão apresenta passagens insuficientemente explicadas, como a que se refere à sua consolidação territorial e à dominação das populações indígenas. O avanço das fronteiras econômicas coloniais pelos vales dos rios centrais da Capitania, especialmente o ltapecuru e o Mearim - sob o impulso de uma economia agro-exportadora, e de uma frente de expansão pastoril, que atingiria, entre meados do século XVIII e início do século XIX, o território formado por campos e cerrados entre os rios Parnaíba e Tocantins - confrontaria com cerca de quinze grupos étnicos autônomos conhecidos genericamente como "Timbiras", os quais exerceram longa resistência à sujeição territorial e étnica de seus grupos locais. No período das guerras de conquista contra as "bandeiras" vindas, sobretudo, de Caxias e Pastos Bons, os diversos grupos timbira desenvolveram formas de enfrentamento e convivência junto aos agentes coloniais - comandantes de bandeiras e de milícias, lavradores e criadores de gado vacum, dentre outros - com vistas à preservação de suas unidades étnicas e especificidades culturais. Esse estudo focaliza os processos de confronto, como guerras e alianças, que levaram vários grupos timbira à extinção, e outros à dominação pelos agentes da sociedade luso-brasileira colonial. A seguir, descreve a consolidação desse processo, através das políticas tutelares, e os modos pelos quais os grupos timbira do alto Grajaú e Mearim, especialmente aqueles que deram origem aos Ramkokamekra-Canela, fizeram valer as suas demandas junto à sociedade neocolonial no século XIX. Num terceiro momento, aponta para a intensificação dos conflitos e antagonismos existentes entre os Canela e os criadores do sertão pastoril, decorrentes da situação histórica estabelecida. A presença do Estado, através da ação indigenista do SPI, se expressaria nas tentativas em compatibilizar a "proteção" e o controle dos Ramkokamekra-Canela e de outros grupos indígenas, e os interesses da sociedade regional. Finalmente, o estudo demonstra que, ao contrário da aceitação passiva aos processos de dominação a que foram submetidos, os Ramkokamekra-Canela, assim como outros grupos timbira, desenvolveram estratégias de continuidade e afirmação étnica. Através de um movimento sócio-religioso baseado em elementos culturais próprios, combinados com práticas religiosas sertanejas, os Canela expressaram a sua compreensão do processo de dominação em que foram inseridos, e realizaram ações concretas para a reversão desse processo, colocando-se, portanto, como agentes da sua própria históriaAbstract: The current historical formation of the state of Maranhão presents insufficiently explained passages, like the ones referring to its territorial consolidation and the domination of its indigenous population. The advance of the colonial economic borders through the valleys of the central rivers of the Capitania, especially ltapecuru and Mearim (under the impulse of an agronomic-exporting economy, and the pastoral expansion front, which would strike the territory formed of fields and hills between the Parnaíba and Tocantins rivers, in the middle of the XVII century and the beginning of the XIX century) confronting approximately fifteen autonomous ethnical groups generically knoV'.'l1as the "Timbiras", which for long, resisted the territorial and ethnical subjection of its local groups. In the war period of conquest, the diverse Timbira groups trying to preserve their ethnical units and cultural particularities, developed forms of confrontation and dwelling (communalliving) towards the colonial agents, the arriving "raiders" which were mainly from Caxias and Pastos Bons and known as the "bandeiras" (militia and "bandeiras" commanders, farmers and cattle raisers, amid others). This study focuses on the processes of confrontation -the wars and alliances, which brought various Timbira groups to extinction, and others under the domination of the agents of the colonial Portuguese-Brazilian society. The following describes the consolidation of this process, through the tutelary politics, and the manners by which the Timbira groups from the Alto Grajaú and Mearim, especially those which gave origin to the Ramkokamekra-Canela, made their demands heard by the neocolonial society of the XIX century. Thirdly, this study points towards the intensification of conflicts and existing antagonisms between the Canela and the cattle-raisers of the pastoral backcountry, based on the established historical situation. The presence of the State, through the indigenous action of the SPI, expressed itself in its attempts to make compatible the "protection" and control of the Ramkokamekra-Canela and other indigenous groups, and the interests of the regional society. Finally, this study demonstrates that, contrary to the passive acceptance of the domination processes which the Ramkokamekra-Canela and other Timbira groups underwent, they developed strategies of continued ethnical affirmation. Through a social-religious movement based on their own cultural elements, combined with the inlanders religious practices, the Canelas showed knowledge of the domination process which was placed upon them, and took concrete actions for the reversion of this process, placing themselves, therefore, as agents of their own historyMestradoMestre em Antropologi

    POLÍTICAS INDIGENISTAS, DESENVOLVIMENTO E TERRITORIALIDADES INDÍGENAS NO BRASIL ATUAL

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    The relations between native peoples and Brazilian society are historically mediated by the State. In the Republic, due to the conflicts promoted by expansionist fronts, the Indian Protection Service was created (1910), implementing the tutelary regime. During the Military Regime, the SPI was extinguished and replaced by FUNAI, which followed the same integrationist principles, linked to development policy in the Amazon. The 1988 Constitution abolished these precepts and recognized the autonomous organization of these peoples. In recent decades, the Brazilian State, in line with agribusiness, mining and other interests, has restricted the ethnic and territorial autonomy of indigenous peoples. The article analyzes the impacts of these policies on the social organization and cosmopolitics of these peoples, in the fields of education, development, territoriality and interethnic relations
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